sexta-feira, 6 de setembro de 2024

O central que viveu o céu e o inferno em 224 jogos pelo Benfica. Quem se lembra de Paulo Madeira?

Paulo Madeira esteve ligado ao Benfica entre 1987 e 2002
Tinha o rabo de cavalo mais famoso do futebol português. Para quem como eu começou a acompanhar futebol na viragem do milénio, Paulo Madeira era daqueles jogadores mais fáceis de identificar. Mas este antigo central internacional português era muito mais do que o dono de um penteado vistoso. Afinal, são poucos os que se podem gabar de ter disputado 224 jogos oficiais pelo Benfica e 24 pela seleção nacional A.
 
Nasceu em Luanda em 1970 e veio para Portugal em 1974, mais precisamente para São Paio do Mondego, concelho de Penacova, no distrito de Coimbra, onde viviam os avós paternos. Depois passou dois anos em Guimarães antes de se ter radicado no Algarve em 1980. Foi em Vila Real de Santo António, aos 13 anos, que entrou no futebol, para jogar nos iniciados do Lusitano VRSA, influenciado pelos colegas de escola que lá jogavam.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O carismático inglês que guiou o Sporting à dobradinha de 1982. Quem se lembra de Malcolm Allison?

Big Mal orientou o Sporting durante uma temporada
Homem de grande carisma, representou Charlton e West Ham enquanto jogador, mas foi como treinador que atingiu o estrelato. Obrigado a pendurar as botas em 1957 devido a uma tuberculose, quando tinha apenas 29 anos, comandou Manchester City e Crystal Palace em Inglaterra e Galatasaray na Turquia, mas foi ao leme do Sporting que conquistou os únicos dois títulos da carreira: o campeonato e a Taça de Portugal de 1981-82. Depois de Malcolm Allison, foi necessário esperar 18 anos para que Augusto Inácio, curiosamente um seu antigo jogador, voltasse a fazer dos leões campeões nacionais. E foram preciso 20 para os verde e brancos festejarem novamente uma dobradinha, com Laszlo Bölöni.
 
Muito antes de gerir os egos de António Oliveira, Rui Jordão e Manuel Fernandes, as três grandes figuras desse Sporting de 1981-82, Big Mal foi revelando algumas qualidades necessárias para exercer a função de treinador. Foi capitão do West Ham e reza a lenda que tinha uma enorme influência sobre o manager Ted Fenton, nomeadamente nas escolhas táticas e na orientação dos treinos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O brasileiro que falhou o hexa no FC Porto e foi campeão pelo Benfica. Quem se lembra de Argel?

Argel representou FC Porto e Benfica em Portugal
Argel era um defesa central à moda antiga: durão, aguerrido e forte na marcação. Por vezes excedia-se, manifestando alguma impulsividade dentro e fora de campo, como no suposto episódio que esteve na origem da sua saída do FC Porto. Mas já lá vamos…
 
Desde cedo considerado promissor, cresceu na formação do Internacional de Porto Alegre e foi presença assídua nas seleções jovens brasileiras, tendo vencido os Campeonatos Sul-Americanos de sub-17 em 1991 e de sub-20 em 1992 e conquistado o título mundial de sub-20 em 1993. Mais tarde conseguiu uma internacionalização pela seleção principal do Brasil, ao atuar num particular diante das Honduras em março de 1995.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

“Se eu tivesse nascido feio, ninguém tinha ouvido falar de Pelé”. Recorde George Best

Best representou o Manchester United entre 1963 e 1974
George Best nasceu para ser uma estrela: era um craque recheado de qualidade técnica e excêntrico fora dos relvados. Colecionava grandes golos, mulheres bonitas, capas de jornais e revistas, carros desportivos e frases que ficaram para a história.
 
O norte-irlandês jogava no modesto Cregagh Boys Club quando, aos 15 anos, foi descoberto por um olheiro do Manchester United, Bob Bishop, que enviou um telegrama bem explícito para o treinador Matt Busby: “Acho que descobri um génio.”
 
Rejeitado por um clube local, o Glentoran, que alegava que o jogador era “demasiado pequeno e leve”, Best viajou para Manchester, cumpriu os testes e assinou contrato em 1961. Dois anos depois estreava-se pela equipa principal e teve impacto imediato, exibindo o seu estilo tecnicista, rápido e rebelde. Estreou-se pelos red devils em 1963, ano em que os Beatles atingiram o primeiro lugar do top britânico com o single Please Please Me. A partir daí, ganhou e consolidou a alcunha de “Quinto Beatle”.

