O problemático craque argentino que foi feliz no Benfica. Quem se lembra de Caniggia?
Caniggia somou 16 golos em 34 jogos pelo Benfica em 1994-95
Um craque de dimensão mundial,
daqueles que parecem fora da órbita do futebol português, mas que jogou no Benfica
na flor da idade, aos 27, 28 anos, acabadinho de disputar o Mundial
1994 ao serviço de uma
das seleções mais recheadas de talento em todo o planeta, a Argentina. A
sua rapidez valeu-lhe as alcunhas de El Hijo del Viento (filho do vento)
e de El Pájaro (o pássaro).
Claudio Caniggia despontou no River
Plate, venceu campeonato argentino, Libertadores
e Taça Intercontinental em 1986 e não tardou a dar o salto para o futebol
europeu, mais precisamente para a Serie
A italiana. Primeiro representou o Hellas
Verona (1988-89), depois a Atalanta
(1989 a 1992) e AS
Roma (1992 a 1994), exibindo qualidade técnica e velocidade e apresentando
sempre um número digno de golos por temporada. Os anos que passou em Bérgamo
foram, segundo o próprio, “os melhores” da carreira.
Durante esta passagem pelo calcio
foi uma das figuras da seleção
albiceleste que atingiu a final do Mundial 1990, tendo marcado o
golo que eliminou o Brasil
nos oitavos de final e também o que levou a meia-final com a Itália
para penáltis. Paralelamente, ajudou a Argentina
a vencer a Copa América em 1991 e a Taça das Confederações em 1992. Em março de 1993, porém, acusou
cocaína num controlo antidoping e foi punido com 13 meses de suspensão. Quando
o castigo terminou, foi convocado para o Mundial
1994 mesmo estando há mais de um ano sem jogar, e mesmo assim mostrou
rendimento nos Estados Unidos, com dois golos em três jogos. A seguir ao Campeonato
do Mundo, assinou pelo Benfica
por empréstimo da AS
Roma com o patrocínio da Parmalat, que financiou a sua passagem pela Luz.
Durante a única época em que jogou de águia ao peito, 1994-95, foi mais
utilizado como ponta de lança do que como extremo, sua posição natural, tendo
apontado 16 golos em 34 jogos em todas as competições.
Poucas semanas depois do famoso
beijo, em setembro, sofreu talvez o maior desgosto da sua vida, a morte da sua
mãe, que se suicidou ao saltar do quinto andar do seu prédio. Abalado, Caniggia
não disputou um único jogo em 1996-97 e atuou apenas esporadicamente na época
seguinte, o que juntamente com a recusa em cortar o cabelo, uma exigência do
selecionador Daniel Passarella, o levou a falhar o Mundial 1998. Em 1999-00 regressou à Atalanta,
ajudando o emblema
de Bérgamo a subir à Serie
A, mas incompatibilizou-se com o treinador Giovanni Vavassori e prosseguiu
a carreira na Escócia, primeiro ao serviço do Dundee FC e depois com a camisola
do Rangers,
clube pelo qual venceu um campeonato (2002-03), duas taças (2001-02 e 2002-03)
e duas taças da liga (2001-02 e 2002-03).
Em 2012-13 saiu da reforma para
disputar um jogo pelos amadores ingleses do Wembley FC na Taça de Inglaterra,
numa jogada financeira por um dos patrocinadores da competição, a cervejeira
Budweiser, tendo atuado ao lado de outos antigos futebolistas internacionais
como Daniel Dichio, Martin Keown, Ray Parlour, Graeme Le Saux, Jaime Moreno ou
Brian McBride.
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