Nação independente desde 5 de
julho de 1975, Cabo Verde é representado por uma seleção nacional de futebol
desde 7 de janeiro de 1979, quando os tubarões azuis disputaram o primeiro jogo
da sua história, numa derrota com a Guiné-Bissau
(0-3) em Bissau.
Porém, foram necessários mais anos
para ver a seleção cabo-verdiana disputar uma qualificação para um Campeonato
do Mundo, no caso o de 2002, tendo sido eliminada pela Argélia.
Ainda assim, havia ainda mais e
melhor para conseguir. Em 2013, Cabo Verde participou pela primeira vez numa Taça
das Nações Africanas, tendo atingido os quartos-de-final. Dois anos depois
voltou a participar no CAN,
mas foi afastado logo na fase de grupos.
Em pouco mais de 41 anos de
história, a seleção de Cabo Verde construiu a maior vitória da sua história a
13 de junho de 2015, quando goleou São Tomé e Príncipe por 7-1 na cidade da
Praia. Três meses antes ascendeu ao 69.º lugar do ranking FIFA, a posição mais
alta que alguma vez ocupou na hierarquia do futebol mundial.
No total, mais de uma centena de
futebolistas vestiram a camisola dos tubarões azuis. Vale por isso a pena
recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Carlitos (34 jogos)
Carlitos |
Lateral/extremo nascido em
Almada, em Portugal, mas descendente de cabo-verdianos – e primo de Nani -,
estreou-se pelos tubarões azuis a 2 de junho de 2012, pela mão de Lúcio
Antunes, numa derrota na Serra Leoa (1-2) em jogo a contar para a fase de
qualificação para o Mundial 2014. Nessa altura, Carlitos representava os cipriotas
do AEL Limassol.
Desde essa altura até junho de
2018 que foi presença regular nas convocatórias da seleção de Cabo Verde, tendo
marcado presença nas fases finais da Taça
das Nações Africanas em 2013 e 2015, disputando três jogos em ambos os
torneios.
Tem 35 anos e na época que
recentemente terminou foi pouco utilizado pelo Casa
Pia na II Liga portuguesa.
9. Stopira (36 jogos)
Stopira |
Lateral esquerdo natural de Nossa
Senhora da Graça, no concelho da Praia, na ilha de Santiago, somou a primeira
internacionalização pela seleção principal a 22 de junho de 2008, substituindo
Nando nos minutos finais de uma vitória sobre as Maurícias (3-1), numa partida
a contar para a fase de apuramento para o Mundial 2010. Na altura, Stopira
ainda atuava no campeonato de Cabo Verde ao serviço do Sporting da Praia, mas
nesse verão deu o salto para o Santa
Clara, da II Liga portuguesa.
Desde então que o defesa tem sido
opção regular dos vários selecionadores, tendo marcado presença no CAN
2015 – e só não foi chamado à fase final da edição de 2013 porque estava
lesionado, com uma perna fraturada.
Neste trajeto de 36
internacionalizações, marcou um golo, numa vitória em casa sobre a Tanzânia
(3-0) a 12 de outubro de 2018, num encontro de qualificação para o CAN
2019.
Desde o verão de 2012 que
representa os húngaros do Vidi FC, anteriormente conhecidos por Videoton.
8. Nando (42 jogos)
Nando |
Defesa central nascido na capital
Praia, obteve a sua primeira internacionalização a 6 de setembro de 2002, numa
vitória no terreno da Mauritânia (2-0) em jogo a contar para a qualificação
para o CAN
2004, numa altura em que ainda atuava no Batuque, do campeonato de Cabo Verde.
Não voltou a jogar até março de
2005, mas depois beneficiou do facto de atuar em ligas mais competitivas como a
da Tunísia, Qatar, República Checa e a Ligue 2 francesa para cimentar o seu
estatuto na seleção.
Na estreia de Cabo Verde na Taça
das Nações Africanas, em 2013, não só capitaneou os tubarões azuis como foi
eleito para o onze ideal do torneio, ao lado de nomes como os nigerianos
Vincent Enyeama, John Obi Mikel, Victor Moses e Emmanuel Emenike e o ganês
Asamoah Gyan.
Após o CAN
2013, anunciou a retirada da seleção, despedindo-se sem um único golo apontado.
