Dez jogadores que ficaram na história do Marítimo |
Fundado a 20 de setembro de 1910 por
Cândido Gouveia, o Clube Sport Marítimo adotou as cores conotadas com o Partido
Republicano Português, para contrapor com o carácter monárquico e elitista do
seu principal rival nos primeiros tempos, o Club Sports Madeira.
Já depois da cisão que deu origem
ao Clube Futebol União, os verde-rubros participaram em 13 das 17 edições do
Campeonato de Portugal, para o qual estavam habilitados a competir os respetivos
vencedores dos campeonatos regionais, acabando mesmo por se sagrarem campeões
nacionais em 1925-26 ao bater o Belenenses
na final.
Entretanto, o Campeonato de
Portugal deu lugar a um sistema de divisões que excluiu todas as equipas
insulares. Por isso, o Marítimo só se estreou nos campeonatos nacionais, neste
caso a II Divisão, em 1973-74. Quatro épocas depois, os maritimistas
tornaram-se na primeira equipa madeirense a chegar à I
Divisão.
Após duas descidas e outras
tantas subidas, o autoproclamado Maior das Ilhas acabou por consolidar a sua
posição no primeiro
escalão, estando desde 1985-86 a competir entre os grandes. Em 2022-23, os
madeirenses estão a participar pela 43.ª vez – a 38.ª consecutiva – no patamar
maior do futebol português.
Ao longo deste já longo trajeto,
o melhor que os maritimistas conseguiram foi o quinto lugar por seis vezes, em
1992-93, 1993-94, 1997-98, 2007-08, 2009-10 e 2011-12.
Paralelamente, foram finalistas
vencidos da Taça
de Portugal em 1994-95 e 2000-01
e da Taça
da Liga em 2014-15 e 2015-16 e participaram por nove vezes na Taça
UEFA/Liga
Europa.
Vale por isso a pena recordar os
onze jogadores com mais jogos pelo Marítimo na I
Divisão.
11. Alex Bunbury (165 jogos)
Alex Bunbury |
O melhor marcador de sempre do Marítimo na I
Divisão, com 59 golos.
Possante avançado internacional canadiano (1,86 m), chegou ao Funchal em
dezembro de 1993, depois de uma experiência em Inglaterra ao serviço do West
Ham. “Não conhecia nada do Marítimo. Só sabia que era uma equipa da I
Divisão e sabia que a
I Liga portuguesa era boa. E eu queria era jogar, portanto era o
suficiente. Mal cheguei apaixonei-me pela ilha da Madeira e pelo clube. Foi
tudo muito bom”, contou ao Maisfutebol.
Com impacto imediato na equipa, rapidamente conquistou a titularidade,
tendo marcado golos atrás de golos que ajudaram os madeirenses a fazer algumas
das melhores épocas de sempre. Em 1993-94 ainda foi a tempo de marcar quatro
golos que ajudaram os verde-rubros a alcançar o quinto lugar no campeonato,
classificação repetida em 1997-98, numa campanha em que faturou por onze vezes.
Pelo meio, contribuiu para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1994-95.
“Os meus sete anos na ilha e as viagens para o continente a cada duas
semanas são a experiência mais memorável da minha carreira futebolística. Tive
a felicidade de jogar com jogadores extremamente talentosos, treinadores
especiais e os melhores adeptos do mundo. A minha passagem pelo clube teve
muito sucesso se observarmos que jogámos na final da Taça
de Portugal contra o Sporting
e nos qualificámos para as competições europeias, onde jogámos contra a
Juventus e o Leeds United… não há muito melhor que isto, especialmente quando
estás no mesmo campo que o Luís Figo e o Roberto Baggio. O meu apreço e amor
pelo futebol português e ainda mais pelas pessoas e pelo país é algo que as
palavras não conseguem descrever. Devo muito ao Marítimo e às gentes da
Madeira, especialmente aos presidentes Rui Fontes e Carlos Pereira, por
acreditarem em mim e me darem a oportunidade de jogar com tantos jogadores
excelentes”, afirmou, ao portal Relato.
No verão de 1999, após uma temporada em que apontou 15 golos, deixou a
Madeira e rumou aos norte-americanos do Sporting Kansas City.
10. Albertino (169 jogos)
Albertino |
Lateral direito internacional jovem português, chegou ao Marítimo no
verão de 1997, proveniente da Académica,
e por lá se manteve durante sete anos.
Durante o seu percurso nos
Barreiros amealhou um total de 169 jogos (151 a titular) na I
Divisão e apontou três golos, tendo ajudado os madeirenses a alcançarem um
honroso quinto lugar logo na época de estreia e a chegarem à final
da Taça de Portugal em 2000-01. Em
pleno Jamor, Albertino teve a oportunidade de enfrentar o seu irmão gémeo
Nélson, que atuava no FC Porto.
