Fundado a 5 de outubro de 1966
por resultado da fusão entre o Sport Lisboa e Sines e o Clube de Futebol “Os
Sineenses”, o Vasco
da Gama Atlético Clube tem sido o principal representante da cidade
portuária da cidade de Sines
no futebol nacional.
Depois de ter obtido um terceiro
lugar na II Divisão Nacional – Zona Sul em 1977, eliminado o Vitória
de Guimarães da Taça
de Portugal em 1988-89 e conquistado o título nacional da III Divisão em
1979-80 e 1990-91, os vascaínos
participaram por três vezes na II Divisão B, primeiro entre 1991-92 e 1992-93 e
depois em 2004-05. Na primeira dessas três épocas alcançou a melhor
classificação de sempre na prova, o 14.º lugar.
Afastado dos campeonatos
nacionais desde 2006, o Vasco
tem competido nos campeonatos da AF
Setúbal desde 2008-09, tendo alcançado nessa temporada o título de campeão
da II Divisão Distrital.
Ainda assim, os sineenses
têm projetado alguns jogadores da sua formação para a alta-roda, como o lateral
esquerdo internacional português Mário Rui (Nápoles), o defesa central/esquerdo
Jorginho (ex-Vitória
de Setúbal e Paços
de Ferreira) e o extremo Márcio Madeira (ex-Nacional,
Portimonense,
Moreirense e Farense).
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pelo Vasco
da Gama de Sines na II Divisão B.
10. José Manuel (35 jogos)
José Manuel |
Disputou 35 jogos tal como o
central e ex-companheiro de equipa Dário, mas amealhou mais 29 minutos em campo
– 3150 contra 3121.
Quem diria que este guarda-redes
nasceu em Lisboa? Afinal, fez praticamente toda a carreira no Alentejo,
após ter deixado o Oriental
em 2000. Depois de representar O
Elvas, mudou-se para Sines
no verão de 2001, fazendo parte da consolidação do Vasco
nos lugares cimeiros da III Divisão – Série F e depois da promoção à II Divisão
B. Em 2002-03 chegou mesmo a marcar um golo ao Quarteirense na conversão de uma
grande penalidade.
Em 2004-05 disputou 35 jogos na
baliza vascaína
na II B e sofreu 46 golos, não evitando a despromoção.
Haveria de se manter no clube por
mais uma época, mas depois o futebol sénior dos sineenses
foi desativado e José Manuel rumou ao Desportivo
de Beja. Entretanto passou também pelo Mineiro
Aljustrelense, tendo regressado ao Vasco
no início de 2010.
Após seis meses em Sines
rumou a O
Grandolense, emblema que representou durante dois anos, regressando depois
aos vascaínos
para os guiar à final da Taça AF
Setúbal em 2015 e à I
Distrital em 2016.
Em maio de 2019 decidiu pendurar
as botas, à beira de completar 39 anos, e foi homenageado no Municipal
de Sines por colegas, amigos e familiares. Porém, na época seguinte ainda foi chamado a fazer um jogo porque os sineenses não tinham guarda-redes disponíveis devido a lesões.
9. Mikó (37 jogos)
Mikó |
Extremo nascido em Cabo
Verde e primo do internacional português Silvestre Varela, começou a sua
formação no Estrela de Santo André, mas concluiu-a no Vasco
da Gama de Sines, tendo subido à equipa principal em 2000-01.
Em 2004 ajudou os sineenses
a subir à II Divisão B, patamar competitivo em que na temporada seguinte disputou
37 jogos (33 a titular) e marcou três golos, diante de Casa
Pia, União da Madeira e Olivais e Moscavide, não evitando a despromoção.
Depois deu o salto para o Estoril
e passou ainda por Odivelas,
Olivais e Moscavide, Mineiro
Aljustrelense e pelos cipriotas do Akritas antes de regressar a Sines
para competir durante três épocas nos distritais da AF
Setúbal, não conseguindo ajudar o Vasco
a voltar aos campeonatos nacionais. Ainda assim, contribuiu para a conquista da
Taça AFS em 2010-11.
Em 2013 mudou-se para o Praia
Milfontes, clube que representa desde então.
