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| Vitória de Setúbal e União de Santiago defrontam-se este domingo |
Dois clubes que nunca haviam
coincidido no mesmo campeonato, Vitória
Futebol Clube e União
de Santiago do Cacém vão defrontar-se na 10.ª jornada da I
Divisão Distrital da AF Setúbal, em partida agendada para as 15 horas do
próximo domingo, no Estádio
do Bonfim.
Ainda assim, foram 12 os jogadores que jogaram pelas equipas principais de Vitória e União. Vale por isso a pena recordá-los.
Zé Rui (defesa central)
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| Zé Rui |
Defesa central cabo-verdiano que
no seu país havia representado o Sporting da Praia e já havia jogado pela
seleção nacional A, reforçou o União
de Santiago do Cacém em janeiro de 1987.
Com impacto imediato na equipa,
tornou-se rapidamente titular, tendo totalizado 77 encontros (todos no onze
inicial) e oito golos na II Divisão no espaço de dois anos e meio, mostrando-se
impotente para evitar a descida à III Divisão em 1989.Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao O Elvas.
Entretanto passou pela União de Leiria e entrou na I Liga pela porta do Belenenses antes de ingressar no Vitória de Setúbal no início da temporada 1995-96, marcada pela subida ao primeiro escalão.
Viria a permanecer no Bonfim até 2000, quando os sadinos foram despromovidos à II Liga, quase sempre com protagonismo reduzido, em função da concorrência de centrais como Quim, Gaspar, Nogueira, Figueiredo, Mário Loja e Ricardo Carvalho. Em 1998-99 fez parte da equipa que garantiu o primeiro apuramento dos setubalenses para as provas europeias em 25 anos.
Após 80 partidas e cinco golos pelos vitorianos, foi para o Desp. Beja encerrar a carreira.
Paralelamente, foi disputando mais alguns jogos pela seleção de Cabo Verde. Poucos, o que se justifica pela falta de organização e de recursos financeiros da federação local na década de 1990.
Fábio Delgado (defesa central)
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| Fábio Delgado |
Defesa central que passou pelas
camadas jovens de Sporting e Belenenses,
concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Barreirense, tendo
posteriormente passado por Palmelense,
Oriental Dragon e Fabril
antes de reforçar o União
de Santiago no primeiro semestre de 2020, indo a tempo de disputar cinco
jogos no minicampeonato da I
Distrital em 2020-21.
Entretanto, após passagens por Pinhalnovense, Charneca
de Caparica, Barreirense e Comércio
e Indústria, ingressou no Vitória em
2024-25 e ajudou os sadinos a
sagrarem-se campeões da II Distrital, numa época em que atuou em 14 partidas.Jorginho (defesa central/esquerdo)
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| Jorginho |
Defesa natural de Sines de
elevada estatura (1,88 m) e polivalente, capaz de atuar no centro ou à esquerda
do quarteto defensivo, fez toda a formação no Vasco
da Gama Atlético Clube, clube que o revelou para o futebol sénior ainda com
18 anos.
Após uma passagem pouco feliz
pelo Modena, da Série B italiana, reentrou em Portugal pela porta do Estoril
Praia, de onde saltou para o Vitória
de Setúbal, estreando-se na I
Liga aos 29 anos, em 2007. Na única temporada que passou no Bonfim atuou
em 23 partidas e conquistou a Taça
da Liga.Depois seguiu viagem para os gregos do Asteras Tripolis juntamente com Carlos Carvalhal, treinador que o tinha orientado à beira-Sado, seguindo-se passagens por Paços de Ferreira e Arouca.
Numa altura em que procurava continuar a jogar futebol depois de uma lesão num pé, reforçou o União de Santiago em janeiro de 2012, tendo contribuído para a conquista do título distrital da II Divisão em 2012-13.
A meio da temporada seguinte voltou ao Vasco da Gama de Sines, mas depois de uma passagem pelo Praia Milfontes voltou a vestir a camisola dos santiaguenses entre 2016 e 2018, ajudando a equipa a atingir a final da Taça AF Setúbal em 2017-18.
