sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Benfica na I Divisão

Dez figuras míticas da história centenária do Sport Lisboa e Benfica
Fundado a 28 de fevereiro de 1904 por antigos alunos da Casa Pia na Farmácia Franco, em Belém, o Sport Lisboa fundiu-se com o Sport Clube de Benfica a 4 de setembro de 1908, no início de uma história centenária e repleta de conquistas.

Depois de ter demonstrado a sua força no Campeonato de Lisboa e no Campeonato de Portugal nas primeiras décadas de existência, o emblema encarnado não só foi um dos clubes que esteve na primeira edição na I Divisão, em 1934-35, como esteve em todas as edições da prova e é recordista de títulos (37).


Na contabilidade benfiquista entram nove bicampeonatos, seis tris e um tetra, assim como onze dobradinhas e um triplete.

Relativamente a futebolistas, foram quase sete centenas os que jogaram de águia ao peito na I Divisão. Vale a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. Toni (298 jogos)

Toni
Médio natural de Anadia, no distrito de Aveiro, chegou ao Benfica no início da época 1968-69 oriundo da Académica, quando tinha 21 anos, depois de ter dado os primeiros passos no futebol ao serviço do Instituto Salesiano e mais tarde no Anadia.
No plantel do clube da Luz ficou até 1980-81, tendo conquistado oito campeonatos (1968-69, 1970-71 a 1972-73, 1974-75 a 1976-77 e 1980-81) e cinco Taças de Portugal (1968-69, 1969-70, 1971-72, 1979-80 e 1980-81) nesse período. Pelo meio, em 1977, teve uma curta passagem pelos norte-americanos dos Las Vegas Quicksilvers.
Em 1972 foi eleito futebolista português do ano para o CNID e no ano seguinte ajudou as águias conquistarem o título nacional sem qualquer derrota, algo inédito na altura em Portugal. Foi também enquanto jogador do Benfica que somou as suas 32 internacionalizações ao serviço da equipa das quinas, entre outubro de 1969 e março de 1978.
Após encerrar a carreira continuou ligado ao clube, integrando várias equipas técnicas. Em 1987-88 tornou-se pela primeira vez treinador principal, continuando no cargo na época seguinte. Depois voltou para adjunto de Sven-Göran Eriksson e Tomislav Ivic antes de voltar a ser o homem do leme entre outubro de 1992 e julho de 1994 e entre dezembro de 2000 e dezembro de 2001.



9. Eusébio (301 jogos)

Eusébio
É na nona posição do ranking de futebolistas com mais jogos na I Divisão pelo Benfica que surge a figura maior da história do clube: Eusébio da Silva Ferreira. Tudo começou a 8 de junho de 1961, aos 19 anos, numa goleada ao Belenenses no Restelo (4-0) em que marcou um golo, depois de ter sido recrutado ao Sporting de Lourenço Marques e de ter fugido ao rival Sporting, viajando de Moçambique para Portugal sob um nome falso, Ruth Malosso.
Com esse pequeno contributo nesse jogo com os azuis, o Pantera Negra conquistou em 1960-61 o seu primeiro de 11 títulos nacionais, um recorde em Portugal. Porém, nos outros dez (1962-63 a 1964-65, 1966-67 a 1968-69, 1970-71 a 1972-73 e 1974-75) teve um contributo muito maior. Venceu ainda uma Taça dos Campeões Europeus (1961-62) e cinco Taças de Portugal (1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72).
Em 15 épocas de águia ao peito, foi por sete vezes melhor marcador do campeonato (1963-64 a 1967-68, 1969-70 e 1972-73), sendo que os seus 42 golos em 1967-68 e os 40 em 1972-73 também lhe valeram a Bota de Ouro. No entanto, foi em 1964-65, quando apontou (apenas) 28 golos na I Divisão, que conquistou a Bola de Ouro da revista France Football. É ainda o melhor marcador de sempre dos encarnados na I Divisão, com 315 golos.
Paralelamente, tornou-se internacional português em outubro de 1961, tendo somado 64 jogos e 41 e brilhado no Mundial 1966 ao serviço da equipa das quinas.
Deixaria o Benfica em 1973 para se aventurar no futebol dos Estados Unidos e do México, tendo voltado a Portugal para curtas passagens por Beira-Mar (1976-77) e União de Tomar (1977-78), esta última na II Divisão. Após pendurar as botas, no final da década de 1970, integrou as várias equipas técnicas das águias na qualidade de treinador de guarda-redes.



