Barreirense e Fabril competem no Campeonato de Portugal |
Vizinhos e rivais, Futebol
Clube Barreirense e Grupo
Desportivo Fabril do Barreiro têm andado juntos na saúde e na doença.
Afinal, os tempos áureos de ambos os clubes, que incluíram participações nas
competições europeias e várias épocas entre os cinco primeiros classificados da
I
Divisão, coincidiram entre as décadas de 1950 e 1970. Por outro lado,
presentemente os dois têm oscilado entre o Campeonato
de Portugal e a I
Divisão Distrital da AF Setúbal.
Apenas em algumas temporadas nos anos 1990 e 2000 é que os alvirrubros
chegaram a estar dois ou três escalões acima.
Libânio (guarda-redes)
Libânio |
Guarda-redes natural do Barreiro,
começou a jogar futebol nos juniores da CUF
em 1946-47, tendo transitado para equipa principal duas épocas depois, quando
os cufistas
militavam na II Divisão Nacional.
Devido ao serviço militar em
Lisboa, representou o SL Olivais em 1950-51, mas na temporada seguinte
regressou ao conjunto
do Lavradio, pelo qual disputou 56 jogos na I
Divisão entre 1954 e 1957, já depois de se ter sagrado campeão nacional da
II Divisão em 1953-54.Depois de quatro anos no Vitória de Setúbal, outros tantos no Sporting – clube ao serviço do qual foi campeão nacional em 1961-62 – e um no Atlético, representou o Barreirense entre 1966 e 1968, tendo festejado a conquista do título nacional da II Divisão em 1966-67 e atuado em seis jogos na I Divisão na época seguinte, não conseguindo impedir a despromoção.
Haveria de falecer em fevereiro de 2010, aos 80 anos.
Frederico (defesa central)
Frederico |
Defesa central alentejano natural
de Casével, concelho de Castro Verde, começou a jogar futebol nas camadas
jovens da CUF,
tendo transitado para a equipa principal em 1975-76, tendo atuado em 15 jogos
no campeonato nessa que foi a última de 22 participações consecutivas nos cufistas
na I
Divisão.
Após a despromoção permaneceu
mais dois anos no clube, na II Divisão, acabando por rumar ao Barreirense
no verão de 1978. No Dom
Manuel de Mello esteve apenas uma época, curiosamente a última de 24 dos alvirrubros
na I
Divisão, mas disputou 30 jogos e marcou dois golos, valorizando-se ao ponto
de dar o salto para o Benfica.Haveria de se tornar internacional A, tendo marcado presença no Mundial 1986.
Viria a falecer em fevereiro de 2019, aos 61 anos.
Castro (defesa central)
Castro |
Defesa central que começou a
jogar futebol no Moitense, passou ainda pelo 1º Maio Sarilhense antes de
ingressar na CUF
no verão de 1968 para nove épocas ao serviço do clube
do Lavradio.
Nas primeiras oito temporadas ao
serviço dos cufistas
amealhou 164 jogos na I
Divisão, além de três na Taça
UEFA, mas não conseguiu impedir a despromoção à II Divisão em 1975-76.No verão de 1977 mudou-se para o Barreirense, clube pelo qual jogou durante dois anos, tendo contribuído para a promoção ao primeiro escalão em 1977-78.
Orlando (lateral direito)
Orlando |
Defesa/médio, aqui colocado como
lateral direito por uma questão de conveniência, principiou a carreira no Vitória
de Setúbal entre 1949 e 1951, mudou-se para a CUF
ao fim desses dois anos.
Em 1953-54 sagrou-se campeão
nacional da II Divisão e nas sete épocas que se seguiram totalizou 166
encontros e 16 golos na I
Divisão, tendo contribuído, por exemplo, para a obtenção do honroso 5.º
lugar no primeiro
escalão em 1959-60.Depois de dez temporadas no Alfredo da Silva mudou-se para o Barreirense, tendo contribuído para a conquista do título nacional da II Divisão em 1961-62. Na época seguinte, a última da carreira, atuou por duas vezes na I Divisão.
Francisco Cruz (lateral esquerdo)
Francisco Cruz |
Defesa que se iniciou nas camadas
jovens do Moitense, transferiu-se para o Barreirense
ainda júnior, tendo transitado para a equipa principal em 1971-72.
Depois de duas épocas ao serviço
dos alvirrubros
na I
Divisão, patamar no qual amealhou 46 jogos e dois golos, e de três na II
Divisão, transferiu-se para a CUF
no verão de 1976, precisamente logo após os cufistas
terem competido no primeiro
escalão pela última vez.Ao longo de 12 anos no Alfredo da Silva vivenciou a mudança de denominação para Quimigal e a despromoção à III Divisão Nacional em 1982-83.