Sobrinho (defesa central/esquerdo)
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| Sobrinho |
Defesa central/esquerdo natural
de Setúbal, surgiu na equipa principal do Vitória em
1980-81 e desde cedo se afirmou como titular, o que depressa fez dele um
internacional sub-21
por Portugal, tendo sido chamado ao Torneio de Toulon em 1981.
No verão de 1982 transferiu-se
para o FC
Porto depois de mais de meia centena de jogos pelos sadinos,
mas após um ano sem jogar nas Antas regressou ao Bonfim para
mais duas épocas ao serviço do emblema
vitoriano.No início da temporada 1985-86 transferiu-se para o Belenenses, clube ao serviço do qual venceu a Taça de Portugal em 1988-89. Paralelamente, foi convocado para o Mundial 1986, mas teve de esperar até novembro de 1988 para se estrear pela seleção nacional A.
Em 1989-90 representou os franceses do Racing Paris, mas voltou a jogar pelo Vitória entre 1990 e 1992, despedindo-se dos setubalenses numa altura em que estes militavam na II Liga.
Após passagens por Paços de Ferreira e Felgueiras, representou O Grandolense nos distritais da AF Setúbal entre 1994 e 1997 antes de defender as cores do União de Santiago na III Divisão Nacional em 1997-98 na última época da carreira, não conseguido impedir a despromoção aos distritais.
Leonardo (lateral direito)
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| Leonardo |
Lateral direito que também podia
jogar como médio e era um bom executante de bolas paradas, concluiu a formação
no Vitória
de Setúbal, ingressou na equipa principal dos sadinos
em 1975-76, mas apenas foi utilizado em dois jogos, somente um como titular.
Entretanto mudou-se para o Esperança
de Lagos na companhia do ponta de lança César, tendo rumado ao União
de Santiago no início da época 1977-78, na altura para competir na III
Divisão Nacional.Seguiram-se oito anos no Vasco da Gama de Sines antes de pendurar as botas em 1986.
Nuno Borges (médio)
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| Nuno Borges |
Médio natural de Lisboa que
concluiu a formação no Pescadores
da Costa de Caparica e iniciou o percurso como sénior no Odivelas, teve
uma primeira experiência nos distritais da AF
Setúbal ao serviço de O Grandolense entre 2011 e 2015, tendo depois passado
por Tourizense
e Águias do Moradal antes ingressar no União
de Santiago no verão de 2017.
Em dois anos no Miróbriga
amealhou 64 jogos e um golo, tendo ajudado a equipa
do litoral alentejano a atingir a final da Taça AF Setúbal em 2017-18 e a
terceira eliminatória da Taça
de Portugal na época seguinte.Após uma passagens por Sesimbra e Coruchense, ajudou o Vitória de Setúbal a sagrar-se campeão da II Divisão Distrital em 2024-25, numa fase em que estava já à beira de comemorar o 37.º aniversário.
Roçadas (médio)
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| Roçadas |
Médio dotado de um potente pé
direito nascido em Leiria e que concluiu a formação no Torreense,
representou o Vasco
da Gama de Sines e entrou na I
Divisão pela porta do Portimonense
antes de ingressar pela primeira vez no Vitória
de Setúbal em 1983.
Com impacto imediato na equipa
sadina, foi utilizado em cerca de 50 partidas e apontou mais do que dez
golos no espaço de duas épocas.Em 1985-86 representou o Marítimo, mas na temporada seguinte voltou ao Bonfim para contribuir com 13 golos para a subida dos setubalenses à I Divisão – numa campanha que lhe valeu chamadas às seleções sub-21 e olímpica –, patamar em que disputou 68 encontros e marcou sete golos no primeiro escalão.
No verão de 1989 emigrou para Inglaterra, onde representou o Sheffield Wednesday. Foi dos primeiros jogadores portugueses a atuar no futebol britânico.
