segunda-feira, 4 de março de 2024

Engenheiro no setor automóvel com brinco, cabelo comprido e 10 nas costas. Assim era o jogador Roger Schmidt

Roger Schmidt jogava no meio-campo
Antes de se tornar treinador e muito antes de proferir a frase “Quem ama o futebol, ama o Benfica” e guiar os encarnados à conquista do título nacional em 2022-23, Roger Schmidt foi um modesto futebolista semiprofissional nas divisões secundárias na Alemanha. Tinha pinta de futebolista, conforme se pode ver na fotografia que ilustra este trabalho: cabelo comprido e brinco na orelha. E, não mostra a imagem, atuava como médio e tinha o número 10 nas costas.
 
Na altura jogava no modesto SC Verl (1995 a 2002), clube da região alemã de onde é natural, a Renânia do Norte-Vestfália. Também nessa zona estão situados os outros seis clubes que representou enquanto futebolista: RW Lüdenscheid (1986-87), TuS Plettenberg (1988 a 1990) TuS Paderborn-Neuhaus (1990 a 1995), SC Paderborn 07 (2002-03), SV Lippstadt 08 (2003-04) e Delbrücker SC (2004-05).
 
Embora nunca tivesse competido acima da terceira divisão, teve alguns momentos altos na carreira, como quando ajudou o Verl, então na Regionalliga (terceiro escalão), a eliminar o primodivisionário Borussia Mönchengladbach na Taça da Alemanha em 1999-00. Na altura tinha como companheiro de equipa o lateral direito Arne Friedrich, que se haveria de tornar internacional germânico.

O treinador que punha “a carne toda no assador”. Quem se lembra de Quinito?

Quinito afastou-se do futebol após a morte do filho
O futebol português tem algumas frases marcantes que praticamente viraram ditados populares e uma boa parte delas foram inventadas por Quinito, o treinador das barbas fartas, de sorriso fácil e de tiradas engraçadas, um romântico que se afastou do futebol após a morte do filho.
 
Um dia, na tentativa de obter um melhor resultado, começou a lançar em campo jogadores de características ofensivas, e após o jogo explicou as substituições através de uma metáfora que se tornou histórica: “Pus a carne toda no assador.”
 
Nascido em Setúbal, fez uma carreira razoável enquanto futebolista ao serviço de Académica, Belenenses, Sp. Braga e dos espanhóis do Racing Santander. Como treinador passou por mais de uma dezena de clubes, entre os quais Sp. Braga, Rio Ave, Sp. Espinho, FC Porto, Marítimo, Portimonense, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Belenenses e Estrela da Amadora. Sempre mostrou primazia pelo talento e pelo futebol espetáculo, conforme mostrou pela forma como elogiou um dos seus jogadores no Vitória minhoto em 1994-95: “Se tivesse dinheiro, comprava o Pedro Barbosa e punha-o a jogar no meu quintal, só para mim.”

Morreu Alexandre Baptista: magriço, vencedor do único troféu europeu do Sporting e campeão de ténis de mesa. Quem se lembra dele?

Alexandre Baptista disputou 152 jogos pelo Sporting
Um dos primeiros grandes futebolistas nascidos no Barreiro, Alexandre Baptista era sobrinho de um antigo jogador do Benfica, Raul Baptista, mas como jogador notabilizou-se no centro da defesa do Sporting, o único clube que representou. Morreu este domingo, aos 83 anos.
 
Praticante de várias modalidades, como ténis, basquetebol, golfe e voleibol, começou a ligação ao emblema leonino na condição de jogador de ténis de mesa, tendo conquistado campeonatos nacionais de infantis e juniores no final da década de 1950.
 
Licenciado em economia, também percorreu as camadas jovens do futebol do Sporting, tendo feito a estreia pela equipa principal a 26 de fevereiro de 1961, numa receção ao Atlético para a Taça de Portugal (2-0).

sábado, 2 de março de 2024

O melhor marcador da I Liga e Dragão de Ouro em 2008. Quem se lembra de Lisandro López?

