Foi descoberto por Manuel Fernandes e ganhou tudo com Mourinho, mas viveu a melhor fase com Octávio. Quem se lembra de Clayton?
Clayton notabilizou-se no Santa Clara e no FC Porto
O Santa
Clara-FC
Porto desta quarta-feira (16:00) é o momento ideal para recordar o primeiro
jogador a dar o salto dos açorianos
para os dragões.
Bem antes de Fernando Andrade, Zaidu e Fábio Cardoso houve Clayton,
um extremo brasileiro canhoto que se iniciou no clube do coração, o Atlético
Mineiro, e que jogava no modesto América Natal quando foi descoberto por
Manuel Fernandes, que na altura orientava os insulares.
“Estava a jogar um dérbi com o
ABC e ganhámos 3-1, num jogo em que marquei dois golos e fiz uma assistência.
Manuel Fernandes, que treinava o Santa
Clara, estava na bancada a observar dois jogadores da equipa adversária. No
dia seguinte, um empresário ligou-me para me levar para Portugal. Assinei um
contrato de seis temporadas com o Santa
Clara no dia em que fiz 24 anos”, recordou ao Diário
de Notícias em março de 2018, referindo-se a um vínculo rubricado a 19
de julho de 1999. A aventura no futebol português
começou tão bem, com nove golos em 13 jogos pelo Santa
Clara, que acabou por ficar apenas pouco mais de quatro meses em Ponta
Delgada. “Era um dos melhores marcadores da I
Liga e o Jorge Mendes ligou-me para ir para o FC
Porto no mercado de inverno. Estou muito grato ao Santa
Clara. Se tivesse ficado lá mais tempo podia ter ajudado o clube a
estabilizar na I
Liga”, vaticinou o atacante. Nas Antas teve os seus altos e
baixos. Começou tapado por Capucho e Drulovic com Fernando Santos, que descreve
como “um senhor e um conselheiro, que se preocupava com a vida dos jogadores
fora do futebol”.
Depois o extremo sérvio saiu e
seguiu-se Octávio Machado, que o guiou à melhor época de azul
e branco [2001-02]: “Ele é de polémicas, mas tem um bom coração. Joguei e
produzi mais com ele, estive bem nessa época.”
Por fim, José
Mourinho, com quem voltou a perder espaço. “Chegou ao FC
Porto e deu um murro na mesa. Prometeu que íamos ser campeões e os seus
treinos eram todos com bola, até os físicos. Falava muito com os jogadores que
não jogavam e motivava toda a gente. Em 2002-03 não joguei muito, mas disse-me
que queria ficar comigo. Acabei por ir para o Sporting
e perdi a oportunidade de ser campeão europeu e mundial”, recordou o brasileiro,
nostálgico sobre os três anos e meio que passou na Invicta.
“O nosso grupo era muito forte,
com jogadores muito profissionais e vencedores por natureza. Jorge Costa era o
capitão, Paulinho Santos morria pelo clube e o Capucho era um cara fantástico.
E depois havia os brasileiros: Deco, Jardel, Rubens Júnior, Esquerdinha,
Pena... E o presidente recebia-nos e até falava connosco sobre os nossos
filhos. Pinto da Costa era muito simples. Aqueles anos foram gostosos”, lembrou
Clayton,
que somou 117 jogos e 25 golos de dragão ao peito. Em Alvalade
haveria de reencontrar Fernando Santos, mas não jogou tanto como esperava. Mais
tarde, representou também Penafiel
e Vitória
de Guimarães.
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