8. Carlos Neves (38 jogos)
Carlos Neves |
Defesa central com raízes africanas,
mas natural de Aljustrel, começou nos seniores do Mineiro
Aljustrelense em 1998-99, tendo jogado ainda no Desportivo
de Beja antes de reforçar o Vasco
da Gama de Sines no verão de 2004.
Titularíssimo na formação sineense
às ordens de Francisco Fernandes e Joaquim Sezões, atuou em 38 partidas (35 a
titular) e marcou um golo ao Casa
Pia na II Divisão B em 2004-05, não evitando a despromoção.
Depois voltou ao Desportivo
de Beja e rumou ao Algarve
para representar emblemas como Beira-Mar
Monte Gordo, Farense,
Lusitano
VRSA e Moncarapachense.
7. Paulo Santos (45 jogos)
Paulo Santos |
Guarda-redes natural de Setúbal,
formado no Vitória
e com passagem pelo Sp. Espinho quando os tigres da Costa Verde militavam na I
Divisão, rumou ao Vasco
da Gama de Sines em 1991, aquando da subida dos sineenses
à II B.
Na primeira temporada no terceiro
escalão esteve maioritariamente tapado por Paulo Oliveira, mas ainda assim
defendeu a baliza dos vascaínos
em 12 jogos (todos a titular) e sofreu outros tantos golos, ajudando a equipa a
assegurar a permanência.
Em 1992-93 foi titular
indiscutível, tendo atuado em 33 encontros (todos a titular) e encaixado outros
tantos golos, tendo apenas falhado a visita ao Quarteirense (0-3) na sexta
jornada – Dionísio foi o guardião utilizado.
Após a despromoção rumou ao Amora,
permanecendo assim na II Divisão B.
6. Pedro Leitão (47 jogos)
Pedro Leitão |
Médio formado no Belenenses,
chegou ao Vasco
da Gama de Sines no verão de 1991 já depois de ter sido emprestado pelos azuis
do Restelo ao Oriental
e à Juventude de Belém.
Em 1991-92 atuou em 29 partidas (27
a titular) e marcou quatro golos, diante de Quarteirense, O
Elvas, Barreirense
e o Atlético,
pelos sineenses
na II Divisão B.
Na época seguinte perdeu alguma
influência na equipa, não indo além de 18 jogos (todos como titular) e um golo
ao Lusitano Évora, não evitando a despromoção.
Em 1993-94 continuou a
representar os vascaínos,
embora na III Divisão, e depois voltou a Lisboa para vestir a camisola do Atlético,
tendo ainda representado Fafe
e Sertanense antes de pendurar as botas.
5. Canastra (48 jogos)
Alberto Pereira "Canastra" |
Histórico jogador do Vasco
da Gama de Sines, Alberto Pereira, mais conhecido no mundo do futebol por
Canastra, jogou no clube da sua cidade natural ao longo de mais de década e
meia, tendo contribuído, por exemplo, para os títulos de campeão nacional da
III Divisão em 1979-80 e 1990-91. Em 1988-89 também esteve na campanha até aos
oitavos de final da Taça
de Portugal e que incluiu a eliminação do Vitória
de Guimarães.
Em estreia na II Divisão B, aos
31 anos, cumpriu 24 jogos (23 a titular) em 1991-92, ajudando os sineenses
a assegurar a permanência. Na temporada seguinte repetiu os números, mas foi
incapaz de evitar a despromoção.
Haveria de permanecer no clube
até 1995, encerrando depois a carreira.
Após pendurar as botas continuou
a jogar futebol na equipa de veteranos do Vasco.
4. Nuno Almeida (58 jogos)
Nuno Almeida |
Lateral direito natural do Seixal
e formado no Vitória
de Setúbal ao lado do guarda-redes Nuno
Santos, entre outros, rumou ao Vasco
da Gama de Sines assim que subiu a sénior, em 1990.
Na primeira temporada contribuiu
para a conquista do título nacional da III Divisão e consequente subida à II
Divisão B.
Na II B atuou em 27 partidas (26
a titular) e apontou quatro golos, frente a Barreirense,
Silves, Imortal
e Lusitano
VRSA, em 1991-92.
Na época seguinte alinhou em 31
encontros (30 a titular) e marcou um golo Juventude de Évora, não conseguindo
evitar a despromoção.
Após a descida de divisão jogou
mais um ano em Sines,
rumando depois aos açorianos do Operário. Haveria de chegar ainda à II
Liga, patamar em que defendeu as cores de Sp. Espinho, Leça e União da
Madeira.