Lisandro López marcou 63 golos em 150 jogos pelo FC Porto
Contratado pelo FC Porto no verão de 2005 ao Racing Club de Avellaneda, onde se destacou na posição de ponta de lança, o móvel e não muito alto (1,74 m) Lisandro López começou a aventura no Dragão como extremo esquerdo, com Co Adriaanse, e por lá se manteve com Jesualdo Ferreira.
 
A sua mobilidade valeu-lhe a coexistência com outros pontas de lança tanto no 3x3x4 do holandês como no 4x3x3 do português, nomeadamente Benni McCarthy, Hélder Postiga, Hugo Almeida ou Adriano, e não foi por isso que rendeu pouco, assumindo uma função parecida à que Derlei havia desempenhado anos antes. Sempre um habitual titular nos quatro anos que passou de dragão ao peito, foi cada vez mais cimentando esse estatuto, aparecendo cada vez menos no banco.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Morreu Pietra, lateral direito de eleição nas décadas de 70 e 80. Quem se lembra dele?

Pietra disputou mais de 300 jogos pelo Benfica
26 internacionalizações, quatro campeonatos, cinco Taças de Portugal, duas Supertaças e presença numa final da Taça UEFA. É este o resumo muito simplificado do currículo desportivo de Minervino Pietra, lateral direito de eleição do futebol português nas décadas de 1970 e 1980.
 
Nascido em Lisboa, surgiu nos seniores do Belenenses em 1971-72 e fez parte da equipa que na época seguinte foi vice-campeã nacional sob a orientação do argentino Alejandro Scopelli, naquela que foi a melhor classificação dos azuis do Restelo na I Divisão no pós-Matateu.
 
Os bons desempenhos valeram-lhe a estreia pela seleção nacional A ainda com 19 anos, num jogo frente à Irlanda do Norte em novembro de 1973, e a transferência para o Benfica no verão de 1976.

Quem se lembra do boato que arruinou a carreira de Calado?

Calado somou 187 jogos e oito golos pelo Benfica
Médio de características defensivas, Calado vinha a fazer uma bela carreira. Terminou a formação e iniciou o percurso como sénior no Casa Pia, brilhou no Estrela da Amadora ao ponto de ser chamado à seleção nacional AA e conquistou o seu espaço no Benfica. Somou 187 jogos e oito golos de águia ao peito entre 1995 e 2001, foi subindo na hierarquia do plantel e, após o despedimento de João Vieira Pinto no verão de 2000, tornou-se no capitão de uma equipa que tinha Robert Enke, Paulo Madeira, Karel Poborsky, Maniche e Pierre Van Hooijdonk, entre outros.
 
Uma grande honra para o jogador embora as coisas desportivamente não estivessem a correr bem aos encarnados, que não eram campeões desde 1993-94 e no ano anterior tinham passado por uma humilhante goleada por 0-7 aos pés do Celta de Vigo para a Taça UEFA.

Os 10 jogadores com mais jogos pelo São Martinho no Campeonato de Portugal

São Martinho compete no Campeonato de Portugal desde 2015-16
Fundada a 1 de março de 1958, a Associação Recreativa São Martinho é presença habitual nos campeonatos nacionais desde o início da década de 1980, contabilizando 12 presenças na antiga III Divisão Nacional, uma na II Divisão e, mais recentemente, oito no Campeonato de Portugal.
 
No anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores, destacam-se as participações de 2020-21, que culminou no apuramento para a face de acesso à Liga 3, e de 2021-22, em que o conjunto de São Martinho do Campo atingiu a fase de promoção à Liga 3.
 
Paralelamente, emblema campense conquistou o título distrital da Associação de Futebol do Porto em 2014-15.
 
Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo São Martinho no Campeonato de Portugal.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

“A boca morre pelo peixe” e “sem migo”. As melhores pérolas de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira foi presidente do Alverca e do Benfica
Filho de um pedreiro e de uma mãe que trabalhava nas confeções, Luís Filipe Vieira nasceu e cresceu no Bairro das Furnas, um bairro social de pequenas casas prefabricadas perto do Jardim Zoológico de Lisboa, e desistiu dos estudos após concluir o ensino primário. Não raras as vezes, admitiu que só tinha a quarta classe e que não tinha vergonha em dizê-lo.
 
