quinta-feira, 18 de março de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Feirense na I Divisão

Dez jogadores que ficaram na história do Feirense
Fundado a 18 de março de 1918, o Clube Desportivo Feirense foi criado por quatro feirenses de gema, Luís Amorim, Artur Bastos, Luís Cadilon e Artur Lima, que pretendiam a erguer na então designada Vila da Feira um clube desportivo.
 
Inicialmente denominado por Associação Desportiva Feirense e com o vermelho e preto como cores dominantes, os fogaceiros tiveram o seu primeiro campo de jogos na mata, lugar de Picalhos, próximo da linha férrea do vale do Vouga, tendo transitado em 1926 para o Lugar do Montinho, mais próximo do centro da vila.
 
Em 1930-31 o Feirense participou pela primeira vez num campeonato, o da promoção de Aveiro, e estreou a camisola azul, ainda que na altura utilizasse calções e meias de cor preta. Só em 1955, já com Marcolino de Castro na presidência, é que a equipa se estreou em campeonatos nacionais e passou a usar calções brancos.
 
No início da década de 1960, foi inaugurado o atual estádio Marcolino de Castro e alcançada pela primeira vez a promoção à I Divisão, patamar em que os azuis da Feira se estrearam em 1962-63. No entanto, a equipa acabou por ser despromovida ao fim de um ano no primeiro escalão, tal como nas três participações que se seguiram, em 1977-78, 1989-90 e 2011-12.
 
Foi preciso esperar até à temporada em que o Feirense comemorou o 99.º aniversário, em 2016-17, para que o clube conseguisse pela primeira vez assegurar a permanência entre a elite do futebol português. Nessa época os fogaceiros também obtiveram a sua melhor classificação de sempre no patamar maior do futebol português, o 8.º lugar.
 
Em termos de Taça de Portugal, o melhor que conseguiu foi atingir as meias-finais em 1990-91, tendo ainda chegado aos quartos de final em 2018-19.
 
Em sete participações, 155 futebolistas jogaram pelo Feirense na I Divisão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
 
 

10. Luís Aurélio (54 jogos)

Luís Aurélio
Médio natural de Beja, foi subindo a pulso na hierarquia do futebol português, desde o Castrense dos distritais da AF Beja em 2007 até ao Moreirense da I Liga em 2014. Após passar pelo emblema minhoto e pelo Nacional, onde jogou ao lado do gémeo João Aurélio, reforçou o Feirense no verão de 2016, aquando da subida dos fogaceiros ao primeiro escalão.
Na primeira época em Santa Maria da Feira disputou 31 jogos (26 a titular) no campeonato, contribuindo para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube no patamar maior do futebol português, o 8.º lugar.
Em 2017-18 perdeu alguma influência, mas ainda assim atuou em 23 partidas (19 a titular) na I Liga, ajudando os fogaceiros a assegurar a permanência.
Após dois anos no Marcolino de Castro, emigrou em 2018 para o futebol romeno.
 
 

9. João Silva (55 jogos)

João Silva
Avançado possante (1,89 m) internacional jovem português que passou por clubes como os ingleses do Everton, os búlgaros do Levski Sófia e os italianos do Bari e do Palermo, além de Desp. Aves, União de Leiria, Vitória de Setúbal e Paços de Ferreira em Portugal, reforçou o Feirense no verão de 2017.
Na primeira temporada em Santa Maria da Feira disputou 30 jogos (27 a titular) e apontou seis golos na I Liga, frente a Sporting (na estreia), Tondela, Moreirense, Vitória de Guimarães e Vitória de Setúbal (dois), ajudando os fogaceiros a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte perdeu algum espaço, até pela chegada de Edinho, não indo além de 25 encontros (10 a titular) e dois golos no campeonato, diante de Tondela e Desp. Aves, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
“Tenho a dizer que o Feirense é um grande clube. Deu-me oportunidade de voltar a jogar na I Liga e fazê-lo de forma regular. Na primeira época correu bem e na segunda esperava-se um ano ainda melhor, até pelo nosso arranque. Infelizmente, as coisas começaram a correr mal a meio, principalmente devido às várias lesões musculares. Quando as coisas entram num certo caminho é difícil reverter. Acredito que, em termos de plantel, estávamos melhor do que o ano anterior, mas dentro de campo isso não se refletia. Acabámos por descer e talvez fosse dos clubes que menos merecia. Pagamentos em dia e condições de trabalho muito boas. Era um clube que não merecia aquele desfecho, mas estou confiante que eles vão regressar muito em breve à I Liga”, afirmou ao Notícias ao Minuto em outubro de 2019.
Após a descida de divisão emigrou para o futebol chinês.
 