Voltaria a Portugal para vestir a camisola da Sanjoanense, mas em 1990-91 defendeu as cores da União de Santiago na antiga II Divisão B, tendo depois regressado ao emblema de São João da Madeira.
Pedro Mendes (médio)
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| Pedro Mendes |
Médio de características
ofensivas que passou pelas camadas jovens de Benfica e Sporting e
chegou a ser convocado para a seleção nacional de sub-19 (ainda que sem se
estrear), concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Vitória
de Setúbal em 2011-12.
Foi ainda com idade de júnior que
foi lançado por Bruno
Ribeiro na equipa principal dos sadinos em
outubro de 2011, chegando a atuar em quatro jogos oficiais (dois da I
Liga e outros tantos da Taça
da Liga), mas a chegada de José Mota para o comando técnico ainda a meio da época
remeteu-o novamente para a equipa de juniores. “Nunca vou esquecer o Vitória,
porque foi lá que me estreei na I
Liga, ainda júnior, e tornei-me no jogador mais novo de sempre a estrear-se
na I
Liga pelo Vitória”,
contou ao O
Blog do David em junho de 2020.Apesar da tenra idade, mudou-se para os angolanos do Recreativo do Libolo em 2012, quando tinha apenas 18 anos, uma decisão da qual se terá arrependido, uma vez que jogou pouco em Angola.
Viria a regressar a Portugal, mas apenas para atuar nas divisões secundárias, tendo passado por Mirandela, Moura, Oriental, Pinhalnovense e Fabril. Paralelamente, também passou pelos romenos do Politehnica Iași, do Gaz Metan e do Universitatea Cluj, assim como pelo Southern District de Hong Kong.
Após passagens por Sesimbra e Comércio e Indústria, representou o União de Santiago então orientado pelo pai, Álvaro Mendes, em 2024-25. Nessa época atuou em onze jogos, todos entre setembro de 2024 e janeiro de 2025.
No início da presente temporada assinou pelo Botafogo de Cabanas.
Rafael Cabrita (médio ofensivo)
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| Rafael Cabrita |
Médio de características
ofensivas natural de Setúbal e formado no Vitória,
foi emprestado ao Pinhalnovense
quando transitou para sénior, em 2014-15, tendo rumado ao União
de Santiago no início da temporada seguinte.
Contudo, acabou por não ir além
de sete jogos no espaço de mês e meio ao serviço do emblema
do litoral alentejano, entre final de novembro de 2015 e a primeira quinzena
de janeiro de 2016.Seguiram-se passagens por Comércio e Indústria, Águas de Moura e Estrela de Vendas Novas, com um hiato de duas épocas pelo meio, antes de ingressar na equipa B do Vitória no outono de 2020, ajudando os sadinos a subir à I Distrital.
Depois de 38 jogos em ano e meio pelos bês vitorianos voltou ao Águas de Moura, tendo feito uma pausa de um ano antes de defender as cores da equipa principal do Vitória em 2024-25. Nessa temporada atuou em oito encontros e contribuiu para a conquista do título distrital da II Divisão.
Miguel Besugo (médio ofensivo)
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| Miguel Besugo |
Médio ofensivo natural de Setúbal
e que concluiu a formação no Vitória,
transitou para sénior em 2006-07 e dividiu essa época entre a equipa principal
e a B. Várias vezes por Carlos Cardoso para os jogos da primeira equipa, foi
uma vez a jogo, tendo atuado aos 73 minutos de uma derrota caseira às mãos da
Naval em janeiro de 2007 (0-3).
À procura de mais oportunidades,
representou os espanhóis do Zamora e passou por Pinhalnovense,
Portosantense, Fabril,
Ferreirense, Comércio
e Indústria e O Grandolense antes de ingressar no União
de Santiago no verão de 2017.Até ao início de novembro atuou em nove jogos e apontou quatro golos, numa época em que os santiaguenses vieram a atingir a final da Taça AF Setúbal.