Conhecido pelos amigos por “Cabeçudo” ou “Ventoinha”, começou a trabalhar aos 14 anos e não foi a falta de estudos que o impediu de se tornar num empreendedor, tendo começado a fazer dinheiro no ramo dos pneus, numa longa caminhada no mundo dos negócios que haveria de fazer dele uma das 100 pessoas mais ricas de Portugal.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

“Qual é o joelho que queres, cabrão?”. Quando Futre apontou uma pistola a Dani

Futre na apresentação de Dani no Atlético em janeiro de 2001
O Atlético Madrid conquistou dois campeonatos de Espanha e foi a duas finais da Liga dos Campeões nos últimos dez anos e ganhou três Ligas Europa nos últimos quinze, mas não assim há tanto tempo o emblema colchonero estava na II Liga Espanhola em… zona de despromoção.
 
É verdade. A 5 de novembro de 2000, após uma derrota em casa ante o Tenerife (1-2), o Atleti caiu para a 19.ª posição, ao cabo de onze jornadas. Se o campeonato terminasse naquele dia, desceria para a II Divisão B.
 
No dia seguinte, Paulo Futre iniciou funções como diretor desportivo e começou a arrumar a casa. Já depois de ter mostrado os testículos a todo o plantel, para pedir tomates aos jogadores para saírem daquela situação, e de gerir a contestação ao presidente Gil y Gil, começou a analisar o mercado à procura de um lateral esquerdo, um trinco e um extremo.
 
Certo dia, recebeu uma chamada daquele que era o principal agente português na altura, José Veiga, que lhe propôs a contratação de Dani, um talentoso esquerdino capaz de jogar nas alas ou atrás do ponta de lança, mas que estava completamente queimado no futebol devido à sua vida boémia.  Tinha contrato com o Benfica, mas as águias queriam ver-se livres dele a todo o custo.

Da “primeira grande professora de sexo” às amigas bissexuais. As aventuras mulherengas de Futre

Futre fez anúncios de estimulantes sexuais masculinos
Fama não lhe faltava. E proveito também não. Estrela de anúncios de estimulantes sexuais masculinos quando já ia na meia idade, Paulo Futre teve enquanto jovem, ao longo da sua carreira de futebolista, “inúmeros episódios relacionados com o sexo feminino”. É o próprio que o assume no livro El Portugués, publicado em 2011, e no qual conta que sempre lidou “muito bem com esse assédio”, tendo passado por “algumas histórias bizarras”.
 
Tudo começou no Porto. Com 19 aninhos e o estatuto de uma das principais figuras do FC Porto, tinha “algumas amigas especiais, mas sem compromisso”, até que numa viagem de Lisboa para o Porto de comboio, depois de representar a seleção nacional, conheceu uma mulher na casa dos 30 e poucos anos. “Que senhora”, disse para dentro, antes de a conversa começar a fluir.
 
“Quando somos jovens, temos sempre o objetivo de estar com uma mulher mais velha. Alguém que nos pode ensinar outras coisas. E é isso que vai acontecer. Nesse dia começa uma história louca entre nós. Posso dizer que ela se transforma na minha primeira grande professora de sexo”, contou no livro.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

“O que hoje é verdade amanhã é mentira”. Recorde a origem da histórica frase e o seu autor

Pimenta Machado foi presidente do V. Guimarães entre 1980 e 2004
“O que hoje é verdade amanhã é mentira” é uma daquelas frases que ficaram lapidadas na história do futebol português. O seu autor, é do conhecimento geral, foi António Pimenta Machado, histórico presidente do Vitória de Guimarães, que dirigiu o clube entre 1980 e 2004. Juntamente com Valentim Loureiro e Pinto da Costa fez parte de uma geração de líderes carismáticos, polémicos e que pareciam eternizar-se nas funções, sendo que um deles escapou à justiça única e exclusivamente por ilegalidade das provas recolhidas e ainda anda por aí, com apoiantes extremamente fiéis.

