Hoje faz anos o central que foi subindo a pulso até sofrer uma grave lesão. Quem se lembra de Jorge Andrade?
Jorge Andrade somou 51 internacionalizações pela seleção A
Jorge Andrade já não apanhou esta
era em que os centrais são super estimulados para sair a jogar, mas sempre foi
um central elegante, que simultaneamente desarmava e entregava bem a bola, deixando-a
jogável em vez de a atirar para a bancada.
Fez toda a formação no Estrela
da Amadora, escapando ao radar dos três grandes e das seleções jovens
nacionais, tendo sido lançado por Fernando Santos na equipa principal dos tricolores
em 1997-98, temporada em que o emblema
da Reboleira alcançou a sua melhor classificação de sempre na I
Divisão, o 7.º lugar. Apenas nessa altura se estreou por uma jovem equipa
das quinas, a de sub-20. A partir daí, foi sempre a subir
para aquele que utilizava o número 10 da equipa
amadorense. Foi ganhando progressivamente o seu espaço, tal como o viria a
fazer posteriormente no FC
Porto, na seleção
nacional e no Deportivo
da Corunha. Tornou-se dragão
no verão de 2000, reencontrou Fernando Santos e destronou Aloísio, mas
infelizmente para Jorge Andrade apanhou uma fase de transição marcada pela
ausência de títulos, entre o pentacampeonato e o ciclo vencedor levado a cabo
por José
Mourinho. Ainda assim ganhou a Taça
de Portugal e a Supertaça
Cândido de Oliveira em 2001, tendo inclusivamente marcado o golo ao Boavista
que valeu a conquista deste segundo troféu. Pelo meio fez a estreia pela seleção
nacional A numa goleada sofrida às mãos da França
em Paris (0-4) a 25 de abril de 2001.
Depois de uma temporada em que
foi o mais utilizado entre os jogadores azuis
e brancos (52 jogos) e logo após marcar presença num Campeonato
do Mundo de má memória, deu o salto para o campeonato
espanhol, onde atuou durante cinco anos durante uma das principais equipas do
país de nuestros hermanos naquela altura, o Depor. Demorou a conquistar o seu espaço
na Galiza, apesar da conquista da Supertaça de Espanha logo nas primeiras
semanas na equipa, mas tornou-se um dos indiscutíveis para Javier Irureta. Em
2003-04 ajudou os galegos
a chegar às meias-finais da Liga
dos Campeões, ajudando o Deportivo
a golear o AC
Milan por 4-0 no Riazor após ter perdido por 1-4 em Itália. Nas semifinais
encontrou o FC
Porto e protagonizou um dos momentos mais marcantes da eliminatória, quando
fingiu pontapear Deco no chão e foi expulso pelo árbitro alemão Markus Merk no Dragão.
Meses depois, ao lado do médio luso-brasileiro e de outros adversários dessa
noite, ajudou Portugal
a chegar à final do Euro 2004.
Entretanto o Depor
foi perdendo gás, mas Jorge Andrade continuou de pedra e cal ao lado de Ricardo
Carvalho no onze da seleção
nacional… até março de 2006, quando sofreu uma lesão grave no joelho
esquerdo num jogo dos galegos
diante do Barcelona
em Camp Nou no qual até tinha marcado um golo.
A partir daí, nunca mais foi o
mesmo. Ainda regressou à equipa
das quinas, mas não voltou a disputar uma fase final. No verão de 2007
transferiu-se para o Juventus,
que acabava de retornar à Serie
A após o escândalo Calciocaos, mas não foi além de cinco jogos ao
serviço de vecchia
signora, acabando por rescindir em abril de 2009. Em julho desse ano ainda treinou
à experiência no Málaga
e no ano seguinte chegou a comprometer-se com o FC Toronto, mas não voltou a
jogar futebol.
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