segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

There's only one Jorge Cadete”. Quem se lembra dele?

Jorge Cadete somou 33 internacionalizações e cinco golos
There's only one Jorge Cadete, he puts the ball in the netty, He's Portuguese and he scores with ease, walking in Cadete wonderland”. Era com este cântico que os adeptos do Celtic, clube escocês com profundas raízes católicas, enalteciam outro JC, um português que ressuscitou para os golos em Glasgow e que fez o milagre de se tornar o primeiro jogador luso a sagrar-se melhor marcador num campeonato estrangeiro.
 
Mas Jorge Paulo Cadete Santos Reis, nascido a 27 de agosto de 1968 em Pemba, Moçambique, foi muito mais do que um avançado que teve sucesso no campeonato escocês. Formado no Sporting, tornou-se em 1992-93 no primeiro jogador da cantera leonina a vencer a Bola de Prata, o troféu atribuído pelo jornal A Bola ao melhor marcador da I Liga. 18 golos lhe bastaram nessa época. Curiosamente, na temporada anterior até havia faturado mais (25), mas foi superado pelo nigeriano Ricky, do Boavista (30).

 

Mas até atingir esse nível teve de ser emprestado para voltar mais forte à casa-mãe. Cedido ao Vitória de Setúbal em 1988-89, mostrou ao que vinha ao apontar dez golos, apesar da concorrência dos internacionais portugueses Rui Jordão e Aparício.
 
Depois do verde e branco dos sadinos e dos leões, experimentou o azul dos italianos do Brescia em 1994-95, mas não se deu bem.
 
O regresso a Alvalade também não correspondeu às expetativas, mas houve males que vieram por bem, pois foi esse desenrolar de acontecimentos que o levaram a assinar pelo Celtic em 1996, depois de um longo imbróglio com o Sporting. Em pouco mais de um ano em Glasgow, apontou 38 golos em 50 jogos ao lado de Di Canio e Van Hooijdonk – juntos, eram os “Three Amigos” –, tendo apontado 25 golos, nenhum deles de penálti, o que lhe valeu o troféu de melhor marcador em 1996-97 com um avanço considerável sobre o principal perseguidor – Brian Laudrup, do Rangers, com 16.

 
Se dentro de campo as coisas lhe corriam bem, fora nem tanto. Depois dessa temporada memorável, alegou problemas psicológicos e falta de adaptação à vida na Escócia sem a sua família para sair do clube. Após falhar treinos de pré-época, foi transferido para o Celta de Vigo no verão de 1997, mas foi precisamente no norte da Península Ibérica que a carreira de Cadete começou a perder… o norte.
 
Depois de uma primeira época razoável na Galiza, com sete golos em 30 jogos, desiludiu na segunda temporada, o que o levou a regressar a Portugal pela porta do Benfica, mas não vingou na Luz, como não viria a vingar nos ingleses do Bradford City e no Estrela da Amadora.  Haveria ainda de passar pelos escoceses do Partick Thistle e pelo Pinhalnovense antes de terminar a carreira nos distritais da AF Beja ao serviço do São Marcos, clube do concelho de Castro Verde.
 
Paralelamente, somou 33 internacionalizações e cinco golos pela seleção nacional A entre 1990 e 1998, tendo marcado presença no Euro 1996.






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