quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Sp. Braga na I Divisão

Dez figuras míticas da história do Sporting Clube de Braga
Fundado a 19 de janeiro de 1921 por um grupo de jovens, na sua maioria estudantes, entre os quais João Gomes, que viria a ser o primeiro presidente, o Sporting Clube de Braga chegou pela primeira vez à I Divisão em 1947-48 e compete ininterruptamente no primeiro escalão desde 1975-76.
 
Depois de duas décadas marcadas por constantes subidas e descidas de divisão, os bracarenses viveram em 1965-66 o primeiro momento alto da sua história, a conquista da Taça de Portugal, o que lhes valeram ainda a primeira participação nas competições europeias, neste caso a Taça das Taças.
 
Campeão da II Divisão em 1946-47 e 1963-64, o emblema arsenalista estabeleceu-se na I Divisão a meio da década de 1970 e, durante muito tempo, teve como melhor classificação de sempre o 4.º lugar (1977-78, 1978-79, 1983-84, 1996-97, 2000-01, 2004-05, 2005-06 e 2006-07).
 
Porém, em 2009-10 sagrou-se vice-campeão nacional com Domingos Paciência no comando técnico, tendo entrado na última jornada com possibilidades matemáticas de ultrapassar o Benfica e ascender à primeira posição. Na temporada seguinte, o Sp. Braga estreou-se na Liga dos Campeões e chegou à final da Liga Europa.
 
As épocas seguintes trouxeram o que ainda faltava: troféus. Os minhotos venceram a Taça da Liga em 2012-13 e 2019-20 e a Taça de Portugal em 2015-16 e 2020-21.
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Sp. Braga na I Divisão.
 

10. João Cardoso (213 jogos)

João Cardoso
Lateral esquerdo natural de Sacavém e que despontou no Belenenses, transferiu-se para o Sp. Braga no verão de 1977, numa altura em que já era internacional A por Portugal.
Em oito temporadas no emblema minhoto totalizou 213 jogos (211 a titular) e 18 golos na I Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar em 1977-78, 1978-79 e 1983-84 e participado na caminhada até à final da Taça de Portugal em 1981-82.
Paralelamente, somou mais sete internacionalizações entre 1978 e 1983.
Em 1985 encerrou a carreira, à beira de completar 34 anos.
Entretanto tornou-se treinador e em 2018-19 desempenhou o cargo de técnico-adjunto de José Carvalho Araújo na equipa de sub-23 dos bracarenses.
 
 

9. José Maria Azevedo (218 jogos)

José Maria Azevedo
Lateral direito bracarense que também podia atuar como médio, ingressou nos juniores do Sp. Braga em 1954-55 e logo na época seguinte transitou para a equipa principal.
Em 14 temporadas nos minhotos, passou dez a jogar na I Divisão, patamar em que amealhou 218 jogos e quatro golos. Ao longo deste percurso, conquistou uma Taça de Portugal (1965-66), sagrou-se por uma vez campeão nacional da II Divisão (1963-64) e contribuiu para a caminhada até aos oitavos de final da Taça das Taças (1966-67).
Por outro lado, também viveu dissabores, tendo descido de divisão em 1956 e 1961.
 
 


8. Cesário Fernandes (221 jogos)

Cesário Fernandes
Guarda-redes natural de Monção, no Alto Minho, representou os juniores do Sp. Braga em 1946 e 1947, mas quando subiu a sénior mudou-se para o Desportivo de Monção.
Na temporada seguinte regressou ao emblema bracarense, tendo-o representado durante uma dúzia de anos, onze dos quais na I Divisão – a exceção foi em 1956-57 –, patamar em que totalizou 221 jogos e 441 golos sofridos.
Enquanto titular da baliza arsenalista, foi várias vezes chamado à seleção nacional, mas nunca chegou a estrear-se.
 
 

7. Alan (230 jogos)

Alan
Extremo brasileiro de grande qualidade, veio para Portugal em 2001 para representar o Marítimo, deu o salto para o FC Porto em 2005 e ainda passou pelo Vitória de Guimarães antes de reforçar o Sp. Braga no verão de 2008.
Talvez o principal símbolo dos anos dourados do clube, tornou-se inclusivamente o jogador com mais jogos da história dos bracarenses em todas as competições (347).
Ao longo de nove temporadas nos guerreiros do Minho amealhou 230 partidas (175 a titular) e 34 golos na I Liga, tendo contribuído para momentos altos como a vitória na Taça Intertoto (2008-09), o segundo lugar no campeonato (2009-10), a entrada na Liga dos Campeões e a caminhada até à final da Liga Europa (2010-11) e as conquistas da Taça da Liga (2012-13) e da Taça de Portugal (2015-16).
Após pendurar as botas, à beira dos 38 anos, continuou no emblema arsenalista no cargo de diretor de relações institucionais. Para trás ficou uma carreira cujas melhores recordações são de Braga: “O 2.º lugar, a final da Liga Europa, mas também a vitória da Taça de Portugal com o Paulo Fonseca. Foi incrível, depois de termos perdido no ano anterior a final com o Sporting. O futebol tem essa loucura. Mas também a nossa primeira taça, a Taça da Liga com o José Peseiro.”
 
