terça-feira, 30 de abril de 2024

O “portista” das camadas jovens do Benfica. Quem se lembra de Cândido Costa no FC Porto?

Cândido Costa somou 57 jogos e três golos pelo FC Porto
Portista desde que se lembra, Cândido Costa nasceu em São João da Madeira e começou a jogar futebol no maior clube do seu concelho, a Sanjoanense, mas os bons desempenhos e a preferência clubística sempre o levaram a ter aspirações legítimas de representar o FC Porto.
 
“Houve ali um ano em que se falava que o FC Porto andava a ver a Sanjoanense, andava a ver a equipa. Eu andava com um peito…”, recordou à Tribuna Expresso em março de 2018. No entanto, quem saiu da Sanjoanense com destino às Antas foi um colega de Cândido, Gustavo, o que lhe provocou uma sensação de injustiça.

Quem se lembra de Cândido Costa no Vitória de Setúbal?

Cândido Costa disputou 14 jogos pelo Vitória em 2003
Apenas um salário recebido, uma descida de divisão, dificuldade em agarrar um lugar no onze e zero golos em seis meses. Assim se pode resumir a aventura de Cândido Costa no Vitória de Setúbal, no primeiro semestre de 2003.
 
Internacional sub-21 que vinha de apenas cinco jogos pelo FC Porto na primeira metade da temporada, sentiu que estava a perder o comboio no clube e na seleção, numa altura em que apareciam Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo, e decidiu, contra a vontade de José Mourinho, deixar as Antas. “Certo dia, no final de um treino, vou ter ao gabinete do mister para ter uma palavrinha com ele. Manda-me entrar e eu disse que estava a jogar pouco, que ele tinha o Capucho, que vinha o Marco Ferreira e que se calhar o melhor era sair. O Mourinho diz algo do género: 'Vais sair e vais jogar para onde?'. Eu digo que o Vitória de Setúbal me quer e ele: 'Espera aí para ver se compreendo: estás a pedir-me para sair do FC Porto, quando eu não te estou a dizer para tu saíres e queres ir para o Vitória de Setúbal?'”, recordou ao zerozero em dezembro de 2023.

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Data: 21 de abril de 2024
Arena: Chaifetz Arena
Localidade: St. Louis, Missouri
 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Crouch: “O que eu seria se não fosse jogador de futebol? Virgem”

Crouch somou 22 golos em 42 jogos por Inglaterra
Peter Crouch não é propriamente um homem muito atraente. Mede 2,01 m e, no auge da carreira, pesava cerca de 80 quilos. Um gigante em altura, mas muito franzino. Só pele e osso. Até a sua locomoção era esquisita, quase robótica.
 
Mas, verdade seja dita, não era propriamente um tosco. Apontou 227 golos ao longo da carreira, foi 42 vezes internacional inglês, esteve em dois Mundiais e representou clubes importantes como Aston Villa, Liverpool ou Tottenham. Entre as mais de duas centenas de remates certeiros que amealhou, alguns foram mesmo gestos acrobáticos muito bonitos.

“Tenho um boneco com a cara do Maradona em casa e todos os dias lhe espeto um alfinete”. O outro lado do Golo do Século

Butcher não conseguiu impedir Maradona de marcar
O Argentina-Inglaterra do Mundial 1986, disputado a 22 de junho desse ano no Estádio Azteca, no México, é um dos jogos mais míticos do futebol mundial. Aos 51 minutos, Diego Maradona adianta a seleção albiceleste com um golo marcado com a mão, que ficou celebrizado como a “Mão de Deus”. Quatro minutos depois, Maradona percorreu 60 metros com a bola controlada, tocou-lhe 12 vezes, passou por seis adversários e aumentou a vantagem para 2-0.
 
Embora tivesse recebido a bola ainda no meio-campo defensivo, onde rodopiou sobre si próprio no início de um balizado que só se haveria de ser concluir na área adversária. Há quem tivesse, em jeito de brincadeira, reclamado méritos, nomeadamente quem passou a bola a El Pibe, o médio Hector Enrique. “Depois daquele passe de qualidade, difícil era o Maradona não fazer golo”, atirou.

“Agradeço aos meus progenitores pela minha carreira, especialmente à minha mãe e ao meu pai”

Altobelli somou 466 jogos e 209 golos pelo Inter
Um dos jogadores mais importantes da história do Inter de Milão e o homem que saltou do banco na final do Mundial 1982 para marcar o terceiro golo da vitória de Itália sobre a Alemanha (3-1), tornando-se assim no primeiro suplente utilizado a marcar numa final de um Campeonato do Mundo.
 
