quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

“Ninguém fala do passe de merda”. Recorde as melhores tiradas de Manuel, “aquele C’ajuda”

Manuel Cajuda orientou o Sp. Braga entre 1999 e 2002
É para falar futebolês? É para falar em transições rápidas em vez de contra-ataque? É para falar em esquemas táticos em vez de bolas paradas? Então não contem com o Manuel, “aquele C’ajuda”.
 
Manuel Cajuda era um treinador competente, que alcançou um 3.º lugar na I Liga ao serviço do Vitória de Guimarães (2007-08), levou a União de Leiria à única final da Taça de Portugal da sua história (2002-03) e a uma promoção ao primeiro escalão (1993-94), subiu pela última vez o Torreense à I Divisão (1990-91) e apurou o Marítimo para as competições europeias em 2004. Isso ninguém lhe tira. Mas é também uma personalidade futebolística carismática, com tiradas espetaculares. E a nova linguagem do futebol foi visada em várias ocasiões.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

As “maçãs podres” que vieram do frio. Quem se lembra de Iuran, Mostovoi e Kulkov?

Iuran, Mostovoi e Kulkov no Estádio da Luz
“Maçã podre” é um termo hoje muito associado a João Moutinho, que foi assim apelidado pelo então presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt, aquando da transferência do médio para o FC Porto, em 2010. Teve o objetivo de classificar um jogador com um comportamento alegadamente nocivo no balneário. Mas não foi a primeira vez que foi empregue no futebol português.
 
Cerca de 17 anos antes, o então treinador do Benfica, Toni, tornou-se no primeiro a utilizar o termo. “Não vou pôr três maçãs podres num cesto de maçãs mais ou menos boas”, afirmou, a propósito dos três russos que viraram o Estádio da Luz do avesso: Iuran, Mostovoi e Kulkov. Em causa saídas à noite, atrasos aos treinos e, no caso de Iuran, um acidente de viação mortal na Avenida da Boavista.

“Um brasileiro é bom, dois já são uma escola de samba e três uma multidão em Copacabana”. Recorde as melhores pérolas de Pedroto

Pedroto teve três passagens pelo comando técnico do FC Porto
José Maria Pedroto é uma figura incontornável do futebol português. Foi selecionador nacional a meio da década de 1970, ganhou duas Taças de Portugal pelo Boavista, guiou o Vitória de Setúbal ao segundo lugar no campeonato e, sobretudo, construiu, juntamente com Pinto da Costa, as bases de um FC Porto hegemónico em Portugal, tendo vencido dois campeonatos, três Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira ao leme dos dragões.
 
Por detrás daqueles óculos fundo de garrafa estava um homem com uma inteligência admirável, que preferia pressionar em vez de impressionar, cultivando a semente do clima de crispação no qual o futebol português mergulhou. Frases como “roubo de igreja” e “quando o FC Porto passa a ponte da Arrábida já está a perder” foram celebrizadas por este treinador falecido em janeiro de 1985.

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e Young Boys

Yannick Djaló esteve em bom plano no jogo de Bulle
 
A 9 de julho de 2010, um Sporting orientado por Paulo Sérgio e a viver uma crise no que concerne a qualidade do plantel, cada vez mais longe dos rivais FC Porto e Benfica, bateu o conjunto suíço em Bulle por 1-0. Do outro lado, o nome mais sonante era o de Roman Burki, que viria a ser titular na baliza do Borussia Dortmund durante várias temporadas, mas que não era propriamente primeira opção no então vice-campeão helvético – seis meses depois, transferiu-se para o Grasshoppers.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

“Um vintém é um vintém e um cretino é um cretino”. Quem se lembra da intriga entre Jesus e Machado?

Manuel Machado e Jorge Jesus não gostavam um do outro
De um lado Manuel Machado, o campeão do português complexo, mas bem falado, desenvolvido a dar aulas. Do outro Jorge Jesus, sem papas na língua, nem que seja para soltar uma ou outra calinada. Quis o destino que estes dois extremos na expressão do idioma não gostassem lá muito um do outro.
 
No verão de 2008, Jesus sucedeu a Machado no comando do Sp. Braga e fê-lo logo com uma entrada a pés juntos, garantindo que com a equipa do antecessor teria feito muito melhor.
 
Na mesma altura Machado tornou-se treinador do Nacional, clube pelo qual acabaria por ficar à frente do… Sp. Braga de Jesus. “Dá-me um certo gozo ficar à frente do mestre da tática. Não sou convidado para palestras internacionais, não sou o técnico das reformas, não estou online, não sou o inteligente das táticas... apenas uso um bloco de papel e, mesmo assim, ficar à frente de alguém tão especial, talvez o Especial 2...", rematou o então técnico dos insulares, numa entrevista ao jornal A Bola.

