sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Alemães no Benfica. Um treinador e cinco jogadores antes de Waldschmidt

Os cinco germânicos que fazem parte da história do Benfica
A amostra da presença de alemães no Benfica é curta e foi iniciada no verão de 1999, quando as águias já tinham completado 95 anos de história. Antes do avançado Luca Waldschmidt, proveniente do Friburgo numa transferência que custou cerca de 15 milhões de euros aos cofres encarnados, somente um treinador e cinco jogadores – entre os quais dois do atual plantel – passaram pelo emblema da Luz.


Entre esta meia dúzia de germânicos, apenas dois conquistaram títulos, mas curiosamente nenhum deles foi o que esteve mais tempo ao serviço do clube. Três foram guarda-redes, todos com selo de seleção, e um era um treinador com um currículo à prova de qualquer desconfiança. Vale a pena recordá-los.


Jupp Heynckes
No verão de 1999, o Benfica contratou o treinador Jupp Heynckes para suceder a Shéu Han, que interinamente tinha substituído o escocês Graeme Souness na reta final da temporada 1998-99.
O arranque de temporada do alemão foi tremendamente auspicioso, uma vez que os encarnados lideraram o campeonato até ao arranque da 13.ª jornada, à frente de um FC Porto que envergava o estatuto de pentacampeão, e já tinham eliminado Dínamo Bucareste e PAOK na Taça UEFA. Nessa altura o germânico confirmava os créditos de campeão europeu pelo Real Madrid em 1997-98 e de bicampeão do seu país pelo Bayern Munique em 1988-89 e 1989-90 depois de uma carreira repleta de conquistas como jogador.
O pior veio depois. A 25 de novembro o Benfica é goleado por 0-7 no terreno do Celta de Vigo numa eliminatória europeia e dez dias depois perdeu o primeiro lugar na I Liga após um empate no Restelo. A partir daí as águias não só perderam terreno para o FC Porto como foram ultrapassadas por um Sporting em ascensão, conseguindo manter-se na luta até bem perto do final mas sempre a correr atrás dos rivais, terminando o campeonato em 3.º lugar. Na Taça de Portugal a campanha terminou com uma derrota caseira diante dos leões (1-3) nos oitavos de final.
Apesar do percurso acidentado, o currículo de Heynckes e a qualidade que a equipa foi exibindo a espaços mereceu a confiança de Vale e Azevedo, que manteve o treinador no arranque da temporada seguinte. Porém, o alemão foi despedido após uma vitória na Luz sobre o Estrela da Amadora à 4.ª jornada, após sete pontos no campeonato e uma derrota na Suécia diante do Halmstads na primeira mão da 1.ª eliminatória da Taça UEFA (1-2), despedindo-se com um registo de 27 vitórias, oito empates e 13 derrotas e um salto de 81-55 em golos em 48 jogos.
Depois da aventura em Portugal, o treinador alemão voltou ao Athletic Bilbao, um clube pelo qual já tinha passado na década anterior, e depois prosseguiu a carreira na Alemanha, onde orientou Schalke 04, Borussia Mönchengladbach, Bayer Leverkusen e Bayern Munique.


Robert Enke
Também no verão de 1999 aterrou em Portugal o jovem guarda-redes Robert Enke, então com 22 anos e com a missão de substituir Michel Preud’homme, que tinha acabado de se retirar. Na altura, o guardião tinha acabado de marcar presença na Taça das Confederações ao serviço da seleção principal da Alemanha apesar de o seu Borussia Mönchengladbach ter sido despromovido à II Bundesliga.
Embora tivesse lidado com a concorrência do internacional argentino Carlos Bossio, Enke foi dono e senhor da baliza encarnada durante as épocas 1999-00 e 2000-01, um período bastante intermitente da história do clube e marcado pela falta de títulos.
Em 2001-02 Enke começou a temporada como titular indiscutível e tudo apontava para que continuasse a sê-lo até final, mas o jovem Moreira roubou-lhe a titularidade em março e não mais a largou.
Apesar da perda de estatuto, o germânico deu o salto para o Barcelona na temporada seguinte, após 108 golos sofridos em 93 jogos de águia ao peito. Na Catalunha nunca foi feliz, mas depois de empréstimos a Fenerbahçe e Tenerife regressou ao seu país para representar o Hannover 96, clube que o catapultou para a estreia pela seleção alemã. Porém, decidiu pôr termo à vida a 10 de novembro de 2009, na sequência de uma depressão em grande parte motivada pela morte da filha Lara, em 2006.