Alessandro Altobelli foi também um dos melhores marcadores do Mundial 1986 (quatro golos) e é ainda hoje o sexto melhor marcador de sempre da squadra azzurra (com os mesmos 25 golos que Adolfo Baloncieri e Filippo Inzaghi). Esteve igualmente nos Campeonatos da Europa de 1980 e 1988.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

“Marcar golos é como fazer amor: toda a gente o faz, mas ninguém o faz como eu”. As melhores frases de Di Stéfano

Di Stéfano conquistou cinco títulos europeus
Alfredo Di Stéfano foi um dos melhores futebolistas de todos os tempos, que só não é mais engrandecido porque jogou numa era pré-globalização, não disputou qualquer encontro num Campeonato do Mundo e já tinha quase 30 anos quando foi inventada a Taça dos Campeões Europeus – mas foi a tempo de ganhá-la por cinco vezes (seguidas).
 
Era o ídolo de Eusébio e Bobby Charlton, o que diz muito deste atacante que nasceu argentino, mas tornou-se espanhol. Pela velocidade e pela cor do cabelo, ganhou a alcunha de la saeta rubia [a flecha loira].

“Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”

Dadá Maravilha foi internacional brasileiro por cinco vezes
Folclórico, engraçado, narcisista e com faro para o golo. Assim era Dadá Maravilha, o terceiro maior goleador de sempre do futebol brasileiro, apenas atrás de Pelé e Romário. Pelas suas contas, foram 926 remates certeiros ao longo de uma carreira que durou entre 1967 e 1986 e na qual representou clubes como Atlético Mineiro, Internacional de Porto Alegre, Flamengo e Sport Recife.
 
Os muitos golos que marcava davam-lhe uma enorme moral, apesar de ser algo desajeito e pesado. “Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”, afirmou numa ocasião.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

“Só há uma opção: a vitória, o empate ou a derrota”. As melhores pérolas de Beckenbauer

Beckenbauer foi 103 vezes internacional pela Alemanha
Franz Beckenbauer foi uma figura com um papel revolucionário no futebol. Contrariou o preconceito de que os alemães eram altos, loiros e espadaúdos, mas algo toscos; foi o primeiro defesa a tornar-se verdadeiramente um ídolo para os miúdos que sonhavam em tornar-se futebolistas; e revolucionou o papel do líbero, construindo e pensando o jogo a partir da retaguarda, quando só se esperava que quem ali jogasse apenas tapasse buracos.
 
Também revolucionou, de certa forma, a noção de tempo. “Houve um ano em que joguei quinze meses”, afirmou o Kaiser, que pela Alemanha foi campeão europeu em 1972 e campeão mundial em 1974 como jogador e campeão mundial em 1990 como selecionador. Também nisso foi revolucionário, porque foi o primeiro a vencer o título mundial nas duas funções, tendo posteriormente sido também presidente do Bayern Munique e comentador televisivo.

“Antes de equivocar-me eu não cometo esse erro”. As melhores tiradas de Cruyff, que faria anos hoje

Johan Cruyff teve sucesso como jogador e como treinador
Johan Cruyff foi um génio do futebol, um dos poucos que foi brilhante como jogador e como treinador, conseguindo em ambas as vertentes simbolizar o “futebol total”, um modelo de jogo assente numa grande mobilidade de todos os jogadores. A par da sua genialidade, foi também um homem bastante arrogante, controverso e polémico.
 
Foquemo-nos primeiro na sua genialidade. Em 1978, depois de recusar jogar no Campeonato do Mundo na Argentina, colocou em causa a continuidade da própria carreira, numa altura em que tinha 31 anos. Pelo sim pelo não, dada a dimensão da sua figura, o Ajax organizou-lhe um jogo de despedida, mas o mago neerlandês haveria de jogar mais seis anos, despedindo-se em 1983-84 após ajudar o Feyenoord a sagrar-se campeão. “O meu jogo de homenagem foi um parto”, gracejou.

