sábado, 8 de maio de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Felgueiras na I Liga

Felgueiras competiu na I Liga em 1995-96
Fundado a 8 de maio de 1932 no Monte de Santa Quitéria, o Futebol Clube de Felgueiras atingiu o ponto mais alto da sua história, quando participou na I Liga em 1995-96 sob o comando técnico de Jorge Jesus, também ele em estreia no primeiro escalão.
 
Embora remetidos para os campeonatos distritais da AF Porto até ao início da década de 1980, os felgueirenses chegaram à III Divisão Nacional em 1982, à II Divisão em 1984 e à II Liga em 1992 antes de atingirem o patamar maior do futebol português. Paralelamente, chegaram aos oitavos de final da Taça de Portugal em 1995-96, 1999-00 e 2002-03.
 
Depois da participação na I Liga, seguiram-se nove épocas na II Liga, problemas financeiros e a extinção do futebol sénior. Entretanto, foi criado o Clube Académico de Felgueiras, que em 2014-15 incorporou o Futebol Clube Felgueiras, gerando o Futebol Club de Felgueiras 1932.
 
A competir desde 2013-14 no Campeonato de Portugal, o emblema da sub-região do Tâmega vai procurando regressar às ligas profissionais.
 
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Felgueiras na I Liga.
 
 

10. Amaral (23 jogos)

Amaral
Extremo formado no Sporting e campeão do mundo de sub-20 em 1989 ao lado de João Pinto, Fernando Couto e Paulo Sousa, jogou na equipa principal dos leões e representou o Benfica, mas após não vingar nos grandes de Lisboa passou a ser visto como uma promessa adiada.
Após terminar a sua ligação aos encarnados, assinou pelo Felgueiras no verão de 1995. Na única temporada que passou no Estádio Dr. Machado de Matos disputou 23 jogos (15 a titular) e apontou quatro golos na I Liga, diante de Boavista, Sp. Braga, Farense e Gil Vicente, todos na primeira volta e ainda assim insuficientes para evitar a queda a pique na segunda volta e a consequente despromoção.
“Para mim foi uma temporada que me correu muito bem a nível pessoal. Em termos de Felgueiras também foi muito falada, mas a verdade é que, no final, não conseguimos o que queríamos”, contou ao Observador.
Embora essa tivesse sido uma das épocas mais consistentes da sua carreira, não guardou boas recordações de Jorge Jesus. “O treinador estava a começar a ter sucesso e a treinar na I Liga. Tinha os seus defeitos e as suas virtudes. Tive um outro problema com ele, mas são coisas do futebol. Não quis voltar a ser treinado por ele. Ainda me convidou para o Estrela da Amadora, mas não aceitei. Preferi ficar onde estava em vez de trabalhar com ele”, afirmou ao Diário de Notícias o antigo internacional jovem português, que ainda jogou na I Liga por Belenenses, Vitória de Setúbal e Santa Clara, antes de acabar nas divisões inferiores.
 
 
 
 

9. Abel Silva (23 jogos)

Abel Silva
Disputou o mesmo número de jogos de Amaral, mas amealhou mais 262 minutos em campo – 1504 contra 1242.
Mais um jogador campeão mundial de sub-20 em 1989, neste caso um lateral direito formado no Benfica, mas que não conseguiu vingar na equipa principal das águias. Depois de uma passagem não muito bem-sucedida pelo Vitória de Setúbal, assinou pelo Felgueiras em 1995.
Na única época que passou no clube da sub-região do Tâmega disputou 23 jogos (17 a titular) na I Liga, mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Campomaiorense.
 