Depois tornou-se treinador, tendo
trabalhado na equipa técnica de Jesualdo Ferreira entre 2012 e 2019.
3. Carlos Ribeiro (63 jogos)
Carlos Ribeiro |
Lateral formado no Vitória
de Setúbal, chegou ao Vasco
da Gama de Sines no verão de 1990, já com experiência de II Divisão
adquirida ao serviço de Montijo
e Peniche.
Na primeira época nos vascaínos
contribuiu para a conquista do título nacional da III Divisão e consequente
subida à II B, patamar em que competiu com as cores dos sineenses
ao longo de dois anos.
Em 1991-92 participou em 30 jogos
(sempre a titular) e marcou um golo ao Montijo,
ajudando a assegurar a permanência.
Na época seguinte atuou em 33
partidas (todas como titular) e faturou por três vezes, uma numa goleada por
7-1 ao Lusitano Évora e dois em dérbis com o União
de Santiago, não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão rumou
ao Barreirense,
continuando assim a militar na II Divisão B, mas em 1995-96 voltou a Sines
para jogar na III.
Depois passou ainda por Alcochetense,
Pinhalnovense
e Palmelense
antes de pendurar as botas. Entretanto tornou-se treinador e passou pelo
comando técnico dos vascaínos
em 2012-13, uma temporada de má memória, que culminou na despromoção à II
Divisão Distrital.
2. Mota (65 jogos)
Joaquim Mota |
Lateral direito campeão e
vencedor de uma Taça
de Portugal pelo Sporting,
jogou também na I
Divisão ao serviço de Vitória
de Setúbal e Académica antes de se mudar para o Vasco
da Gama de Sines em 1991, numa fase em que tinha já 32 anos.
Na primeira época ao serviço dos sineenses
na II Divisão B participou em 31 jogos (todos como titular) e apontou quatro
golos, diante de Silves, Esperança de Lagos, Lusitano
VRSA e Atlético,
ajudando a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte foi titular
nas 34 jornadas do campeonato e faturou por duas vezes, frente a Sintrense
e Lusitano
VRSA, não evitando a despromoção. Além disso, acumulou as funções de
jogador e treinador ao longo de onze partidas entre dezembro de 1992 e março de
1993, tendo contabilizado três vitórias, cinco empates e três derrotas.
Após a descida de divisão continuou
em Sines
por mais dois anos, na III Divisão, antes de encerrar a carreira ao serviço do Amora
na II B em 1995-96.
1. Daniel Wild (67 jogos)
Daniel Wild |
No topo desta lista está
argentino. Quem diria? Proveniente do Vitória
de Setúbal, que tinha descido à II Divisão, o central Daniel Wild foi
contratado pelo Vasco
da Gama de Sines, então promovido à II B, por insistência do treinador
Vítor Madeira.
“Tudo começou quando estava no Vitória
de Setúbal com mais um ano de contrato. A equipa da desceu de divisão e
muitos dos jogadores desse plantel foram dispensados. O Vasco
da Gama, recém-promovido à II Divisão B estava a buscar futebolistas para
armar o plantel, e Vitor Madeira, conhecedor dos movimentos do clube
sadino, convidou-me para fazer parte da equipa, por isso deslocou-se a Setúbal
com António Nunes, o presidente naquela altura. Depois de uma conversa a três
assinei por uma época com o Vasco”,
contou em março de 2018 a uma página
de Facebook afeta ao Vasco.
Em 1991-92 foi titular nos 33
jogos que disputou no campeonato e ajudou os sineenses
a alcançar a permanência. “Foi uma temporada em que o clube começou a utilizou
o novo campo relvado, uma maravilha. Fizemos um torneio razoável, joguei quase
todos os jogos e no final do campeonato os diretores convidaram-me a ficar no
clube por mais três épocas”, recordou o defesa, agora radicado na Argentina.
Em 1992-93 esteve no onze inicial
em todas as 34 jornadas do campeonato, mas não evitou a despromoção. “No
segundo ano na II Divisão B, não foi bom, sofremos muito e acabámos por descer
de divisão. E voltámos aos campos pelados”, lembrou.
Ainda assim, continuou no clube a
jogar na III Divisão até 1995, voltando depois ao seu país.
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