“Estou contente porque a minha cadelinha vai ter cães meus”. As melhores pérolas de Murci Rojas

"Murci" Rojas foi 25 vezes internacional pelo Chile
Todos os países têm uma figura desportiva que comete mais gaffes do que o habitual. Se em Portugal temos Jorge Jesus e no passado tivemos João Pinto, o Chile tem Francisco “Murci” Rojas. Além de um antigo lateral esquerdo 25 vezes internacional pela la roja, que esteve presente em duas Copas América (1997 e 1999) e num Mundial (1998), é também o autor de algumas das frases mais engraçadas do futebol chileno. Chamavam-lhe a Murcipédia.
 
O seu conhecimento geográfico, por exemplo, estava ao nível de um dos mais ignorantes participantes de reality show, o que até lhe valeu a entrada num programa desse género, o Mundos opostos.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Há 50 anos o Sporting jogava na Alemanha. E por isso perdeu a Revolução dos Cravos

Sporting jogou em Magdeburgo a 24 de abril de 1974
Quando a Revolução dos Cravos colocou um ponto final a quase meio século de ditadura, a 25 de Abril de 1974, a equipa do Sporting não estava em Portugal. Os leões jogaram na véspera na República Democrática Alemã (RDA), diante do Magdeburgo, na segunda-mão das meias-finais da Taça das Taças, tendo sido derrotados por 2-1 depois de um empate a um golo a um em Alvalade. E depois ficaram a pernoitar em solo alemão oriental.
 
Com viagem de regresso marcada para o dia 25, a comitiva leonina acordou às 4:30 da manhã, pouco mais de quatro horas depois de “Grândola, Vila Morena” de José Afonso ter passado na Rádio Renascença e anunciado dessa forma aos militares que a Revolução estava em marcha.

Xavi está a roer os ossos. Outros irão comer a carne

Xavi está no comando técnico do Barça desde novembro de 2021
Escrevo este artigo numa altura completamente insuspeita, menos de uma semana depois de o Barcelona ter sido eliminado em casa da Liga dos Campeões após ter estado com dois golos de vantagem sobre o Paris Saint-Germain e de ter perdido o jogo do título espanhol no Santiago Bernabéu.
 
Mesmo tendo contrato até junho de 2025, o treinador Xavi Hernández há muito que anunciou que vai sair no final desta época, que ficará marcada pela ausência de troféus e por um futebol pouco atrativo e de certa forma até antiquado para o ADN do clube, que é também o ADN futebolístico de Xavi. Para aquilo que o Barça é, foi uma temporada para esquecer. Mas para o estado em que o Barça está, o antigo médio até está a fazer um trabalho muito interessante.

terça-feira, 23 de abril de 2024

O trinco que começou nos distritais da AF Porto mas jogou no Euro 96. Quem se lembra de Tavares?

Tavares representou Benfica, Boavista a seleção nacional
Um daqueles casos improváveis de subida a pulso na carreira. Tavares foi internacional português por oito vezes, disputou três jogos no Euro 1996, jogou na Liga dos Campeões, representou FC Porto e Benfica, somou 200 jogos pelo Boavista e venceu três Taças de Portugal e duas Supertaças. Mas começou a carreira a jogar no modesto clube que o formou, o Oliveira do Douro, primeiro nos distritais da AF Porto (entre 1983 e 1985) e depois na III Divisão Nacional (1985 a 1988).
 
Haveria ainda de passar pelo Infesta (III Divisão em 1988-89, II Divisão em 89-90) antes de dar o salto para o FC Porto, clube ao qual havia marcado um golo nas Antas numa partida da Taça de Portugal em dezembro de 1989.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O búlgaro que fez 70 golos pelo Sporting e pôs um cachecol no leão do Marquês de Pombal. Quem se lembra de Iordanov?

Iordanov venceu uma fratura na coluna e a doença esclerose múltipla
O segundo capitão de equipa estrangeiro da história do Sporting, depois de Vágner, que se deixou levar pela euforia e, em plenos festejos da conquista de um título que escapava há 18 anos ao emblema leonino, subiu à estátua do Marquês de Pombal para colocar um cachecol ao pescoço do leão daquele monumento.
 
Ivaylo Iordanov foi um avançado que deixou a sua marca em Alvalade durante uma década, entre 1991 e 2001, mas que raramente apresentou números de goleador, tendo marcado 70 golos em 222 jogos, uma média inferior a um remate certeiro a cada três jogos. Mas era, acima de tudo, um lutador incansável, tendo superado um grave acidente de viação sofrido na Bulgária em 1995 que lhe valeu a fratura na coluna, e o diagnóstico de esclerose múltipla em 1997, tendo continuado a jogar futebol ao ponto de depois disso.