 
 

8. Caio Secco (57 jogos)

Caio Secco
Guarda-redes brasileiro de elevadíssima estatura (1,95 m), jogou vários anos futebol italiano, incluindo ao lado de Bernardeschi no Crotone, antes de reforçar o Feirense no verão de 2017.
Sucessor natural de Vaná, que tinha rumado ao FC Porto, disputou 33 jogos e sofreu 46 golos no campeonato durante a primeira época em Santa Maria da Feira, ajudando os fogaceiros a evitar a despromoção.
Em 2018-19 foi utilizado atuou em 24 encontros, nos quais sofreu 43 golos, tendo sido impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Marítimo.
“O Feirense, pela sua história, pela sua estrutura, pelos seus adeptos e por ter uma administração que honra os seus compromissos, é um clube que tem de estar na I Liga”, disse aos adeptos feirenses antes de se despedir do clube.
 
 
 

7. Vítor Bruno (58 jogos)

Vítor Bruno
Lateral esquerdo/extremo internacional sub-18 português e que jogou ao lado de Josué, Sérgio Oliveira e Wilson Eduardo na formação do FC Porto, passou por clubes como o Penafiel e os romenos do Cluj antes de assinar pelo Feirense no verão de 2016.
No Marcolino de Castro disputou 30 jogos (sempre a titular) e marcou um golo ao Boavista na I Liga em 2016-17, ajudando os fogaceiros a alcançar a melhor classificação de sempre da sua história, o 8.º lugar.
Na temporada seguinte representou o Boavista – e foi ovacionado quando visitou o Feirense –, mas em 2018-19 voltou a Santa Maria da Feira para atuar em 28 encontros (27 a titular) e marcar um golo ao Desp. Chaves, insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Leixões. “Fim de ciclo. Não tenho muitas palavras para este momento. Apenas agradecer-vos por me terem dado esta possibilidade de representar um clube que ficará para sempre guardado no meu coração. Serei sempre um de vós. Agradeço a todos, direção, jogadores e todo o staff. Aos sócios e adeptos, obrigado por todo o carinho. Saio em dívida convosco. Foi um orgulho enorme ter representado 68 vezes este clube [em todas as competições]”, afirmou nas redes sociais na hora da despedida.
 
 
 

6. Edson Farias (62 jogos)

Edson Farias
Extremo brasileiro que no Feirense também tem jogado muitas vezes como lateral direito, foi orientado por Paulo Sousa no Videoton antes de entrar no futebol português no verão de 2014 pela porta do Paços de Ferreira.
Entretanto passou pela Coreia do Sul e assinou pelos azuis da Feira em janeiro de 2017, tendo atuado em onze jogos (sete a titular) e marcou um golo ao Belenenses nessa época que culminou na obtenção do histórico 8.º lugar.
Em 2017-18 atuou em 27 partidas (24 a titular) e marcou um golo ao Paços de Ferreira, ajudando os fogaceiros a assegurar a permanência.
Na temporada que se seguiu foi utilizado em 24 encontros (23 a titular), mas foi impotente para evitar a despromoção.
Apesar da descida de divisão, permaneceu no clube, sendo atualmente um dos capitães. “Para sempre um fogaceiro. Grato ao clube e aos adeptos por tudo o que vivi nestes jogos. Muito feliz por esta marca neste grande clube”, escreveu nas redes sociais depois de disputar o jogo 100 pela camisola do Feirense, em outubro de 2020.
 
 
 

5. Flávio Ramos (63 jogos)

Flávio Ramos
Defesa central brasileiro que passou por Náutico e Paysandu no seu país, ingressou no Feirense no verão de 2016 e rapidamente assumiu um papel importante na equipa, ao lado de Ícaro ou Luís Rocha no eixo defensivo.
Na primeira temporada no Marcolino de Castro disputou 22 jogos (20 a titular) e contribuiu para a obtenção do histórico 8.º lugar.
Em 2017-18 manteve o estatuto, tendo participado em 29 encontros (sempre a titular) e marcado um golo ao Desp. Chaves, ajudando os fogaceiros a alcançar a permanência.
Na época que se seguiu esteve algum tempo afastado dos relvados, tendo apenas atuado em 12 partidas (todas como titular) e apontado um golo ao Santa Clara, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão foi emprestado aos turcos do Gençlerbirligi, mas em 2020-21 regressou a Santa Maria da Feira.
 
 
 

4. Babanco (67 jogos)

Babanco
Polivalente canhoto e internacional cabo-verdiano, fixou-se no meio-campo fogaceiro com Nuno Manta Santos no início de 2017, após uma curta experiência no AEL Limassol, já depois de ter representado Olhanense e Estoril na I Liga.
Na primeira meia época no Feirense sentiu algumas dificuldades em estabelecer-se como titular, uma vez que o trio composto por Cris, Luis Aurélio e Tiago Silva estavam a dar conta do recado, mas foi a tempo de disputar 15 jogos (oito a titular).
Em 2017-18 ganhou espaço, tendo atuado em 29 encontros (27 a titular) e apontado dois golos, frente a Boavista e Marítimo, ajudando os azuis de Santa Maria da Feira a alcançar a permanência.
Na terceira e última temporada no clube participou em 23 partidas (21 a titular) e marcou mais dois golos, diante de Desp. Chaves e Santa Clara, não conseguindo evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Desp. Chaves.
 
