sexta-feira, 29 de março de 2024

O mago búlgaro que encantou os sportinguistas. Quem se lembra de Balakov?

Balakov marcou 60 golos pelo Sporting entre 1991 e 1995
Um ídolo para todos os sportinguistas que hoje têm mais de 40 anos e um daqueles jogadores a que os pais muito bem falaram aos filhos que não o viram jogar. Krassimir Balakov marcou, juntamente com Luís Figo e eventualmente Stan Valckx, uma geração de adeptos leoninos. Infelizmente para o Sporting, nunca foram campeões pelos verde e brancos.
 
Já internacional A pela Bulgária, Balakov deixou o modesto Etar com o título búlgaro bem encaminhado quando se mudou para Alvalade em janeiro de 1991. “Saí do Etar porque fui desafiado por um empresário que se chamava Lucídio Ribeiro. Falou-me do Sporting e era impossível dizer não. Falámos na Bulgária, acertámos tudo e lá vim. O Sporting pagou bastante dinheiro por mim: 1,5 milhões de euros. Muito, muito dinheiro. Tinha 24 anos, adaptei-me muito depressa a Portugal. O Oceano e o Carlos Xavier ajudaram-me muito. Precisei de algum tempo até começar a jogar”, recordou ao Maisfutebol em março de 2019.
 
Dotado de pé esquerdo refinado, grande visão de jogo, grande qualidade técnica e facilidade de remate, era também um especialista na execução de livres diretos, características que lhe permitiam apontar um número de golos elevado época após época. O mínimo que fez foi sete, em 1991-92, mas chegou aos 16 em 1992-93 e aos 21 em 1993-94. Um registo invejável para um médio ofensivo. No total, faturou por 60 vezes em 168 encontros de leão ao peito entre 1991 e 1995.
 
Entre essas seis dezenas de golos, os mais bonitos foram um chapéu a Preud’homme num dérbi diante do Benfica na Luz e uma jogada individual frente ao Vitória de Setúbal no Estádio do Bonfim a fazer lembrar Maradona contra Inglaterra no Mundial 1986. “O Sporting está no meu coração. Passei cinco anos fantásticos, acho que faço parte da história do clube. Não ganhámos o campeonato, mas serei sportinguista até morrer. Conheci tantas pessoas fantásticas, tanta gente boa, fui muito feliz em Lisboa”, confessou.
 
 
Em 1992 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Futebolista. E, no jogo de despedida, ajudou a equipa leonina a conquistar a Taça de Portugal de 1994-95, o único troféu que ganhou em solo luso e o primeiro do Sporting desde a Supertaça Cândido de Oliveira de 1987. “Foi um fim quase perfeito, só faltou o campeonato. Acabei esse jogo às costas dos adeptos, foi muito emocionante”, lembrou.
 
Pelo meio, fez parte da geração de ouro da Bulgária que atingiu as meias-finais do Mundial 1994, nos Estados Unidos. “Perdemos 3-0 contra a Nigéria e ninguém dava nada por nós. Eu sabia que tínhamos uma equipa cheia de jogadores especiais. Ganhámos à Grécia, à Argentina e passámos aos oitavos-de-final. A partir daí fizemos exibições espetaculares. México, Alemanha e depois a derrota contra a Itália. Foi um sonho. A Bulgária nunca tinha ganho um jogo em Mundiais e depois fizemos um torneio destes. Fizemos história”, recordou.
 
 
Embora tivesse um futebol merecedor dos principais palcos europeus, escolheu assinar pelo Estugarda no verão de 1995. Uma opção algo surpreendente. “O Estugarda foi rápido a abordar-me e prometeu construir uma equipa à minha volta. Tinham a ambição de ganhar o campeonato. Joguei ao lado do Fredi Bobic, do Élber, do Thomas Berthold… era uma equipa forte. Ganhámos uma taça [em 1996-97] e fomos uma vez segundos classificados na Bundesliga [em 2002-03]. Jogámos a final da Taça das Taças [em 1997-98] contra o Chelsea, tive muito sucesso no Estugarda. Não joguei numa equipa grande da Europa, do nível do Barcelona ou Real Madrid, mas tive uma grande carreira. Estou muito satisfeito com o que fiz”, explicou o búlgaro, que veio a marcar presença no Euro 1996 e no Mundial 1998.
 



 

 

 





 
 

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