Desempenhou múltiplas funções, sempre
com o futebol como denominar comum. Foi jogador, treinador, dirigente,
presidente do Sindicato dos Jogadores e desde agosto de 2019 que é comentador
no Canal 11.
Médio que atuava sobretudo sobre
o flanco esquerdo, nasceu em Vila Franca de Xira a 22 de maio de 1958 e, após
se destacar num torneio de futebol de salão, começou a jogar futebol de 11 no
clube local, o Vilafranquense,
que o catapultou para a seleção nacional de sub-18 – disputou um jogo diante da
Hungria,
em Aveiro (0-2), numa altura em que já competia pelos seniores, desde os 16
anos, na III Divisão Nacional. Do Cevadeiro foi para o Sacavenense,
então orientado pelo antigo internacional português Vítor Godinho, no verão de
1977, tendo aproveitado a montra de um jogo da Taça
de Portugal diante do FC
Porto em dezembro desse ano para mostrar serviço, apesar da derrota (0-1). No
campeonato também esteve em evidência, ao ajudar a equipa
de Sacavém a sagrar-se campeã nacional da III Divisão. Como resultado, no
início da temporada seguinte reforçou o Famalicão,
então na I
Divisão. Pouco utilizado, mostrou-se
impotente para impedir a despromoção à II Divisão em 1978-79, mas nem após a
descida de divisão conseguiria alterar a sua condição de segunda escolha. Saiu
a meio do segundo ano, despedido após ter liderado uma revolta no plantel devido
a salários em atraso, tendo ido trabalhar para um mercado abastecedor de fruta
durante alguns meses. Em 1980-81 regressou ao Sacavenense
e voltou a aproveitar a montra da Taça
de Portugal para mostrar serviço, desta feita ao eliminar o Vitória
de Guimarães então orientado por José
Maria Pedroto na cidade-berço (2-1). O jogo correu-lhe tão bem – e o
seguinte também, com um bis num triunfo sobre o Estoril
(4-3) para o campeonato da II Divisão – que no início da época que se seguiu
reforçou os vimaranenses. Voltou a não se afirmar como
titular num clube do primeiro
escalão, também por culpa de uma pubalgia, mas marcou o golo de uma vitória
em casa sobre o Benfica
em fevereiro de 1982 (1-0) e estabeleceu-se como jogador de I
Divisão, patamar no qual posteriormente veio a jogar, e com maior
protagonismo, ao serviço de Farense
(1984-85) e Vitória
de Setúbal (1985-86). Pelo meio, ajudou o Belenenses
a sagrar-se campeão nacional da II Divisão em 1983-84.
Mais tarde voltou às divisões
secundárias para defender as cores de Fafe
(1986-87), Atlético
(1987 a 1989), Alverca
(1989 a 1991) e União
de Montemor (1991-92), sendo que no emblema
alentejano foi jogador-treinador, iniciando aí uma curta carreira de
técnico, e logo com uma subida à II Divisão B. Seguiram-se passagens pelos
bancos de O
Elvas e Atlético
até deixar de treinar em 1996. Entre 1997 e 2004 foi presidente
do Sindicato dos Jogadores. Durante os seus mandatos a estrutura sindical
ganhou dimensão internacional, tendo vindo a integrar o Board Mundial da FIFPro,
e introduziu pela primeira vez o Estágio do Jogador, destinado a futebolistas
desempregados. Entretanto, exerceu as funções de
gestor do futebol de formação do Benfica
entre as épocas 2004-05 e 2007-08. Liderou o projeto “Geração Benfica”
antes de deixar o clube precisamente na altura em que Rui Costa
assumiu as funções de administrador da SAD. Um ano depois, apontou como razões
para a sua saída o facto de o presidente Luís
Filipe Vieira ter feito duas contratações contra a sua vontade: a de João
Alves para treinador dos juniores e a de Rui
Águas para o scouting. Voltou a servir o Benfica
entre 2011 e 2013 enquanto diretor do futebol profissional, substituindo Rui Costa,
que deixou de estar tanto com a equipa no dia-a-dia para estar mais próximo de Vieira,
nomeadamente no que dizia respeito a contratações. Mais uma vez, a sua saída
deveu-se a divergências com a direção. Desta feita, por estar contra a
continuidade de Jorge
Jesus, que havia sido seu companheiro de equipa no Atlético
em 1987-88, no comando técnico. “A partir do momento em que Luís
Filipe Vieira decide renovar com Jorge
Jesus, fica claro que a minha saída é inevitável. Quando o presidente, de
forma convicta, aposta na continuidade de um técnico, que na minha perspetiva
não reunia as condições – técnicas, psicológicas, de relacionamento humano e de
imagem pública – para continuar a ser treinador do Benfica,
este teria de ser o lógico desfecho”, assumiu, em entrevista ao Record
em novembro de 2013. Posteriormente esteve ligado ao
grupo WS Sports enquanto diretor desportivo de Pinhalnovense
e Oriental
Dragon, tendo assumido as mesmas funções nos colombianos do Millonarios
entre novembro de 2016 e fevereiro de 2018.
Em agosto de 2019 ingressou no
recém-criado Canal 11. É habitual comentador do programa noturno Futebol
Total e foi, juntamente com Toni,
um dos apresentadores do espaço de entrevistas de carreira Sagrado Balneário.
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