O avançado austríaco que deixou boa imagem em Portugal. Quem se lembra de Roland Linz?

Linz brilhou com as camisolas de Sp. Braga e Boavista
Já era um internacional A pela Áustria desde 2002, mas ninguém o conhecia em Portugal quando reforçou o Boavista no verão de 2006, numa altura em que os axadrezados estavam a apostar no mercado da Europa Central – os polacos Kazmierczak e Grzelak, e Peter Jehle, guarda-redes da seleção do Liechtenstein, também foram contratados.
 
Com o estatuto de melhor marcador do campeonato austríaco, no qual se havia sagrado campeão ao serviço do Áustria Viena, começou a justificar a contratação logo na pré-época, com um bis ao Coventry e um golo ao Celta de Vigo no jogo de apresentação. Desde cedo mostrou que não era um primor de técnica, mas que era batalhador e tinha instinto matador.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

PPV Review - WWE SummerSlam 2024


Data: 3 de agosto de 2024
Arena: Cleveland Browns Stadium
Localidade: Cleveland, Ohio

“O futebol é imprevisível porque todos os jogos começam 0-0”. As melhores frases de Vujadin Boskov

Boskov ganhou Serie A e Taça das Taças pela Sampdoria
Vujadin Boskov foi um dos melhores treinadores do mundo nas décadas de 1980 e 1990. Os seus melhores trabalhos foram à frente da Sampdoria, tendo vencido um campeonato (1990-91), duas Taças de Itália (1987-88 e 1988-89), uma Supertaça (1991) e uma Taça das Taças (1989-90) e chegado a uma final da Taça dos Campeões Europeus (1991-92). Tudo isto numa altura em que a concorrência era pesada no futebol transalpino, com o AC Milan de Arrigo Sacchi e dos neerlandeses Rijkaard, Gullit e Van Basten, o Inter dos alemães Brehme, Matthäus e Klinsmann, o Nápoles de Maradona e uma sempre forte Juventus.
 
Antes, havia vencido uma dobradinha espanhola (1979-80) e atingido uma final da Taça dos Campeões Europeus (1980-81) pelo Real Madrid, conquistado uma Taça dos Países Baixos pelo ADO Den Haag (1974-75) e uma Serie B pelo Ascoli (1985-86).

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

A minha primeira memória de… um jogo entre Sp. Braga e equipas suíças

João Pinto guiou o Sp. Braga para os 16 avos de final
A minha primeira memória de um jogo entre Sp. Braga e equipas suíças remonta precisamente ao primeiro encontro entre os bracarenses e conjuntos helvéticos, em dezembro de 2006.
 
Na altura, os minhotos, então orientados por Rogério Gonçalves, estavam a dar dois passos em frente relativamente à sua história recente nas competições europeias. Se em 2004-05 e 2005-06 não haviam conseguido atingir a fase de grupos da Taça UEFA, em 2006-07 não só chegaram a essa fase como haveriam de a superar, almejando o apuramento para os 16 avos de final.
 
Depois de uma vitória na receção ao Slovan Liberec (4-0) e de derrotas nos terrenos de AZ Alkmaar (0-3) e Sevilha (2-0), os arsenalistas necessitavam de ganhar em casa na derradeira jornada aos suíços do Grasshoppers, então orientado pelo antigo médio sportinguista Krasimir Balakov e com o centrocampista português Roberto Pinto no onze, e foi precisamente isso que aconteceu.

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória de Guimarães e equipas suíças

Vimaranense Moreno e 'helvético' Carlitos em disputa de bola
Só por duas vezes o Vitória de Guimarães discutiu eliminatórias com equipas suíças. A primeira vez foi na Taça Intertoto em 1974, quando os vimaranenses afastaram tranquilamente o Neuchâtel Xamax. Ainda eu não era nascido. A segunda foi 34 anos depois, naquele que poderia ter sido o momento alto da história dos minhotos: um duplo confronto com o Basileia na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
 
O favoritismo estava do lado dos helvéticos, que nos anos anteriores tinham quase sempre superado a fase de grupos da prova europeia na qual estavam inseridos. E também contavam com alguns internacionais pela Suíça, que já na altura começava a ser presença assídua em fases finais de grandes torneios, e com o internacional sub-21 português Carlitos.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

O lateral com canhota calibrada que venceu um linfoma. Quem se lembra de Nuno Pinto?