7. Ryan Mendes (43 jogos)
Ryan Mendes |
Extremo nascido no Mindelo, ilha
de São Vicente, e formado no Batuque, já tinha jogado na liga francesa ao
serviço do Le Havre quando se estreou pela seleção de Cabo Verde a 11 de agosto
de 2010, numa derrota num amigável no terreno do Senegal (0-1).
Desde então que se tem afirmado
como uma das principais figuras da seleção, até pela bagagem competitiva que
foi adquirido na Ligue 1 ao serviço do Lille, no Championship com a camisola do
Nottingham Forest e no campeonato turco com as cores do Kayserispor.
Neste trajeto de 43
internacionalizações marcou presença nas edições de 2013 e 2015 da Taças
das Nações Africanas e apontou oito golos: um ao Zimbabué em 2011, três a
Madagáscar em 2012, um à Zâmbia em 2014, um à Líbia em 2015, um à Argélia em
2018 e um a Moçambique em 2019.
Atualmente atua pelo Al Sharjah,
no campeonato dos Emirados Árabes Unidos.
6. Vozinha (47 jogos)
Vozinha |
Mais um jogador natural do
Mindelo, desta feita o guarda-redes que defendeu a baliza dos tubarões azuis no
melhor período da seleção. Também ele com início de carreira no Batuque,
alcançou a primeira internacionalização a 8 de setembro de 2012 num jogo
histórico para Cabo Verde, que bateu os Camarões (2-0) e deu um passo de
gigante para o apuramento para o CAN
2013. Nessa altura representava os angolanos
do Progresso Sambizanga.
Seguiram-se mais 46
internacionalizações, quatro das quais no CAN
2013 e três no CAN
2015. Na primeira participação da Taça
das Nações Africanas sofreu dois golos em quatro jogos, ajudando os
cabo-verdianos a atingir os quartos de final.
As boas exibições ajudaram-no a
dar o salto para o futebol português. Depois dos moldavos do Zimbru e dos
portugueses do Gil
Vicente, está desde 2017-18 nos cipriotas do AEL Limassol.
4. Marco Soares (48 jogos)
Marco Soares |
Médio defensivo com raízes cabo-verdianas,
mas nascido na cidade portuguesa de Setúbal,
estreou-se pela seleção num jogo de caráter particular diante de Portugal a 27
de maio de 2006, quando atuava no Barreirense,
na II Liga portuguesa.
Desde então que tem feito quase
sempre parte das convocatórias dos tubarões azuis, pelo menos até março do ano
passado. Em 2013 participou na Taça
das Nações Africanas e começou a envergar a braçadeira de capitão, quando
jogava pelos cipriotas do Omonia, mas dois anos depois falhou o CAN
2015, numa altura em que estava sem clube.
Durante o trajeto nos tubarões
azuis apontou três golos: à Argélia em 2007, às Ilhas Maurícias no ano seguinte
e à Serra Leoa em 2015.
Desde setembro de 2019 que
representa o Arouca,
que em 2020-21 vai jogar na II Liga portuguesa.
4. Lito (48 jogos)
Lito |
Extremo nascido em Pedra Badejo,
na ilha de Santiago, mas desde tenra idade em Portugal, jogou pela primeira vez
pela seleção em 6 de setembro de 2002, inaugurando o marcador numa vitória no
terreno da Mauritânia (2-0). Nessa altura atuava no Maia, na II liga portuguesa,
mas no ano seguinte transferiu-se para o Moreirense e iniciou um trajeto de
oito anos no patamar maior do futebol português.
Paralelamente somou mais 47
internacionalizações e seis golos pelos tubarões azuis: ao Togo em 2003, à
Mauritânia em 2003, a Angola
em 2005, à Guiné Conacri em 2006, aos Camarões em 2008 e à Guiné-Bissau
em 2010.
Haveria de se despedir da seleção
a 16 de junho de 2012, saltando do banco numa importante vitória sobre
Madagáscar (3-1) na caminhada rumo à fase final do CAN
2013, não indo a tempo de participar nas edições de 2013 e 2015 da Taça
das Nações Africanas.
Após pendurar as botas, em 2015,
tornou-se treinador, tendo já desempenhado as funções de adjunto na seleção
cabo-verdiana e de treinador principal nos sub-20.
2. Héldon (52 jogos)
Héldon |
Um dos nomes mais sonantes do
futebol cabo-verdiano, até porque é um o máximo goleador dos tubarões azuis,
com 15 golos.
