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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Há 50 anos o Sporting jogava na Alemanha. E por isso perdeu a Revolução dos Cravos

Sporting jogou em Magdeburgo a 24 de abril de 1974
Quando a Revolução dos Cravos colocou um ponto final a quase meio século de ditadura, a 25 de Abril de 1974, a equipa do Sporting não estava em Portugal. Os leões jogaram na véspera na República Democrática Alemã (RDA), diante do Magdeburgo, na segunda-mão das meias-finais da Taça das Taças, tendo sido derrotados por 2-1 depois de um empate a um golo a um em Alvalade. E depois ficaram a pernoitar em solo alemão oriental.
 
Com viagem de regresso marcada para o dia 25, a comitiva leonina acordou às 4:30 da manhã, pouco mais de quatro horas depois de “Grândola, Vila Morena” de José Afonso ter passado na Rádio Renascença e anunciado dessa forma aos militares que a Revolução estava em marcha.

terça-feira, 2 de abril de 2024

“Ele estava sempre na praia!” Quando Luís André Villas-Boas foi selecionador das Ilhas Virgens Britânicas

Villas-Boas viveu experiência exótica como treinador
Numa época em que o Championship Manager era um dos videojogos da moda, André Villas-Boas, então com 21 anos, resolveu viver uma aventura desafiante na vida real e candidatar-se por fax à Federação das Ilhas Virgens Britânicas em 1999, acabando por ser contratado, inicialmente para coordenador técnico.
 
“Fui às escuras, pensei que ia encontrar algo minimamente estruturado. Mas foi curioso, que eu chego e depois é que me vou adaptando à realidade do que era aquela vida”, contou à Tribuna Expresso em 2019, recordando, com saudade, “as praias excelentes” daquele que considera ser “um dos grandes paraísos do mundo”.

“Penálti, porra, pá. O árbitro está comprado. Você comprou o árbitro”. As melhores tiradas de Sousa Cintra

Sousa Cintra presidiu o Sporting entre 1989 e 1995
Excêntrico, divertido e bem-sucedido no mundo dos negócios, Sousa Cintra proporcionou algumas das tiradas mais engraçadas da história do futebol português. Além de ter partido o vidro do carro quando dava uma entrevista à TSF e confundido um pedido do ticket numa portagem com um pedido de título nacional, também baralhava jogadores com jogadores e jogadores com artistas.
 
No verão de 1992, numa altura em que a banda de rock britânica Dire Straits se preparava para atuar em Alvalade, os jornalistas perguntaram ao então presidente do Sporting o que achava do vocalista Mark Knopfler. “É bom jogador, mas o Sporting tem o plantel fechado”, respondeu.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Quem se lembra de ver o Farense na Taça UEFA?

Farense defrontou o Lyon na 1.ª eliminatória em 95-96
1995 foi o ano em que Faro entrou no mapa das provas da UEFA, dez anos depois de Portimão ter introduzido o Algarve na Europa do futebol. O Farense de Paco Fortes, Hassan, Helcinho, King, Miguel Serôdio, Jorge Soares, Sérgio Duarte, Hajry, Paixão, Tozé e Hugo Santos, entre outros, concluiu o campeonato de 1994-95 em quinto lugar, a melhor classificação de sempre do clube e a última posição de acesso à Taça UEFA.
 
Nessa primeira e por enquanto única campanha europeia dos leões de Faro, o sorteio ditou os franceses do Lyon como adversário na primeira eliminatória. É verdade que não era o Lyon de Juninho Pernambucano e companhia que dominou o campeonato francês na década seguinte, mas era uma equipa que tinha acabado de se sagrar vice-campeã nacional e que já era nessa altura um dos emblemas com mais tradição em França.

sexta-feira, 29 de março de 2024

Do “vamos ser campeões” no FC Porto ao “sou especial” à chegada ao Chelsea. As tiradas mais arrogantes de Mourinho

Mourinho prometeu o título logo à chegada às Antas
Há quem diga que a falsa modesta também é arrogância, mas no caso de José Mourinho não há dúvidas: é mesmo arrogante. E também é prepotente, altivo, insolente, pretensioso e, sobretudo, vencedor.
 
