segunda-feira, 4 de março de 2024

O treinador que punha “a carne toda no assador”. Quem se lembra de Quinito?

Quinito afastou-se do futebol após a morte do filho
O futebol português tem algumas frases marcantes que praticamente viraram ditados populares e uma boa parte delas foram inventadas por Quinito, o treinador das barbas fartas, de sorriso fácil e de tiradas engraçadas, um romântico que se afastou do futebol após a morte do filho.
 
Um dia, na tentativa de obter um melhor resultado, começou a lançar em campo jogadores de características ofensivas, e após o jogo explicou as substituições através de uma metáfora que se tornou histórica: “Pus a carne toda no assador.”
 
Nascido em Setúbal, fez uma carreira razoável enquanto futebolista ao serviço de Académica, Belenenses, Sp. Braga e dos espanhóis do Racing Santander. Como treinador passou por mais de uma dezena de clubes, entre os quais Sp. Braga, Rio Ave, Sp. Espinho, FC Porto, Marítimo, Portimonense, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Belenenses e Estrela da Amadora. Sempre mostrou primazia pelo talento e pelo futebol espetáculo, conforme mostrou pela forma como elogiou um dos seus jogadores no Vitória minhoto em 1994-95: “Se tivesse dinheiro, comprava o Pedro Barbosa e punha-o a jogar no meu quintal, só para mim.”
 
 
Já em 1988-89 orientou um FC Porto que meses antes havia sido campeão europeu e intercontinental e teve algumas tiradas que, embora engraçadas, talvez tivessem prejudicado a sua autoridade nas Antas. “Se fosse colecionador de autógrafos, pedia já aqui um a cada um de vocês”, disse ao plantel logo no primeiro dia de trabalho. Noutra ocasião, deixou outra frase que ficou para a história: “Comigo é Fernando Gomes e mais dez.”
 
Apesar de a experiência no FC Porto ter sido curta, de apenas três meses, Quinito explicou, à sua maneira, que também tinha capacidade para treinar um grande: “Penso que também sei beber nessas grandes salas onde se toca Bach e outros grandes compositores.”
 
Contudo, a primeira vez que a excentricidade de Quinito foi ao de cima não foi pelo que disse, mas pela forma como se apresentou, de smoking branco e laço preto, na final da Taça de Portugal que o Sp. Braga perdeu para o Sporting em 1982.




 
 



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