 
 

6. Castanheira (231 jogos)

Castanheira
Médio canhoto de características ofensivas e internacional jovem português, nasceu em Chaves, mas ingressou no Sp. Braga quando ainda era juvenil de primeiro ano, em 1992-93, proveniente do Desp. Chaves.
Em 1996-97 transitou para a equipa principal e por lá se manteve ao longo de onze épocas e meia, período no qual totalizou 231 partidas (152 a titular) e nove golos na I Liga, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97, 2000-01, 2004-05, 2005-06 e 2006-07 e para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1997-98.
Em janeiro de 2008 iniciou um empréstimo de ano e meio ao Leixões, tendo cortado o cordão umbilical que o ligava aos bracarenses há mais de década e meia no verão de 2009, quando voltou ao Desp. Chaves. “Foram doze anos nesta casa, cresci aqui, fiz-me homem aqui e foi a primeira vez que defrontei o Sp. Braga como adversário. Foi estranho estar do outro lado. Senti um arrepio na espinha quando fui substituído e vi o estádio todo a aplaudir-me. Acho que foi o reconhecimento pelos anos que passei nesta casa”, afirmou em março de 2008, após um Sp. Braga-Leixões.
Após encerrar a carreira de futebolista voltou ao Sp. Braga para trabalhar como treinador-adjunto, primeiro na equipa B e depois no plantel principal.
 
 
 
 

5. Artur Jorge (240 jogos)

Artur Jorge
Defesa central nascido em Braga e formado no Sp. Braga, passou dois anos no Arsenal da Devesa quando subiu a sénior, tendo em 1992-93 ingressado na equipa principal dos guerreiros do Minho.
Ao longo de uma dúzia de anos totalizou 240 partidas (219 a titular) e dez golos pelos bracarenses na I Divisão, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97 e 2000-01 e para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1997-98. Paralelamente, representou a seleção nacional de sub-21 por cinco vezes durante o ano de 1993.
No verão de 2004 interrompeu a ligação aos minhotos para ingressar no Penafiel, último clube que representou enquanto futebolista.
Em março de 2021 viu o seu contributo ao Sp. Braga distinguido pelos adeptos, que o escolheram para o onze do centenário como um dos dois melhores defesas centrais de sempre do clube, a par de Moisés.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo orientado iniciados, juniores, sub-23 e equipa B dos bracarenses. No final da época 2019-20 assumiu interinamente o comando da equipa principal, guiando-a até ao 3.º lugar no campeonato. “Ajudei a conseguir um terceiro lugar, fiquei no registo de ter ajudado a um dos poucos terceiros lugares que o Sp. Braga tem na história. Para mim é o que me valoriza e dá alegria de partilhar”, afirmou à Tertúlia Bracarense Edição Especial de Natal, da Rádio Antena Minho, em dezembro de 2021.
O seu filho, também ele Artur Jorge, jogou pela equipa principal do Sp. Braga em 2016-17, após ter feito toda a formação no clube.
 
 
 
 

