quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

12 jogadores que jogaram por Vitória FC e União de Santiago

Vitória de Setúbal e União de Santiago defrontam-se este domingo
Dois clubes que nunca haviam coincidido no mesmo campeonato, Vitória Futebol Clube e União de Santiago do Cacém vão defrontar-se na 10.ª jornada da I Divisão Distrital da AF Setúbal, em partida agendada para as 15 horas do próximo domingo, no Estádio do Bonfim.
 
Enquanto os sadinos já venceram três Taças de Portugal e uma da Taça da Liga e somam mais de 70 presenças na I Divisão e uma dezena de participações nas provas europeias, o melhor que os santiaguenses conseguiram foi três presenças na II Divisão Nacional e quatro na II Divisão B.
 
Ainda assim, foram 12 os jogadores que jogaram pelas equipas principais de Vitória e União. Vale por isso a pena recordá-los.
 

Zé Rui (defesa central)

Zé Rui
Defesa central cabo-verdiano que no seu país havia representado o Sporting da Praia e já havia jogado pela seleção nacional A, reforçou o União de Santiago do Cacém em janeiro de 1987.
Com impacto imediato na equipa, tornou-se rapidamente titular, tendo totalizado 77 encontros (todos no onze inicial) e oito golos na II Divisão no espaço de dois anos e meio, mostrando-se impotente para evitar a descida à III Divisão em 1989.
Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao O Elvas.
Entretanto passou pela União de Leiria e entrou na I Liga pela porta do Belenenses antes de ingressar no Vitória de Setúbal no início da temporada 1995-96, marcada pela subida ao primeiro escalão.
Viria a permanecer no Bonfim até 2000, quando os sadinos foram despromovidos à II Liga, quase sempre com protagonismo reduzido, em função da concorrência de centrais como Quim, Gaspar, Nogueira, Figueiredo, Mário Loja e Ricardo Carvalho. Em 1998-99 fez parte da equipa que garantiu o primeiro apuramento dos setubalenses para as provas europeias em 25 anos.
Após 80 partidas e cinco golos pelos vitorianos, foi para o Desp. Beja encerrar a carreira.
Paralelamente, foi disputando mais alguns jogos pela seleção de Cabo Verde. Poucos, o que se justifica pela falta de organização e de recursos financeiros da federação local na década de 1990.
 
 

Fábio Delgado (defesa central)

Fábio Delgado
Defesa central que passou pelas camadas jovens de Sporting e Belenenses, concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Barreirense, tendo posteriormente passado por Palmelense, Oriental Dragon e Fabril antes de reforçar o União de Santiago no primeiro semestre de 2020, indo a tempo de disputar cinco jogos no minicampeonato da I Distrital em 2020-21.
Entretanto, após passagens por PinhalnovenseCharneca de CaparicaBarreirense e Comércio e Indústria, ingressou no Vitória em 2024-25 e ajudou os sadinos a sagrarem-se campeões da II Distrital, numa época em que atuou em 14 partidas.
 
 


Jorginho (defesa central/esquerdo)

Jorginho
Defesa natural de Sines de elevada estatura (1,88 m) e polivalente, capaz de atuar no centro ou à esquerda do quarteto defensivo, fez toda a formação no Vasco da Gama Atlético Clube, clube que o revelou para o futebol sénior ainda com 18 anos.
Após uma passagem pouco feliz pelo Modena, da Série B italiana, reentrou em Portugal pela porta do Estoril Praia, de onde saltou para o Vitória de Setúbal, estreando-se na I Liga aos 29 anos, em 2007. Na única temporada que passou no Bonfim atuou em 23 partidas e conquistou a Taça da Liga.
Depois seguiu viagem para os gregos do Asteras Tripolis juntamente com Carlos Carvalhal, treinador que o tinha orientado à beira-Sado, seguindo-se passagens por Paços de Ferreira e Arouca.
Numa altura em que procurava continuar a jogar futebol depois de uma lesão num pé, reforçou o União de Santiago em janeiro de 2012, tendo contribuído para a conquista do título distrital da II Divisão em 2012-13.
A meio da temporada seguinte voltou ao Vasco da Gama de Sines, mas depois de uma passagem pelo Praia Milfontes voltou a vestir a camisola dos santiaguenses entre 2016 e 2018, ajudando a equipa a atingir a final da Taça AF Setúbal em 2017-18.
 