“Até eu não sei se hei de coloca-lo a jogar ou levá-lo para a cama”. Quem sei lembra de Dani no West Ham?

Harry Redknapp e Dani no West Ham em 1996
Jogador talentosíssimo, mas também bem parecido, namoradeiro e boémio, nunca conseguiu que a sua qualidade para o futebol prevalecesse sobre a fama de bon vivant. Essa reputação nasceu ainda em Portugal, mas foi exportada para Inglaterra, assim que o Sporting o emprestou ao West Ham no início de 1996, e fez as delícias dos tabloides britânicos.
 
Os primeiros tempos nos hammers ficaram marcados por um aumento da presença dos jornalistas nos treinos, a maior parte mulheres. “Nunca há jornalistas e hoje temos jornalistas e a maior parte mulheres!”, comentaram os colegas, revelou Dani numa entrevista à Tribuna Expresso. E um dos jornais escreveu logo: “Lock up your daughters! Dani has arrived” [“Fechem as vossas filhas em casa. Chegou o Dani”]. Num ápice, foi contactado por uma agência de modelos em Inglaterra e passou a posar para revistas, a ir às estreias dos filmes de cinemas e a ser introduzido na vida social londrina.

Do “sequestro” de Paulo Sousa ao Benfica sem dinheiro para “comer carapaus”. Quem se lembra de Manuel Barbosa?

O agente de jogadores Manuel Barbosa
Antes de José Veiga e Jorge Mendes, o primeiro agente de jogadores verdadeiramente mediático em Portugal foi Manuel Barbosa, um antigo emigrante com muitos contactos no futebol francês e que se foi aproximando do Benfica, seu clube do coração – nunca o escondeu.
 
Manuel Barbosa surgiu na ribalta na década de 1990 e acabou por ser uma das personagens mais relevantes do famoso verão quente de 1993, quando Pacheco e Paulo Sousa rescindiram com justa causa das águias, alegando salários em atraso, e assinaram pelo Sporting.
 
Este empresário representava o então jovem promissor médio, mas era contra a transferência para Alvalade. “Crime! O que me interessa é que me raptaram um filho desportivo. Posso apresentar queixa ao Ministério Público por rapto e sequestro. Ele está nesta situação contra a sua vontade e só me desmentirá se lhe apontaram uma pistola. Posso provar que o Paulo Sousa está sequestrado. Eu sei tudo o que se passa e ele vai tentar gritar ou fugir pela janela”, afirmou, dias antes de o centrocampista ser apresentado como reforço leonino.

“Prognósticos só no fim no jogo” e não só. As melhores pérolas de João Pinto

João Pinto vestiu a camisola do FC Porto entre 1981 e 1997
Eterno lateral direito do FC Porto, que serviu os azuis e brancos em quase 600 encontros ao longo de 16 anos, João Pinto foi também o autor de algumas das frases mais engraçadas do futebol português, incluindo uma mítica que virou ditado popular: “Prognósticos só no fim do jogo”.
 
Mas há mais, algumas das quais cheias de figuras de estilo. Num clássico entre FC Porto e Benfica, numa altura em que era adjunto de Jesualdo Ferreira na equipa principal dos dragões, saiu em defesa do chefe de equipa, que tinha desentendido com Nuno Gomes, tendo atacado o nº 21 dos encarnados com uma antítese: “Falas muito, mas jogas pouco.”

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

O Bola de Ouro francês que teve de ir para a Bélgica para dar nas vistas. Quem se lembra de Jean-Pierre Papin?

Jean-Pierre Papin ganhou a Bola de Ouro de 1991
Jean-Pierre Papin ganhou uma Bola de Ouro (1991), foi eleito por duas vezes o melhor futebolista francês do ano (1989 e 1991), está entre os 100 melhores jogadores do primeiro centenário da FIFA e sagrou-se melhor marcador do campeonato gaulês em cinco épocas consecutivas (1987-88 a 1991-92) e goleador-mor da Taça dos Campeões Europeus em três temporadas seguidas (1989-90 e 1991-92). Mas os clubes franceses não foram lestos em compreender o talento deste avançado oportunista e com faro para o golo.
 
Depois de ter despontado no Valenciennes, teve de se exilar na Bélgica no verão de 1985 para dar nas vistas. Na única temporada que passou ao serviço do Club Brugge, apontou 33 golos em 45 jogos e venceu a Taça da Bélgica, o que lhe valeu não só a estreia na seleção francesa como a convocatória para o Mundial 1986, no qual França obteve um honroso 3.º lugar. Apesar dessa curta passagem, foi eleito pelos adeptos o melhor futebolista estrangeiro de sempre do clube belga em 2008.