No verão de 2004 deixou o Funchal
e rumou ao Marco.
“Sinto um misto de emoções. Por um lado, satisfação e gratidão por estas sete
temporadas; mas por outro estou angustiado e triste, pela forma como vou sair
do Marítimo. Mas tudo tem o seu fim e tenho de aceitar que o meu casamento com
o Marítimo vai acabar", sublinhou, na hora da despedida.
Defesa central internacional moçambicano que marcou presença no CAN 2010, entrou no futebol português em 2013-14, quando se tornou jogador do Nacional.
Após duas épocas e meia na Choupana e uma temporada nos chineses do Tianjin Teda, reforçou o Marítimo em janeiro de 2017, inicialmente por empréstimo, mas a partir de meados de 2018 a título definitivo.
Desde que chegou aos Barreiros que já amealhou 170 encontros (165 a titular) e seis golos na I Liga, tendo contribuído para o apuramento para a Liga Europa em 2017.
Desde que chegou aos Barreiros que já amealhou 170 encontros (165 a titular) e seis golos na I Liga, tendo contribuído para o apuramento para a Liga Europa em 2017.
8. Eusébio (173 jogos)
Embora tivesse sido um titular
indiscutível em não mais do que três ou quatro épocas, Eusébio pertenceu aos
quadros dos verde-rubros durante 13 anos, apesar de ter estado emprestado ao
Sp. Espinho em 1994-95 (durante meio ano) e ao Machico em 1996-97.
Em termos de I
Liga amealhou 173 encontros (158 a titular) e seis golos entre 1992 e 2005,
tendo contribuído para a obtenção de um honroso 5.º lugar em 1992-93, 1993-94 e
1997-98 e para a caminhada até à final
da Taça de Portugal em 2000-01.
Após uma longa ligação aos
maritimistas, mudou-se para o Estrela
da Amadora no verão de 2005, tendo encerrado a carreira depois de uma
temporada na Reboleira.
7. Bruno (182 jogos)
Bruno |
Mais um madeirense formado em grande parte pelo Marítimo, neste caso um
médio com qualidade de passe e especialista na execução de bolas paradas que
transitou para a equipa principal em 1992-93, mas que acabou por se estrear
oficialmente pelos seniores de verde-rubros apenas em agosto de 1994, já após
um empréstimo à Camacha.
Em 1994-95 participou em cinco
partidas na I
Liga, todas como suplente utilizado, tendo nessa temporada contribuído para
a caminhada até à final da Taça
de Portugal.
Nas duas épocas que se seguiram
esteve cedido ao Machico, tendo regressado depois aos Barreiros para se afirmar
em definitivo entre 1997 e 2002. Nesse período amealhou 102 jogos (93 a
titular) e quatro golos no campeonato, ajudando os madeirenses a alcançar o
quinto lugar em 1997-98 e a chegar novamente ao Jamor
em 2000-01. Paralelamente, representou uma vez a seleção nacional B em
janeiro de 2002, diante da congénere norueguesa.
No verão de 2002 deu o salto para
o FC
Porto, o que fez dele um campeão nacional e um vencedor da Taça
de Portugal e da Taça
UEFA às ordens de José
Mourinho, mas em janeiro de 2003 voltou aos maritimistas para participar em
sete jogos no campeonato, todos como titular e até final de fevereiro.
Em 2003-04 esteve cedido ao Moreirense
e nos três anos que se seguiram representou o Nacional.
“Eu ia jogar contra o clube do meu coração e isso não é fácil. Houve muitas
pessoas que não entenderam essa situação e como eu mantive o meu nível exibicional
no Nacional,
as pessoas não conseguiram compreender muito bem”, confessou ao Maisfutebol.
No verão de 2007 regressou uma vez
mais ao Marítimo, aos 33 anos, para totalizar 68 partidas (66 a titular) e dez
golos ao longo de três épocas, ajudando os verde-rubros a igualar a melhor
classificação da sua história, o quinto lugar, em 2007-08 e 2009-10. “Entre
muitas situações não é fácil escolher os melhores momentos e os piores, mas
naturalmente que entre os melhores estão as muitas idas à Europa pelo Marítimo”,
contou, em jeito de balanço.
No verão de 2010 deixou os leões
do Funchal, mas continuou na ilha da Madeira ao serviço do União.