Desceu duas equipas na mesma época, mas tinha boas tiradas. Quem se lembra do treinador Luís Campos?

Luís Campos esteve nas descidas do Vitória e do Varzim à II Liga em 2003
Luís Campos é hoje uma figura conceituadíssima no futebol mundial. É só consultor do presidente do Paris Saint-Germain, uma espécie de diretor desportivo oficioso, que se especializou em scouting desde que trabalhou como observador do Real Madrid então orientado por José Mourinho, construiu a equipa do Mónaco que haveria de conquistar o título francês em 2016-17 e render centenas de milhões de euros em transferências e repetiu a façanha monegasca no Lille.
 
Hoje, é talvez a referência maior do mundo do futebol quando o tema é scouting. Tem uma base de dados própria e um método de observação que visa reduzir o erro, com suporte tecnológico e algoritmos gerados por dados estatísticos.

“Se a minha avó tivesse rodas seria um camião”. Recorde as melhores pérolas de Paulo Bento

Paulo Bento sentiu-se roubado na final da Taça da Liga de 2009
Satirizado por Ricardo Araújo Pereira no Diz que É uma Espécie de Magazine, Paulo Bento proporcionou muitos momentos de humor quando foi treinador do Sporting, entre 2005 e 2009, mesmo que fosse raro vê-lo sorrir.
 
No início da época 2006-07, os leões perderam em Alvalade ante o Paços de Ferreira graças a um golo marcado com a mão por parte do brasileiro Ronny. No final do jogo, questionaram o técnico sobre o lance, e a resposta ficou para a história: “Se foi com a mão não é polémico. Com a mão é andebol, basquetebol, voleibol… Futebol, com os pés, com as pernas, com a cabeça.”

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Hoje faz anos a arma secreta do FC Porto de Mourinho para os grandes jogos. Quem se lembra de Pedro Mendes?

Pedro Mendes representou o FC Porto em 2003-04
Muitas vezes esquecido, até pela própria seleção nacional, Pedro Mendes fez uma carreira fantástica: foi internacional jovem, estreou-se de quinas ao peito quando jogava no Vitória de Guimarães, foi campeão nacional e europeu pelo FC Porto, venceu uma Taça de Inglaterra pelo Portsmouth, somou quase 90 partidas na Premier League, conquistou dois campeonatos da Escócia e esteve num Mundial.
 
Médio capaz de desempenhar várias funções na zona medular e com bom remate de meia distância, dividiu a formação entre Desportivo das Aves, Vitória de Guimarães e Ribeira de Pena. Quando transitou para sénior, em 1998-99, foi emprestado pelos vimaranenses ao Felgueiras, que com este centrocampista ficou a um pequeno passo de subir à I Liga.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

PPV Review - Elimination Chamber: Perth (2024)


Data: 24 de fevereiro de 2024
Arena: Optus Stadium
Localidade: Perth, Austrália
 

Sonhava ser “uma espécie de Berlusconi do Benfica”. Quem se lembra de Vale e Azevedo?

Vale e Azevedo foi presidente do Benfica entre 1997 e 2000
Na história do Benfica só há dois estatutos que são indiscutíveis: Eusébio melhor futebolista de sempre e Vale e Azevedo pior presidente de sempre.
 
Numa altura em que o FC Porto tinha a hegemonia do futebol português, este advogado, que havia sido assessor jurídico de Francisco Pinto Balsemão quando o patrão da Impresa era primeiro-ministro, foi eleito presidente das águias em outubro de 1997 e garantiu que ia meter muito dinheiro no clube, que atravessava uma grave crise financeira. E também deixou claro qual era a sua inspiração: “Não pretendo ser um mecenas, mas uma espécie de Silvio Berlusconi do Benfica.”
 
