Hoje faz anos a arma secreta do FC Porto de Mourinho para os grandes jogos. Quem se lembra de Pedro Mendes?
Pedro Mendes representou o FC Porto em 2003-04
Muitas vezes esquecido, até pela
própria seleção
nacional, Pedro Mendes fez uma carreira fantástica: foi internacional
jovem, estreou-se de quinas ao peito quando jogava no Vitória
de Guimarães, foi campeão nacional e europeu pelo FC
Porto, venceu uma Taça de Inglaterra pelo Portsmouth,
somou quase 90 partidas na Premier
League, conquistou dois campeonatos da Escócia
e esteve num Mundial.
Médio capaz de desempenhar várias
funções na zona medular e com bom remate de meia distância, dividiu a formação
entre Desportivo
das Aves, Vitória
de Guimarães e Ribeira de Pena. Quando transitou para sénior, em 1998-99,
foi emprestado pelos vimaranenses
ao Felgueiras,
que com este centrocampista ficou a um pequeno passo de subir à I
Liga. Após esse empréstimo regressou ao
Dom Afonso Henriques, onde foi ganhando paulatinamente o seu espaço até
explodir em 2002-03, às ordens de Augusto Inácio, como motor do meio-campo de
uma equipa que haveria de concluir o campeonato em quarto lugar. Os bons
desempenhos valeram-lhe as duas primeiras internacionalizações, diante da Escócia
em novembro de 2002, com Agostinho Oliveira, e frente à Itália
em fevereiro de 2003, já com Luiz Felipe Scolari.
O salto para um clube de maior
dimensão também foi inevitável. Acabou por ser o FC
Porto, recém-coroado campeão nacional e vencedor da Taça
UEFA, a levá-lo. Só passou uma temporada na Invicta, mas saboreou a
conquista de uma Champions e de um campeonato. Quando José Mourinho
optava por um 4x3x3, geralmente ficava de fora, mas quando nos jogos mais
importantes o special
one se decidia por um 4x4x2 losango, Pedro Mendes juntava-se aos
titularíssimos Costinha, Maniche
e Deco no meio-campo. Foi assim na final
de Gelsenkirchen (3-0 ao Mónaco), na vitória na Corunha na segunda-mão das
meias-finais e no triunfo sobre o Manchester
United no Dragão
na primeira-mão dos oitavos, assim como nos clássicos em Alvalade
e na Luz.
“O FC
Porto é um clube onde fui muito feliz”, recordou, em março de 2020. Após essa temporada seguiu para o
Tottenham,
num negócio que levou Hélder Postiga de volta para o FC
Porto, e brilhou no futebol do Reino Unido durante cinco anos e meio,
conseguindo ganhar uma Taça de Inglaterra pelo Portsmouth
(2007-08) e dois campeonatos (2008-09 e 2009-10) e uma Taça da Escócia
(2008-09) pelo Rangers.
No final de 2009 regressou à seleção
após seis anos e meio de ausência, pela mão de Carlos Queiroz, numa altura em
que já era trintão. Poucos meses depois haveria ainda de voltar a Portugal pela
porta do Sporting.
Se a primeira meia época em Alvalade
até foi positiva e permitiu-lhe ir ao Mundial 2010, a segunda temporada de verde
e branco ficou marcada por lesões, apesar de o treinador Paulo Sérgio o ter
incluído no lote de capitães.
Haveria de encerrar a sua bonita
carreira ao serviço do Vitória
de Guimarães em 2011-12. Depois tornou-se agente de jogadores.
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