Arnaldo (médio centro)
Arnaldo |
Médio centro natural de Bissau,
ingressou pela primeira na CUF
no verão de 1963, proveniente dos guineenses dos Balantas, tendo somado 16
jogos e seis golos na I
Divisão ao longo dessa primeira passagem, de duas épocas, pelo Estádio
Alfredo da Silva, ajudando os cufistas
a alcançar um brilhante terceiro lugar no campeonato em 1964-65.
Depois de representar Vilanovense,
Leixões
e Riopele,
regressou à CUF
no verão de 1968 para uma estadia de oito anos no Lavradio, tendo nesse período
participado em mais 220 partidas e apontado mais 39 golos na I
Divisão, contribuindo para a obtenção do quarto lugar em 1971-72 e para as
caminhadas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1968-69 e 1972-73. Porém, não conseguiu impedir a descida de
divisão em 1975-76.Paralelamente, foi chamado a jogar pela seleção nacional num particular com Inglaterra (0-0) no Estádio da Luz, a 3 de abril de 1974, ao lado de nomes como Vítor Damas, Humberto Coelho, Toni, Octávio Machado, Rui Jordão, Jacinto João e Vítor Baptista.
A Lei da Opção, que obrigava os jogadores em final de contrato a renovar desde que o clube quisesse ficar com eles, tirou-lhe a possibilidade de trocar a CUF por um de maior dimensão. Só haveria de sair após a despromoção, em 1976, para o Montijo.
Já entre 1977 e 1979 representou o Barreirense, tendo contribuído para a promoção à I Divisão em 1977-78 e somado 29 jogos e oito golos no primeiro escalão na época seguinte, que foi a última dos alvirrubros na I Divisão.
Depois de dois anos no Amora, voltaria a representar o Barreirense em 1981-82, na II Divisão Nacional.
Morreu jovem, aos 55 anos, a 24 de maio de 1999.
Carlos Manuel (médio centro)
Carlos Manuel |
Médio centro/ofensivo natural da
Moita, empregou-se nos Caminhos de Ferro do Barreiro aos 14 anos e prosseguiu
aos estudos à noite na escola industrial. Já depois de ter experimentado hóquei
em patins na CUF,
esteve para realizar testes no Barreirense,
mas acabou por ser nos cufistas
que concluiu a formação, depois de ter sido aprovado no mesmo dia em que
Fernando Chalana foi chumbado.
Em 1975-76 atuou por duas vezes
na I
Divisão, numa altura em que ainda tinha idade de júnior, naquela que foi a
última presença do emblema
do Lavradio no primeiro
escalão.Haveria de permanecer na CUF até 1978, quando se mudou para o Barreirense. Na única época que passou no Dom Manuel de Mello participou em 30 partidas e marcou três golos na I Divisão, não conseguindo salvar os alvirrubros da despromoção. Contudo, valorizou-se e não só somou as primeiras internacionalizações pela seleção de sub-21 como deu o salto para o Benfica no final da temporada.
Mais tarde haveria também de se tornar internacional A, tendo somado 42 internacionalizações e oito golos pela seleção nacional, tendo ainda marcado presença no Euro 1984 e no Mundial 1986.
Araújo (médio ofensivo)
Araújo |
Mais um jogador que vivenciou na
primeira pessoa o fim de ciclo tanto de CUF
(1975-76) como de Barreirense
(1978-79) na I
Divisão.
Produto da formação da CUF
e grande promessa do futebol português, foi internacional sub-16, sub-18 e
sub-21, tendo transitado para a equipa principal em 1975-76, época na qual
atuou em 20 jogos na I
Divisão, mostrando-se impotente para impedir a despromoção à II Divisão,
patamar no qual competiu nas duas temporadas que se seguiram.No verão de 1978 mudou-se para o Barreirense e logo na primeira época no Dom Manuel de Mello disputou 27 jogos e marcou um golo na I Divisão, mas uma vez mais não conseguiu evitar a descida de divisão.
Haveria de continuar no emblema alvirrubro até 1981, quando deu o salto para o Benfica. Contudo, uma lesão grave limitou-o ao ponto de nunca ter chegado a atuar pela equipa principal dos encarnados, limitando-se a jogar pela equipa de reservas durante os três anos em que esteve contratualmente ligado às águias.
Na tentativa de relançar a carreira, voltou à então já denominada Quimigal em 1984 para competir durante três anos na III Divisão Nacional.
Madeira (avançado)
Madeira |
Atacante formado nas camadas
jovens do Barreirense,
transitou para a equipa principal em 1956-57, tendo, ao longo de seis épocas,
vivenciado momentos como as conquistas dos títulos nacionais da II Divisão em
1959-60 e 1961-62 e as caminhadas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1956-57 e 1957-58, mas também a despromoção à II Divisão em
1957-58. Durante esse período amealhou também 41 jogos e cinco golos na I
Divisão.
