segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Foi jogador, treinador, dirigente, presidente do Sindicato e agora é comentador. Quem conhece o percurso de António Carraça?

António Carraça foi diretor de futebol do Benfica
Desempenhou múltiplas funções, sempre com o futebol como denominar comum. Foi jogador, treinador, dirigente, presidente do Sindicato dos Jogadores e desde agosto de 2019 que é comentador no Canal 11.
 
Médio que atuava sobretudo sobre o flanco esquerdo, nasceu em Vila Franca de Xira a 22 de maio de 1958 e, após se destacar num torneio de futebol de salão, começou a jogar futebol de 11 no clube local, o Vilafranquense, que o catapultou para a seleção nacional de sub-18 – disputou um jogo diante da Hungria, em Aveiro (0-2), numa altura em que já competia pelos seniores, desde os 16 anos, na III Divisão Nacional.
 
Do Cevadeiro foi para o Sacavenense, então orientado pelo antigo internacional português Vítor Godinho, no verão de 1977, tendo aproveitado a montra de um jogo da Taça de Portugal diante do FC Porto em dezembro desse ano para mostrar serviço, apesar da derrota (0-1). No campeonato também esteve em evidência, ao ajudar a equipa de Sacavém a sagrar-se campeã nacional da III Divisão. Como resultado, no início da temporada seguinte reforçou o Famalicão, então na I Divisão.
 
Pouco utilizado, mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II Divisão em 1978-79, mas nem após a descida de divisão conseguiria alterar a sua condição de segunda escolha. Saiu a meio do segundo ano, despedido após ter liderado uma revolta no plantel devido a salários em atraso, tendo ido trabalhar para um mercado abastecedor de fruta durante alguns meses.
 
Em 1980-81 regressou ao Sacavenense e voltou a aproveitar a montra da Taça de Portugal para mostrar serviço, desta feita ao eliminar o Vitória de Guimarães então orientado por José Maria Pedroto na cidade-berço (2-1). O jogo correu-lhe tão bem – e o seguinte também, com um bis num triunfo sobre o Estoril (4-3) para o campeonato da II Divisão – que no início da época que se seguiu reforçou os vimaranenses.
 
Voltou a não se afirmar como titular num clube do primeiro escalão, também por culpa de uma pubalgia, mas marcou o golo de uma vitória em casa sobre o Benfica em fevereiro de 1982 (1-0) e estabeleceu-se como jogador de I Divisão, patamar no qual posteriormente veio a jogar, e com maior protagonismo, ao serviço de Farense (1984-85) e Vitória de Setúbal (1985-86). Pelo meio, ajudou o Belenenses a sagrar-se campeão nacional da II Divisão em 1983-84.
 
 
Mais tarde voltou às divisões secundárias para defender as cores de Fafe (1986-87), Atlético (1987 a 1989), Alverca (1989 a 1991) e União de Montemor (1991-92), sendo que no emblema alentejano foi jogador-treinador, iniciando aí uma curta carreira de técnico, e logo com uma subida à II Divisão B. Seguiram-se passagens pelos bancos de O Elvas e Atlético até deixar de treinar em 1996.
 
Entre 1997 e 2004 foi presidente do Sindicato dos Jogadores. Durante os seus mandatos a estrutura sindical ganhou dimensão internacional, tendo vindo a integrar o Board Mundial da FIFPro, e introduziu pela primeira vez o Estágio do Jogador, destinado a futebolistas desempregados.
 
Entretanto, exerceu as funções de gestor do futebol de formação do Benfica entre as épocas 2004-05 e 2007-08. Liderou o projeto “Geração Benfica” antes de deixar o clube precisamente na altura em que Rui Costa assumiu as funções de administrador da SAD. Um ano depois, apontou como razões para a sua saída o facto de o presidente Luís Filipe Vieira ter feito duas contratações contra a sua vontade: a de João Alves para treinador dos juniores e a de Rui Águas para o scouting.
 
Voltou a servir o Benfica entre 2011 e 2013 enquanto diretor do futebol profissional, substituindo Rui Costa, que deixou de estar tanto com a equipa no dia-a-dia para estar mais próximo de Vieira, nomeadamente no que dizia respeito a contratações. Mais uma vez, a sua saída deveu-se a divergências com a direção. Desta feita, por estar contra a continuidade de Jorge Jesus, que havia sido seu companheiro de equipa no Atlético em 1987-88, no comando técnico. “A partir do momento em que Luís Filipe Vieira decide renovar com Jorge Jesus, fica claro que a minha saída é inevitável. Quando o presidente, de forma convicta, aposta na continuidade de um técnico, que na minha perspetiva não reunia as condições – técnicas, psicológicas, de relacionamento humano e de imagem pública – para continuar a ser treinador do Benfica, este teria de ser o lógico desfecho”, assumiu, em entrevista ao Record em novembro de 2013.
 
Posteriormente esteve ligado ao grupo WS Sports enquanto diretor desportivo de Pinhalnovense e Oriental Dragon, tendo assumido as mesmas funções nos colombianos do Millonarios entre novembro de 2016 e fevereiro de 2018.
 
 
Em agosto de 2019 ingressou no recém-criado Canal 11. É habitual comentador do programa noturno Futebol Total e foi, juntamente com Toni, um dos apresentadores do espaço de entrevistas de carreira Sagrado Balneário.
 








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