O verão de 2010 ficou marcado
pela polémica transferência de João Moutinho do Sporting para o FC Porto, num
negócio avaliado em 11 milhões de euros.
José Eduardo Bettencourt
depressa tratou de se referir ao ex-campeão leonino como uma maçã pore, pela
forma como forçou a saída de Alvalade. Mas passados três anos, quem pode
censurar o médio algarvio?
Moutinho fez grande parte da
sua formação no Sporting e atuou durante seis temporadas na equipa principal,
fazendo qualquer das posições dos losangos de José Peseiro e Paulo Bento. A não
especialização num lugar específico do meio-campo contribuiu para que fosse
poucas vezes chamado à titularidade da seleção nacional. A exceção foi no EURO
2008, onde constituiu opção regular para Scolari.
Foi após o seu primeiro
Campeonato da Europa que apareceram as primeiras noticias sobre o seu mal-estar
de leão ao peito: um alegado almoço com Pinto da Costa e a vontade assumida em
rumar ao Everton.
Ainda assim, o atleta natural
de Portimão manteve-se de verde e branco durante mais duas épocas. Se na
primeira terminou em 2º lugar no campeonato e disputou os Oitavos-de-final a
Liga os Campeões, na segunda o Sporting ficou em 4º, a 28 pontos do campeão
Benfica. E mais, Moutinho ficou afastado da convocatória para o Mundial 2010,
depois de ter estado presente em grande parte dos jogos de qualificação.
Essa foi a gota de água, e
Pinto da Costa apressou-se a capitalizar a oportunidade. Na primeira temporada
como dragão, conquistou quatro troféus, tantos como os que tinha ganho nos anos
em que representou a equipa sénior do Sporting. Para além da Supertaça, no seu
primeiro jogo oficial pelos azuis e brancos, levantou pela primeira vez o
troféu de campeão português e a Liga Europa, assim como a Taça de Portugal, que
já tinha vencido por duas ocasiões pelos leões.
E mais, Moutinho finalmente
especializou-se: fixou-se como médio interior (box-to-box), e foi nessa posição que regressou à titularidade da
seleção nacional. Tornou-se um dos pilares de André Villas-Boas e de Paulo
Bento, oferecendo rotatividade e capacidade física (no sentido de resistência e
ritmo alto constante durante todo o encontro) ao miolo.
Nas duas temporadas que se
seguiram, mais quatro troféus: dois campeonatos e duas supertaças. Por fim, a
transferência para o promissor Mónaco, num negócio que envolveu (pelo menos) 25
milhões de euros.
Tendo em conta que a carreira
de um futebolista é curta e que há pouco tempo para saborear a glória, quem
pode criticar o centro-campista português por ter deixado um clube que nas
épocas seguintes ficou em 3º, 4º e 7º lugar, a largos pontos de distância dos
emblemas que disputaram os títulos?
Censuro, não pela saída mas pelas vergonhosas atitudes que precederam este episódio. Não lhe desejo mal porque para mim não existe, tal como todos os outros seres humanos sem princípios com os quais me cruzei. Quanto a sua ausência do Mundial apenas uma duvida : Corrupção ou incompetência ??? VF
ResponderEliminarQuem pode criticar... Segundo este grande escritor, todos os jogadores do Benfica e Porto têm o direito de tentar rescindir os contratos QUE ASSINARAM E LIVREMENTE E RECEBERAM POR ISSO, para assinar pelo Porto. Já agora e como o SPORTING está em primeiro os jogadores do Porto e Benfica deveriam poder rescindir para assinar pelo Sporting no mercado de inverno, Já agora todos os jogadores do campeonato nacional que não pertencam aos 3 grandes teriam o direito de rescindir, ou forçar a rescisão RECUSANDO TREINAR E JOGAR, para poderem assinar pelos grandes. ...
ResponderEliminarComo disse logo no primeiro parágrafo, ele não saiu a custo-zero, saiu por 11 milhões de euros, e já lhe tinham negado a possibilidade de ir para Inglaterra.
ResponderEliminarQuis melhores condições para a sua vida e para a sua carreira. Será que se tivesse ficado no Sporting seria hoje um indiscutível da seleção e tinha ido por 25 milhões de euros para o Mónaco?