No verão de 1963, já após ter
regressado do Ultramar, assinou pela CUF,
emblema que representou até 1970, tendo totalizado 99 partidas e 16 golos pelos
cufistas
na I
Divisão, além de ter participado nos três jogos da Taça das Cidades com
Feiras diante do AC
Milan no final de 1965. Contribuiu ainda para o histórico 3.º lugar no
campeonato em 1964-65.Faia (avançado)
Faia |
O melhor marcador de sempre do Barreirense
na I
Divisão, com 72 golos.
Avançado natural do Barreiro, ingressou
no emblema
alvirrubro em 1947-48, então na II Divisão, tendo contribuído para a
caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal nessa época e para a conquista do título nacional do segundo
escalão e consequente promoção à I
Divisão em 1951.Haveria de continuar no clube até 1954, tendo apontado 35 golos em 70 jogos no patamar maior do futebol português e contribuído para mais uma campanha até às meias-finais da Taça, em 1951-52.
Depois mudou-se por dois anos para a Académica, mas haveria de voltar em 1956 para mais três épocas com a camisola encarnada e branca. Nesta segunda passagem impôs-se de tal maneira que disputou a totalidade dos minutos (2340) nos campeonatos de 1956-57, 1957-58 e 1958-59, tendo apontado 17 golos no primeiro, 13 no segundo e sete no terceiro, amealhando um total de 37 golos em 78 jogos.
Por essa altura ajudou o Barreirense a chegar por duas vezes às meias-finais da Taça, em 1956-57 e 1957-58, e somou duas internacionalizações pela seleção nacional B, frente a Espanha e à região alemã de Sarre.
Após a despromoção de 1959 mudou-se para a rival CUF, emblema pelo qual somou 53 jogos e 19 golos na I Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar no campeonato em 1961-62.
Haveria de morrer a 1 de novembro de 2021, aos 89 anos.
Arsénio (avançado)
Arsénio |
Avançado nascido no Barreiro,
mais precisamente no Largo Rompana, no centro histórico da cidade, desde cedo
que ganhou a alcunha de “Pinga” (em alusão ao antigo jogador do FC
Porto) entre os miúdos com quem jogava no areal da praia.
Em 1941 foi lançado na equipa
principal do Barreirense,
anda não tinha feito 16 anos, na festa de despedida de Francisco Câmara. Já em
1942-43 ajudou os alvirrubros
a sagrarem-se campeões nacionais da II Divisão.Valorizado, deu o salto para o Benfica no verão de 1943, numa altura em que trabalhava como aprendiz de serralheiro na CUF, passando pouco tempo depois a oficial.
Depois de uma dúzia de anos de águia ao peito, nos quais venceu três campeonatos, seis Taças de Portugal, foi figura preponderante na conquista da Taça Latina (1950) e somou duas internacionalizações pela seleção nacional A, mudou-se para a CUF em 1955, quando foi despedido pelos encarnados por não querer deixar de trabalhar na empresa de Alfredo da Silva.
Em quatro épocas memoráveis ao serviço dos cufistas totalizou 89 encontros e 60 golos na I Divisão. Em 1957-58 foi mesmo o melhor marcador do campeonato, com 23 golos (mais um do que o benfiquista José Águias e do que o belenense Matateu), apesar de o emblema do Lavradio não ter ido além de um 12.º lugar.
Haveria de falecer em fevereiro de 1986, aos 60 anos, numa altura em que ainda trabalhava na Quimigal.
Manuel de Oliveira (treinador)
Manuel de Oliveira |
Antigo médio, representou a CUF
enquanto futebolista entre 1957 e 1962, tendo passado de jogador para treinador
no decorrer da temporada 1962-63, tendo guiado os cufistas
ao histórico 3.º lugar no campeonato em 1964-65.
Seguiram-se aventuras ao leme de Leixões, Belenenses e Sanjoanense antes
de assinar pelo Barreirense,
tendo contribuído para a promoção à I
Divisão em 1968-69 e para um brilhante quarto lugar no primeiro
escalão em 1969-70, a melhor classificação de sempre dos alvirrubros no patamar
maior do futebol português.Depois de passagens por Farense, Olhanense, Lusitano de Évora e Beira-Mar regressou ao Barreirense em 1977-78 para contribuir para mais uma subida à I Divisão. Contudo, na época seguinte não conseguiu livrar o conjunto do Barreiro da despromoção, naquela que foi a última participação do clube no primeiro escalão.
Após treinar Marítimo, Portimonense, União de Leiria e Vitória de Setúbal, voltou ao Barreirense em 1985-86, na altura na II Divisão Nacional.
Haveria de falecer em junho de 2017, aos 85 anos.
Parabens David.
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