Dez jogadores que ficaram na história da Sanjoanense |
Fundado a 25 de fevereiro de 1924,
quando São João da Madeira ainda fazia parte do concelho de Oliveira de
Azeméis, a Associação Desportiva Sanjoanense participou por quatro vezes na I
Divisão, em 1946-47 e entre 1966 e 1969.
Ainda assim, o emblema alvinegro
é talvez mais conhecido pelo ecletismo especialmente expressivo em modalidades
como andebol, basquetebol, atletismo e hóquei em patins, e por uma formação que
é um autêntico viveiro de talentos: Rui Correia, Litos, Vermelhinho, Adelino
Teixeira, Secretário, João Alves, António Sousa, Antonio Veloso, Cândido Costa,
Ricardo Sousa e mais recentemente Xadas, Gil Dias, David Carmo e João Mário são
alguns desses exemplos.
Presença assídua nas competições
nacionais, a Sanjoanense milita desde 2014 no Campeonato
de Portugal.
Em quatro participações, 67
futebolistas representaram o clube no primeiro
escalão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Louro (35 jogos)
Louro |
Extremo esquerdo proveniente do Sporting,
clube pelo qual venceu a Taça das Taças em 1963-64, reforçou a Sanjoanense no
verão de 1965 e logo na primeira época em São João da Madeira conquistou o
título da II Divisão Nacional.
Seguiram-se três anos ao serviço dos sapateiros na I
Divisão. Em 1966-67 brilhou ao participar em 26 jogos e apontar oito golos
no campeonato,
diante de Sporting
(dois), Atlético
(dois), FC
Porto, Beira-Mar, Leixões
e Vitória
de Guimarães, contribuindo para o alcançar da permanência e para a
caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte esteve ao serviço dos sul-africanos do Powerlines e em 1968-69
não foi além de nove partidas (oito a titular) e um golo ao Varzim,
mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão continuou mais um ano no clube e depois rumou
ao Sp. Espinho.
9. Zequinha (38 jogos)
Zequinha |
Defesa central internacional brasileiro por cinco vezes, ingressou na Sanjoanense
no início de 1967 depois de ter passado pelo Palmeiras
e pelo Náutico no seu país.
Na primeira meia época participou
em quatro jogos na I
Divisão e na temporada seguinte disputou oito encontros, mas foi em
1968-69, quando os sapateiros foram despromovidos, que mais se destacou, ao
atuar nas 26 partidas do campeonato.
Após a descida de divisão
continuou mais um ano no clube e depois pendurou as botas. Contudo, haveria de
ficar ligado ao emblema alvinegro nas décadas seguintes como treinador nas
camadas jovens.
8. Álvarez (38 jogos)
Médio “armador” espanhol natural
de Vigo e com passagem pelo Sp. Espinho, surgiu na equipa principal da Sanjoanense
em 1965-66, época que culminou na conquista do título da II Divisão Nacional.
Na temporada seguinte estreou-se
no primeiro
escalão, tendo atuado em 22 jogos e marcado um golo à Académica,
além de ter contribuído para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Em 1967-68 ajudou a formação de
São João da Madeira a alcançar a sua melhor classificação de sempre na I
Divisão, o 10.º lugar, numa campanha em que foi utilizado em 16 encontros e
apontou quatro golos, diante de CUF
(dois), Sporting
e Benfica.
No verão de 1968 mudou-se para o
Cádiz, então a militar na II Divisão Espanhola.
7. Ferreira Pinto (46 jogos)
Ferreira Pinto |
Outro médio-armador, definição que na altura se dava aos centrocampistas
mais ofensivos, nasceu em Benguela e jogou durante seis anos no Sporting
– clube pelo qual venceu um campeonato
e a Taça das Taças – antes de se mudar para São João da Madeira no verão de
1967.
Na temporada seguinte participou em 21 encontros, mas foi impotente para
evitar a despromoção.
Haveria continuar mais um ano no clube, na II Divisão, rumando depois ao
emergente Farense.
6. Valter Ferreira (48 jogos)
Valter Ferreira |
O melhor marcador de sempre da Sanjoanense na I
Divisão, com 12 golos.
Médio de características ofensivas nascido em Angola
e formado no Sporting
ao lado de Vítor Damas, estreou-se no primeiro
escalão com a camisola do Varzim antes de se mudar para São João da Madeira
no verão de 1966, numa altura em que já era internacional jovem por Portugal.