“O Bruno era claramente acima da
média. Tecnicamente muito evoluído. Aliás, se chegou ao FC
Porto é porque tinha qualidade. Para o Mourinho
o ir buscar...”, afirmou Carlos Brito, que o treinou no Nacional
em 2006-07, ao portal Bancada. “Muita qualidade técnica e
inteligentíssimo. Quando joguei com ele, ele já não tinha aquela velocidade e
força física, mas compensava com qualidade de passe e nas bolas paradas. Ele
era muito bom”, acrescentou o central Fábio Ervões, com quem Bruno partilhou o
balneário no União da Madeira em 2011-12.
6. Marcos (200 jogos)
Em seis anos e meio nos Barreiros amealhou 200 encontros (todos a
titular) e 207 golos sofridos na I
Liga, tendo contribuído para a obtenção de um honroso 5.º lugar em 2007-08
e conquistado o estatuto de um dos melhores guardiões de sempre dos leões da
Madeira.
Em 2004-05, ganhou mesmo o prémio Record
de melhor guarda-redes da I
Liga.
No verão de 2009 deixou o Funchal e rumou ao futebol
italiano.
5. Edgar Costa (213 jogos)
Extremo natural de Câmara de Lobos, concluiu a formação e iniciou o seu trajeto enquanto sénior no União da Madeira, tendo ainda passado sem grande sucesso pelo Nacional e depois pelo Moreirense antes de ingressar no Marítimo no verão de 2014.
Embora nem sempre um titular indiscutível, Edgar Costa tem sido feliz nos Barreiros como não o tinha sido em nenhum outro clube na carreira. Aos 34 anos, ostenta a braçadeira de capitão e é um digno representante da fibra madeirense nos verde-rubros.
Ao longo deste percurso nos maritimistas amealhou um total de 213 encontros (161 a titular) e 15 golos, tendo contribuído para as caminhadas até final da Taça da Liga em 2014-15 e 2015-16 e para o apuramento para a Liga Europa em 2017.
A irmã mais nova de Edgar Costa, Érica, representa a equipa principal feminina do Marítimo.
4. Zeca (216 jogos)
Zeca |
Mais um madeirense formado no
Marítimo, neste caso um médio de características defensivas que percorreu
praticamente todas as seleções jovens portuguesas e que foi convocado pela
primeira vez para um jogo da equipa principal em 1991-92.
Contudo, teve de esperar pela
época seguinte para somar os primeiros minutos na I
Liga e iniciar um percurso de 14 anos consecutivos sempre a jogar ao
serviço dos insulares no primeiro
escalão.
Ao longo desse percurso amealhou
216 encontros (171 a titular) e três golos pelos verde-rubros no patamar
maior do futebol português, tendo contribuído para a obtenção da melhor
classificação de sempre do clube entre os grandes, o quinto lugar, em 1992-93,
1993-94 e 1997-98. Paralelamente, ajudou os maritimistas a chegar à final da Taça
de Portugal em 1994-95 e 2000-01.
No verão de 2005 cortou o cordão
umbilical e transferiu-se para o Santa
Clara.
3. Ewerton (248 jogos)
Ewerton |
Guarda-redes brasileiro recrutado ao Portuguesa no verão de 1987, foi o dono
da baliza do Marítimo ao longo de oito anos, ajudando a estabelecer os
insulares na I
Divisão, mesmo a jogar sem… um rim e o baço.
“A história da minha chegada ao Marítimo é bem curiosa. Nos anos 80 não
existia de uma forma tão presente a figura do empresário de futebol. Não é como
hoje, nada a ver. E então acontecia muito de os clubes enviarem o treinador, o
diretor ou o presidente a ver jogos ao Brasil. Foi o que aconteceu comigo. Na
altura, veio o senhor Carlos Pereira, que atualmente é presidente, e o Manuel
Oliveira, que era o treinador. Vieram ali no mês de julho, para assistir jogos
e contratar jogadores. Chegaram a São Paulo e não sabiam para onde ir. Nos aeroportos
do Brasil havia a figura do carregador de malas, que ajudava a levar a bagagem.
Ora, o carregador que os ajudou tinha vestida uma camisola do Corinthians.
Como eles ainda não tinham plano, perguntaram se sabia se havia algum jogo por
aquela altura. Como ele era adepto do Corinthians,
disse-lhes que eles jogavam essa noite, no Pacaembu. E o jogo era contra o
Noroeste de Bauru, onde eu estava emprestado! Veja lá bem. Acho que ganhámos
2-0, salvo erro. Eles viram e gostaram muito. Decidiram ir até Campinas e
acompanharam mais três jogos nossos. Ao quarto jogo já estava vendido. O senhor
Manuel [Oliveira] queria levar seis jogadores do Noroeste. Acabei por ir eu, o
Vadinho, que era um trinco, e o Amarildo, que era um central, que foi para o FC
Porto e depois eles emprestaram ao Marítimo”, recordou, ao Maisfutebol,
em abril de 2018.