 
 

3. Cris (77 jogos)

Cris
Um histórico do Feirense, com cerca de duas décadas de ligação ao clube.
Natural de Fajões, concelho de Oliveira de Azeméis, Cris entrou para a formação dos fogaceiros no final da década de 1990, estreou-se pela equipa principal em 2003 (aos 19 anos) e esteve fora entre 2007 e 2011, quando representou a Académica e os gregos do Asteras Tripolis, mas voltou a casa em 2011-12.
Nessa temporada de regresso do emblema de Santa Maria da Feira ao patamar maior do futebol português não foi além de 14 jogos (sete a titular) no campeonato, não conseguindo evitar a descida de divisão.
Em 2012-13 voltou a estar fora, ao serviço dos cipriotas do Paphos, mas voltou ao Marcolino de Castro na época seguinte, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 2016.
Seguiram-se três anos consecutivos no primeiro escalão. No primeiro foi bastante utilizado, tendo atuado em 28 encontros (24 a titular) e contribuído para a obtenção do histórico 8.º lugar, mas nos seguintes perdeu influência. Em 2018-19 marcou presença em 18 partidas (14 a titular), ajudando a assegurar a permanência, e na temporada que se seguiu disputou 17 jogos (16 a titular) e marcou um golo ao Vitória de Setúbal, mas não conseguiu evitar a despromoção.
Após a descida à II Liga permaneceu no clube, mas é cada vez menos utilizado, numa altura em que já tem 37 anos.
“O futebol mudou bastante e há cada vez menos exemplos de jogadores que fazem toda a carreira, ou praticamente toda, no mesmo clube. O meu trajeto orgulha-me muito. Tive a felicidade de saltar dos juniores para a equipa principal e ser logo titular nessa época”, afirmou o capitão, em declarações reproduzidas pelas plataformas digitais do Feirense em agosto de 2020.
“Festejei uma subida de divisão, duas permanências históricas na I Liga, uma delas com um 8.º lugar... Ganhei ao FC Porto e ao Sporting. Estive nos quartos-de-final da Taça de Portugal e duas vezes muito próximo da final four da Taça da Liga. Principalmente nestes últimos anos, as conquistas têm sido incríveis. Ficou um amargo de boca em não ir um pouco mais longe nessas três ocasiões nas duas taças. Não sendo o nosso grande objetivo das épocas, mas todos gostaríamos de ter dado essa alegria aos nossos adeptos e de ter levado o nome do Feirense a uma fase tão avançada de uma competição”, acrescentou.
 
 
 

2. Luís Machado (80 jogos)

Luís Machado
Extremo de baixa estatura (cerca de 1,70 m) capaz de atuar nas duas alas, chegou ao Marcolino de Castro em janeiro de 2016, já depois de se ter estreado na I Liga ao serviço do Tondela, ajudando na primeira meia época a levar o Feirense ao primeiro escalão apesar de ter estado três meses afastado dos relvados devido a uma lesão grave.
Maioritariamente titular em 2016-17, disputou 28 jogos (22 a titular) no patamar maior do futebol português e apontou dois golos, frente a Vitória de Setúbal e Desp. Chaves, contribuindo para a obtenção do histórico 8.º lugar.
Na temporada seguinte atuou em 27 encontros, mas apenas 14 na condição de titular, tendo ainda marcado três golos, diante de Boavista, Rio Ave e Sp. Braga, ajudando a assegurar a permanência.
Já em 2018-19 foi utilizado 25 partidas (20 a titular) e marcou um golo ao Desp. Chaves, não conseguindo evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Moreirense.
 
 
 

1. Tiago Silva (85 jogos)

Tiago Silva
Médio internacional jovem português que jogou ao lado de Ivan Cavaleiro e Bruno Gaspar na formação do Benfica e que vinha a perder espaço no Belenenses, foi emprestado ao Feirense no verão de 2016, aquando da subida dos fogaceiros à I Liga.
No Marcolino de Castro rapidamente assumiu o papel de uma das principais figuras da equipa, apesar de ter estado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, tendo atuado em 27 jogos (19 a titular) e apontado seis golos no campeonato, frente a Boavista, Tondela, Desp. Chaves, Marítimo e Sporting (dois), que contribuíram para a obtenção do histórico 8.º lugar na primeira época no clube.
Em 2017-18, ainda por empréstimo dos azuis do Restelo, atuou em 29 encontros (todos como titular) e faturou por três vezes, diante de Paços de Ferreira, Desp. Chaves e Vitória de Setúbal, ajudando a formação de Santa Maria da Feira a assegurar a permanência.
Na terceira e última temporada de castelo ao peito – mas a primeira em que esteve vinculado a título definitivo –, foi utilizado em 29 partidas (todas a titular) e marcou três golos, frente a Rio Ave, Marítimo e Santa Clara, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para os ingleses do Nottingham Forest.
 









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