Hans-Jörg Butt
Cinco anos após a saída de Enke chegou ao Benfica outro guarda-redes alemão, Hans-Jörg Butt, então um veterano de 33 anos rotulado de especialista a marcar grandes penalidades, tendo convertido 26 em toda a carreira na Bundesliga. Além disso, vinha de seis temporadas como titular indiscutível do Bayer Leverkusen e de outras quatro como dono da baliza do Hamburgo, tendo marcado presença no Euro 2000 e no Mundial 2002 ao serviço da seleção alemã, pela qual já tinha jogado em três particulares.
Porém, não foi feliz no Benfica. Nenhum dos treinadores dos encarnados nessa época, Fernando Santos, José Antonio Camacho e Fernando Chalana, o preferiu em detrimento de Quim, que nessa altura era o titular da seleção nacional. A campanha de Butt na Luz traduziu-se assim em sete jogos em todas as competições, entre os quais seis nas taças. No campeonato apenas jogou cerca de uma hora, numa partida em que Quim foi expulso.
Na época seguinte voltou à Alemanha e logo pela porta grande, para o Bayern Munique, tendo feito ativamente parte da equipa que em 2009-10 conquistou a dobradinha e chegou à final da Liga dos Campeões.


Hany Mukhtar
Em janeiro de 2015 o Benfica voltou a contratar mais um jogador com o selo de qualidade das seleções alemãs, o médio ofensivo Hany Mukhtar, de ascendência sudanesa. Nascido em Berlim, fez toda a formação e estreou-se no futebol profissional no Hertha, tendo chegado à Luz meio ano após ter contribuído para a conquista do título europeu de sub-19 ao serviço da Alemanha.
Mukhtar fez o primeiro jogo pela equipa B em abril, tendo apontado um golo no empate caseiro diante do Desp. Chaves (2-2), e estreou-se pela equipa principal no jogo da consagração dos encarnados como bicampeões nacionais, entrado no último quarto de hora da goleada sobre o Marítimo (4-1). Foram as duas únicas vezes em que vestiu de águia ao peito.
Seguiram-se empréstimos aos austríacos do Salzburgo e aos dinamarqueses do Brondby, acabando por ficar no emblema nórdico a título definitivo. Recentemente comprometeu-se com o Nashville Soccer Club, que se vai estrear na Major League Soccer em 2020.



Odysseas Vlachodimos
No verão de 2018, o Benfica contratou o guarda-redes Odysseas Vlachodimos. É verdade que hoje o jogador é internacional grego, mas nasceu e cresceu em Estugarda e por isso não deixa de ser alemão. Aliás, o guardião representou a Alemanha em 2011 no Europeu e no Mundial de sub-17 e em 2017 no Europeu de sub-21. Apenas em novembro de 2018, já depois de ter chegado ao clube da Luz, é que se estreou pela seleção da Grécia.
Vlachodimos fez toda a formação no Estugarda, clube pelo qual chegou a jogar a nível profissional em 2015. Porém, estava tapado pelo polaco Przemysław Tytoń e acabou por rumar aos gregos do Panathinaikos em janeiro de 2016. Após duas temporadas e meia em Atenas, transferiu-se para os encarnados.
De águia ao peito, o ágil guarda-redes greco-germânico soma 71 jogos, tendo encaixado 66 golos.



Julian Weigl
Por último, mas não menos importante, Julian Weigl, médio defensivo contratado ao Borussia Dortmund em janeiro de 2020 por 20 milhões de euros e que por isso é uma das aquisições mais caras de sempre da história das águias.
Internacional alemão que estava a sentir dificuldades para estabilizar como titular na formação germânica, pegou de estaca na equipa do Benfica, tendo disputado 21 jogos oficiais e apontado um golo com a camisola encarnada em meia época. 
Ao que tudo indica, estará seguro no onze após a chegada de Jorge Jesus, que aprecia as suas qualidades e deverá querer ver Weigl de pedra e cal à frente na defesa no 4x1x3x2 que costuma implementar nas suas equipas.


Além destes, também poderá ser considerado o avançado Kostas Mitroglou, que apesar de ter nascido na Grécia e de ter jogado pela seleção grega, tem dupla nacionalidade: grega e alemã.






















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