 

Sobrinho (defesa central/esquerdo)

Sobrinho
Defesa central/esquerdo natural de Setúbal, surgiu na equipa principal do Vitória em 1980-81 e desde cedo se afirmou como titular, o que depressa fez dele um internacional sub-21 por Portugal, tendo sido chamado ao Torneio de Toulon em 1981.
No verão de 1982 transferiu-se para o FC Porto depois de mais de meia centena de jogos pelos sadinos, mas após um ano sem jogar nas Antas regressou ao Bonfim para mais duas épocas ao serviço do emblema vitoriano.
No início da temporada 1985-86 transferiu-se para o Belenenses, clube ao serviço do qual venceu a Taça de Portugal em 1988-89. Paralelamente, foi convocado para o Mundial 1986, mas teve de esperar até novembro de 1988 para se estrear pela seleção nacional A.
Em 1989-90 representou os franceses do Racing Paris, mas voltou a jogar pelo Vitória entre 1990 e 1992, despedindo-se dos setubalenses numa altura em que estes militavam na II Liga.
Após passagens por Paços de Ferreira e Felgueiras, representou O Grandolense nos distritais da AF Setúbal entre 1994 e 1997 antes de defender as cores do União de Santiago na III Divisão Nacional em 1997-98 na última época da carreira, não conseguido impedir a despromoção aos distritais.
 
 

Leonardo (lateral direito)

Leonardo
Lateral direito que também podia jogar como médio e era um bom executante de bolas paradas, concluiu a formação no Vitória de Setúbal, ingressou na equipa principal dos sadinos em 1975-76, mas apenas foi utilizado em dois jogos, somente um como titular.
Entretanto mudou-se para o Esperança de Lagos na companhia do ponta de lança César, tendo rumado ao União de Santiago no início da época 1977-78, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Seguiram-se oito anos no Vasco da Gama de Sines antes de pendurar as botas em 1986.
 
 

Nuno Borges (médio)

Nuno Borges
Médio natural de Lisboa que concluiu a formação no Pescadores da Costa de Caparica e iniciou o percurso como sénior no Odivelas, teve uma primeira experiência nos distritais da AF Setúbal ao serviço de O Grandolense entre 2011 e 2015, tendo depois passado por Tourizense e Águias do Moradal antes ingressar no União de Santiago no verão de 2017.
Em dois anos no Miróbriga amealhou 64 jogos e um golo, tendo ajudado a equipa do litoral alentejano a atingir a final da Taça AF Setúbal em 2017-18 e a terceira eliminatória da Taça de Portugal na época seguinte.
Após uma passagens por SesimbraCoruchense, ajudou o Vitória de Setúbal a sagrar-se campeão da II Divisão Distrital em 2024-25, numa fase em que estava já à beira de comemorar o 37.º aniversário.
 
 

Roçadas (médio)

Roçadas
Médio dotado de um potente pé direito nascido em Leiria e que concluiu a formação no Torreense, representou o Vasco da Gama de Sines e entrou na I Divisão pela porta do Portimonense antes de ingressar pela primeira vez no Vitória de Setúbal em 1983.
Com impacto imediato na equipa sadina, foi utilizado em cerca de 50 partidas e apontou mais do que dez golos no espaço de duas épocas.
Em 1985-86 representou o Marítimo, mas na temporada seguinte voltou ao Bonfim para contribuir com 13 golos para a subida dos setubalenses à I Divisão – numa campanha que lhe valeu chamadas às seleções sub-21 e olímpica –, patamar em que disputou 68 encontros e marcou sete golos no primeiro escalão.
No verão de 1989 emigrou para Inglaterra, onde representou o Sheffield Wednesday. Foi dos primeiros jogadores portugueses a atuar no futebol britânico.
Voltaria a Portugal para vestir a camisola da Sanjoanense, mas em 1990-91 defendeu as cores da União de Santiago na antiga II Divisão B, tendo depois regressado ao emblema de São João da Madeira.
 