 

8. Zé Carlos (26 jogos)

Zé Carlos
Guarda-redes internacional brasileiro, marcou presença em competições como o Mundial 1990, as Copas América 1987 e 1989 e os Jogos Olímpicos 1988 e defendeu a baliza do Flamengo entre 1984 e 1991.
Já trintão, entrou no futebol português pela porta do Farense em 1992, tendo ainda passado pelo Vitória de Guimarães antes de reforçar o Felgueiras no início da temporada 1995-96.
Ao serviço do emblema duriense disputou 27 jogos e sofreu 35 golos na I Liga antes de deixar o clube a poucos meses do final da época para regressar ao Flamengo. Quando Zé Carlos se despediu do Estádio Dr. Machado de Matos, a formação comandada por Jorge Jesus ocupava o 14.º lugar, com quatro pontos de vantagem sobre a primeira abaixo da chamada linha de água.
Viria a falecer em julho de 2009, aos 47 anos, vítima de cancro.
 
 
 

7. Vicente (27 jogos)

Vicente
Médio natural de Vila do Conde, passou por clubes como Famalicão e União da Madeira antes de reforçar o Felgueiras no verão de 1993, tendo contribuído para a subida à I Liga no segundo ano no clube.
Em 1995-96 atuou em 27 partidas (24 a titular) pelos durienses no primeiro escalão, mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção.
Após a descida de divisão permaneceu mais duas épocas no clube, ambas na II Liga, regressando depois ao Varzim, clube pelo qual tinha passado durante o seu período formativo.
 
 
 

6. Costa (27 jogos)

Costa
Disputou o mesmo número de jogos de Vicente, mas amealhou mais 209 minutos em campo – 2170 contra 1961.
Mais um jogador titulado ao serviço das seleções jovens nacionais, neste caso um médio defensivo formado no Sp. Braga e no FC Porto e campeão europeu de sub-17 em 1989.
Sem espaço na equipa principal dos dragões, passou por Nacional e Ovarense antes de assinar pelo Felgueiras no verão de 1994, tendo contribuído para a subida à I Liga logo na primeira época no clube.
Em 1995-96, já no primeiro escalão, atuou em 27 encontros (26 a titular), mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção.
Apesar da descida de divisão, valorizou-se e convenceu o FC Porto a resgatá-lo, ainda que não viesse a ter grande êxito nas Antas.
 
 

5. Rui Gregório (29 jogos)

Rui Gregório
Defesa central com um longo trajeto no Belenenses, ainda que nem sempre como titular, chegou ao Felgueiras no verão de 1995, já depois de ter passado por Vitória de Setúbal e Tirsense.
Ao serviço do emblema duriense fez talvez a sua melhor época na I Liga, tendo sido titular nos 29 jogos que disputou, ainda que sem conseguir evitar a despromoção.
Após a descida de divisão permaneceu mais dois anos no clube, ambos na II Liga, tendo regressado depois ao Belenenses.
 
 


4. Sérgio Conceição (30 jogos)

Sérgio Conceição
Sérgio Conceição fez uma grande carreira internacional, na qual se inclui a presença no Euro 2000 e no Mundial 2002 e as conquistas de três campeonatos nacionais ao serviço do FC Porto e de um campeonato italiano, duas Taças de Itália, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia com a camisola da Lazio.
No entanto, antes de se afirmar nas Antas e de dar o salto para a Série A passou por três empréstimos, o último dos quais ao Felgueiras em 1995-96, que marcou a estreia do extremo natural de Coimbra na I Liga.
“Eu tinha boas relações com o FC Porto e sugeri a contratação do Sérgio ao Jorge Jesus, que deu de imediato o aval. E a verdade que é acabou por ser um jogador importantíssimo para nós, a ponto de no ano a seguir ele se ter fixado como titular indiscutível do FC Porto”, revelou Sidónio Ribeiro, que na altura desempenhava o cargo de chefe do departamento de futebol do Felgueiras, ao Diário de Notícias.
Sob a orientação de Jorge Jesus, explodiu no Estádio Dr. Machado de Matos ao atuar em 30 encontros (todos a titular) e apontar quatro golos no primeiro escalão, diante de Desp. Chaves, Farense, Estrela da Amadora e União de Leiria.
No entanto, a convivência entre Conceição e Jesus nem sempre foi fácil. “Num dos primeiros jogos da temporada, o Jorge Jesus substituiu o Sérgio, que não gostou da decisão do treinador e, como retaliação, atirou uma garrafa de água na direção do treinador”, contou o antigo dirigente. “O Sérgio foi chamado pelo Jorge Jesus, que o avisou de que quem mandava na equipa era ele e, como tal, não queria ver repetido aquele comportamento”, adiantou Sidónio Ribeiro, que também teve uma conversa com o extremo: “Multei-o em 30% do ordenado e disse-lhe que lhe devolvia o dinheiro se ele começasse a jogar bem. Acabei por lhe devolver o dinheiro porque ele foi um dos melhores jogadores da equipa.”
Valorizado apesar da despromoção, conseguiu o bilhete de regresso ao FC Porto no final dessa época.
 