8. Simões (310 jogos)

Simões
Natural de Corroios, no concelho do Seixal, António Simões chegou ao Benfica ainda idade de júnior, em 1960, proveniente do Almada, já depois de ter feito testes no Belenenses e de o Sporting se ter mostrado interessado na sua contratação. No final de 1961, este talentoso extremo esquerdo subiu à equipa principal, à beira de completar 18 anos, e rapidamente se tornou uma peça importante no plantel então às ordens do húngaro Béla Guttmann, tendo inclusivamente jogado na final em que as águias venceram o Real Madrid (5-3) e conquistaram a sua segunda Taça dos Campeões Europeus consecutiva.
Contemporâneo de Eusébio, haveria de jogar pelos encarnados até maio de 1975, antes de se aventurar no futebol dos Estados Unidos e de representar Estoril, Viseu e Benfica e União de Tomar em solo luso. De águia ao peito conquistou dez campeonatos (1962-63 a 1954-65, 1966-67 a 1968-69, 1970-71 a 1972-73 e 1974-75) e cinco Taças de Portugal (1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72), além do já citado título continental.
Internacional desde maio de 1962, quando tinha apenas 18 anos, representou por 46 vezes a seleção portuguesa, tendo apontado três golos, um dos quais ao Brasil no Mundial 1966.



7. Bento (329 jogos)

Bento
Com apenas 1,73 m, Bento é o guarda-redes benfiquista com mais jogos na I Divisão e talvez o mais icónico da história do clube. Ribatejano natural da Golegã, chegou ao Benfica no verão de 1972 depois de defender as balizas de Atlético Riachense e Goleganense nas camadas jovens e do Barreirense no futebol sénior.
No primeiro ano e meio na Luz viveu na sombra de José Henrique, mas foi progressivamente ganhando o seu espaço não só no onze como na história dos encarnados. De águia ao peito conquistou nove campeonatos (1972-73, 1974-75 a 1976-77, 1980-81, 1982-83, 1983-84, 1986-87 e 1990-91), seis Taças de Portugal (1979-80, 1980-81, 1982-83 e de 1984-85 a 1986-87) e duas Supertaças (1980 e 1985), tendo participado ativamente na campanha até à final da Taça UEFA em 1982-83.
Despediu-se das balizas à beira de completar 44 anos, em 1991-92, no final da segunda época consecutiva sem qualquer minuto de utilização no Benfica, clube que representou durante duas décadas. Depois continuou ligado às águias enquanto treinador de guarda-redes.
Pela seleção nacional contabilizou 62 internacionalizações entre 1976 e 1982, tendo brilhado no Euro 1984. Também esteve no Mundial 1986, mas lesionou-se com gravidade num treino após o jogo de estreia, diante de Inglaterra (1-0), e não mais voltou a ser chamado, até porque a lesão lhe custou a titularidade no emblema da Luz.



6. Luisão (337 jogos)

O único não português entre os 25 jogadores com mais partidas disputadas na I Divisão pelo Benfica e o único entre os 10 primeiros deste ranking que nunca jogou no velhinho Estádio da Luz. O central brasileiro chegou aos encarnados proveniente do Cruzeiro no verão de 2003, numa fase em que os encarnados jogavam no Jamor enquanto terminavam as obras do novo estádio.
Marcou logo na estreia, num empate a três golos com o Belenenses no Estádio Nacional (3-3), e rapidamente conquistou a titularidade na equipa às ordens do espanhol José Antonio Camacho. Na temporada seguinte, em 2004-05, revelou-se decisivo para a conquista do título nacional que fugia há 11 anos aos benfiquistas, ao marcar o golo que deu a vitória sobre o Sporting na penúltima jornada.
Voltou a ser campeão em 2009-10 e entre 2013-14 e 2016-17 e venceu ainda três Taças de Portugal (2003-04, 2013-14 e 2016-17), quatro Supertaças (2005, 2014, 2016 e 2017) e sete Taças da Liga (2008-09 a 2011-12 e 2013-14 a 2015-16). Esteve ainda nas campanhas até às finais da Liga Europa em 2012-13 e 2013-14.
Despediu-se da Luz e dos relvados no final de 2018, aos 37 anos, depois de 15 no clube, grande partes deles enquanto capitão.
Paralelamente teve um percurso respeitável na seleção brasileira, pela qual somou 47 internacionalizações e três golos. Enquanto jogador do Benfica, esteve na Copas América de 2004 e 2011, nas Taças das Confederações de 2005 e 2009 e nos Campeonatos do Mundo de 2006 e 2010.