Nuno Pinto representou o Vitória de Setúbal entre 2015 e 2022
Lateral esquerdo com uma canhota calibrada, belíssimo executante de bolas paradas, Nuno Pinto disputou 168 jogos na I Liga ao serviço de Boavista, Nacional e Vitória de Setúbal, experienciou os campeonatos de Bulgária, Ucrânia e Roménia e venceu uma dura batalha fora das quatro linhas contra um linfoma.
 
Médio de origem natural de Vila Nova de Gaia e maioritariamente formado no Boavista, foi adaptado ao lado esquerdo da defesa por Jaime Pacheco na primeira época na equipa principal dos axadrezados, em 2006-07. Aproveitou uma lesão de Mário Silva para atuar em dez encontros, defrontou Sporting no Bessa e Benfica na Luz e, pasme-se, terminou a temporada sem qualquer derrota.

O goleador do Belenenses que virou arma secreta do Benfica (sempre com JJ). Quem se lembra de Weldon?

Weldon brilhou no Belenenses antes de representar o Benfica
No Belenenses foi o goleador de serviço em 2007-08. No Benfica ficou conhecido como a arma secreta na época do título de 2009-10. Em ambas as condições, esteve às ordens de Jorge Jesus.
 
Avançado brasileiro que havia passado por clubes importantes no seu país como Santos, Cruzeiro e Sport Recife, tendo ainda vivenciado experiências em França com as camisolas de Sochaux e Troyes, tinha a fama de ser um jogador muito rápido na condução de bola, mas algo instável psicologicamente, pouco intenso nos treinos e com mais gosto pelo dinheiro do que pelo futebol.

O primeiro jogador britânico da história do Benfica. Quem se lembra de Scott Minto?

Scott Minto disputou 42 jogos oficiais pelo Benfica
Entre ingleses (cinco) e galeses (dois), foram sete os britânicos que jogaram pelo Benfica, todos entre 1997 e 1999. O primeiro e o que o fez mais jogos foi o antigo lateral Scott Minto. Ao contrário dos restantes seis, que chegaram à Luz por indicação de Graeme Souness, este antigo defesa esquerdo internacional jovem inglês, proveniente do Chelsea, foi contratado pelo então diretor desportivo Toni para ser treinado por Manuel José.
 
“Fui escolhido pelo senhor Toni no verão de 1997. Jogava no Chelsea e, o Newcastle, do Kenny Dalglish, andava atrás de mim. Depois surgiu o West Ham e hesitei. Quando o Toni me desafiou para o Benfica não pensei duas vezes. Lembrei-me do Eusébio e de um clube… gigante. Fui o primeiro inglês a vestir a camisola sagrada do Benfica. É um orgulho poder dizê-lo aos meus filhos”, contou o atual comentador desportivo ao Maisfutebol em abril de 2017.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Vitória FC na II Distrital. Uma oportunidade para granjear simpatia

Vitorianos marcam presença massiva em todos os campos
Mais um ano, mais um murro no estômago. Mais um ano em que os adeptos do Vitória de Setúbal vão ter de olhar para o copo como estando meio cheio, mesmo quando está muito mais perto de estar vazio.
 
Depois da despromoção administrativa ao Campeonato de Portugal em 2020 e dos jogos à porta fechada na Liga 3 em 2021-22, a falta de licenciamento para participar num campeonato nacional na época que agora se inicia é mais uma pesada derrota jurídica. São desaires atrás de desaires nas secretarias e nos tribunais, mas a culpa é sempre apontada a supostos fulanos nos órgãos de poder com supostos interesses particulares ao serviço de outros clubes. Vão mudando as pessoas, mas a estrutura vitoriana não consegue deixar de projetar uma imagem de que é rudimentar.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O lateral que fez 135 jogos pelo Benfica e foi titular na final da Champions em 1990. Quem se lembra de José Carlos?

José Carlos foi uma vez internacional A por Portugal
Hoje é comentador na Sport TV e dirigente do Sindicado dos Jogadores, mas em tempos foi uma promessa e até uma certeza do Benfica, tendo disputado 135 jogos de águia ao peito, incluindo a final da Taça dos Campeões Europeus em 1989-90, perdida para o AC Milan em Viena. Porém, o mesmo Sven-Göran Eriksson que apostou nele nessa época retirou-lhe confiança após uma derrota em Barcelona em abril de 1992.
 
Após ter começado a jogar futebol no Domingos Sávio, do bairro dos Salesianos, ingressou no clube da Luz através de Vítor Martins, que andava a observar jovens jogadores. Quando subiu a sénior, em 1985, esteve dois anos sem jogar, no tempo de John Mortimore, e passou outros dois emprestado ao Portimonense, ajudando os algarvios a atingir as meias-finais da Taça de Portugal em 1987-88.