Começou a dar nas vistas, no que ao dom da oratória diz respeito, quando criticou publicamente Sabry, seu jogador no Benfica. “Isto não é o PAOK Salónica, é o Sport Lisboa e Benfica”, atirou na altura.
 
À chegada ao FC Porto, em janeiro de 2002, não fez a coisa por menos e prometeu o título na época seguinte: “Tenho a certeza que na próxima época vamos ser campeões.”

Quando Rui Costa marcou ao… Benfica: “Foi o pior golo da minha vida”

Rui Costa muito acarinhado no regresso à Luz
13 de agosto de 1996, Estádio da Luz, Benfica-Fiorentina, jogo de apresentação dos encarnados aos sócios. As águias eram comandadas por Paulo Autuori e tinham em campo jogadores como Preud’homme, Calado, Valdo, João Pinto e Donizete, ao passo que o conjunto de Florença contava, entre outros, com Francesco Toldo, Gabriel Batistuta e… Rui Costa, que pela primeira vez atuava no palco benfiquista na condição de adversário do clube do coração.
 
Bastante acarinhado no regresso a casa dois anos após partir para Itália, o maestro internacional português recebeu flores ainda antes do apito inicial. Mas o momento mais alto da noite ficou guardado para perto do apito final, numa altura em que os lisboetas venciam por 1-0 – golo de Valdo, obtido através de um livre direto ainda nos instantes iniciais. Rui Costa, que minutos antes já tinha ameaçado o empate, recebeu um passe de Batistuta, passou por entre Hélder e Dimas e, já à entrada da pequena área benfiquista, bateu Michel Preud’homme.

terça-feira, 26 de março de 2024

Do quadrado a três ao Real Madrid que jogou “poucachinho”. As melhores pérolas de Jorge Jesus

Jorge Jesus iniciou a carreira de treinador em 1989-90
Jorge Jesus é um dos melhores treinadores portugueses. Não da atualidade, mas de sempre. Ganhou três campeonatos em Portugal e um no Brasil, levou o Benfica a duas finais da Liga Europa e conquistou uma Taça Libertadores ao leme do Flamengo. Inversamente proporcional ao seu talento para o treino é a capacidade que tem em exprimir-se corretamente no idioma de Camões.
 
Mais engraçadas do que as calinadas rotineiras são aquelas que confundem conceitos. Quando orientava a União de Leiria, em 2005, e Ricardo Quaresma brilhava no FC Porto, o técnico referiu-se ao extremo como um “jogador virtual”, certamente quando quereria dizer “virtuoso”. Já no Benfica, mostrou camisolas para os jogadores “agrafarem”, em vez de “autografarem”.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Quando o Benfica jogou “com a tática do pirilau” mas “de uma forma bem ereta”

O onze com que o Benfica defrontou o Ruch Chorzow
Bem vistas as coisas, aquele Benfica da segunda metade da década de 1990 era de uma tremenda falta de... tesão: instabilidade diretiva, treinador atrás de treinadores, muitos jogadores de qualidade duvidosa e zero troféus desde a Taça de Portugal de 1995-96.
 
O brasileiro Paulo Autuori, que tinha feito bons trabalhos em Portugal ao comando de Nacional, Vitória de Guimarães e Marítimo e conquistado o campeonato brasileiro ao leme do Botafogo em 1995, foi um dos muitos técnicos que passaram pela Luz nesse período, tendo durado menos de meio ano no cargo.
 
Contratado no verão de 1996, até nem teve um mau arranque no campeonato, com seis vitórias e um empate nas primeiras sete jornadas, mas pelo meio esteve ligado a uma das maiores humilhações da história do Benfica, a goleada por 0-5 sofrida ante o FC Porto, em casa, na segunda-mão da Supertaça Cândido de Oliveira.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Do único neurónio de Pacheco ao “voyeur” Wenger. As melhores tiradas de Mourinho contra rivais

Mourinho teve vários atritos contra colegas e profissão
Para José Mourinho, as conferências de imprensa não são um mero compromisso. São uma oportunidade para estimular os seus jogadores, condicionar adversários e árbitros, puxar dos galões e atacar inimigos.
 
