terça-feira, 25 de novembro de 2025

12 jogadores que jogaram por Vitória FC e Olímpico Montijo

Olímpico e Vitória vão defrontar-se este domingo no Montijo
São as duas equipas que lideram a I Divisão Distrital da AF Setúbal e também os dois principais representantes desportivos das respetivas cidades. O Vitória Futebol Clube é um histórico que já venceu três Taças de Portugal e uma da Taça da Liga e soma mais de 70 presenças na I Divisão e uma dezena de participações nas provas europeias, enquanto o Clube Olímpico do Montijo é desde 2007 o herdeiro do já extinto Clube Desportivo Montijo, que militou no primeiro escalão em três épocas na década de 1970.
 
O primeiro duelo oficial entre os dois emblemas está agendado para o próximo domingo, 30 de novembro, a partir das 15 horas, no Campo da Liberdade, em partida da 9.ª jornada da I Divisão Distrital.
 
Ainda assim, foram 12 os jogadores que jogaram pelas equipas principais de Vitória e Olímpico. Vale por isso a pena recordá-los.
 

Fernando Mendes (lateral esquerdo)

Fernando Mendes
Lateral esquerdo natural do Montijo, concluiu a formação e iniciou a carreira como sénior no Sporting, tendo feito a estreia pela equipa principal quando tinha apenas 18 anos e sete meses, em junho de 1985, precisamente um jogo frente ao Vitória de Setúbal.
Entretanto tornou-se titular indiscutível, internacional A, mudou-se para Benfica e passou por BoavistaEstrela da Amadora, Belenenses e FC Porto antes de representar o  Vitória de Setúbal entre 2000 e 2002, naqueles que foram os dois últimos anos como futebolista profissional. Em 2000-01 viveu mesmo a temporada mais produtiva da carreira em termos de golos, tendo somado dez remates certeiros às ordens de Jorge Jesus numa campanha que culminou na subida à I Liga. “Se o tivesse apanhado mais cedo tinha sido mil vezes melhor!”, afirmou ao Observador em agosto de 2017.
Após um hiato de dois anos, voltou ao futebol nas divisões não profissionais, tendo representado Montijo e São Marcos antes de uma derradeira experiência ao serviço do Olímpico Montijo, na I Distrital da AF Setúbal, em 2008-09.
Nas três épocas que se seguiram teve passagens pelo comando técnico dos aldeanos, tendo iniciado a caminhada que culminou na conquista do título distrital em 2010-11.
 
 

Heta (lateral esquerdo)

Heta
Lateral esquerdo cabo-verdiano com um longo trajeto no Monte de Caparica e que passou ainda por Alcochetense, FabrilEléctricoCoruchense, Oriental Dragon, O Grandolense e Barreirense, representou o Olímpico Montijo em 2023-24, ajudando os aldeanos a conquistar o título distrital da AF Setúbal, que só não deu em promoção ao Campeonato de Portugal porque a Federação Portuguesa de Futebol rejeitou a inscrição devido a questões administrativas. Nessa época participou em 31 encontros e marcou um golo.
Depois mudou-se para o Vitória de Setúbal. Na primeira época no Bonfim atuou em 30 jogos e marcou um golo e sagrou-se campeão distrital da II Divisão. Na segunda, que está a decorrer, leva já onze partidas disputadas.
 
 
 

André Gomes (médio centro)

André Gomes
Filho de um antigo presidente do Vitória de Setúbal, Paulo Gomes, começou a jogar futebol nas camadas jovens dos sadinos e concluiu o percurso formativo no Olímpico Montijo, com uma passagem de quatro anos pelos Os Pelezinhos pelo meio.
Com capacidade para se estabelecer de imediato na equipa principal assim que transitou para sénior, disputou um total de 44 jogos e marcou um golo nos somatórios das épocas 2017-18 e 2018-19, quando os aldeanos militavam no Campeonato de Portugal.
Depois mudou-se para o Olhanense, mas não chegou a estrear-se pelos algarvios, regressando ao Campo da Liberdade em outubro de 2019, a tempo de atuar em 13 partidas até à pausa das competições devido à eclosão da pandemia de covid-19.
Seguiram-se passagens por Amora e Comércio e Indústria antes de voltar ao Campo da Liberdade no verão de 2023. No ano e meio desta segunda passagem pelos montijenses totalizou 49 partidas e seis golos, contribuindo em 2023-24 para a conquista do título distrital da AF Setúbal, que só não deu em promoção ao Campeonato de Portugal porque a Federação Portuguesa de Futebol rejeitou a inscrição devido a questões administrativas.
Em janeiro de 2025 ingressou, finalmente, na equipa principal do Vitória. Desde então soma já 31 encontros e oito remates certeiros, tendo vencido o título de campeão da II Divisão Distrital em 2024-25.
 