 
 

Pedro Mendes (médio)

Pedro Mendes
Médio de características ofensivas que passou pelas camadas jovens de Benfica e Sporting e chegou a ser convocado para a seleção nacional de sub-19 (ainda que sem se estrear), concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Vitória de Setúbal em 2011-12.
Foi ainda com idade de júnior que foi lançado por Bruno Ribeiro na equipa principal dos sadinos em outubro de 2011, chegando a atuar em quatro jogos oficiais (dois da I Liga e outros tantos da Taça da Liga), mas a chegada de José Mota para o comando técnico ainda a meio da época remeteu-o novamente para a equipa de juniores. “Nunca vou esquecer o Vitória, porque foi lá que me estreei na I Liga, ainda júnior, e tornei-me no jogador mais novo de sempre a estrear-se na I Liga pelo Vitória”, contou ao O Blog do David em junho de 2020.
Apesar da tenra idade, mudou-se para os angolanos do Recreativo do Libolo em 2012, quando tinha apenas 18 anos, uma decisão da qual se terá arrependido, uma vez que jogou pouco em Angola.
Viria a regressar a Portugal, mas apenas para atuar nas divisões secundárias, tendo passado por MirandelaMouraOrientalPinhalnovense e Fabril. Paralelamente, também passou pelos romenos do Politehnica Iași, do Gaz Metan e do Universitatea Cluj, assim como pelo Southern District de Hong Kong.
Após passagens por Sesimbra e Comércio e Indústria, representou o União de Santiago então orientado pelo pai, Álvaro Mendes, em 2024-25. Nessa época atuou em onze jogos, todos entre setembro de 2024 e janeiro de 2025.
No início da presente temporada assinou pelo Botafogo de Cabanas.
 
 
 

Rafael Cabrita (médio ofensivo)

Rafael Cabrita
Médio de características ofensivas natural de Setúbal e formado no Vitória, foi emprestado ao Pinhalnovense quando transitou para sénior, em 2014-15, tendo rumado ao União de Santiago no início da temporada seguinte.
Contudo, acabou por não ir além de sete jogos no espaço de mês e meio ao serviço do emblema do litoral alentejano, entre final de novembro de 2015 e a primeira quinzena de janeiro de 2016.
Seguiram-se passagens por Comércio e Indústria, Águas de Moura e Estrela de Vendas Novas, com um hiato de duas épocas pelo meio, antes de ingressar na equipa B do Vitória no outono de 2020, ajudando os sadinos a subir à I Distrital.
Depois de 38 jogos em ano e meio pelos bês vitorianos voltou ao Águas de Moura, tendo feito uma pausa de um ano antes de defender as cores da equipa principal do Vitória em 2024-25. Nessa temporada atuou em oito encontros e contribuiu para a conquista do título distrital da II Divisão.
 
 

Miguel Besugo (médio ofensivo)

Miguel Besugo
Médio ofensivo natural de Setúbal e que concluiu a formação no Vitória, transitou para sénior em 2006-07 e dividiu essa época entre a equipa principal e a B. Várias vezes por Carlos Cardoso para os jogos da primeira equipa, foi uma vez a jogo, tendo atuado aos 73 minutos de uma derrota caseira às mãos da Naval em janeiro de 2007 (0-3).
À procura de mais oportunidades, representou os espanhóis do Zamora e passou por Pinhalnovense, Portosantense, Fabril, Ferreirense, Comércio e Indústria e O Grandolense antes de ingressar no União de Santiago no verão de 2017.
Até ao início de novembro atuou em nove jogos e apontou quatro golos, numa época em que os santiaguenses vieram a atingir a final da Taça AF Setúbal.
No início de 2018 voltou ao O Grandolense.
 