4. Quim (252 jogos)

Quim
Guarda-redes natural de Vila Nova de Famalicão, ingressou nas camadas jovens do Sp. Braga em 1989-90, foi pela primeira vez convocado para um jogo da equipa principal em novembro de 1993, mas só almejou a estreia em maio de 1995, aos 19 anos, num empate a zero no Bonfim. Paralelamente, foi representando as seleções jovens de Portugal.
“Na transição de júnior para sénior, estive praticamente três anos sem jogar. Essa altura é difícil para um jogador de futebol; felizmente tive a sorte de pensarem que podia ter qualidade para jogar na equipa principal e mantiveram-me nos plantéis, mas sei de jogadores do meu tempo que não tiveram essa oportunidade”, recordou ao portal Bola na Rede em maio de 2020.
Entre 1995 e 2004 amealhou 209 encontros (207 a titular) e 265 golos sofridos na I Liga, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97 e 2000-01 e para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1997-98.
Paralelamente, tornou-se internacional A em agosto de 1999, tendo marcado presença nos Campeonatos da Europa de 2000 e 2004 – só não esteve no Mundial 2002 devido a um controlo antidoping positivo meses antes do torneio – e totalizado 21 internacionalizações pela seleção principal enquanto jogador dos bracarenses.
No verão de 2004 deu o salto para o Benfica, clube pelo qual se sagrou campeão nacional por duas vezes, mas voltou a casa em 2010, aos 34 anos. Depois de uma primeira época sem jogar devido a problemas físicos, Quim somou mais 43 jogos e 53 golos sofridos entre 2011 e 2013, tendo nesse período contribuído para a obtenção do 3.º lugar no campeonato em 2011-12 e para a conquista da Taça da Liga em 2012-13.
“Quando regressei ao Sp. Braga, era tudo muito diferente de quando fui para o Benfica… quando saí, o clube já estava a subir, mas, quando voltei, deparei-me com um clube que já podia ser considerado grande. Ainda sou do tempo em que o Sp. Braga lutava para não descer. Consegui apanhar o clube em crescendo, as várias fases, que culminaram num Sp. Braga a lutar pelos primeiros lugares e pela Europa, mas faltava sempre um título. As pessoas sabiam que o mais difícil seria o primeiro e, quando conquistámos essa Taça da Liga, sentimos isso. Foi muito importante para o clube ter conquistado esse troféu. Acredito que mais ano, menos ano, o Sp. Braga será campeão nacional”, vaticinou.
Ainda assim, terminou a ligação ao clube no verão de 2013, tendo depois assinado pelo Desp. Aves.
Em março de 2021 foi escolhido pelos adeptos do Sp. Braga como o melhor guarda-redes da história do clube, no âmbito das comemorações do centenário.
“Continuo a dizer que devo a minha carreira ao Sp. Braga e aquela cidade será sempre uma casa. Se me perguntarem por um clube de que gosto e apoio na I Divisão digo o Sp. Braga, sem problemas”, rematou.
 
 
 

3. Artur Correia (255 jogos)

Artur Correia
Lateral direito bracarense, ingressou na equipa principal do Sp. Braga em 1973-74, mas só almejou a estreia na I Divisão duas épocas depois.
Entre 1975 e 1987 amealhou 255 partidas (241 a titular) e dois golos no primeiro escalão, tendo ajudado os minhotos a alcançar o 4.º lugar no campeonato em 1977-78, 1978-79 e 1983-84 e a chegar à final da Taça de Portugal em 1976-77 e 1981-82.
Paralelamente, representou a seleção nacional B num jogo de caráter particular diante da Áustria em novembro de 1978.
Em 1987 interrompeu a longa ligação ao clube e transferiu-se para o Sp. Espinho, último emblema que representou enquanto futebolista.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo dirigido os juniores do Sp. Braga em 2005-06 e 2006-07.
 
 

2. Barroso (266 jogos)

Barroso
Médio bracarense dotado de um pontapé-canhão, é um dos primeiros nomes que nos vem à cabeça quando o tema é futebolistas míticos do Sp. Braga. Formado no clube, rodou no Maximinense antes de chegar aos seniores arsenalistas em 1990-91.
Nas primeiras duas épocas na equipa principal não foi além de um total de 24 jogos na I Divisão, mas apenas dez na condição de titular.
Sem muito espaço nos minhotos, foi emprestado ao Rio Ave em 1992-93 e voltou mais forte na temporada seguinte. Entre 1993 e 1996 amealhou 93 jogos (91 a titular) e 17 golos no primeiro escalão ao serviço dos guerreiros do Minho, antes de dar o salto para o FC Porto. Pelo meio, somou uma internacionalização pela seleção nacional A em janeiro de 1995, tendo entrado nos últimos minutos num jogo particular diante do Canadá.
Após três épocas em que esteve vinculado aos dragões, ainda que na última tenha estado emprestado à Académica, Barroso regressou ao Sp. Braga no verão de 1999 para mais seis temporadas na casa-mãe. Nesse período totalizou 149 partidas (128 a titular) e 23 remates certeiros na I Liga, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar no campeonato em 2000-01 e 2004-05.
Em 2005 encerrou a carreira de futebolista, à beira de comemorar o 35.º aniversário, mas em 2009-10 voltou aos bracarenses para orientar os juvenis.
 
 
 

1. Zé Nuno Azevedo (274 jogos)

Zé Nuno Azevedo
Lateral direito nascido na cidade do Porto e que jogou ao lado de Vítor Baía, Fernando Couto, Secretário, Paulo Alves, Jorge Couto e Domingos Paciência na formação do FC Porto, chegou ao Sp. Braga no verão de 1992, proveniente do Gil Vicente, já com o estatuto de internacional sub-21 português.
Ao longo de onze temporadas no emblema bracarense amealhou 274 encontros (263 a titular) e sete golos na I Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar em 1996-97 e 2000-01 e para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1997-98.
Em 2003 pendurou as botas, à beira de comemorar o 34.º aniversário, tendo regressado aos arsenalistas em 2004-05 para orientar os juniores e em 2012-13 para assumir a função de treinador-adjunto da equipa B.
 
 









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