sexta-feira, 26 de abril de 2024

“Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”

Dadá Maravilha foi internacional brasileiro por cinco vezes
Folclórico, engraçado, narcisista e com faro para o golo. Assim era Dadá Maravilha, o terceiro maior goleador de sempre do futebol brasileiro, apenas atrás de Pelé e Romário. Pelas suas contas, foram 926 remates certeiros ao longo de uma carreira que durou entre 1967 e 1986 e na qual representou clubes como Atlético Mineiro, Internacional de Porto Alegre, Flamengo e Sport Recife.
 
Os muitos golos que marcava davam-lhe uma enorme moral, apesar de ser algo desajeito e pesado. “Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”, afirmou numa ocasião.
 
Por não ser muito requintado na forma de jogar, recebeu um conselho valioso de Telê Santana, que o orientou no Atlético Mineiro (1970 a 1972 e 1974): “Não te esqueças de rezar todas as noites para agradecer a Deus. Nunca vi um jogador tão mau fazer tantos golos.”
 
Mas Dadá nem tentava disfarçar. Chegou até a dizer que, se um dia marcasse num remate de fora da área, o guarda-redes deveria ser irradiado do futebol, e que se preocupava tanto em marcar golos que nunca tivera tempo para aprender a jogar futebol. Por outro lado, era um exímio cabeceador: “Só há três coisas que pairam no ar: helicóptero, beija-flor e Dadá Maravilha.”
 
Avançado posicional, que tinha o dom de aparecer no sítio certo à hora certa para empurrar a bola para o fundo das redes, marcou 499 golos de cabeça e foi acusado de não saber fazer golos bonitos, mas a noção de estética deste internacional brasileiro por cinco vezes é diferente: “Não existe esse negócio do golo feio. Feio é não fazer o golo.”
 
Marcador de golos dentro das quatro linhas e desarmante fora dos relvados, parecia ter solução para tudo: “Não venham com a problemática que eu tenho a solucionática.”

 
Era assim a mentalidade de quem nasceu muito pobre e fez assaltos durante a adolescência, mas que encontrou uma solução de futuro no futebol. “Com Dadá em campo não tem placard em branco”, garantia. 



 
 
 

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