quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O brasileiro que falhou o hexa no FC Porto e foi campeão pelo Benfica. Quem se lembra de Argel?

Argel representou FC Porto e Benfica em Portugal
Argel era um defesa central à moda antiga: durão, aguerrido e forte na marcação. Por vezes excedia-se, manifestando alguma impulsividade dentro e fora de campo, como no suposto episódio que esteve na origem da sua saída do FC Porto. Mas já lá vamos…
 
Desde cedo considerado promissor, cresceu na formação do Internacional de Porto Alegre e foi presença assídua nas seleções jovens brasileiras, tendo vencido os Campeonatos Sul-Americanos de sub-17 em 1991 e de sub-20 em 1992 e conquistado o título mundial de sub-20 em 1993. Mais tarde conseguiu uma internacionalização pela seleção principal do Brasil, ao atuar num particular diante das Honduras em março de 1995.
 
Depois de uma passagem pelos japoneses do Tokyo Verdy e de um regresso ao Brasileirão para representar o Santos, e já com um dragão tatuado nas costas, foi contratado pelo FC Porto no verão de 1999, numa altura em que os nortenhos eram pentacampeões nacionais, mas nunca conseguiu desfazer a dupla composta por Jorge Costa e Aloísio. Não foi além de dez jogos (e um golo) na primeira metade da temporada 1999-00, marcada pela interrupção da hegemonia interna, despedindo-se das Antas em conflito com a estrutura portista, com relatos de uma porta partida e de um computador deitado ao chão e de desagrado com Fernando Santos não o colocar a jogar como central do lado direito.
 
Voltou ao Brasil para vestir a camisola do Palmeiras, mas no verão de 2001 retornou a Portugal pela porta do Benfica, numa altura em que a dupla composta por Luís Filipe Vieira e José Veiga parecia querer dar algumas alfinetadas em Pinto da Costa – os ex-portistas Drulovic, João Manuel Pinto, Fehér e Zahovic foram outras contratações nesse período.
 
 
Revoltado pela forma como havia saído do FC Porto, Argel pediu à Parmalat, então proprietária do emblema paulista, para baixar o valor do seu passe de forma a que os azuis e brancos não recebessem os 15 por cento a que teriam direito se fosse vendido por um preço acima dos 600 mil contos. “Era uma questão de honra. Falou-se muita coisa aquando da minha saída do FC Porto que não eram verdades. Não foi o FC Porto que me mandou embora. Eu é que pedi para sair, pois tinha uma boa proposta da Parmalat para jogar no Palmeiras. Que isto fique claro, pois o FC Porto só fala o que quer e a verdade muitas vezes não sai lá de dentro”, afirmou ao Record em junho de 2001.
 
 
De águia ao peito chegou a assumir grande preponderância, tendo amealhado 97 partidas e seis golos ao longo de três anos e meio, tendo contribuído para a conquista da Taça de Portugal em 2003-04 e do campeonato nacional em 2004-05 e protagonizado alguns casos de indisciplina. “O momento mais marcante da minha carreira foi como jogador do Benfica. Foi o clube que eu mais gostei. Sou português, tenho passaporte e tudo. Gosto muito de Lisboa. Sou adepto assumido do Benfica. O principal título da minha carreira foi a Liga portuguesa conquistada lá, em 2004-05. Há dez anos que não ganhavam. Acho que é a maior conquista por ter sido tão importante”, recordou em novembro de 2011, em declarações ao site da Federação Paulista de Futebol.
 
 
Em janeiro de 2005, a meio da época do título que interrompeu um jejum que durava há onze anos, transferiu-se para os espanhóis do Racing Santander.
 
Depois de encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador. Nunca lhe tem faltado emprego, mas ainda não conseguiu cumprir uma época completa num clube. Entre outubro de 2021 e outubro de 2022 orientou o Alverca, naquela que é, por enquanto, a sua única experiência como técnico no futebol português.



 

 
 




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