Na primeira época no clube disputou 23 jogos no campeonato
e marcou seis golos, frente a Varzim, Atlético
(dois), Benfica,
Belenenses
e Beira-Mar, contribuindo ainda para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Já em 1967-68 foi utilizado em 25 partidas e voltou a faturar por meia
dúzia de vezes, diante de Sp.
Braga, Belenenses,
Tirsense,
Varzim, Vitória
de Guimarães e Barreirense,
ajudando os sapateiros a alcançar a melhor classificação da sua história, o
10.º lugar.
Depois deu o salto para o Belenenses,
passou por França,
Holanda,
Bélgica e Alemanha
e representou o Portimonense
antes de regressar à Sanjoanense em 1978-79, na altura para jogar na III
Divisão.
Haveria de falecer precocemente em setembro de 2006, aos 60 anos.
5. Saturnino (55 jogos)
Em 1966-67 disputou 23 jogos no primeiro
escalão e ajudou os sapateiros a chegar aos quartos de final, enquanto na
temporada seguinte foi totalista no campeonato,
tendo atuado nos 2340 minutos das 26 jornadas e contribuído para a obtenção do
10.º lugar, a melhor classificação de sempre do clube.
Já em 1968-69 participou em seis partidas (duas a titular) e foi
impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão voltou a Lisboa para representar o Oriental,
tendo ainda passado pelo Cova
da Piedade antes de encerrar a carreira.
4. Moreira (62 jogos)
Moreira |
Um filho da terra e um produto da formação do clube, que entrou na Sanjoanense
em 1960-61 e ascendeu à equipa principal dois anos depois, tendo contribuído
para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1964-65 e conquistado o título da II Divisão Nacional na
época seguinte.
Na estreia no primeiro
escalão, em 1966-67, disputou 15 jogos e marcou um golo ao Vitória
de Guimarães, tendo participado na caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte foi totalista no campeonato,
tendo atuado nos 2340 minutos das 26 jornadas e apontado um golo ao Barreirense
e ajudando os sapateiros a alcançar a melhor classificação da sua história, o
10.º lugar.
Já em 1968-69 foi utilizado em 21 encontros, mas foi impotente para
evitar a despromoção.
Depois da descida de divisão permaneceu no clube por mais alguns anos.
3. Jambane (63 jogos)
Jambane |
Mais um médio-armador, este nascido em Moçambique, e que jogou no 1º de
Maio de Lourenço Marques, no Régua, no Boavista
e no Feirense antes de reforçar a Sanjoanense no verão de 1964, tendo contribuído
para a caminhada dos sapateiros até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1964-65 e para a conquista do título da II Divisão Nacional
na época seguinte.
No regresso ao primeiro
escalão, em 1966-67, disputou 25 jogos e apontou dois golos, diante de FC
Porto e Vitória
de Setúbal, ajudando ainda os alvinegros a chegar uma vez mais aos quartos
de final da Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte participou
em 20 encontros e marcou um golo à CUF,
contribuindo para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube na I
Divisão, o 10.º lugar.
E na terceira e última época
entre a elite,
em 1968-69, atuou em 18 partidas (10 a titular), não conseguindo evitar a
despromoção.
Após a descida de divisão voltou
a Moçambique, tendo depois abraçado a carreira de treinador.
Haveria de falecer precocemente
em dezembro de 2001, aos 62 anos.
2. Freitas (64 jogos)
Freitas |
Defesa direito natural de Guimarães, chegou a São João da Madeira no
verão de 1966 depois de um longo trajeto no Vitória
de Guimarães e uma curta passagem pelo Famalicão.
Na primeira época na Sanjoanense
disputou 25 jogos e contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Em 1967-68 foi utilizado em 22
encontros e ajudou os sapateiros a alcançar a melhor classificação de sempre na
I
Divisão, o 10.º lugar.
Na temporada que se seguiu
participou em 17 partidas e marcou um golo ao Belenenses,
insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu mais um ano no clube.
1. Almeida (77 jogos)
Lateral esquerdo e capitão, esteve
ligado ao clube enquanto jogador durante duas décadas, tendo participado em
momentos como a conquista do título da II Divisão Nacional em 1965-66 e
contribuído para as caminhadas até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1964-65 e 1966-67.
Em termos de I
Divisão disputou 77 jogos em 78 possíveis (!) entre 1966 e 1969, falhando
apenas 114 minutos em três anos, sendo que em 1967-68 foi totalista no campeonato
e contribuiu para a obtenção do 10.º lugar, a melhor classificação da história
do clube.
O seu neto, o defesa Ricardo
Almeida, representou a equipa principal da Sanjoanense em 2015-16 e entre 2017
e 2020.
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