Em parte, cumpriu a promessa, pois, tal como o antigo presidente do AC Milan, também foi condenado pela justiça a uma pena de prisão.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Goleador e primeiro treinador português campeão europeu e nas big five. Quem se lembra de Artur Jorge?

Artur Jorge foi goleador no Benfica e campeão europeu no FC Porto
Primeiro treinador português a sagrar-se campeão europeu, orientando o FC Porto, Artur Jorge teve uma vida ligada ao futebol, como jogador e técnico, que o levou também à liderança da seleção nacional.
 
Nascido no Porto, em 13 de fevereiro de 1946, Artur Jorge foi um sucessor à altura do lendário José Maria Pedroto no banco do FC Porto, contribuindo, sob a tutela do presidente Pinto da Costa, para a emancipação do clube, que teve como zénite a conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987, derrubando um colosso chamado Bayern Munique.
 
Se é verdade que o maior sucesso surgiu depois de pendurar as chuteiras, levando o clube portuense a declará-lo "tão inesquecível como aquela noite de Viena", Artur Jorge viveu muitos momentos de glória dentro dos relvados, como um dos grandes avançados portugueses, e a sua vida não pode reduzir-se ao desporto.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

“Faca de dois legumes” e não só. Recorde as melhores pérolas do Boavistão

Jaime Pacheco levou o Boavista à conquista do título
No período da viragem do século, com o Boavista nos primeiros lugares do campeonato e relativamente pujante na Europa, não faltavam conferências de imprensa e consequentes perguntas e respostas. E com microfones constantemente à frente do carismático Jaime Pacheco, a quantidade de tesourinhos é vasta.
 
Mas o treinador dos axadrezados, que um dia chamou “doente” a José Mourinho, não era o único capaz de cometer gaffes. Instado a comentar o estilo de jogo da equipa em dezembro de 2000, o central Litos disse que “jogar à defesa pode ser uma faca de dois legumes”.
  
Certamente que se queria referir à expressão metafórica faca de dois gumes, que designa algo que sendo capaz de trazer uma consequência benéfica traz também uma desfavorável, mas Jaime Pacheco não perdoou. Dois anos e meio depois, em vésperas de o Boavista defrontar o Hertha de Berlim para a Taça UEFA, o técnico boavisteiro foi questionado sobre se iria haver uma marcação individual à grande estrela da equipa germânica, o médio ofensivo brasileiro Marcelinho Paraíba, e lembrou a frase do seu antigo jogador: “Fazer uma marcação homem a homem ao Marcelinho pode ser uma faca de dois legumes, como agora se diz.”

O guarda-redes do FC Porto vítima de acidente fatal na A1. Quem se lembra de Zé Beto?

Zé Beto defendeu a baliza portista em 179 jogos
Carismático guarda-redes que integrou durante cerca de uma década o plantel principal do FC Porto, Zé Beto nasceu no seio de uma família de pescadores de Matosinhos com algumas dificuldades económicas. Haveria de se mudar, mais tarde, para Leça da Palmeira e para o Porto, onde conseguiu completar o ciclo preparatório, mas não era bom aluno.
 
Ainda se aventurou no judo e na natação, mas depois de experimentar a baliza do campo pelado do Pasteleira focou-se no futebol. Do Pasteleira ao FC Porto foi um tirinho, tendo chegado rapidamente às seleções nacionais jovens. Ainda antes de se estrear pela equipa principal dos dragões somou 13 internacionalizações pelos sub-18 e quatro pelos sub-20, tendo participado no Campeonato do Mundo desta última categoria em 1979.
 
A ansiada estreia oficial pela equipa principal dos azuis e brancos só aconteceu em março de 1983, pela mão de José Maria Pedroto, muito depois de ter jogado pela primeira vez na I Divisão ao serviço do Beira-Mar em 1979-80, quando esteve emprestado aos aveirenses. Ou seja, esteve cerca de três anos sem disputar um único encontro oficial, tapado pelos mais experientes Fonseca, Tibi e Jorge Amaral.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Quem se lembra de quando Conceição se atirou a “Merdaíl” e acusou Scolari de preferir jogadores patrocinados pela Nike?