 
 

Hélio Roque (médio ofensivo/extremo)

Hélio Roque
Médio ofensivo/extremo nascido em Angola, mas radicado na margem sul do Tejo desde tenra idade, concluiu a formação no Benfica, tornou-se internacional sub-20 por Portugal e chegou mesmo a jogar pela equipa principal dos encarnados na primeira metade da época 2005-06, tendo conquistado a Supertaça Cândido de Oliveira após um triunfo sobre o… Vitória de Setúbal.
Porém, em janeiro de 2006 foi emprestado por meia temporada ao Vitória, numa altura em que Moretto e José Fonte deixavam o Bonfim para rumar à Luz. No entanto, a aventura à beira-Sado não correu bem, não indo além de dez jogos oficiais, dos quais apenas um como titular.
“Foi o maior erro ter saído para Setúbal. Estava no Benfica e até estava bem, o Koeman disse-me para ficar e para não sair, mas o Vitória de Setúbal foi lá várias vezes falar com o presidente e com o José Veiga. A decisão era minha. Depois de me chatearem tanto pensei: ‘Se eles estão a fazer tanta força é bom porque vou jogar e se calhar volto com outro andamento’. Mas foi um erro ter saído, devia ter ficado, porque o Koeman também apostava muito nos jovens que trabalhavam e gostava muito de mim... foi um erro. O Vitória de Setúbal tinha uma boa equipa, com jogadores experientes, não fazia falta se calhar ir para lá. O Hélio Sousa tinha o núcleo duro dele, o que compreendo e respeito, e não fui muitas vezes opção”, recordou, em entrevista à Tribuna Expresso, em maio de 2020.
Entretanto foi emprestado pelas águias ao Olivais e Moscavide e prosseguiu a carreira no estrangeiro, tendo jogado em Chipre e em Angola, num total de onze anos fora de Portugal, antes de regressar ao futebol luso pela porta do Olímpico Montijo no verão de 2018, aos 33 anos.
Em duas épocas no Campo da Liberdade, sempre a competir no Campeonato de Portugal, amealhou 54 jogos e dez golos. “Foi top. Quando saí de Portugal havia a III Divisão e não tinha bem a noção, não estava à espera de um campeonato assim, é muito competitivo. Adorei”, afirmou, em jeito de balanço.
Depois mudou-se para o Oriental.
 
 
 

Jorge Iguarán (extremo)

Jorge Iguarán
Extremo colombiano sobrinho do antigo internacional cafetero Arnoldo Iguarán, que esteve no Mundial 1990 e nas edições de 1979, 1983, 1987, 1989 e 1991 da Copa América, entrou no futebol português pela porta do FC Setúbal em 2017-18, época na qual apontou 22 golos.
Depois de passagens por FabrilComércio e IndústriaBarreirense e O Grandolense, reforçou o Olímpico Montijo no verão de 2023. Na única temporada que passou no Campo da Liberdade apontou sete golos em 33 partidas que ajudaram os aldeanos a conquista o título distrital da AF Setúbal.
Seguiu-se meio ano no Sesimbra antes de se mudar para o Vitória de Setúbal em janeiro de 2025, tendo contribuindo para a conquista do título distrital da II Divisão com dois golos em 17 jogos.
No início da presente época voltou ao Barreirense.
 
 

Tiago Targino (extremo)

Tiago Targino
Extremo internacional jovem português que fez grande parte da formação e os primeiros anos enquanto sénior no Vitória de Guimarães, foi emprestado pelos vimaranenses ao Vitória de Setúbal em janeiro de 2012.
Em meia época no Bonfim atuou em 14 jogos e apontou um golo, ajudando os sadinos a assegurar a permanência na I Liga. “Fui emprestado porque jogava pouco e tinha um contrato ainda longo. Fui emprestado ao Vitória de Setúbal, onde renasci outra vez. Comecei a jogar. (…) Apanhei o Bruno Ribeiro, um ou dois jogos, e depois o José Mota. Gostei muito de trabalhar com ele. Não é fácil trabalhar com ele, mas gostei”, contou à Tribuna Expresso em maio de 2019.
Entretanto, passou por Olhanense, Trofense, Sampedrense e Lusitano de Évora e pelos campeonatos de Chipre, Polónia, Angola e Andorra antes de ingressar no Olímpico Montijo no verão de 2018, aos 32 anos.
Na única temporada que passou no Campo da Liberdade, a competir no Campeonato de Portugal, foi utilizado em 20 jogos, dos quais nove na condição de titular, e apontou dois golos. “Eu queria algo melhor e o Zequinha, que é amigo do Sandro Giovetti, ligou-me para vir para aqui. Aceitaram-me aqui, agradeço bastante ao mister David [Martins]. Voltaram a acreditar em mim, fui muito bem aceite pelos meus colegas. É um clube humilde, mas com muita capacidade. Vou ser sincero: eles voltaram a fazer com que eu acreditasse e despertaram não só o amor e o prazer que tenho pelo futebol, como fizeram com que pensasse num futuro ligado ao futebol. Tenho muito a agradecer ao Sandro, que tem sido como um irmão”, afirmou, no final da temporada, antes de rumar a norte para representar os Caçadores das Taipas.
 