 
 

3. Leal (32 jogos)

Leal
Defesa central/lateral esquerdo revelado pelo Académico Viseu, fez várias épocas como titular do Sporting e somou 15 internacionalizações pela seleção nacional AA, mas foi perdendo algum espaço em Alvalade com o decorrer dos anos e viu-se obrigado a procurar espaço noutras paragens.
Depois de uma passagem pelo Belenenses, reforçou o Felgueiras no verão de 1995, quando já tinha 30 anos, e mostrou no emblema duriense que ainda tinha muito para dar ao futebol, tendo sido titular nos 32 jogos que disputou na I Liga, apesar da despromoção.
Leal até poderia ter chegado aos 33 encontros no campeonato nessa época, não fosse uma reação que desagradou a Jorge Jesus. “Tenho uma história em Felgueiras que me recordo perfeitamente e eu até era um jogador que Jorge Jesus gostava muito. Recordo-me que, num treino, o Jorge Jesus, por uma reação minha, menos boa com ele, porque estava cansado, nas vésperas de uma deslocação à Luz, ele não me convocou", recordou à Lusa em setembro de 2017.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Estrela da Amadora, onde voltaria a ser orientado por Jorge Jesus entre 1998 e 2000.
 
 

2. Lewis (33 jogos)

Lewis
A grande figura da única presença do Felgueiras na I Liga.
Extremo canhoto mais de 30 vezes internacional por Trindade e Tobago e que marcou presença na Gold Cup 1991, entrou no futebol português pela porta da Académica no verão de 1990, na companhia dos compatriotas Latapy e Clint.
Depois de quatro temporadas de bom nível em Coimbra, transferiu-se para o Felgueiras em 1994, tendo sido um dos destaques da campanha que culminou na subida à I Liga, ao apontar nove golos.
Em 1995-96, no primeiro escalão, explodiu: 33 jogos (32 a titular) e 15 golos. Nessa época, apenas o portista Domingos (25 golos) e o benfiquista João Vieira Pinto (18) marcaram mais do que ele no patamar maior do futebol português. Leça, FC Porto (três), Boavista, Estrela da Amadora (dois), Campomaiorense (dois), Farense, Benfica, Gil Vicente, Salgueiros (dois) e União de Leiria foram as vítimas de Lewis.
Apesar do grande desempenho no Estádio Dr. Machado de Matos, teve de esperar mais meio ano antes de dar o salto para o Boavista. Passou também por Desp. Chaves, Estrela da Amadora e União de Lamas, mas sem mostrar o brilho patenteado ao serviço do emblema duriense.
 
  
 
 

1. Acácio (33 jogos)

Acácio
Disputou o mesmo número de jogos de Lewis, mas amealhou mais 202 minutos em campo – 2910 contra 2708.
Defesa central natural de Arouca, subiu a pulso na carreira, desde os distritais à I Liga. Quando chegou ao Felgueiras, no verão de 1992, o emblema duriense tinha acabado de subir à II Liga.
Na terceira época no Estádio Dr. Machado de Matos festejou a inédita promoção ao primeiro escalão, patamar em que disputou 33 jogos (todos como titular) em 1995-96, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Valorizado apesar da descida de divisão e dos seus quase 32 anos, continuou a jogar na I Liga, mas com a camisola do Farense.
Após ano e meio em Faro regressou ao Felgueiras em janeiro de 1998 para competir cerca de quatro meses na II Liga.








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