5. Shéu (349 jogos)

Shéu
Nascido na localidade moçambicana de Inhassoro fruto do amor entre um homem chinês e uma mulher moçambicana, Shéu surgiu no Benfica ainda nas camadas jovens, aos 16 anos. Em 1972-73 subiu ao plantel principal, mas passou as três primeiras épocas de sénior praticamente sem jogar, ainda que tivesse sido campeão por duas vezes (1972-73 e 1974-75).
Só se tornaria opção regular no meio-campo encarnado em 1975-76, assumindo-se como elemento importante não só para a conquista do título desse anos como para os de 1976-77, 1980-81, 1982-83, 1983-84 e 1986-87. O seu nono e último foi em 1988-89, na derradeira temporada da carreira, numa fase em que já jogava pouco, à beira de completar 36 anos. Paralelamente venceu por seis vezes a Taça de Portugal (1979-80, 1980-81, 1982-83 e 1984-85 a 1986-87) e por duas ocasiões a Supertaça Cândido de Oliveira (1980 e 1985). Esteve ainda nas caminhadas até à final da Taça UEFA em 1982-83 e ao jogo decisivo da Taça dos Campeões Europeus em 1987-88.
Depois de pendurar as botas continuou ligado ao clube enquanto coordenador técnico até maio de 2018, tendo assumido interinamente o cargo de treinador principal nas derradeiras quatro jornadas do campeonato de 1998-99, obtendo duas vitórias, um empate e uma derrota.
Pela seleção nacional somou 24 internacionalizações e um golo, mas falhou as fases finais do Euro 1984 e do Mundial 1986.



4. Humberto Coelho (355 jogos)

Humberto Coelho
Nasceu em plena cidade do Porto um dos mais emblemáticos jogadores do Benfica nas décadas de 1970 e 1980 e um dos melhores centrais de sempre da história do clube. Oriundo do Ramaldense, chegou à Luz em 1966-67, na altura para a equipa de juniores, e subiu aos seniores dois anos depois, logo para agarrar um lugar no onze e conquistar o título nacional.
Venceu ainda os campeonatos de 1970-71 a 1972-73 e o de 1974-75 antes de se aventurar nos franceses do Paris Saint-Germain durante duas épocas. Voltaria a jogar de águia ao peito entre 1977 e 1984, período em que fez dupla com António Bastos Lopes no eixo defensivo dos encarnados e em que conquistou os títulos nacionais de 1980-81, 1982-83 e 1983-84. Na segunda passagem pelos benfiquistas juntou três Taças de Portugal (1979-80, 1980-81 e 1982-83) a outras tantas que já tinha no currículo (1968-69, 1969-70 e 1971-72), venceu uma Supertaça (1980) e esteve na caminhada até à final da Taça UEFA em 1982-83, antes de se despedir dos relvados em 1984.
Defesa goleador, apontou oito golos nos campeonatos de 1972-73 e 1974-75 e um total de 11 em todas as competições em 1979-80 e 1982-83.
63 vezes internacional português entre 1968 e 1983, apontou seis golos pela seleção nacional, mas não participou em qualquer fase final: era demasiado jovem aquando do Mundial 1966 e já não era opção regular no Benfica aquando do Euro 1984.