O avançado português que fazia tudo bem mas não era goleador. Quem se lembra de Hélder Postiga?

Postiga apontou 27 golos em 71 internacionalizações
Hélder Postiga surgiu na equipa principal do FC Porto um ano após a saída de Mário Jardel e era a antítese perfeita do brasileiro. Enquanto Super Mário só sabia marcar golos, o avançado nascido em Vila do Conde fazia quase tudo bem no último terço, mas era perdulário na finalização.
 
Na melhor época da carreira, em 2002-03, apontou 19 golos ao serviço dos dragões de José Mourinho. Necessitou de 46 jogos em todas as competições, tendo vencido as três em que participou: campeonato, Taça UEFA e Taça de Portugal. A partir daí só superou a dezena de golos em três temporadas: 11 pelo FC Porto em 2006-07, 12 pelo Sporting em 2010-11 e 14 pelo Saragoça em 2012-13. Antes, na época de estreia pelos azuis e brancos (2001-02), havia faturado 13.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

João Neves no PSG. Uma questão de potencial, momento e contexto

João Neves vai fazer 20 anos a 27 de setembro
Numa altura em que cada vez mais se procura o potencial e menos se espera pela confirmação do valor dos futebolistas, João Neves não aparecerá numa nova janela do mercado de transferências com apenas 19 anos. A cada mês que passa, a tendência será de desvalorização. Porquê? Porque não há nada mais caro hoje em dia no mercado do que um futebolista ainda adolescente a deslumbrar. A partir daí, tende a ser sempre a perder: deixa de ser adolescente e pode deixar de deslumbrar.

Quando um adolescente aparece na equipa principal o deslumbrar pode significar apenas mostrar talento, ser assertivo e aguerrido, mas à medida que a idade avança a exigência sobe. Os erros vão sendo menos tolerados. António Silva tem sofrido isso na pele. João Neves não chegou a senti-lo, mas talvez não tardasse a lamentar-se que o Benfica deveria ter naquela posição alguém mais forte nos duelos aéreos e/ou mais chegada á área e/ou participação em golos.

“Quando nasci, o Papai do Céu apontou para mim e disse: este é o cara.” Quem se lembra de Romário?

Romário marcou 744 golos na carreira mas diz ter mais de 1000
Romário correspondia àquela imagem que tantas vezes criamos sobre os jogadores brasileiros: muito talento, muitos golos e muito… Carnaval. A diferença é que sorria muitos menos que outros grandes craques do seu país. Com a bola sempre colada ao pé direito, dava-se bem em espaços reduzidos e construía obras de arte em menos de um metro quadrado. Reivindica ter mais de mil golos, mas entidades independentes que recolhem este tipo de dados creditam-lhe uma marca na casa dos 700.
 
Seja como for, é um registo excelente para um jogador que tinha assumidamente atitudes pouco profissionais. “Não sou um atleta. Não treino, descanso e como bem. Sou um avançado centro. Sou autêntico, claro, real e difícil”, vincou.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

“Acho que sou um cabrão simpático”. Quem se lembra de John Toshack?

John Toshack orientou o Sporting em 1984-85
John Toshack foi um antigo internacional galês, que se notabilizou ao serviço do Liverpool após ter despontado no Cardiff City, tendo formado uma dupla temível com Kevin Keegan e conquistado duas Taças dos Campeões Europeus, duas Taças UEFA e três campeonatos de Inglaterra.
 
Após ter pendurado as botas tornou-se treinador e construiu uma carreira do mesmo nível. Começou por pegar no Swansea City, ainda como jogador-treinador, e levar o emblema galês da quarta à primeira divisão inglesa.
 
Perante este sucesso, João Rocha contratou-o para orientar o Sporting em 1984-85. Não conquistou qualquer título, mas teve o mérito de ter sofrido apenas três derrotas em 38 jogos oficiais. O problema foi que dois dos desaires valeram eliminações, às mãos do Dínamo Minsk na Taça UEFA e do Rio Ave na Taça de Portugal, e somou demasiados empates (nove) no campeonato.

Quando Loco Abreu repetiu o penálti à Panenka: “Ainda bem que a Internet ainda não chegou ao Gana”

Loco Abreu apurou o Uruguai para as meias-finais do Mundial 2010
Um dos “locos” do futebol sul-americano. Sebastián Abreu é mais conhecido por ser o detentor do recorde do Guinness referente ao jogador que mais clubes representou enquanto profissional: 32, de 11 países. Na Europa ficou-se pelos espanhóis do Deportivo da Corunha e da Real Sociedad, pelos israelitas do Beitar Jerusalém e pelos gregos do Aris. Na América Latina vestiu a camisola de emblemas de topo como San Lorenzo, Grêmio, River Plate, Botafogo, Nacional de Montevideu e América.
 