Foquemo-nos nesta última. Já quando orientava o Chelsea, viu Jaime Pacheco criticar a forma cautelosa como os blues se apresentaram no Dragão num jogo da Liga dos Campeões e, no âmbito de um comentário à estreia de Jorge Costa no comando técnico do Sp. Braga, visou o então treinador do Boavista: “Em Portugal há muitos líricos, muitos que gostam de ver os portugueses fracassarem. Não me espanta que venha alguma crítica à postura do Jorge e do Braga em Parma. Se aparecem alguns inteligentes como o Jaime Pacheco, que só tem um neurónio e funciona mal, o Jorge sabe lidar com esses inteligentes de um neurónio só.”

quinta-feira, 7 de março de 2024

O ministro português em Bérgamo. Quem se lembra de Costinha na Atalanta?

Costinha só disputou um jogo pela Atalanta entre 2007 e 2010
Costinha assinou pela Atalanta no verão de 2007 e esteve vinculado ao clube de Bérgamo até fevereiro de 2010, mas, entre lesões, acusações, desmentidos e pressões, só jogou uns míseros 64 minutos.
 
Numa altura em que já tinha 32 anos e não era convocado por Luiz Felipe Scolari para a seleção nacional há cerca de um ano, o trinco português trocou o Atlético Madrid, pelo qual tinha atuado em mais de 30 encontros em 2006-07, pelo emblema italiano, por insistência do treinador Luigi Delneri, que o havia orientado durante algumas semanas no FC Porto.
 
Com o estatuto de campeão europeu pelos dragões e vice-campeão europeu e semifinalista do Mundial por Portugal, Costinha até começou a aventura na Atalanta como titular, tendo atuado 64 minutos numa vitória caseira sobre o Parma em setembro de 2007, cumprindo assim o sonho de jogar na Série A. Porém, contraiu uma lesão grave e nunca mais jogou até formalizar a rescisão.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Quem se lembra do boato que arruinou a carreira de Calado?

Calado somou 187 jogos e oito golos pelo Benfica
Médio de características defensivas, Calado vinha a fazer uma bela carreira. Terminou a formação e iniciou o percurso como sénior no Casa Pia, brilhou no Estrela da Amadora ao ponto de ser chamado à seleção nacional AA e conquistou o seu espaço no Benfica. Somou 187 jogos e oito golos de águia ao peito entre 1995 e 2001, foi subindo na hierarquia do plantel e, após o despedimento de João Vieira Pinto no verão de 2000, tornou-se no capitão de uma equipa que tinha Robert Enke, Paulo Madeira, Karel Poborsky, Maniche e Pierre Van Hooijdonk, entre outros.
 
Uma grande honra para o jogador embora as coisas desportivamente não estivessem a correr bem aos encarnados, que não eram campeões desde 1993-94 e no ano anterior tinham passado por uma humilhante goleada por 0-7 aos pés do Celta de Vigo para a Taça UEFA.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

“A boca morre pelo peixe” e “sem migo”. As melhores pérolas de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira foi presidente do Alverca e do Benfica
Filho de um pedreiro e de uma mãe que trabalhava nas confeções, Luís Filipe Vieira nasceu e cresceu no Bairro das Furnas, um bairro social de pequenas casas prefabricadas perto do Jardim Zoológico de Lisboa, e desistiu dos estudos após concluir o ensino primário. Não raras as vezes, admitiu que só tinha a quarta classe e que não tinha vergonha em dizê-lo.
 
Conhecido pelos amigos por “Cabeçudo” ou “Ventoinha”, começou a trabalhar aos 14 anos e não foi a falta de estudos que o impediu de se tornar num empreendedor, tendo começado a fazer dinheiro no ramo dos pneus, numa longa caminhada no mundo dos negócios que haveria de fazer dele uma das 100 pessoas mais ricas de Portugal.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

“Qual é o joelho que queres, cabrão?”. Quando Futre apontou uma pistola a Dani

Futre na apresentação de Dani no Atlético em janeiro de 2001
O Atlético Madrid conquistou dois campeonatos de Espanha e foi a duas finais da Liga dos Campeões nos últimos dez anos e ganhou três Ligas Europa nos últimos quinze, mas não assim há tanto tempo o emblema colchonero estava na II Liga Espanhola em… zona de despromoção.
 