 

José Carlos Barbosa (extremo)

José Carlos Barbosa
Extremo direito natural de Setúbal, começou a jogar futebol n’Os Pelezinhos, mas foi no Vitória que concluiu a formação.
Contudo, quando transitou para sénior não encontrou espaço na equipa principal, o que o levou a rumar ao União de Santiago, na altura na III Divisão Nacional, na segunda metade da temporada 1993-94.
Acabaria por voltar a Setúbal, mas não chegou às duas dezenas de jogos pelos sadinos até meados de 1996, mas ainda assim conseguiu marcar três golos.
Entretanto passou pelo Portimonense antes de regressar ao Bonfim no verão de 1997, mas só foi utilizado em dois jogos, tendo voltado a Portimão poucos meses depois.
 
 

Catarino (ponta de lança)

Paulo Catarino
Ficou conhecido como  “Jardel do Viso”, pelas semelhanças com o antigo avançado de FC Porto e Sporting e por ter nascido naquele bairro setubalense.
Depois de se estrear como sénior no 1º de Maio da Varzinha na longínqua época de 1990-91 e de passar por Quintajense e Quimigal nos distritais da AF Setúbal e de se estear nos patamares nacionais ao serviço do Comércio e Indústria, largou o emprego que tinha numa tipografia para se tornar futebolista a tempo inteiro precisamente quando assinou pelo União de Santiago, então a competir na III Divisão Nacional, no verão de 1995. “Foi quando assinei o primeiro contrato profissional, com o União de Santiago do Cacém, em 1995. Davam-me 80 contos e só recebia 60 na tipografia”, contou ao Diário de Notícias em junho de 2017.
Após 17 golos pelo emblema do litoral alentejano, iniciou uma autêntica Volta a Portugal em clubes. “Comecei no patamar mais baixo e fui subindo todos os anos. Justificava em campo as apostas que os clubes faziam. E quando ficava no mesmo escalão, ia para um clube que me dava melhores condições. Todos os anos surgiam melhores condições, e foi por isso que nunca estive quatro ou cinco anos num clube. O futebol é mesmo assim e não me arrependo. Joguei no país inteiro. Só não joguei nos Açores: norte, centro, sul, interior e ilhas”, explicou o antigo goleador, de 1,90 m.
Seguiram-se passagens por  MontijoAlcanenenseNacional e Imortal. Valorizado pelos bons desempenhos ao serviço dos albufeirenses na fantástica temporada de 1998-99, na qual somou 27 remates certeiros que contribuíram para a subida à II Liga, deu o salto para o clube da sua cidade, o Vitória de Setúbal, preferindo assinar pelos sadinos do que pelos espanhóis do Getafe, que lhe ofereciam o dobro do dinheiro. “Jogar na I Liga portuguesa e no clube da minha terra era algo que nunca poderia recusar”, confessou.
Embora considere a passagem pelo Bonfim “o ponto alto” da carreira, não foi propriamente muito feliz, uma vez que não foi além de onze jogos oficiais (todos como suplente utilizado) e um golo ao Vilafranquense, que valeu o apuramento numa eliminatória da Taça de Portugal. “O que correu mal foi que talvez não tenha tido a sorte de encontrar um treinador que apostasse em mim. Normalmente era utilizado quando a equipa estava a perder e entrava sempre nos piores momentos da equipa, era difícil mudar as coisas”, recordou.
Depois de quase mais duas décadas a marcar golos nas divisões secundárias do futebol português, ao serviço de clubes como LeçaOlhanenseAtléticoPinhalnovenseTorreenseMalveira e Fabril, voltou ao União de Santiago, clube pelo qual faturou por duas vezes em seis jogos nos derradeiros meses de 2014, antes de se transferir de para o Paio Pires.
 








 

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