 
 
 

Walter Sá (extremo)

Walter Sá
Extremo angolano radicado em Portugal desde os 14 anos e que passou pelas camadas jovens de Estoril, Gil Vicente, Famalicão, Leixões e Lusitânia de Lourosa, passou três anos no Alcochetense antes de ingressar no vizinho Olímpico Montijo no verão de 2023.
Na única época de ligação ao emblema aldeano atuou apenas quatro vezes pela equipa principal, o suficiente para se sagrar campeão distrital da AF Setúbal. Nessa temporada de 2023-24 até acabou por ser mais utilizado pelos sub-22, pelos quais disputou seis jogos e marcou quatro golos.
No verão de 2024 reforçou o Vitória de Setúbal. Desde então que soma já 36 encontros e nove golos pelos sadinos, tendo contribuído para a conquista do título distrital da II Divisão em 2024-25.
 
 

Tiago Nascimento (avançado)

Tiago Nascimento
Avançado natural de Setúbal e com formação dividida entre Os Pelezinhos, Pinhalnovense, Fabril e Cova da Piedade, entrou no Vitória de Setúbal pela porta da equipa sub-23 em 2019-20, época em que atuou 21 vezes na Liga Revelação.
Na temporada seguinte disputou um jogo pela equipa principal, tendo entrado nos minutos finais de uma goleada caseira sobre o Juventude de Évora em dezembro de 2020 (4-0), em partida a contar para a primeira fase do Campeonato de Portugal.
Após meio ano no Moura ingressou no Olímpico Montijo em 2021-22, temporada em que participou em onze encontros na I Divisão Distrital da AF Setúbal.
Depois mudou-se para Os Pelezinhos.
 
 

Marco Véstia (avançado)

Marco Véstia
Avançado móvel, internacional sub-17 por Portugal e capaz de desempenhar várias funções no ataque, nasceu no Barreiro e fez toda a formação no Barreirense. Depois passou por Alcochetense (duas vezes), Cova da Piedade, Moitense, Fabril, Estrela de Vendas Novas e O Grandolense antes de ingressar no Olímpico Montijo no verão de 2022, quando já tinha 36 anos.
Na única temporada que passou no Campo da Liberdade somou 13 golos em 32 jogos entre campeonato e taça distrital.
Seguiu-se mais um regresso ao Alcochetense antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no início desta época, somando já um golo em quatro encontros pelos sadinos.
 
        
 
 

Edinho (avançado)

Edinho
Neste onze ideal de jogadores que passaram pelos dois clubes, cabe no ataque Arnaldo Silva e o seu filho, Edinho, que por influência do pai sempre foi um simpatizante do Vitória de Setúbal, clube que representou pela primeira vez enquanto iniciado em 1995-96.  “O meu pai foi com 17 anos para o clube, então cresci a ver o que era o Vitória”, afirmou ao portal do Sindicato de Jogadores.
Mais tarde, enquanto sénior, esteve emprestado aos sadinos pelo Sp. Braga na primeira metade da época 2007-08, tendo marcado nove golos em 23 jogos e contribuído para uma caminhada que haveria de culminar na conquista da Taça da Liga e no apuramento para a Taça UEFA antes de se mudar para os gregos do AEK Atenas durante mercado de inverno. “Fiquei magoado com o presidente [da comissão de gestão, Carlos Costa] porque não teve uma atitude correta comigo. Deixou passar a mensagem de que eu é que quis ir embora quando na verdade o que aconteceu foi uma boa oportunidade para o Vitória de Setúbal encaixar algum dinheiro no final da época. Os adeptos ficaram a pensar que eu fui ingrato e isso não é verdade. Fiquei magoado por isso, mas não guardo rancor nenhum”, lamentou.
Mais tarde tornou-se internacional português e representou clubes como Málaga, PAOK, MarítimoAcadémica, novamente Sp. Braga e dois emblemas turcos antes de regressar ao Vitória de Setúbal em 2016-17. Nesta segunda passagem pelo Bonfim amealhou 71 jogos e 19 golos, ajudando os vitorianos a chegar à final da Taça da Liga em 2017-18.
Na hora da saída, revelou alguma mágoa. “A saudade estará presente todos dias, assim como o calor e o carinho de todos estes adeptos sadinos que me mostraram cada vez que orgulhosamente vesti esta camisola sagrada. Foi e será sempre um orgulho para mim este Enorme Vitória FC. Acho que merecia outro respeito por tudo que já dei ao Vitória, não me querendo bastava dizer ao invés de mandarem recados, 'se não assinaram é porque não querem ficar!' Eu entendi as entrelinhas e vi que não contavam comigo”, escreveu nas redes sociais.
Seguiram-se passagens por Feirense, Cova da Piedade, Torreense e Villa Athletic Club antes de ingressar no Olímpico Montijo no início de 2023. Embora quase sempre um suplente utilizado, atuou em 11 partidas na I Divisão Distrital da AF Setúbal e apontou três golos.
No verão de 2023 pendurou as botas e regressou ao Vitória para assumir as funções de diretor técnico.
 
