George Best: “Em 1969 larguei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida”
George Best era conhecido como "Quinto Beatle"
Considerado um dos jogadores mais
dotados de todos os tempos, com técnica apuradíssima, veia goleadora e
propensão para a espetacularidade, George
Best era tão brilhante com os dois pés como excêntrico fora dos relvados.
Estreou-se pelo Manchester
United em 1963, ano em que os Beatles atingiram o primeiro lugar do top
britânico com o single Please Please Me. A partir daí, este antigo
internacional norte-irlandês ganhou e consolidou a alcunha de “Quinto
Beatle”. Entre os pontos em comum entre o craque dos red
devils e a banda estavam o êxito nas respetivas áreas, a enorme
popularidade junto das mulheres e a rebeldia. Por assim ser, Best
era um boémio, o que o impediu de prolongar a sua estadia no topo do futebol
mundial. Jogava muito, mas também bebia muito e divertia-se muito. “Sim, é
verdade: gastei muito dinheiro em mulheres, álcool e carros desportivos. O
resto desperdicei-o”, admitiu, ao seu jeito. Um protótipo de futebolista pop,
muito antes de David Beckham ou Cristiano
Ronaldo, não negava a sua rebeldia, antes pelo contrário, até gostava de
puxar dos galões: “Iria ter muitas dificuldades em escolher entre fazer um
golaço ao Liverpool
ou deitar-me com uma Miss Mundo. Felizmente, já fiz as duas coisas.” “Em 1969 larguei as mulheres e o
álcool: foram os piores 20 minutos da minha vida”, atirou, noutra ocasião, este
vencedor da Taça
dos Campeões Europeus em 1967-68, com vitória sobre o Benfica
na final. Por causa desse vício, deixou o Manchester
United no início de 1974, quando tinha apenas 27 anos, e emigrou. Depois de
experiências na África do Sul e na República da Irlanda, experimentou o futebol
(e não só…) dos Estados Unidos: “Quando fui jogar para os Los Angeles Aztecs
arranjaram-me uma casa com vista para o mar. Só tinha um problema: para chegar
à praia tinha de passar por um bar. Nunca pus os pés na areia.”
Haveria de morrer cedo, aos 59
anos, com os órgãos vitais em falência por causa do álcool. Antes, quando
questionado se se arrependia de alguma coisa na vida, confessou-se: “Marquei um
penálti contra o Chelsea
em 1971 e o Peter Bonetti defendeu-o. Se fosse hoje rematava para o outro lado.”
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