quinta-feira, 31 de outubro de 2024

“Era pegar numa metralhadora e fuzilá-los a todos”. Recorde a despromoção do Atlético Madrid em 2000

Atlético Madrid desceu à II Liga Espanhola em 2000
O céu desabou sobre Madrid em maio de 2000 e o Estádio Vicente Calderón ficou com um ambiente tão ou mais pesado do que um funeral: o Atlético Madrid, que quatro anos se tinha sagrado campeão espanhol e participado na Liga dos Campeões, foi despromovido de forma chocante à II Liga.
 
E não estamos a falar propriamente de um clube me desinvestimento naquela altura. Havia jogadores que foram importantes no futebol espanhol e mundial, como o guarda-redes Molina, o central Gamarra, o lateral esquerdo Capdevila, os médios Baraja, Valerón e Solari e o avançado Jimmy Floyd Hasselbaink. O ponta de lança neerlandês até foi, imagine-se, o segundo melhor marcador da Liga Espanhola, mas os seus 24 golos de nada valeram aos colchoneros, 19.º classificados nessa época e despromovidos juntamente com Betis e Sevilha.

O escocês que orientou o pior FC Porto de sempre. Quem se lembra de Tommy Docherty?

Tommy Docherty orientou o FC Porto entre 1970 e 1971
Desde que nasci, em 1992, que o FC Porto nunca terminou uma época abaixo do terceiro lugar na I Divisão. Mas antes disso os dragões viveram o seu “Vietname”, um período negro de 19 anos sem qualquer título nacional, entre 1959 e 1978. O ponto mais baixo dessa seca foi a temporada 1969-70, marcada por um horrendo 9.º lugar, a pior classificação de sempre não só dos azuis e brancos, mas de qualquer um dos chamados três grandes.

Um dos treinadores que o FC Porto teve nessa época foi Tommy Docherty, um escocês que tinha feito uma carreira de jogador respeitável em clubes como Celtic, Preston North End, Arsenal e Chelsea e que havia marcado presença nos Mundiais de 1954 e 1958.
 
Como treinador começou por comandar o Chelsea, guiando os blues à subida ao primeiro escalão inglês em 1962-63 e à conquista da Taça da Liga em 1964-65, construindo uma equipa onde pontificavam nomes como Terry Venables, Bobby Tambling, Peter Bonetti e Barry Bridges e que ficou conhecida como os “Docherty's Diamonds”. O terceiro lugar alcançado na Division One em 1964-65 foi também a melhor classificação dos londrinos na liga desde que foram campeões em 1954-55.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

“Sem aquele Bari-Inter teria sido um ladrão ou carteirista”. Quem se lembra de Antonio Cassano?

Cassano marcou 52 golos em 161 jogos pela AS Roma entre 2001 e 2005
Antonio Cassano deixou de jogar futebol em 2016 e desde então que periodicamente aparece nas notícias por criticar Cristiano Ronaldo, talvez por o internacional português ter chegado a faturar mais golos num jogo pelo Real Madrid (cinco) do que o italiano durante um ano e meio (quatro). Ou então por Ronaldo ter vencido troféus com Bola de Ouro, Liga dos Campeões e Campeonato da Europa, algo que o antigo jogador de Bari, Roma, Sampdoria, AC Milan, Inter ou Parma raras vezes esteve perto de ganhar.
 
Mas verdade seja dita. Talento não lhe faltava. Transportava nas pernas a técnica e a irreverência do futebol de rua. Surgiu com apenas 17 anos na equipa principal do clube da sua terra, o Bari, em 1999, e causou logo um enorme impacto na Serie A italiana. Depois de ter sido lançado às feras numa visita ao Lecce, a 11 de dezembro desse ano, voltou a ser titular uma semana depois, na receção ao Inter de Milão, então comandado por Marcello Lippi e que contava com craques como Ivan Zamorano, Christian Vieri, Laurent Blanc, Javier Zanetti, Álvaro Recoba ou Roberto Baggio.

Guilherme Espírito Santo, recordista no atletismo e no futebol do Benfica

Guilherme Espírito Santo marcou 199 golos em 285 jogos pelo Benfica
Num tempo em que o futebol ainda estava muito longe da profissionalização, era comum haver quem praticasse várias modalidades e até com algum nível de sucesso. Foi o caso de Guilherme Espírito Santo.
 
Descendente de são-tomenses, nasceu em Lisboa a 30 de outubro de 1919, mas aos oito anos mudou-se com a mãe para Luanda, tendo começado a jogar futebol na capital angolana, mais precisamente na formação do Sport Luanda e Benfica.
 
Benfiquista desde sempre, foi contratado em 1936 pelo clube do coração para suceder ao seu grande ídolo de juventude, Vítor Silva, depois de ter agradado nos treinos que fez à experiência, aos quais chegou com uma carta de recomendação da filial. Acabou por estrear-se pela equipa principal dos encarnados ainda com 16 anos, a 20 de setembro de 1936, tendo marcado um golo num triunfo sobre o Vitória de Setúbal por 5-2 num jogo particular disputado no campo dos Arcos, na cidade sadina.