 
 
 

Bruninho (avançado)

Bruninho
Possante ponta de lança (1,90 m) apelidado de “Bas Dost” devido às parecenças com o antigo atacante do Sporting em termos de fisionomia, estilo e elevado número de golos, é já um histórico goleador na I Divisão Distrital da AF Setúbal, um avançado que qualquer equipa que luta pelo título procura contratar.
Depois de se ter sagrado melhor marcador do campeonato pelo Fabril em 2018-19 (31 golos), pelo Oriental Dragon em 2019-20 (16), pelo Barreirense em 2020-21 (10) e 2022-23 (28) e de ter alcançado subidas de divisão ao serviço de Amora (2017-18), Fabril (2018-19), Oriental Dragon (2019-20), Barreirense (2020-21 e 2022-23) e Atlético na AF Lisboa (2021-22), reforçou o Olímpico Montijo em novembro de 2023, proveniente do Malveira.
Em ano e meio no Campo da Liberdade totalizou 45 golos em 62 partidas pelos aldeanos, tendo conquistado o título distrital da AF Setúbal em 2023-24, o que só não resultou em promoção ao Campeonato de Portugal porque a Federação Portuguesa de Futebol rejeitou a inscrição devido a questões administrativas. Em 2024-25 voltou a sagrar-se melhor marcador do campeonato, com 24 remates certeiros (em 30 encontros).
No início da presente temporada ingressou no Vitória de Setúbal, levando já três golos em 10 partidas.
 
            
 
 

Valdu Té (avançado)

Valdu Té
Possante avançado guineense (1,89 m) que estava a evoluir na Academia do Sporting em Bissau, foi recrutado para jogar pelos juniores do Vitória de Setúbal em 2014 depois de o empresário Paulo Rodrigues o ter trazido para Portugal e de Benfica e Sporting o terem rejeitado.
Entretanto assinou contrato de um ano de formação com opção de cinco de profissional, algo que acabou por ser acionado pelos sadinos, que na altura o blindaram até 2021 com uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros, um recorde no clube.
Em 2015-16, naquela que foi a sua primeira temporada em Portugal, ajudou os juniores vitorianos a sagrarem-se campeões nacionais da II Divisão, com 26 golos em 23 jogos.
Depois surgiu na pré-época da equipa principal no verão de 2016. No entanto, chocou com uma realidade bem diferente. “Não tive muita formação, fiz praticamente o segundo ano de júnior. No meu primeiro ano de sénior, não estava bem preparado”, confessou o avançado, numa entrevista ao canal da FPF.
Sem espaço nas escolhas de José Couceiro e igualmente sem vontade em estar um ano sem jogar, foi emprestado ao Mafra, do Campeonato de Portugal, mas só atuou em oito partidas, tendo apontado um golo. Em 2017-18, voltou a integrar a pré-temporada vitoriana, mas tornou a ser cedido, desta vez ao Olímpico do Montijo, onde se mostrou a um melhor nível: 23 jogos, cinco golos.
No entanto, 2018-19 trouxe uma enorme novidade para o Vitória e para Valdu Té: a Liga Revelação. O novo espaço competitivo permitiu ao guineense treinar na equipa principal, pela qual cumpriu 12 encontros, e ganhar rodagem no campeonato dos sub-23. Acabou por não singrar às ordens de Lito Vidigal nem de Sandro Mendes e voltou a ser cedido, ao Arouca, onde também não vingou. Ainda assim, marcou um golo pela equipa principal, ao Armacenenses para a Taça de Portugal, e chegou a faturar ao FC Porto na I Liga, mas viu o remate certeiro ser invalidado por uma alegada mão na bola na área portista.
Após três empréstimos e alguns episódios conturbados entre o empresário Paulo Rodrigues e administração da SAD do Vitória, rescindiu em agosto de 2020 com os sadinos, ficando livre para assinar pelo Amora.
 
      

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