Mais um produto da formação do
Batuque, jogava no Fátima às ordens de Rui Vitória, na II Divisão B portuguesa,
quando se estreou pela seleção, a 11 de outubro 2008, rendendo Ronny Souto após
o intervalo numa derrota na Tanzânia (1-3), em jogo a contar para a fase de
apuramento para o Mundial 2020.
Este extremo natural da ilha do
Sal só voltaria a jogar por Cabo Verde quase dois anos depois, num empate com
Portugal num jogo particular, mas beneficiou da transferência para o Marítimo no
verão de 2010 para cimentar a sua posição na seleção, tornando-se desde então
presença habitual nas convocatórias.
Em 52 internacionalizações, sete ocorreram
em fases finais da Taça
das Nações Africanas: quatro em 2013 e três em 2015. Os quinze golos que festejou
com a camisola dos tubarões azuis foram apontados a Malta em 2009, ao Burquina
Faso e à Libéria (dois) em 2011, aos Camarões em 2012, a Angola
no CAN
2013, à Serra Leoa e ao Gabão em 2013, a Moçambique e ao Níger em 2014, à
Tunísia no CAN
2015 e à Guiné Equatorial, ao Congo, e ao Quénia (dois) em 2015.
Em novembro de 2019 anunciou a
retirada da seleção nacional. “Estou aqui para anunciar uma decisão que tomei.
Não é de hoje, foi em conjunto com a família, e chegou a hora de pôr um ponto na
minha vinda à Seleção. Agradeço a todo o povo cabo-verdiano o carinho e o amor
que me deram estes anos todos, por tudo o que conquistámos juntos. Queria
agradecer a todos, pedir às pessoas para continuarem a apoiar os Tubarões
Azuis, porque estes jogadores ainda têm muito para nos dar”, afirmou o jogador
que tem a alcunha de “Nhuc”.
Aos 31 anos, representa
atualmente os sauditas do Al Taawon.
2. Fernando Varela (52 jogos)
Fernando Varela |
Mais um jogador nascido em
Portugal, neste caso em Cascais,
que optou pela seleção das suas raízes, Cabo Verde. A estreia aconteceu a 27 de
maio de 2008, num empate com Luxemburgo (1-1) em jogo de caráter particular,
numa altura em que este defesa central militava no Estoril,
na II liga portuguesa.
Nos anos seguintes Fernando
Varela foi cimentando o seu estatuto nos tubarões azuis, ajudando-os a apurarem-se
por duas vezes para a Taça
das Nações Africanas (2013 e 2015) e alcançarem a melhor classificação de
sempre no ranking FIFA. No CAN
2013 fez história ao apontar o primeiro golo de sempre da seleção cabo-verdiana
na fase final de uma grande competição, na vitória sobre Angola
(2-1).
Meses depois viu o seu nome
diretamente envolvido na controvérsia que ditou a eliminação de Cabo Verde na
qualificação para o Mundial 2014, uma vez jogou num encontro com a Tunísia
quando se encontrava castigado pela FIFA, o que ditou a derrota (por 0-3) dos
tubarões azuis na secretaria.
Esse foi um dos três golos que este
defesa, desde 2016 vinculado aos gregos do PAOK, apontou em 52 internacionalizações
por Cabo Verde. As outras vítimas foram Mali (em 2010) e Madagáscar (2012).
1. Babanco (62 jogos)
Babanco |
Médio canhoto nascido na capital
Praia, estreou-se pela seleção quando ainda atuava no campeonato de Cabo Verde
ao serviço do Sporting da Praia, numa derrota no terreno da Guiné Conacri (0-4)
em jogo de qualificação para o CAN
2007.
No ano seguinte cimentou a sua
posição na seleção, tendo-a reforçado após emigrar para Portugal no verão de
2010. Numa altura em que já atuava na I
Liga portuguesa ao serviço de Olhanense
e Estoril
ajudou os tubarões azuis a qualificarem-se para as edições de 2013 e 2015 da Taça
das Nações Africanas.
Em 62 internacionalizações,
apontou cinco golos: à Guiné-Bissau
em 2007, à Tanzânia em junho em 2008, à Libéria em 2011, à Guine-Equatorial em
2013 e a São Tomé e Príncipe em 2015.
Atualmente tem 34 anos e
representa o Desp. Chaves, na II Liga portuguesa.
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