É verdade. A 5 de novembro de 2000, após uma derrota em casa ante o Tenerife (1-2), o Atleti caiu para a 19.ª posição, ao cabo de onze jornadas. Se o campeonato terminasse naquele dia, desceria para a II Divisão B.
 
No dia seguinte, Paulo Futre iniciou funções como diretor desportivo e começou a arrumar a casa. Já depois de ter mostrado os testículos a todo o plantel, para pedir tomates aos jogadores para saírem daquela situação, e de gerir a contestação ao presidente Gil y Gil, começou a analisar o mercado à procura de um lateral esquerdo, um trinco e um extremo.
 
Certo dia, recebeu uma chamada daquele que era o principal agente português na altura, José Veiga, que lhe propôs a contratação de Dani, um talentoso esquerdino capaz de jogar nas alas ou atrás do ponta de lança, mas que estava completamente queimado no futebol devido à sua vida boémia.  Tinha contrato com o Benfica, mas as águias queriam ver-se livres dele a todo o custo.

Da “primeira grande professora de sexo” às amigas bissexuais. As aventuras mulherengas de Futre

Futre fez anúncios de estimulantes sexuais masculinos
Fama não lhe faltava. E proveito também não. Estrela de anúncios de estimulantes sexuais masculinos quando já ia na meia idade, Paulo Futre teve enquanto jovem, ao longo da sua carreira de futebolista, “inúmeros episódios relacionados com o sexo feminino”. É o próprio que o assume no livro El Portugués, publicado em 2011, e no qual conta que sempre lidou “muito bem com esse assédio”, tendo passado por “algumas histórias bizarras”.
 
Tudo começou no Porto. Com 19 aninhos e o estatuto de uma das principais figuras do FC Porto, tinha “algumas amigas especiais, mas sem compromisso”, até que numa viagem de Lisboa para o Porto de comboio, depois de representar a seleção nacional, conheceu uma mulher na casa dos 30 e poucos anos. “Que senhora”, disse para dentro, antes de a conversa começar a fluir.
 
“Quando somos jovens, temos sempre o objetivo de estar com uma mulher mais velha. Alguém que nos pode ensinar outras coisas. E é isso que vai acontecer. Nesse dia começa uma história louca entre nós. Posso dizer que ela se transforma na minha primeira grande professora de sexo”, contou no livro.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

“O que hoje é verdade amanhã é mentira”. Recorde a origem da histórica frase e o seu autor

Pimenta Machado foi presidente do V. Guimarães entre 1980 e 2004
“O que hoje é verdade amanhã é mentira” é uma daquelas frases que ficaram lapidadas na história do futebol português. O seu autor, é do conhecimento geral, foi António Pimenta Machado, histórico presidente do Vitória de Guimarães, que dirigiu o clube entre 1980 e 2004. Juntamente com Valentim Loureiro e Pinto da Costa fez parte de uma geração de líderes carismáticos, polémicos e que pareciam eternizar-se nas funções, sendo que um deles escapou à justiça única e exclusivamente por ilegalidade das provas recolhidas e ainda anda por aí, com apoiantes extremamente fiéis.

Desceu duas equipas na mesma época, mas tinha boas tiradas. Quem se lembra do treinador Luís Campos?

Luís Campos esteve nas descidas do Vitória e do Varzim à II Liga em 2003
Luís Campos é hoje uma figura conceituadíssima no futebol mundial. É só consultor do presidente do Paris Saint-Germain, uma espécie de diretor desportivo oficioso, que se especializou em scouting desde que trabalhou como observador do Real Madrid então orientado por José Mourinho, construiu a equipa do Mónaco que haveria de conquistar o título francês em 2016-17 e render centenas de milhões de euros em transferências e repetiu a façanha monegasca no Lille.
 
Hoje, é talvez a referência maior do mundo do futebol quando o tema é scouting. Tem uma base de dados própria e um método de observação que visa reduzir o erro, com suporte tecnológico e algoritmos gerados por dados estatísticos.

“Se a minha avó tivesse rodas seria um camião”. Recorde as melhores pérolas de Paulo Bento

Paulo Bento sentiu-se roubado na final da Taça da Liga de 2009
Satirizado por Ricardo Araújo Pereira no Diz que É uma Espécie de Magazine, Paulo Bento proporcionou muitos momentos de humor quando foi treinador do Sporting, entre 2005 e 2009, mesmo que fosse raro vê-lo sorrir.
 