Hoje faz anos o homem que nos deu um desgosto do tamanho da Europa. Quem se lembra de Charisteas?

Charisteas marcou a Espanha, França e Portugal no Euro 2004
O Éder grego antes de haver um Éder português. O homem que não disse “É feriado hoje, ******”, mas que nos meteu a todos com uma azia do c******. Angelos Charisteas deu o improvável título europeu à Grécia em 2004, em Portugal, mas não se limitou a marcar o golo decisivo na final. Não, também marcou no empate com Espanha na fase de grupos (1-1), no Bessa, e apontou o golo solitário que eliminou a França em Alvalade nos quartos de final (1-0).
 
Mas desengane-se que este possante avançado helénico (1,91 m) estava a viver um grande momento de forma antes de aterrar em solo luso. Havia sido campeão da Alemanha ao serviço do Werder Bremen, é verdade, mas não tinha ido além de quatro golos em 24 jogos na Bundesliga, sendo que só havia sido titular em sete encontros. Não era caso único entre os homens de Otto Rehhagel: também Traianos Dellas (AS Roma) e Georgios Karagounis (Inter de Milão), entre outros, vinham de épocas pobres em termos de minutos de jogo.

A minha primeira memória de… um jogo entre AC Milan e Nápoles

 

A minha primeira memória de… um jogo entre Estrela da Amadora e Portimonense

Portimonense e Estrela defrontaram-se na 34.ª jornada da II Liga em 2003
Uma memória que me faz recuar à infância, a um tempo em que um único canal da Sport TV se tinha que desdobrar entre as principais ligas europeias de futebol e várias modalidades e no qual a rádio tinha um papel bem mais importante do que tem hoje na cobertura das tardes desportivas.
 
Lembro-me de acompanhar através rádio a última jornada da II Liga de 2002-03, para a qual Rio Ave e Alverca entraram já promovidos, mas com o título de campeão por atribuir. Por outro lado, faltava apurar a terceira equipa a subir ao primeiro escalão: Naval (54 pontos), Estrela da Amadora (54) ou Portimonense (51).
 
O conjunto da Figueira da Foz, que nessa temporada havia eliminado o Sporting à Taça de Portugal e chegado às meias-finais da prova rainha, tinha vantagem no confronto direto sobre os amadorenses, que assim entraram na derradeira ronda na quarta posição.
 
E quais eram os jogos decisivos dessa última jornada? Rio Ave – Naval e PortimonenseEstrela da Amadora. Dois encontros de aposta tripla.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Morreu João Oliveira Pinto, campeão do Mundo sub-20 em 1991. Quem se lembra dele?

João Oliveira Pinto morreu aos 52 anos
Morreu esta quinta-feira, aos 52 anos, o antigo futebolista João Oliveira Pinto, vítima de doença prolongada.
 
O antigo médio ofensivo, um dos campeões do Mundo de sub-20 em Lisboa, em 1991, foi formado no Sporting, passou por vários clubes e foi também vice-campeão europeu de sub-21 em 1994.
 
Nascido na capital portuguesa, atuou em três partidas nesse Mundial de juniores, uma delas como titular, inscrevendo o seu nome na história do desporto nacional na turma orientada por Carlos Queiroz.
 
Fez parte dessa geração que marcou o futebol português e jogou em vários clubes, depois de não conseguir singrar nos leões. Passou por Vitória de Guimarães, Estoril Praia, Gil Vicente, Sporting de Braga, Farense, Marítimo e Académica, além de outros emblemas como o Atlético, o Imortal, o Amora, o Sesimbra e o Alfarim.

Quem se lembra de quando Coroado alegou insultos para expulsar Caniggia, o dérbi foi repetido e a repetição anulada?

Coroado mostrou amarelo e vermelho de seguida a Caniggia 
Jorge Coroado era um árbitro fora da caixa: excêntrico, polémico e mostrava cartões com relativa facilidade. Autointitulava-se o Bogart da arbitragem, em alusão àquela que é considerada a maior estrela masculina de sempre do cinema norte-americano.
 
A 30 de abril de 1995, foi escolhido para apitar um dérbi entre Benfica e Sporting no antigo Estádio da Luz, um jogo no qual já pouco havia em disputa, pois o FC Porto estava confortável na liderança do campeonato.
 