O diabo loiro que bisou na estreia pelo Benfica e depois eclipsou-se. Quem se lembra de Paulo Nunes?

Paulo Nunes marcou dois golos em oito jogos pelo Benfica em 1997
Um dos avançados da moda no futebol brasileiro em meados da década de 1990, formou uma dupla infernal com Mário Jardel que fez do Grêmio vencedor da Libertadores em 1995, foi melhor marcador do Brasileirão em 1996 e tinha acabado de vencer a Copa América pelo Brasil quando foi contratado pelo Benfica no verão de 1997, protagonizando aí a maior venda de um clube brasileiro (10 milhões de dólares).
 
“Estive três meses em negociações. O meu empresário era o Gilmar Veloz, mas o dono do meu passe era um espanhol que comandava o Barcelona na época, que agora não lembro o nome… Estava a negociar com o Benfica e com o Deportivo da Corunha, mas eu queria muito ir para Portugal. O Benfica é dez vezes maior do que o Deportivo”, recordou ao Maisfutebol em outubro de 2016.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

“Igual a Pelé não existe nem nunca vai existir. A minha mãe fez-me e fechou a fábrica”

Pelé ajudou o Brasil a vencer três Campeonatos do Mundo
Três vezes campeão mundial e, segundo o próprio, autor de mais de mil golos ao longo de toda a carreira – embora todos os registos apontem para uma soma entre os 750 e os 800. Mais golo, menos golo, Pelé foi sem dúvida um dos melhores futebolistas de todos os tempos e também um fenómeno de popularidade.
 
Na década de 1980 cruzou-se com o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, que lhe deixou um elogio esclarecedor: “Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Você não precisa de se apresentar porque toda a gente sabe quem é o Pelé.”

O mítico guarda-redes do Vitória FC na viragem do milénio. Quem se lembra de Marco Tábuas?

Marco Tábuas defendeu a baliza do Vitória de Setúbal em 155 jogos
A cantera do Vitória de Setúbal foi especialmente produtiva na década de 1990, com as promoções à equipa principal de jogadores como Sandro, Mário Loja, Bruno Ribeiro, Frechaut, Carlos Manuel, Mamede, Paulo Filipe, Nuno Santos e, claro, Marco Tábuas.
 
Guarda-redes de baixa estatura (1,78 m), à moda antiga, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Marítimo Rosarense, clube do concelho da Moita, de onde é natural. Em 1989-90 passou para a formação dos sadinos, tendo feito parte da equipa de juniores que, de forma polémica, perdeu o título nacional para o Boavista em 1994-95.
 
Na época seguinte transitou para a equipa principal, mas demorou a conquistar o seu espaço. Em 1995-96 não somou minutos, em 1996-97 foi emprestado ao Desportivo de Beja e em 1997-98 disputou só um jogo, tendo vivido quase sempre na sombra de Nuno Santos.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A lenda belga que orientou o pior Sporting da história. Quem se lembra de Franky Vercauteren?

Vercauteren brilhou na Bélgica e desiludiu no Sporting
Franky Vercauteren foi um dos melhores futebolistas belgas de sempre, um destacado elemento da geração de ouro da Bélgica na década de 1980, um médio/extremo esquerdo 63 vezes internacional pelo seu país, que ajudou les diables rouges a concluir o Mundial 1986 em quarto lugar. Antes, havia marcado presença no Campeonato do Mundo de 1982 e no Euro 1984.
 
A nível de clube, venceu duas Taças das Taças e outras tantas Supertaças Europeias (1976 e 1978), uma Taça UEFA (1982-83), quatro campeonatos (1980-81, 1984-85, 1985-86 e 1986-87), uma Taça da Bélgica (1975-76) e duas Supertaças da Bélgica (1985 e 1987) ao serviço do Anderlecht, tendo ainda contribuído para mais uma caminhada até à final da Taça das Taças (1976-77) e outra até à final da Taça UEFA (1983-84). Em 1983 chegou a ser nomeado para a Bola de Ouro e recebeu o prémio de melhor futebolista do campeonato belga.

O médio das tranças que o FC Porto raptou. Quem se lembra de Kiki?

Kiki disputou 55 jogos pelo FC Porto entre 1989 e 1992
Médio raçudo e com qualidade técnica natural da cidade da Praia, capital de Cabo Verde, surgiu na equipa principal do Vitória de Guimarães em 1982, numa altura em que o treinador dos minhotos era José Maria Pedroto, após ter jogado por Académica da Praia, São Vicente, Sporting Clube da Praia e pela seleção do seu país, pela qual se estreou aos 17 anos.
 
Pouco utilizado, rumou ao Desportivo de Chaves em 1984, tendo ajudado o emblema flaviense a viver um período glorioso: subida à I Divisão em 1984-85, sexto lugar no primeiro escalão em 1985-86 e quinto lugar e consequente apuramento para a Taça UEFA em 1986-87. “O treinador era o Raul Águas e jogávamos um futebol lindo, de bola no pé e pelo campo inteiro. Chaves é uma cidade de gente boa e ainda há poucos anos lá fui a uma homenagem”, recordou ao Maisfutebol em março de 2013.