Algumas notas sobre o Vitória FC-União de Santarém

Foto: Vitória Futebol Clube
Ontem tive a oportunidade de ser um dos mais de 5100 espetadores que estiveram presentes no Vitória de Setúbal-União de Santarém, um jogo da jornada inaugural da fase de promoção à Liga 3, entre os primeiros classificados das séries C e D, mas já com cheirinho e nível de Liga 3.
 
Depois de cerca de hora em que os sadinos assumiram a iniciativa e os ribatejanos tentaram explorar sobretudo o contra-ataque de uma forma muito organizada e venenosa, os últimos 30 minutos ficaram marcados pelo sofrimento de quem (como eu, não vale a pena ser hipócrita…) apoiava a equipa da casa.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

A estrela argentina que pouco jogou no Sporting. Quem se lembra de Gabriel Heinze?

Gabriel Heinze representou o Sporting em 1998-99
Gabriel Heinze fez uma carreira fantástica: foi 72 vezes internacional A pela Argentina, venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), esteve em dois Mundiais (2006 e 2010), em outras tantas Copas América (2004 e 2007) e ainda numa Taça das Confederações (2005). Representou clubes como Paris Saint-Germain, Manchester United, Real Madrid, Marselha e AS Roma e quase sempre a jogar muito. Venceu títulos em Inglaterra, Espanha, França e também na sua Argentina, ao serviço do Newell’s Old Boys.
 
Mas antes de atingir o estrelato, este polivalente e não muito alto (1,79 m) defesa canhoto, que podia atuar no centro e no lado esquerdo do setor mais recuado, teve uma passagem fugaz pelo Sporting em 1998-99.

O que está lá atrás não conta. Nunca o mais pontuado da 1.ª fase foi campeão do Campeonato de Portugal

Vitória FC e Moncarapachense vão reencontrar-se na fase de subida
Começa este fim de semana a fase de subida do Campeonato de Portugal à Liga 3, com os dois primeiros classificados das séries A e B agrupados numa espécie de Série Norte e os dois primeiros das séries C e D agrupados na série mais a sul. Nesta altura, teoriza-se muito sobre mais favoritos e menos favoritos em função dos desempenhos dos vários conjuntos na fase regular, mas a história diz-nos que o que está lá atrás… não conta.
 
Não há um indicador mais expressivo do que este: nunca a equipa mais pontuada na primeira fase foi campeã do Campeonato de Portugal. E, em nove épocas, só por três vezes a equipa mais pontuada da etapa inicial subiu de divisão: Farense em 2017-18 (81 pontos), Fontinhas em 2021-22 (44) e Vianense em 2022-23 (53). Quem vai tentar quebrar este enguiço é o Amarante, que somou 59 pontos na Série B na presente temporada.

A minha primeira memória de… um jogo entre Boavista e Estrela da Amadora

Rui Óscar pontapeia a bola perante a pressão de Semedo
Embora não tenha qualquer afinidade com os clubes em causa, lembro-me bem dos dois jogos em que se defrontaram na I Liga em 2003-04. Porquê? Porque o Estrela da Amadora, apesar de ter vários futebolistas que nas épocas anteriores haviam passado por alguns dos grandes, como os ex-benfiquistas Paulo Madeira, Rui Baião e Sabry e o ex-sportinguista Marcos, foi uma espécie de saco de pancada das outras equipas no campeonato. Apenas somou 17 pontos em 34 jornadas – só o Penafiel de 2005-06 fez pior com 34 jornadas e vitória a valer três pontos (15) –, resultado de 25 derrotas, cinco empates e apenas quatro triunfos. E, desses quatro triunfos, dois foram frente ao Boavista, na Reboleira e no Bessa. Na altura achei tão curioso que não mais me esqueci.
 
Numa altura em que um homem da casa, Miguel Quaresma, já havia sucedido ao “luvas pretas” João Alves no comando técnico, os amadorenses partiram para a 12.ª jornada no último classificado, com apenas quatro pontos, ao passo que o Boavista de Erwin Sánchez ocupava a um interessante quinto lugar, a dois pontos do vice-líder Sporting. Os axadrezados, que continuavam a ter na equipa os campeões William, Rui Óscar, Martelinho, Duda, Frechaut e Jorge Silva e ainda contavam com Ricardo Silva, Raul Meireles, Ricardo Sousa e Fary, entre outros, tinha uma equipa claramente candidata a um lugar europeu e estavam a ter um bom início de época. Mas, na Reboleira, o Estrela agigantou-se, mostrando uma versão que pouco tinha sido avistada naquela época.