Numa altura em que os leões venciam por 2-1 – marcaram os búlgaros Balakov (9’) e Iordanov (11’) para os verde e brancos e Dimas (22’) para os encarnados –, o benfiquista Caniggia envolveu-se numa discussão com Ricardo Sá Pinto e depois com o árbitro da partida. Coroado respondeu com um cartão amarelo para ambos, seguido de um vermelho para o atacante argentino.

PPV Review - WWE NXT Vengeance Day 2024


Data: 4 de fevereiro de 2024
Arena: F&M Bank Arena
Localidade: Clarksville, Tennessee
 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

“Agora parti aqui o vidro do meu carro. É pá, que grande porra”. Quem se lembra deste momento de Sousa Cintra?

Sousa Cintra foi presidente do Sporting entre 1989 e 1995
Empresário algarvio bem-sucedido, Sousa Cintra tornou-se uma das personagens mais excêntricas e divertidas do futebol português quando passou pela presidência do Sporting, entre 1989 e 1995.
 
No verão de 1991, ia ao volante do seu automóvel enquanto dava uma entrevista telefónica à TSF sobre as iminentes transferências de Oceano e Carlos Xavier para a Real Sociedad. Mas, a meio da conversa, o tema dominante passou a ser outro, uma infelicidade do então líder leonino: “Que caraças! Agora parti aqui o vidro do meu carro. É pá, que grande porra. Estava a beber uma água… É preciso ser estúpido, pá. Uma daquelas águas de deitar fora, então não é que eu acabei a garrafa de água, ia a falar consigo ao telefone, pá, então não é que eu…? Inacreditável. Como é que é possível eu fazer uma coisa destas? Pensei que tinha o vidro aberto… Não me magoei, mas parti o vidro do meu lado, pá. Como é possível uma coisa destas? A janela estava fechada e o vidro foi à vida.”

Foi descoberto por Manuel Fernandes e ganhou tudo com Mourinho, mas viveu a melhor fase com Octávio. Quem se lembra de Clayton?

Clayton notabilizou-se no Santa Clara e no FC Porto
O Santa Clara-FC Porto desta quarta-feira (16:00) é o momento ideal para recordar o primeiro jogador a dar o salto dos açorianos para os dragões. Bem antes de Fernando Andrade, Zaidu e Fábio Cardoso houve Clayton, um extremo brasileiro canhoto que se iniciou no clube do coração, o Atlético Mineiro, e que jogava no modesto América Natal quando foi descoberto por Manuel Fernandes, que na altura orientava os insulares.
 
“Estava a jogar um dérbi com o ABC e ganhámos 3-1, num jogo em que marquei dois golos e fiz uma assistência. Manuel Fernandes, que treinava o Santa Clara, estava na bancada a observar dois jogadores da equipa adversária. No dia seguinte, um empresário ligou-me para me levar para Portugal. Assinei um contrato de seis temporadas com o Santa Clara no dia em que fiz 24 anos”, recordou ao Diário de Notícias em março de 2018, referindo-se a um vínculo rubricado a 19 de julho de 1999.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

A outra cabeçada de Zidane, que lhe valeu a 10.ª de 14 expulsões na carreira

Zidane atingiu Kientz com uma cabeçada no rosto
Zinédine Zidane é visto como uma personalidade correta, com uma vida pessoal recatada, sem afirmações polémicas e que chega até a personificar o conceito de anti vedeta.  Essa imagem ficou algo manchada após a cabeçada que deu Materazzi na final do Mundial 2006. Mas essa não foi a primeira vez que o mago francês utilizou a cabeça para agredir um adversário.
 
A 24 de outubro de 2000, num Juventus-Hamburgo a contar para a quinta jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, a vecchia signora de Zidane perdia por 0-1 em Turim, ao minuto 29, quando o internacional gaulês e Jochen Kientz se envolveram numa disputa acesa de bola, à qual se seguiu uma azeda troca de palavras e… uma cabeçada do então número 21 da Juve no adversário.

Morreu o antigo guarda-redes Miguel Ángel. Quem se lembra dele?

Miguel Ángel
Morreu esta terça-feira, aos 76 anos, o antigo guarda-redes internacional espanhol Miguel Ángel, que cumpriu quase toda a carreira no Real Madrid, vítima de esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Os merengues recordam o antigo atleta como uma "lenda do Real Madrid e do futebol espanhol".

O antigo guarda-redes, internacional em 18 ocasiões, com presença nos Mundiais de 1978 e 1982 e que vestiu a camisola do Real Madrid durante 18 épocas, entre 1968 e 1986, conquistou oito campeonatos, duas Taças UEFA, cinco Taças do Rei e uma Taça da Liga.

Após pendurar as luvas serviu os blancos enquanto delegado na equipa principal, treinador de guarda-redes e diretor da antiga Cidade Desportiva Real Madrid.

