Um nome que tem de estar presente
quando o assunto é melhores defesas centrais de sempre do Sporting.
“Classe” é a palavra mais vezes utilizada para descrever Luisinho, uma antítese
do estereótipo da posição, porque até era relativamente baixo (1,79 m) e não
era propriamente viril. “Quem sabe jogar
não precisa bater”, afirmou numa entrevista ao Maisfutebol
em abril de 2016.
Natural de Nova Lima, no estado
brasileiro de Minas Gerais, despontou no Vila Nova, mas foi no Atlético
Mineiro que se notabilizou, entre 1978 e 1989. Nesse período conquistou 10
campeonatos mineiros e somou as 34 internacionalizações pelo escrete
que tem no currículo, tendo inclusivamente feito parte da mítica seleção
brasileira que participou no Mundial 1982, muitas das vezes mais recordada
do que algumas das que venceram Campeonatos do Mundo.
Para muitos adeptos do Vitória
de Setúbal é inesquecível a equipa de 1993-94, que obteve um honroso sexto
lugar na I
Divisão e era liderada em campo pela dupla de goleadores africanos composta
por Rashidi Yekini e Chiquinho Conde. Juntos marcaram 36 golos no campeonato, com
o nigeriano a sagrar-se melhor marcador da prova (21 golos) e o moçambicano a
acabar no top 5 da tabela de artilheiros (15 remates certeiros).
Mas naquele ataque havia um
terceiro elemento que galvanizava as bancadas do Bonfim,
o rápido e driblador Sérgio Araújo. Na verdade, há um antes e depois da estreia
do brasileiro pelos sadinos.
Antes de realizar o seu primeiro jogo, a equipa então orientada por Raul Águas
ocupava isoladamente o último lugar, com apenas três pontos (um triunfo e um
empate) em nove jornadas. A estreia de Sérgio Araújo pelo Vitória
aconteceu a 21 de novembro de 1993, no Bonfim,
numa goleada ao… Benfica
(5-2). Nessa partida o extremo brasileiro foi titular, tendo estado em campo
durante a primeira hora de jogo e apontado o segundo golo dos setubalenses.
Fred brilhou no Fluminense entre 2009 e 2016 e entre 2020 e 2022
Talvez seja exagerado dizer que Fred
estava para o futebol brasileiro como David Beckham estava para o futebol
mundial, mas a verdade é que o antigo
avançado internacional canarinho era um sex symbol no seu país.
Com tanto ou mais sucesso entre o
género feminino do que entre os centrais adversários (sobretudo os do futebol
europeu…), conseguiu projetar o seu mediatismo para lá do desporto-rei. Durante
a sua primeira passagem pelo Fluminense,
entre 2009 e 2016, e mesmo em jogos da seleção
brasileira, tornou-se normal as mulheres gritarem: “Fred,
vem me pegar.” Já as claques, maioritariamente masculinas, festejavam os golos
do atacante ao som de “O Fred
vai te pegar.” Um cântico personalizado, tal como os sportinguistas entoavam “Se
o Paulinho mostra os dentes, eles até caem”.
Dadá Maravilha foi internacional brasileiro por cinco vezes
Folclórico, engraçado, narcisista
e com faro para o golo. Assim era Dadá Maravilha, o terceiro maior goleador de
sempre do futebol brasileiro, apenas atrás de Pelé
e Romário.
Pelas suas contas, foram 926 remates certeiros ao longo de uma carreira que
durou entre 1967 e 1986 e na qual representou clubes como Atlético
Mineiro, Internacional
de Porto Alegre, Flamengo
e Sport
Recife.
Os muitos golos que marcava
davam-lhe uma enorme moral, apesar de ser algo desajeito e pesado. “Só existem
três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”,
afirmou numa ocasião.
O antigo médio brasileiro Gilberto Silva fez uma belíssima carreira. Fez parte da última seleção brasileira campeã mundial (2002) e da última equipa do Arsenal campeã de Inglaterra, os invencíveis de Arsène Wenger que conseguiram o feito inédito de terminar o campeonato da Premier League sem qualquer derrota (2003-04). Em 2006 esteve a escassos minutos de vencer a UEFA Champions League, mas o FC Barcelona de Frank Rijkaard roubou-lhe esse sonho - curiosamente, o golo decisivo dessa final foi marcado pelo compatriota Juliano Belletti.
No escrete de Luiz Felipe Scolari, numa altura em que ainda jogava no Clube Atlético Mineiro, fazia dupla a meio-campo com Kléberson, do Athletico Paranaense, ajudando a suportar o peso de dois laterais extremamente ofensivos (Cafú e Roberto Carlos) e um tridente de ataque de luxo (Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo Nazário). Após esse Mundial, Gilberto Silva transferiu-se para o Arsenal. Já Kléberson rumou ao Manchester United um ano depois (ao mesmo tempo de Cristiano Ronaldo), mas mais pelo que fez no Campeonato do Mundo do que por outra coisa qualquer, o que até levou Sir Alex Ferguson a assumir publicamente esse erro.
Tal como na seleção brasileira, Gilberto Silva foi, ao lado de Patrick Vieira, o carregador de piano dos gunners, que tinham nas posições mais ofensivas craques como Robert Pires, Fredrik Ljungberg, Dennis Bergkamp e um senhor a quem, a meu ver, a Bola de Ouro fugiu injustamente: Thierry Henry.