É pouco crível que o Sporting mude de sistema no pós-Amorim. Que treinadores gostam do 3x4x3?

3x4x3 está implementado no Sporting desde março de 2020
Tudo aponta para que Rúben Amorim deixe o Sporting no final da temporada. Não há fumo sem fogo e esse fumo vem sobretudo de Liverpool, de onde Jurgen Klopp sairá após a conclusão da época. Mas mesmo que Anfield não seja o destino, será difícil manter o treinador português num verão que promete ser rico em mudanças de comando técnico em outros dos principais clubes europeus, nomeadamente Barcelona e Bayern Munique, o que deverá girar um efeito dominó em emblemas de dimensão inferior. Porém, ainda se fala pouco (ou quase nada) de possíveis sucessores de Amorim no Sporting.
 
Desde que o antigo médio se tornou no timoneiro leonino, em março de 2020, que os verde e brancos têm vindo a jogar em 3x4x3 e a consolidar esse sistema. E, por muito que se diga que o que importa são as dinâmicas, é difícil imaginar que alguém chegue para orientar um plantel que neste momento tem sete centrais (St. Juste, Neto, Diomande, Rafael Pontelo, Coates e Eduardo Quaresma), apenas quatro médios (Hjulmand, Morita, Daniel Bragança e Koba Koindredi) e vários jogadores vocacionados para este sistema, como Coates e Nuno Santos, passe a jogar com uma linha de quatro atrás. 
 
É, por isso, pouco crível que a linha de três seja desfeita imediatamente no pós-Amorim. A não ser que se pretenda promover uma revolução em algo que está a correr tremendamente bem. Será, por esta linha de pensamento, fundamental que o próximo treinador do Sporting seja alguém que, no mínimo, não tenha qualquer tipo de aversão a um sistema de três centrais. E, se for possível conciliar um perfil na linha de Amorim que tenha já experiência em operacionalizar um 3x4x3 ou um 3x5x2, melhor ainda.
 
Neste sentido, fica aqui uma lista de treinadores que têm tido algum sucesso, que possam estar disponíveis para aceitar orientar o Sporting e que nos últimos anos têm utilizado um sistema de três centrais:

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Sabia que Taylor Swift foi babysitter das filhas de uma estrela do wrestling?

Taylor Swift com as filhas de Jeff Jarrett
Taylor Swift é uma das cantoras do momento em todo o mundo, mas antes esgotar concertos e vender discos teve de trabalhar noutras áreas para pagar as contas.
 
A estrela da música, que nasceu no estado norte-americano da Pensilvânia, mas cresceu no Tennessee, foi vizinha de Jeff Jarrett, numa fase em que “Double J” já tinha saído da WWE e assumia a gestão da TNA, empresa que o próprio fundou em conjunto com o pai, Jerry Jarrett. Nessa altura, cuidava das filhas do wrestler enquanto fazia concertos particulares na casa dela.
 
“Ela é de Hendersonville e é uma amiga da família. Houve uma fotografia que ressurgiu recentemente nas redes sociais e as pessoas ficaram a pensar que tinha sido feita no Photoshop, mas quem se vai esforçar para manipular no Photoshop uma foto da Taylor a tocar piano na minha casa?”, questionou, durante uma entrevista ao talkSPORT.com em agosto do ano passado.

O guarda-redes da equipa do Sporting que venceu a Taça das Taças. Quem se lembra de Carvalho?

Carvalho integrou o plantel do Sporting entre 1958 e 1971
Depois de Azevedo ter tocado na mesma orquestra dos cinco violinos e do polémico Carlos Gomes ter conquistado cinco campeonatos, o Sporting voltou a ir ao Barreiro recrutar um grande guarda-redes, Joaquim Carvalho, o guardião da equipa leonina que venceu a Taça das Taças e um dos magriços que marcaram presença na primeira participação portuguesa num Campeonato do Mundo.
 
Guarda-redes forte fisicamente, muito seguro e autoritário entre os postes, começou por jogar futebol nas camadas jovens do Operário do Barreiro, de onde se mudou para Luso aos 18 anos. Curiosamente, foi o porta estandarte do clube do Campo da Quinta Pequena na cerimónia da inauguração do Estádio José Alvalade, em 1956, o que lhe permitiu reforçar o sentimento sportinguista.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O “tosco” que jogou 70 minutos pelo FC Porto. Quem se lembra de Quintana?