Não era homem de frases feitas. Era inteligente, brincalhão e impertinente. Nos grandes torneios – disputou os Mundiais de 2002 e 2010 e as Copas América de 1997, 2007 e 2011 –, surgia nas conversas com a imprensa sempre com uma câmara apontada aos jornalistas, pois gosta de filmar tudo o que vive.

terça-feira, 30 de julho de 2024

“Apartheid? Não conheço, mas se é perigoso vou fazer marcação em cima”. As melhores pérolas de Amaral

Amaral disputou 29 jogos pelo Benfica entre 1996 e 1998
Amaral era o típico jogador brasileiro proveniente de raízes humildes, com poucos estudos, que não era conhecido pelo nome de batismo (Alexandre da Silva Mariano) e que construiu uma carreira de muito bom nível. Aos 14 anos já trabalhava numa funerária na sua cidade natal, Capivari, no estado de São Paulo, mas manteve sempre vivo o sonho de ser futebolista.
 
Depois de despontar no Palmeiras e de ter chegado à seleção brasileira, foi contratado pelo Parma, que por sua vez o emprestou ao Benfica no final de 1996. Esse empréstimo de cerca de meio ano correu tão bem que os adeptos encarnados promoveram a “Operação Fica Amaral”, uma conta que convidava os benfiquistas a depositar dinheiro para a compra do passe do jogador. No entanto, a quantia angariada não chegou e o médio teve de voltar ao Palmeiras. Haveria de voltar à Luz entre dezembro de 1997 e maio do ano seguinte, mas sem o mesmo brilho do que na passagem anterior, na qual havia exibido uma contagiante entrega ao jogo e uma simplicidade admirável.

Desceu duas vezes de divisão no Beira-Mar mas venceu a Taça de Inglaterra e jogou num Mundial. Quem se lembra de Alcaráz?

Alcaráz somou 120 jogos e cinco golos pelo Beira-Mar
A vida dá muitas voltas e a carreira de Antolín Alcaráz é a prova disso mesmo. Desde tenra idade considerado um central muito promissor no Paraguai, despontou no Teniente Farinã, evoluiu nos argentinos do Racing Club de Avellaneda, chegou a ser convocado para um jogo da seleção principal do seu país diante do Brasil, na fase de qualificação do Mundial 2002, tendo também captado o interesse da Fiorentina, que o contratou.
 
Contudo, chegou a Florença numa altura em que o emblema viola estava falido, arruinado por dívidas monstruosas, e nunca chegou a disputar qualquer jogo oficial pelos transalpinos, apesar de ter chegado a treinar ao lado de Nuno Gomes e companhia. Sem clube, regressou à Argentina, onde treinou para manter a forma e, depois de um ano sem competir, assinou pelo Beira-Mar em janeiro de 2003.

O búlgaro que se tornou no melhor marcador de sempre do Desp. Chaves. Quem se lembra de Radi?

Radi apontou 47 golos em 110 jogos pelo Desp. Chaves
O verão de 1986 foi escaldante para Radi Zdravkov. O então médio ofensivo/avançado do CSKA Sófia, que por essa altura comemorava o 30.º aniversário, representou a seleção da Bulgária no Campeonato do Mundo disputado no México. Na terceira jornada da fase de grupos, a 10 de junho, chegou mesmo a participar num encontro da fase de grupos diante da Argentina de Diego Maradona, entrando aos 71 minutos, a tempo de assistir já dentro das quatro linhas à assistência de el pibe para Burruchaga, que sentenciou o 2-0 final.
 
Depois da eliminação, nos oitavos de final às mãos do México, voltou a focar-se na carreira a nível de clubes, e aproveitou para se exilar em Portugal. “Bem, na Bulgária havia uma ditadura comunista e ninguém podia sair do país com menos de 28 anos. Eu saí com 30. Queria jogar as qualificações para o Euro 1988 e experimentar outro campeonato. Recebi o convite do Desp. Chaves e não podia recusar”, contou ao Maisfutebol em março de 2015. “Conseguimos ir ao Mundial, mas na Bulgária o governo e as pessoas não estavam satisfeitos. Sofremos enormes críticas”, acrescentou o jogador, 67 vezes internacional pelo seu país, entre 1975 e 1988.
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