Hoje faz anos o português que se tornou lenda nas ligas secundárias de Inglaterra. Quem se lembra de Jorge Leitão?

Jorge Leitão marcou 71 golos em 263 jogos pelo Walsall

Quem folheava as páginas de futebol internacional dos jornais desportivos ou mesmo quem acompanhava programas como a Tarde Desportiva da Antena 1 nos primeiros anos deste século certamente se lembrará de ter lido ou ouvido sobre os golos que Jorge Leitão marcava nas divisões secundárias de Inglaterra. Eram recorrentes. Foram 71 em 263 jogos pelo Walsall entre 2000 e 2006.

 
Possante ponta de lança (1,82 m), tipo tanque, nasceu em Nespereira, concelho de Cinfães, no distrito de Viseu, foi fazendo carreira em emblemas secundários da região norte de Portugal, como Coimbrões, Avintes e Feirense. No verão de 2000, após ter apontado cerca de 20 golos em todas as provas ao serviço dos fogaceiros quando estes militavam na II Divisão B, transferiu-se para os ingleses do Walsall, que pagou na altura o equivalente a 200 mil euros ao clube de Santa Maria da Feira.
 
Na época de estreia, na Division Two (atual League One, terceiro escalão do futebol inglês), apontou 18 golos que ajudaram o Walsall a subir ao Championship.
 
Nas temporadas seguintes, o nível subiu, mas Jorge Leitão foi continuando a ser protagonista. Em janeiro de 2002, por exemplo, bisou numa vitória no terreno do Charlton, então na Premier League, numa partida a contar para a Taça de Inglaterra. Meses depois, em abril, marcou o golo solitário em casa do Sheffield United num triunfo que assegurou a permanência.
 

 

Em 2002-03 ajudou o Walsall a conseguir a sua melhor classificação de sempre no segundo escalão desde a década de 1960, o 17.º lugar, tendo formado uma dupla temível, que se entendia no idioma de Camões, com o brasileiro José Junior.
 

 

“Aqui acompanham mais os outros escalões para além da Premiership. Passam todos os golos até à Third Division. Em Portugal é só I Liga, um bocadito da II e está feito. À partida sou realmente mais conhecido aqui”, afirmou ao Maisfutebol em abril de 2003, na reta final de uma época em que amealhou 13 golos em todas as provas.
 
Em 2003-04, já sem Junior, não conseguiu impedir a despromoção à League One.
 

 

Haveria de continuar nos The Saddlers até janeiro de 2006, quando regressou a Portugal pela porta do Beira-Mar, tendo ajudado com seis golos o conjunto então orientado por Augusto Inácio a conseguir a subida à I Liga e o título de campeão da II Liga.
 

 

Em 2006-07 teve uma estreia discreta no patamar maior do futebol português, com apenas dois golos em dez partidas pelos aveirenses, tendo voltado a meio da época ao Feirense.
 

 

Após dois anos e meio em Santa Maria da Feira foi para o Arouca contribuir para a promoção à II Liga em 2010, tendo permanecido no plantel dos arouquenses até meados de 2012, quando pendurou as botas, aos 38 anos.
 

 

Depois tornou-se treinador. Após experiências como adjunto e treinador dos juniores, assumiu o comando técnico do Arouca a meio da temporada 2016-17, não conseguindo impedir a descida à II Liga.