3. Coluna (363 jogos)

Coluna
Centrocampista nascido na Ilha da Inhaca, em Moçambique, chegou ao Benfica com 19 anos, proveniente do Desportivo de Lourenço Marques para 16 memoráveis temporadas, entre 1954-55 e 1969-70.
De águia ao peito ficou conhecido por Monstro Sagrado, tendo conquistado dez campeonatos (1954-55, 1956-57, 1959-60, 1960-61, 1962/63 a 1964-65 e 1966-67 a 1968-69), seis Taças de Portugal (1954-55, 1956-57, 1958-59, 1961-62, 1963-64 e 1968-69) e duas Taças dos Campeões Europeus (1960-61 e 1961-62).
Se não fosse Eusébio, com quem partilhou o balneário na Luz, possivelmente teria um estatuto ainda maior na história do clube. Basta dizer que o Benfica tinha menos dois títulos do que o Sporting quando chegou e mais quatro quando saiu.
Pela seleção nacional somou 57 internacionalizações e oito golos. Fez parte da equipa dos magriços que alcançou o 3.º lugar no Campeonato do Mundo de Inglaterra, em 1966.



2. Veloso (379 jogos)

Veloso
A vida e a carreira de futebolista de António Veloso começou a quase 300 quilómetros de Lisboa, em São João da Madeira. Após ter dado os primeiros passos na Sanjoanense e de se ter estado na I Divisão ao serviço do Beira-Mar, o lateral deu o salto para o Benfica no verão de 1980, aos 23 anos.
Seguiram-se 15 temporadas de águia ao peito, que culminaram com a conquista de sete campeonatos (1980-81, 1982-83, 1983-84, 1986-87, 1988-89, 1990-91 e 1993-94), assim como seis Taças de Portugal (1980-81, 1982-83, 1984-85 a 1986-87 e 1992-93) e três Supertaças (1980, 1985 e 1989).
Conhecido pela polivalência e pelo espírito combativo, esteve também nas campanhas até à final da Taça UEFA em 1982-83 e até às finais da Taça dos Campeões em 1987-88 e 1989-90. No jogo decisivo de 1988, falhou o penálti decisivo que permitiu ao PSV levar o caneco para a Holanda.
Em termos de seleção nacional contabilizou 40 internacionalizações e esteve no Euro 1984, tendo falhado o Mundial 1986 após ter acusado positivo numa análise anti-doping.
Após pendurar as botas experimentou a carreira de treinador. Em 2000-01 foi adjunto de Toni no plantel principal do Benfica e na época seguinte dirigiu a equipa B, não evitando a despromoção à III Divisão.



1. Nené (422 jogos)

Nené
O homem que não sujava os calções. Um avançado móvel, elegante e goleador. Curiosamente, mais uma figura benfiquista que nasceu a norte, mais precisamente em Leça da Palmeira. Porém, cedo rumou a Moçambique com os pais e foi lá que começou a jogar futebol, no Ferroviário da Manga, tendo sido recrutado para as camadas jovens do Benfica ainda com 16 anos, em 1966.
A estreia pela equipa principal dos encarnados ocorreu em novembro de 1968, pela mão de Otto Glória, numa receção ao Vitória de Guimarães. Foi o pontapé de saída de uma carreira de 18 anos passados a jogar de águia ao peito. Nas duas primeiras épocas na equipa principal jogou pouco, mas na terceira disparou rumo à imortalidade, embora não fosse consensual entre os benfiquistas, uma vez que alguns criticavam o que entendiam ser pouca combatividade.
Nos encarnados venceu dez campeonatos (1968-69, 1970-71 a 1972-73, 1974-75 a 1976-77, 1980-81, 1982-83 e 1983-84), sete Taças de Portugal (1969-70, 1971-72, 1979-80, 1980-81, 1982-83, 1984-85 e 1985-86) e duas Supertaças (1980 e 1985). Já depois de Mário Wilson ter convertido o então extremo em ponta de lança, em 1975-76, tornou-se uma máquina de fazer golos ao ponto de se ter sagrado o melhor marcador da I Divisão em 1980-81 (20 golos) e 1983-84 (21 golos).
Esteve na caminhada até à final da Taça UEFA em 1982-83, mas não chegou a tempo das gloriosas campanhas europeias da década de 1960 e encerrou a carreira anos antes de o Benfica ter atingido as finais da Taça dos Campeões Europeus em 1987-88 e 1989-90.
Após encerrar a carreira ficou ligado ao clube enquanto treinador nas camadas jovens e olheiro.
A nível internacional somou 65 jogos e 22 golos pela seleção nacional, tendo marcado presença no Euro 1984. Despediu-se da seleção nesse torneio, no jogo frente à França, nas meias-finais, no qual se tornou o mais internacional pela equipa das quinas até então.



















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