No início de 2018 voltou ao O Grandolense.
José Carlos Barbosa (extremo)
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| José Carlos Barbosa |
Extremo direito natural de
Setúbal, começou a jogar futebol n’Os
Pelezinhos, mas foi no Vitória
que concluiu a formação.
Contudo, quando transitou para
sénior não encontrou espaço na equipa principal, o que o levou a rumar ao União
de Santiago, na altura na III Divisão Nacional, na segunda metade da
temporada 1993-94.Acabaria por voltar a Setúbal, mas não chegou às duas dezenas de jogos pelos sadinos até meados de 1996, mas ainda assim conseguiu marcar três golos.
Entretanto passou pelo Portimonense antes de regressar ao Bonfim no verão de 1997, mas só foi utilizado em dois jogos, tendo voltado a Portimão poucos meses depois.
Catarino (ponta de lança)
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| Paulo Catarino |
Ficou conhecido como
“Jardel do Viso”, pelas semelhanças com o antigo avançado de FC
Porto e Sporting e
por ter nascido naquele bairro setubalense.
Depois de se estrear como sénior
no 1º de Maio da Varzinha na longínqua época de 1990-91 e de passar por
Quintajense e Quimigal
nos distritais da AF Setúbal e de se estear nos patamares nacionais ao serviço
do Comércio
e Indústria, largou o emprego que tinha numa tipografia para se tornar
futebolista a tempo inteiro precisamente quando assinou pelo União
de Santiago, então a competir na III Divisão Nacional, no verão de 1995.
“Foi quando assinei o primeiro contrato profissional, com o União
de Santiago do Cacém, em 1995. Davam-me 80 contos e só recebia 60 na
tipografia”, contou ao Diário
de Notícias em junho de 2017.Após 17 golos pelo emblema do litoral alentejano, iniciou uma autêntica Volta a Portugal em clubes. “Comecei no patamar mais baixo e fui subindo todos os anos. Justificava em campo as apostas que os clubes faziam. E quando ficava no mesmo escalão, ia para um clube que me dava melhores condições. Todos os anos surgiam melhores condições, e foi por isso que nunca estive quatro ou cinco anos num clube. O futebol é mesmo assim e não me arrependo. Joguei no país inteiro. Só não joguei nos Açores: norte, centro, sul, interior e ilhas”, explicou o antigo goleador, de 1,90 m.
Seguiram-se passagens por Montijo, Alcanenense, Nacional e Imortal. Valorizado pelos bons desempenhos ao serviço dos albufeirenses na fantástica temporada de 1998-99, na qual somou 27 remates certeiros que contribuíram para a subida à II Liga, deu o salto para o clube da sua cidade, o Vitória de Setúbal, preferindo assinar pelos sadinos do que pelos espanhóis do Getafe, que lhe ofereciam o dobro do dinheiro. “Jogar na I Liga portuguesa e no clube da minha terra era algo que nunca poderia recusar”, confessou.
Embora considere a passagem pelo Bonfim “o ponto alto” da carreira, não foi propriamente muito feliz, uma vez que não foi além de onze jogos oficiais (todos como suplente utilizado) e um golo ao Vilafranquense, que valeu o apuramento numa eliminatória da Taça de Portugal. “O que correu mal foi que talvez não tenha tido a sorte de encontrar um treinador que apostasse em mim. Normalmente era utilizado quando a equipa estava a perder e entrava sempre nos piores momentos da equipa, era difícil mudar as coisas”, recordou.
Depois de quase mais duas décadas a marcar golos nas divisões secundárias do futebol português, ao serviço de clubes como Leça, Olhanense, Atlético, Pinhalnovense, Torreense, Malveira e Fabril, voltou ao União de Santiago, clube pelo qual faturou por duas vezes em seis jogos nos derradeiros meses de 2014, antes de se transferir de para o Paio Pires.













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