Quintana integrou o plantel do FC Porto em 2001-02
Não foi fácil a viragem do milénio para o FC Porto. Viu a hegemonia interna ser interrompida, vivenciou o fim de ciclo de algumas das principais figuras das últimas épocas do pentacampeonato e revelou pouco acerto em contratações. Um desses flops foi precisamente Victor Quintana.
 
Médio internacional paraguaio de características defensivas, que vinha a ser bastante utilizado na qualificação para o Mundial 2002, foi contratado ao Olimpia por 2,5 milhões de euros durante o verão de 2001, a pedido de Octávio Machado e com a fama de ser forte fisicamente, recuperar muitas bolas e ter argumentos interessantes em termos ofensivos.

O ídolo do Sp. Braga que passou quatro meses no Sporting. Quem se lembra de Wender?

Wender representou o Sp. Braga entre 2002 e 2008
Há brasileiros que vêm de grandes clubes do Brasileirão e desiludem no futebol português e há outros que chegam a Portugal oriundos de emblemas modestos das divisões secundárias do Brasil e conseguem tornar-se figuras importantes do nosso campeonato. Wender é um desses casos.
 
Nascido em Guiratinga, estado de Mato Grosso, e neto de avô libanês, o antigo extremo esquerdo até passou por um clube com alguma importância no futebol brasileiro, o Sport do Recife, mas chegou a Portugal no verão de 1999, para reforçar a Naval, proveniente do modesto Democrata de Valadares. “Tinha feito um bom campeonato mineiro, fomos campeões no primeiro turno e destaquei-me. Depois tive a oportunidade de ir para o Atlético Mineiro, só que eles deram-me um contrato de seis meses e a Naval deu-me um de três anos”, contou à Tribuna Expresso em dezembro de 2016.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

“Na clínica um que acha que é Napoleão, outro que é Robinson Crusoé e ninguém acredita que sou Maradona”. As melhores tiradas de Diego

Maradona foi um jogador genial e um homem polémico
Tão genial dentro de campo quanto controverso fora das quatro linhas, Diego Armando Maradona disparou tiros de pressão de ar sobre jornalistas, teve problemas com a justiça italiana e tentou livrar-se várias vezes do vício da droga, tendo inclusivamente estado internado numa clínica de reabilitação.
 
Depois de mais um processo de desintoxicação, partilhou a experiência: “Na clínica há um que acha que é o Napoleão, há outro que diz que é o Robinson Crusoé e ninguém acredita que eu sou o Maradona.”
 
O antigo internacional argentino era assim, um tipo polémico, mas com bastante sentido de humor, até mesmo a recordar a infância difícil que viveu: “Cresci num bairro privado de Buenos Aires… privado de água, luz e telefone.”

O “Furacão” que brilhou no Belenenses e FC Porto. Quem se lembra de Emerson?

Emerson representou Belenenses e FC Porto
Era possante (1,86 m), levava tudo à frente e ninguém o conseguia travar no meio-campo, o que lhe valeu a alcunha de “Furacão”. Emerson jogou nos campeonatos de Inglaterra e Espanha, mas antes brilhou em Portugal.
 
Depois de cumprir a formação no Flamengo e de ter iniciado o percurso como sénior no Coritiba, o treinador brasileiro Moisés Andrade trouxe-o para Portugal no verão de 1991 para reforçar o Belenenses, então na II Liga. Entretanto o técnico, que só esteve dois meses no cargo, foi substituído pelo compatriota Abel Braga. E Emerson continuou a brilhar, ao ponto de captar o interesse dos três grandes.

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Data: 6 de abril de 2024
Arena: Wells Fargo Center
Localidade: Filadélfia, Pensilvânia
 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

O guardião húngaro que deixou marca no Sporting e no Vitória FC. Quem se lembra de Mészáros?

Mészáros brilhou no Sporting e no Vitória de Setúbal
Desprovido de um guarda-redes de grande categoria desde a saída de Vítor Damas para os espanhóis do Racing Santander em 1976, o Sporting contratou em 1981 aquele que era considerado um dos melhores guardiões europeus, Ferenc Mészáros, um internacional húngaro de 31 anos que havia marcado presença no Mundial 1978.
 