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e União de Leiria

Pedro Barbosa apontou dois golaços frente à União em 2000
Falar da minha primeira memória entre Sporting e União de Leiria leva-me de volta à infância e aos braços de quem já não está entre nós. Recordo-me perfeitamente de não ter assistido ao jogo em causa, mas de ter acompanhado o resumo alargado na RTP, na casa dos meus avós (entretanto já falecidos) numa aldeia do Baixo Alentejo. Estávamos a 3 de novembro de 2000, uma sexta-feira fria de outono.
 
Na altura era adepto de futebol há pouco tempo, mas devorava tudo o que podia relacionado com o desporto-rei, sobretudo com o Sporting, até porque aquele fim de jejum de 18 anos sem títulos nacionais foi o clique que eu e os meus colegas de turma precisavam para que o futebol se tornasse no tempo dominante na sala e no recreio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

O Touro do Bósforo que marcou o golo mais rápido em Mundiais e que fugiu da Turquia para não ser preso. Quem se lembra de Hakan Sukur?

Hakan Sukur é o melhor marcador de sempre da Turquia
10.8 segundos. Foi este o tempo que Hakan Sukur precisou, desde o apito inicial do árbitro, para inaugurar o marcador no jogo entre a Turquia e a Coreia do Sul no qual estava em jogo a atribuição do 3.º lugar do Mundial 2002. Foi o golo mais rápido de sempre em Campeonatos do Mundo.
 
Mas este avançado, que ficou conhecido no futebol turco como o Touro do Bósforo e o Rei do Golo, foi muito mais que um protagonista ocasional de um recorde importante. Foi também um goleador que, mesmo não tendo muito sucesso fora do seu país, ajudou a abrir as portas dos principais campeonatos europeus aos seus compatriotas, tendo representado Torino, Inter e Parma em Itália e Blackburn em Inglaterra.
 
No entanto, foi ao serviço do Galatasaray e da seleção turca que atingiu o estatuto de lenda. É o melhor marcador de sempre (51 golos) e o segundo mais internacional de sempre (112 jogos) da Turquia, tendo feito parte da equipa que conseguiu a histórica medalha de bronze no Mundial 2002; assim como o segundo jogador com mais jogos (536) e também o segundo com mais golos (289) da história do emblema de Istambul, ajudando-o a tornar-se o primeiro clube turco a ganhar um troféu europeu, a Taça UEFA em 1999-00.

Quando a Roménia eliminou a Argentina e ficou a onze metros das meias-finais do Mundial

Roménia atingiu os quartos nos Estados Unidos em 1994
A Roménia mostrou ao que ia ainda na segunda metade dos anos 1980, quando o Steaua Bucareste se sagrou campeão europeu em 1985-86 e foi vice-campeão continental em 1988-89. No entanto, foi necessário esperar até 1994 para ver repercussões desse período áureo ao nível da seleção nacional.
 
É verdade que os tricolores já tinham atingido os oitavos de final no Itália 1990, mas foi nos Estados Unidos, quatro anos depois, que foram mais longe. Chegaram aos quartos e estiveram a um pequeno passo (de onze metros) das meias-finais.
 
Era a seleção capitaneada e liderada futebolisticamente por Gheorghe Hagi, que na altura até competia na Série B italiana, ao serviço do Brescia. Depois havia um conjunto de jogadores a atuar em alguns dos principais campeonatos europeus, como o defesa Dan Petrescu (Génova), os médios Gheorghe Popescu (PSV) e Ioan Lupescu (Bayer Leverkusen) e o avançado Florin Răducioiu (AC Milan). Também havia Nică Panduru, médio ofensivo que estava no Steaua e viria a representar Benfica, FC Porto e Salgueiros.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Juskowiak e “a vantagem de ter duas pernas”. Quem se lembra do antigo avançado do Sporting?

Juskowiak somou 31 golos em 87 jogos pelo Sporting
“Juskowiak... a vantagem de ter duas pernas!”. A frase ficou como uma das pérolas do jornalista Gabriel Alves, mas ilustra bem o que era o antigo avançado do Sporting, um atacante com facilidade de remate com os dois pés e que ficou conhecido pelos golos bonitos que apontava.
 
Contratado em meados de 1992 ao Lech Poznan por indicação de Bobby Robson, com o qual tinha treinado à experiência no PSV, aguçou as expetativas dos sportinguistas nos Jogos Olímpicos desse ano, em Barcelona, com sete remates certeiros em seis jogos ao serviço da seleção polaca, finalista vencida desse torneio, numa altura em que ainda não se tinha estreado oficialmente de leão ao peito.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...