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Manuel Cajuda orientou o Sp. Braga entre 1999 e 2002 |
É para falar futebolês? É para
falar em transições rápidas em vez de contra-ataque? É para falar em esquemas
táticos em vez de bolas paradas? Então não contem com o Manuel, “aquele C’ajuda”.
Manuel Cajuda era um treinador
competente, que alcançou um 3.º lugar na
I
Liga ao serviço do
Vitória
de Guimarães (2007-08), levou a
União
de Leiria à única final da
Taça
de Portugal da sua história (2002-03) e a uma promoção ao
primeiro
escalão (1993-94), subiu pela última vez o
Torreense
à
I
Divisão (1990-91) e apurou o
Marítimo
para as competições europeias em 2004. Isso ninguém lhe tira. Mas é também uma
personalidade futebolística carismática, com tiradas espetaculares. E a nova
linguagem do futebol foi visada em várias ocasiões.
“Há uma série de comentadores que
falam em transições, encurtamentos, transições multissetoriais, segundas e terceiras
bolas, passe de primeira e segunda estação e, curiosamente, ninguém fala do
passe de merda, que é o passe errado”, afirmou numa ocasião.
Noutra, disparou contra os
sistemas táticos: “Em Portugal, diz-se à boca cheia que jogam em 4x3x3, jogam
em losango, jogam nisto e naquilo. Nós jogamos com um pentágono reforçado por
dois quadrados. Agora é que vai ser uma confusão louca no futebol.”
Numa altura em que orientava um
Vitória
de Guimarães a lutar pelo acesso à
Liga
dos Campeões com
Benfica
e
Sporting
e recebia um
FC
Porto que já era campeão, havia o rumor de que os
dragões
pudessem facilitar na visita ao Dom Afonso Henriques, mas a verdade é que os
azuis
e brancos foram à Cidade Berço golear por 5-0. “Diziam que o
FC
Porto vinha cá dar a mão e deu-a toda, foram longo cinco”, atirou Cajuda,
que nem com o próprio nome se inibia de fazer trocadilhos: “Eu sou aquele C’ajuda,
os outros sãos os que trabalham.”
Se após uma goleada sofrida se
mostrou bem-humorado, também revelou ter os pés assentes no chão após um empate
diante de um grande, mas… ao seu estilo: “Este empate é um bom resultado, mas
só vale um ponto. Quem pensar que ganhámos hoje três pontos não sabe nada de
matemática.”
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