sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O avançado português que fazia tudo bem mas não era goleador. Quem se lembra de Hélder Postiga?

Postiga apontou 27 golos em 71 internacionalizações
Hélder Postiga surgiu na equipa principal do FC Porto um ano após a saída de Mário Jardel e era a antítese perfeita do brasileiro. Enquanto Super Mário só sabia marcar golos, o avançado nascido em Vila do Conde fazia quase tudo bem no último terço, mas era perdulário na finalização.
 
Na melhor época da carreira, em 2002-03, apontou 19 golos ao serviço dos dragões de José Mourinho. Necessitou de 46 jogos em todas as competições, tendo vencido as três em que participou: campeonato, Taça UEFA e Taça de Portugal. A partir daí só superou a dezena de golos em três temporadas: 11 pelo FC Porto em 2006-07, 12 pelo Sporting em 2010-11 e 14 pelo Saragoça em 2012-13. Antes, na época de estreia pelos azuis e brancos (2001-02), havia faturado 13.
 
Nunca lutou pelo título de melhor marcador de um campeonato, mas o seu espírito laborioso aliado a uma qualidade técnica razoável que lhe permitia associar-se bem com os companheiros de ataque garantiram-lhe a sobrevivência num patamar elevado.
 
 
Mesmo depois de uma má temporada no Tottenham, na qual marcou apenas dois golos, Luiz Felipe Scolari manteve a confiança nele e chamou-o para o Euro 2004. No único encontro em que foi utilizado, diante de Inglaterra nos quartos de final, marcou o golo que atirou o jogo para prolongamento e ainda faturou no desempate por grandes penalidades, enganando David James através de um penálti à Panenka. “Depois do jogo, o Scolari disse-me que era a última vez que o fazia, caso contrário não voltava a representar a Seleção Nacional. Mas é daqueles momentos que nos marcam. Se fosse um penálti normal, não estávamos a falar disso hoje. Sempre me disseram que eu gostava de fazer as coisas mais difíceis”, afirmou à TVI em junho de 2021.
 
 
Foi ainda chamado ao Mundial 2006 após uma época em que apontou apenas dois golos (entre FC Porto e os franceses do Saint-Étienne), ao Euro 2008 depois de uma temporada na qual havia faturado apenas por quatro vezes (entre FC Porto e Panathinaikos) e ao Mundial 2014 quando não tinha qualquer golo para amostra e poucos jogos realizados nos cinco meses anteriores. Pelo meio, justificou a convocatória ao Euro 2012 depois de nove golos pelo Saragoça e correspondeu com um golo na vitória sobre a Dinamarca na fase de grupos.
 
 
Acabou por fazer uma carreira com um sabor agridoce. Depois de ter despontado nas camadas jovens do Varzim, de ter brilhado na equipa B do FC Porto e nas seleções jovens, ao ponto de ter vencido o Torneio de Toulon em 2001, obteve números bastante razoáveis nas primeiras épocas de sénior, mas não lhes conseguiu dar continuidade. Porém, é injusto rotular de promessa adiada um jogador que esteve em três Europeus e em dois Mundiais e quatro dos cinco campeonatos mais importantes do velho continente.
 
 
Terminou a carreira no final de 2016, aos 34 anos, e desde 2020 que é dirigente da Federação Portuguesa de Futebol.




 
  
 




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