Jaime Pacheco levou o Boavista à conquista do título |
No período da viragem do século,
com o Boavista
nos primeiros lugares do campeonato e relativamente pujante na Europa, não
faltavam conferências de imprensa e consequentes perguntas e respostas. E com
microfones constantemente à frente do carismático Jaime Pacheco, a quantidade
de tesourinhos é vasta.
Certamente que se queria referir à
expressão metafórica faca de dois gumes, que designa algo que sendo capaz de
trazer uma consequência benéfica traz também uma desfavorável, mas Jaime Pacheco
não perdoou. Dois anos e meio depois, em vésperas de o Boavista
defrontar o Hertha
de Berlim para a Taça
UEFA, o técnico boavisteiro
foi questionado sobre se iria haver uma marcação individual à grande estrela da
equipa
germânica, o médio ofensivo brasileiro Marcelinho Paraíba, e lembrou a
frase do seu antigo jogador: “Fazer uma marcação homem a homem ao Marcelinho
pode ser uma faca de dois legumes, como agora se diz.”
A brincadeira saiu cara a Jaime
Pacheco, pois o país atribuiu-lhe a autoria de frase que não era sua, ao
contrário de outra pérola que haveria de soltar em 2008, quando o Boavista
estava na iminência de descer de divisão devido ao processo Apito Dourado: “Querem
fazer do Boavista
um bode respiratório.”
Essa foi mesmo da autoria do
treinador campeão nacional em 2000-01, tal como aquela em que explicou o seu
modelo de jogo: “Vamos jogar ao ataque, fechadinhos lá atrás.”
Ao ataque ou à defesa, com marcação
individual ou à zona, a verdade é que o Boavista
eliminou o Hertha
nos oitavos de final da Taça
UEFA, em 2002-03, e que Marcelinho não marcou qualquer golo. Seguiu-se a
eliminação do Málaga
de… Litos. O adversário das meias-finais foi o Celtic
de Glasgow, mas Jaime Pacheco deixou claro, antes de um jogo em Moreira de
Cónegos, que quem não desse o litro não jogaria na Escócia: “Quem não meter o pé
no jogo de sábado, não vai a Celtic
na quinta-feira.”
Sem comentários:
Enviar um comentário