Sérgio Conceição e Gilberto Madaíl no Jamor em 2002
Filho de um pedreiro, Sérgio Conceição cresceu no seio de uma família humilde nos arredores de Coimbra e ficou órfão de pai e mãe ainda enquanto adolescente. Também não era propriamente o mais talentoso dos jogadores, mas tinha na garra a principal imagem de marca, tendo conseguido uma carreira de futebolista muito bonita: passou por três empréstimos antes de se afirmar no FC Porto, ganhou tudo em Portugal, conquistou um campeonato, duas Taças e uma Supertaça de Itália, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia ao serviço da Lazio, brilhou no Euro 2000 com um hat trick à Alemanha e já na curva descente foi eleito o melhor jogador do campeonato belga.
 
Mas esse nervo que exibia em campo também vem ao de cima quando é chamado a falar. Não é só desde que é treinador que tem declarações impetuosas e intempestivas. Tem o coração na boca, é genuíno, não tem filtros e, obviamente, acaba por cometer erros tanto na forma como no conteúdo. A diferença é que, agora, tem de falar publicamente várias vezes por semana.

Morreu Andreas Brehme, o ambidestro que deu o título mundial à Alemanha em 1990. Quem se lembra dele?

Andreas Brehme chutava com ambos os pés
Morreu na última madrugada, aos 63 anos, Andreas Brehme, herói do título mundial da Alemanha em 1990, vítima de ataque cardíaco.
 
Jogador ambidestro e polivalente, que jogava preferencialmente nas alas, mas que também podia cobrir a posição de médio defensivo, formou-se no Barmbek-Uhlenhorst, de Hamburgo, e começou a dar nas vistas no Kaiserslautern entre 1981 e 1986, clube que o catapultou para a seleção da Alemanha e para o todo-poderoso Bayern Munique.
 
Ao serviço do emblema da Baviera conquistou o campeonato alemão em 1986-87, época também marcada pela caminhada até à final da Taça dos Campeões Europeus, perdida para o FC Porto.

Problemas com treinadores em Madrid e distinção negativa em Itália. Quem se lembra de Maniche no Atlético e no Inter?

Maniche foi o único português a jogar por Inter e Atlético
O Inter de Milão-Atlético Madrid desta terça-feira (20:00) é o momento ideal para recordar a passagem o único jogador português que representou ambos os clubes, Maniche. Curiosamente, o antigo médio até jogou passou por estes dois históricos emblemas do futebol europeu numa fase em que começava a perder cada vez mais protagonismo na seleção nacional.
 
Depois de ganhar tudo o que havia para ganhar no FC Porto, de uma passagem do Dínamo Moscovo, de curto empréstimo ao Chelsea de José Mourinho e de um Mundial 2006 muito bem conseguido, foi contratado pelo Atlético Madrid aos russos, por 9 milhões de euros, precisamente após o Campeonato do Mundo que se realizou na Alemanha.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Um goleador com sotaque alentejano. Quem se lembra de Vítor Madeira?

Vítor Madeira brilhou no Vitória de Setúbal e no Estoril
Um dos melhores futebolistas alentejanos de todos os tempos, um avançado que contabilizou 246 jogos e 58 golos ao longo de onze épocas a competir na I Divisão e que deixou marca no futebol português nas décadas de 1970 e 1980. Vítor Madeira era um ponta de lança que também poderia assumir outras funções no ataque, e que se destacava pela sua rapidez, versatilidade, qualidade técnica e habilidade goleadora.
 
Nascido em Beja em setembro de 1953, era o mais novo de cinco irmãos futebolistas – os outros eram Joaquim, João, Rui e Nói –, e começou a dar nas vistas no clube da terra, o Desportivo de Beja. No verão de 1973 mudou-se para o Vasco da Gama, de Sines, para onde foi pela mão de Vicente Lucas e onde criou raízes e deu nas vistas, tendo contribuído para a conquista do título da Série D da III Divisão Nacional em 1975-76 e consequente promoção à II Divisão.
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