No início da época 2006-07, os leões perderam em Alvalade ante o Paços de Ferreira graças a um golo marcado com a mão por parte do brasileiro Ronny. No final do jogo, questionaram o técnico sobre o lance, e a resposta ficou para a história: “Se foi com a mão não é polémico. Com a mão é andebol, basquetebol, voleibol… Futebol, com os pés, com as pernas, com a cabeça.”

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Sonhava ser “uma espécie de Berlusconi do Benfica”. Quem se lembra de Vale e Azevedo?

Vale e Azevedo foi presidente do Benfica entre 1997 e 2000
Na história do Benfica só há dois estatutos que são indiscutíveis: Eusébio melhor futebolista de sempre e Vale e Azevedo pior presidente de sempre.
 
Numa altura em que o FC Porto tinha a hegemonia do futebol português, este advogado, que havia sido assessor jurídico de Francisco Pinto Balsemão quando o patrão da Impresa era primeiro-ministro, foi eleito presidente das águias em outubro de 1997 e garantiu que ia meter muito dinheiro no clube, que atravessava uma grave crise financeira. E também deixou claro qual era a sua inspiração: “Não pretendo ser um mecenas, mas uma espécie de Silvio Berlusconi do Benfica.”
 
Em parte, cumpriu a promessa, pois, tal como o antigo presidente do AC Milan, também foi condenado pela justiça a uma pena de prisão.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

“Faca de dois legumes” e não só. Recorde as melhores pérolas do Boavistão

Jaime Pacheco levou o Boavista à conquista do título
No período da viragem do século, com o Boavista nos primeiros lugares do campeonato e relativamente pujante na Europa, não faltavam conferências de imprensa e consequentes perguntas e respostas. E com microfones constantemente à frente do carismático Jaime Pacheco, a quantidade de tesourinhos é vasta.
 
Mas o treinador dos axadrezados, que um dia chamou “doente” a José Mourinho, não era o único capaz de cometer gaffes. Instado a comentar o estilo de jogo da equipa em dezembro de 2000, o central Litos disse que “jogar à defesa pode ser uma faca de dois legumes”.
  
Certamente que se queria referir à expressão metafórica faca de dois gumes, que designa algo que sendo capaz de trazer uma consequência benéfica traz também uma desfavorável, mas Jaime Pacheco não perdoou. Dois anos e meio depois, em vésperas de o Boavista defrontar o Hertha de Berlim para a Taça UEFA, o técnico boavisteiro foi questionado sobre se iria haver uma marcação individual à grande estrela da equipa germânica, o médio ofensivo brasileiro Marcelinho Paraíba, e lembrou a frase do seu antigo jogador: “Fazer uma marcação homem a homem ao Marcelinho pode ser uma faca de dois legumes, como agora se diz.”

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Quem se lembra de quando Conceição se atirou a “Merdaíl” e acusou Scolari de preferir jogadores patrocinados pela Nike?

Sérgio Conceição e Gilberto Madaíl no Jamor em 2002
Filho de um pedreiro, Sérgio Conceição cresceu no seio de uma família humilde nos arredores de Coimbra e ficou órfão de pai e mãe ainda enquanto adolescente. Também não era propriamente o mais talentoso dos jogadores, mas tinha na garra a principal imagem de marca, tendo conseguido uma carreira de futebolista muito bonita: passou por três empréstimos antes de se afirmar no FC Porto, ganhou tudo em Portugal, conquistou um campeonato, duas Taças e uma Supertaça de Itália, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia ao serviço da Lazio, brilhou no Euro 2000 com um hat trick à Alemanha e já na curva descente foi eleito o melhor jogador do campeonato belga.
 
Mas esse nervo que exibia em campo também vem ao de cima quando é chamado a falar. Não é só desde que é treinador que tem declarações impetuosas e intempestivas. Tem o coração na boca, é genuíno, não tem filtros e, obviamente, acaba por cometer erros tanto na forma como no conteúdo. A diferença é que, agora, tem de falar publicamente várias vezes por semana.
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