“Na altura, havia uma lei na Hungria que só possibilitava a saída de jogadores depois dos 30 anos. Quando atingi essa idade, recebi propostas de Alemanha, Áustria e Portugal. Escolhi o Sporting porque já conhecia o clube por dentro. (…) Em 1975-76, tinha jogado em Alvalade pelo Vasas e fiquei espantado com o apoio do público”, contou ao jornal Observador em 2017, que auferia um salário de três mil dólares por mês nos verde e brancos.

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e Marselha

Di María em ação no Benfica-Marselha de 2010
Ainda não era nascido quando Benfica e Marselha se defrontaram nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus em 1989-90 e não me recordo dos jogos particulares entre as duas equipas em outubro de 2000 e julho de 2004. Por isso, a minha primeira memória de um jogo entre encarnados e marselheses remonta ao duplo confronto de março 2010, a contar para os oitavos de final da Liga Europa.
 
Na altura, e sob a orientação de Jorge Jesus, a equipa lisboeta estava a praticar um belíssimo futebol, com jogadores como Maxi Pereira, Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Javi García, Pablo Aimar, Ramires, Saviola, Di María e Cardozo em grande forma e muito bem articulados coletivamente. Mesmo após seis campeonatos e de duas finais europeias nos 14 anos que se seguiram, essa equipa benfiquista de 2009-10 ainda hoje é recordada com saudade. Para uma geração, é mesmo lembrada como a melhor versão do Benfica que já viram.

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Data: 6 e 7 de abril de 2024
Arena: Lincoln Financial Field
Localidade: Filadélfia, Pensilvânia

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Quatro parafusos na coluna, quatro operações e três anos sem jogar. O terror de Delfim no Marselha

Delfim esteve no Marselha entre 2001 e 2006
Delfim, médio internacional português e pontapé-canhão campeão pelo Sporting em 1999-00, nunca teve propriamente sorte no que concerne à saúde física durante a carreira. Ainda de leão ao peito, foi operado três vezes ao joelho direito e sofreu uma rutura muscular que o obrigou a parar cerca de quatro meses. Mas ao serviço do Marselha viveu algo ainda pior, um autêntico filme de terror.
 
Transferido para o emblema do sul de França no verão de 2001 por uma verba a ronda os três milhões de euros, arrependeu-se da mudança pouco depois de aterrar em solo gaulês. “Cheguei a um clube que naquela altura não tinha minimamente um projeto desportivo. Era um clube à deriva”, contou à Tribuna Expresso em fevereiro de 2018.

“Curta, dececionante e explosiva”. Recorde a aventura de Futre no Marselha

Futre somou dois golos em oito jogos pelo Marselha
No Verão Quente de 1993, que ficou marcado por Paulo Sousa e Pacheco terem rescindindo unilateralmente contrato com o Benfica devido a salários em atraso e assinado pelo Sporting, Paulo Futre, que estava há menos de meio ano na Luz, decidiu não seguir o exemplo dos ex-companheiros de equipa e assim proporcionar um encaixe financeiro aos encarnados.
 
“Eu também podia rescindir e sair para um clube estrangeiro a custo zero. O Marselha pagou 3,5 milhões de euros ao Benfica pelo meu passe. O mesmo que o Atlético de Madrid tinha recebido uns meses antes. Podia ter invocado justa causa, tornar-me jogador livre e ficar com esse valor só para mim (ou, pelo menos, negociar uma parte substancial para receber logo à cabeça). Só não o fiz pelo grande senhor Jorge de Brito. Sempre me tratou com enorme correção e não merecia que eu saísse dessa maneira”, contou Futre no livro El Portugués.

A minha primeira memória de… um jogo entre Marselha e equipas portuguesas

Jorge Costa procura roubar a bola a Didier Drogba
 
Embora tanto os dragões como o Marselha tivessem ganhado protagonismo europeu ao longo das décadas de 1980 e 1990, foi necessário esperar até ao início do século XXI para que se pudessem finalmente defrontar num jogo oficial.
 
Na altura, o FC Porto era o detentor do campeonato português, da Taça de Portugal e da Taça UEFA, enquanto o Marselha regressava à Liga dos Campeões após três anos de ausência e procurava recuperar a hegemonia em França.

terça-feira, 9 de abril de 2024

“Os jogadores de 33 e 34 anos vão ter 37 e 38 no próximo Mundial, se não tiveram cuidado”. As melhores pérolas de Kevin Keegan

Kevin Keegan orientou o Newcastle entre 1992 e 1997 
Kevin Keegan é uma das personalidades mais importantes e carismáticas do futebol inglês. Como jogador venceu a Bola de Ouro em 1978 e 1979, ganhou três campeonatos, duas Taças UEFA e uma Taça dos Campeões Europeus pelo Liverpool, foi campeão alemão e finalista da Champions pelo Hamburgo. E como treinador foi selecionador de Inglaterra e promoveu o Newcastle e o Manchester City à Premier League.
 
