quinta-feira, 16 de maio de 2024

O romeno do Sporting que não voltou a ser o mesmo após uma grave lesão. Quem se lembra de Niculae?

Niculae marcou 20 golos pelo Sporting entre 2001 e 2005
Depois da saída do principal goleador das duas épocas anteriores, Beto Acosta, o Sporting ficou órfão, no verão de 2001, de um ponta de lança que desse garantias para ser titular indiscutível. O novo treinador, o romeno László Bölöni, indicou a contratação do compatriota Marius Niculae, um jovem de 20 anos que se havia estreado no campeonato romeno com apenas 15, em 1996-97, que havia feito a estreia pela seleção romena com 18, em fevereiro de 2000, e que tinha acabado de se sagrar melhor marcador da liga romena.
 
A transferência, que rendeu 3,5 milhões de euros aos cofres do Dínamo Bucareste, começou desde cedo a revelar-se certeira. Depois de bons apontamentos durante a pré-época, tendo até beijado o símbolo logo após ter faturado no jogo de estreia, um particular diante da Académica, marcou o golo que deu a vitória sobre o FC Porto, em Alvalade, na primeira jornada do campeonato, o que fez disparar as vendas de camisolas com o seu nome.
 
 
Entretanto chegou Mário Jardel, mas Niculae não ficou ofuscado. Bem pelo contrário. Juntamente com João Vieira Pinto formaram um trio de ataque demolidor, que ajudou os leões a chegar ao primeiro lugar. Desde a chegada do brasileiro, o romeno apontou nove golos em 20 jogos: Gil Vicente (dois), Vitória de Guimarães, Halmstads (dois), Paços de Ferreira (dois), Salgueiros e AC Milan.
 
 
Numa altura em que o Sporting já o tinha blindado com uma cláusula de rescisão de 17,5 milhões de euros e cinco dias depois de ter ficado em segundo lugar na votação para futebolista romeno do ano (atrás de Cosmin Contra), sofreu uma grave lesão no ligamento cruzado interno do joelho esquerdo durante uma receção ao Vitória de Setúbal, a 22 de dezembro de 2001, ao chocar com Ico imediatamente após ter rematado ao poste. “Lembro-me de sentir uma forte dor e cair. Percebi que era grave e foi um grande choque para mim saber que não ia jogar mais na temporada. Estava num bom momento e a equipa estava a jogar muito bem”, recordou o atacante romeno ao zerozero.
 
 
Niculae só voltou a jogar futebol no início da época seguinte, mas notava-se claramente que não era o mesmo jogador. Aliás, basta dizer que antes da lesão apontou dez golos pelo Sporting em 23 jogos e que depois desse problema somou também uma dezena de remates certeiros, mas em 53 partidas. Ainda assim, contribuiu em campo para a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira em 2002, meses depois de ter visto de fora os companheiros de equipa ganhar o campeonato e a Taça de Portugal.
 
 
Se mesmo com Bölöni veio a perder estatuto, com Fernando Santos e José Peseiro ainda foi menos utilizado. O momento de maior protagonismo que viveu após o problema físico foi o golo que marcou ao Newcastle numa reviravolta épica nos quartos de final da Taça UEFA em 2004-05, na caminhada leonina até à final da competição, tendo entrado na segunda parte no jogo decisivo, disputado diante do CSKA Moscovo em Alvalade. “Depois da lesão foi um dos momentos mais tristes da minha carreira. Foi no meu último ano no Sporting e gostava de ter saído com esse título. Ainda estivemos a ganhar, mas as coisas não correram bem. Ver os adeptos a chorar, na nossa casa, marcou-me. A final da Taça UEFA marcou-me muito”, contou.
 
 
Haveria de terminar contrato com o Sporting em 2005, tendo depois passado por clubes como os belgas do Standard Liége, os alemães do Mainz, os escoceses do Inverness, os gregos do Kavala e novamente o Dínamo Bucareste. Lentamente, foi-se reencontrando com os golos, tendo ainda sido convocado para o Euro 2008. Chegou a estar perto de um regresso a Alvalade em janeiro de 2013, mas a transferência berrou porque Niculae já tinha jogado em dois clubes nessa temporada e estava impedido de atuar por um terceiro.
 




 




  

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