Entre 1987 e 1995 amealhou um
total de 248 encontros (todos a titular) e 290 golos sofridos, tendo
contribuído para a obtenção do quinto lugar no campeonato em 1992-93 e 1993-94,
naquelas que foram as duas primeiras (de seis) vezes em que os maritimistas
concluíram o campeonato nessa posição e também as duas primeiras (de nove)
ocasiões em que os leões do Funchal se apuraram para as competições europeias.
Paralelamente, foi decisivo na
caminhada até à primeira final da Taça
de Portugal para os madeirenses, em 1994-95, tendo inclusivamente defendido
a baliza verde-rubra no Jamor. Nessa campanha, a exibição mais destacada foi na
vitória sobre o FC
Porto na meia-final, nos Barreiros. “Foi, sem dúvida, um dos jogos mais
importantes da minha carreira. Levou-nos à final da Taça
de Portugal e também coincidiu com o nascimento da minha terceira filha,
Luciana. Ela fará 20 anos em maio”, lembrou, ao Record,
em abril de 2015..
Em 1995-96 ainda arrancou a
temporada no clube, mas acabou por deixar o Marítimo e encerrar a carreira
durante essa época.
2. Briguel (258 jogos)
Briguel |
Defesa lateral natural do Funchal sobrinho do presidente Carlos Pereira e
com alcunha inspirada do antigo internacional alemão Hans-Peter Briegel, fez
toda a formação nas camadas jovens do Marítimo, tendo entrado no clube em 1986
e transitado para a equipa principal em 1998-99, embora só se tivesse estreado em
agosto de 2000.
Um menino da casa que se fez
capitão e referência nos Barreiros, amealhou um total de 258 encontros (235 a
titular) e dois golos na I
Liga entre 2000 e 2016, tendo contribuído para a obtenção do quinto lugar
em 2007-08, 2009-10 e 2011-12 e para a caminhada até à final
da Taça de Portugal em 2000-01.
Paralelamente, tornou-se
internacional sub-21, tendo participado no Campeonato da Europa da categoria em
2002.
“Sinto orgulho pela carreira que
fiz, desde a formação – onde comecei aos 7 anos – com muito trabalho e
sacrifício”, afirmou ao Record
em dezembro de 2014, destacando os pontos altos do seu percurso profissional: “A
qualificação para a fase de grupos da Liga
Europa, todas as participações europeias, as duas finais da Taça
de Portugal e a presença no Campeonato da Europa pela Seleção de sub-21.”
“Ao longo da minha carreira,
cheguei a ter conversações com outros clubes, mas nunca chegaram a bom porto. E
também entendi que devia retribuir tudo o que o Marítimo fez por mim”,
confessou, ao portal Relvado,
em novembro de 2011.
Em 2016 encerrou uma carreira em
que só serviu o Marítimo, mas continuou ligado ao clube nas funções de diretor
desportivo.
1. Carlos Jorge (293 jogos)
Carlos Jorge |
Defesa central nascido no Funchal, concluiu a formação no Marítimo e
transitou para a equipa principal em 1985-86, mas nessa época só jogou para a Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte estreou-se
na I
Divisão, tendo atuado em 13 jogos (oito a titular).
Em 1987-88 representou o União da
Madeira, mas na época que se seguiu voltou aos Barreiros e por lá ficou até ao
verão de 1992, tendo nesse período amealhado 120 encontros (113 a titular) e
nove golos no primeiro
escalão, contribuindo para a consolidação do Marítimo no patamar
maior do futebol português.
Paralelamente, somou quatro
internacionalizações pela seleção nacional sub-21 e chegou a ser convocado para
a seleção nacional AA, mas não saiu do banco num empate a zero com a Roménia no
Estádio
do Bonfim a 31 de agosto de 1989.
Valorizado pelas boas campanhas com
a camisola verde-rubra, deu o salto para o Sporting
a meio de 1992, mas acabou por voltar a casa dois anos depois.
Nesta derradeira passagem pelo Marítimo
totalizou 160 partidas (146 a titular) e faturou por uma dezena de vezes entre
1994 e 2001, ajudando os insulares a concluírem no quinto lugar o campeonato de
1997-98 e a chegarem à final da Taça
de Portugal em 1994-95 e 2000-01.
Após pendurar as botas, Carlos Jorge
assumiu a função de treinador adjunto de Pedro Martins na equipa B e no plantel
principal dos maritimistas entre 2009 e 2014.
senhor bruno esse equipamento mitico e enviar para a radio comercial em nome do senhor pedro ribeiro mentor do futebol e o momento agora a dar na sportv e em podcast por ai nas nets do futebol abraços a esta equipa se alguem dizer alguma coisa tudo começou por aqui ei no desporto pipebomb .
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