Além disso, é uma figura cómica, que proferiu pérolas fantásticas, que levadas à letra redimensionariam, por exemplo, a noção de tempo. “Os jogadores de 33 e 34 anos vão ter 37 e 38 no próximo Mundial, se não tiverem cuidado”, afirmou, sugerindo, quem sabe, que hábitos saudáveis pudessem retardar o avançar da idade.

Hoje faz anos o central que foi subindo a pulso até sofrer uma grave lesão. Quem se lembra de Jorge Andrade?

Jorge Andrade somou 51 internacionalizações pela seleção A
Jorge Andrade já não apanhou esta era em que os centrais são super estimulados para sair a jogar, mas sempre foi um central elegante, que simultaneamente desarmava e entregava bem a bola, deixando-a jogável em vez de a atirar para a bancada.
 
Fez toda a formação no Estrela da Amadora, escapando ao radar dos três grandes e das seleções jovens nacionais, tendo sido lançado por Fernando Santos na equipa principal dos tricolores em 1997-98, temporada em que o emblema da Reboleira alcançou a sua melhor classificação de sempre na I Divisão, o 7.º lugar. Apenas nessa altura se estreou por uma jovem equipa das quinas, a de sub-20.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

“Não digo que sou o melhor do mundo. Mas estou seguramente no top-1”. As melhores pérolas de Brian Clough

Brian Clough guiou o Nottingham Forest a dois títulos europeus seguidos
O Nottingham Forest é o único clube que tem mais títulos europeus (dois) do que nacionais (um). Depois de se sagrar campeão inglês em 1977-78, ganhou a Taça dos Campeões Europeus em 1978-79 e 1979-80. Nas três conquistas, o homem do leme era Brian Clough, que havia pegado na equipa na Segunda Divisão de Inglaterra em janeiro de 1975. Impressionante, não é?
 
Contudo, nem tinha sido a primeira vez que este antigo avançado de Middlesbrough e Sunderland havia conquistado o título inglês ao comando de uma equipa que tinha assumido ainda no segundo escalão. Tinha feito o mesmo no Derby County, clube ao qual chegou em 1967, tendo-o promovido em 1968-69 e levado à glória nacional em 1971-72.

O croata que meteu o Sporting a jogar bom futebol apesar do 4.º lugar. Quem se lembra de Mirko Jozic?

Mirko Jozic orientou o Sporting em 1998-99
Nunca um treinador que tenha passado por um dos grandes do futebol português sem ter ido além do quarto lugar no campeonato terá deixado tão boa imagem como o croata Mirko Jozic, que orientou o Sporting em 1998-99.
 
Uma espécie de Carlos Queiroz da antiga Jugoslávia, começou a carreira de treinador aos 30 anos, depois de a de futebolista ter sido dada como terminada na sequência de uma grave lesão.
 
Guiou o modesto Junak à II Divisão da Jugoslávia e trabalhou durante 16 anos na Federação Jugoslava, entre 1972 e 1988, tendo conquistado o Campeonato do Mundo de sub-20 em 1987, ao leme de uma fantástica geração de jogadores como Zvonimir Boban, Robert Prosinecki, Predrag Mijatovic e Davor Suker.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Florentino ou… quando o bom é inimigo do ótimo

Florentino recuperou recentemente a titularidade
Florentino Luís é daqueles jogadores que raramente são criticados. Praticamente tudo o que faz, faz bem. Desarma (muito), falha poucos passes, pratica um futebol simples e dá estabilidade defensiva à sua equipa. Ajudou o Benfica de Bruno Lage a ser campeão em 2019-20 e o de Roger Schmidt a fazer o mesmo em 2022-23.
 
O problema é que o bom – e não haja dúvidas de que o médio internacional jovem português é bom – é inimigo do ótimo. Cada vez exige-se mais aos jogadores de cada posição. Ser dominante em apenas ou outro aspeto do jogo é cada vez mais insuficiente. E, no caso da posição 6, também se pedem coisas que Florentino não tem – ou pelo menos não tem tido – capacidade para dar.
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