O holandês que jogou “no Arsenal, no Benfica e no Casino”. Quem se lembra de Glenn Helder?

Glenn Helder disputou 12 jogos pelo Benfica em 1996-97
Mais uma viagem ao período “Vietname” do Benfica. Quando chega um jogador de um grande clube ao futebol português automaticamente se pensa: ‘vem dali, tem de ser bom’. O problema é que essa teoria tantas e tantas vezes não bate certo. Se calhar, até bate mais vezes errado do que certo.
 
Neste caso, o veloz extremo neerlandês – na altura dizia-se holandês – Glenn Helder reforçou as águias em setembro de 1996 por empréstimo do Arsenal. Após ter despontado no Sparta Roterdão e no Vitesse e se ter tornado internacional pelos Países Baixos, assinou pelos gunners em fevereiro de 1995, por indicação do treinador George Graham, que acabou por deixar o cargo apenas uma semana depois de ter sido consumada contratação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Zé Carlos, lateral que brilhou no São Paulo e foi vice-campeão mundial em 1998. Quem se lembra dele?

Zé Carlos ajudou o Brasil a chegar à final do Mundial 1988
O antigo lateral Zé Carlos, que disputou o Mundial 1998, em França, pela seleção brasileira, morreu esta sexta-feira, aos 56 anos, vítima de um "enfarte fulminante", informou o São Paulo, seu antigo clube.
 
O ex-futebolista sofreu uma paragem cardiorrespiratória enquanto dormia na casa de um familiar na cidade de Osasco, região metropolitana de São Paulo.
 
Zé Carlos, nascido a 14 de novembro de 1967 em Presidente Bernardes, a quase 600 quilómetros da capital paulista, teve uma carreira tardia, mas notável, tendo ganhado notoriedade ao serviço da equipa da Sociedade Esportiva Matonense, em 1997, quando o clube foi promovido à primeira divisão do Campeonato Paulista.

“As pessoas diziam-me: ‘se tivesses sido tu a dar o tiro no John Lennon, ele ainda estava vivo’”. Recorde Garry Birtles

Avançado Garry Birtles esteve no Manchester United entre 1980 e 1982
Aguentar a pressão e estar talhado para o estrelato não é para todos. Há quem tenha nascido para estar no lado mais modesto e Garry Birtles era um desses casos. Marcou cerca de 100 golos pelo Nottingham Forest durante as duas passagens que teve pelo clube e até venceu duas Taça dos Campeões Europeus, mas no Manchester United é recordado como um dos piores jogadores de sempre a atuar pelos red devils.
 
A 30 de maio de 1979 estava em Munique para jogar a final da Taça dos Campeões Europeus, diante do Malmö, e como sempre fazia em dias de jogo, havia deixado a barba do dia anterior. Mas, nessa ocasião, o treinador Brian Clough não gostou: “O que é que isso que tens na cara?” Birtles ainda lhe explicou que era uma superstição, mas foi obrigado a desfazer-se da pilosidade. “Vais já cortar isso. Não vais entrar na final da Taça dos Campeões com a barba por fazer”, atirou-lhe o técnico.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

“Tenho um rabo à prova de terramotos”. As melhores frases de Carlo Ancelotti

Ancelotti já venceu cinco Champions como treinador
Carlo Ancelotti não é um treinador que tenha uma imagem de marca, porque não tem sistema tático, modelo de jogo preferencial ou princípios de jogo que sejam identificáveis em todas as suas equipas. Mas talvez seja essa a sua imagem de marca: adapta-se (muito bem) ao que tem e é em função disso que constrói o jogar das suas equipas. E também é um bom gestor de egos, tal como já demonstrou ao leme de plantéis recheados de estrelas como os de AC Milan (2001 a 2009), Chelsea (2009 a 2011), Paris Saint-Germain (2011 a 2013), Real Madrid (2013 a 2015 e desde 2021) ou Bayern Munique (2016 e 2017).
 
No AC Milan começou com um 4x4x2 losango para conciliar Shevchenko e Inzaghi no ataque (com Rui Costa nas costas), mas a dada altura mudou para um sistema que ficou conhecido como a árvore de Natal (4x3x2x1), que permitia conciliar Rui Costa e Kaká no apoio ao ponta de lança

O flop equatoriano do FC Porto que só esteve um mês nas Antas. Quem se lembra de Kaviedes?

Kaviedes só esteve15 minutos em campo pelo FC Porto
Iván Kaviedes não era propriamente um jogador qualquer. Era um ídolo no Equador, tendo brilhado no Emelec, clube pelo qual se sagrou o melhor marcador mundial em 1998 (com 43 golos), e representado Perugia na Serie A e Celta de Vigo e Valladolid na Liga Espanhola quando ainda não era habitual ver futebolistas equatorianos nos principais campeonatos europeus. Mais tarde (em 2004-05) veio ainda a jogar pelo Crystal Palace na Premier League e a marcar presença em dois Campeonatos do Mundo (2002 e 2006).
 
Em janeiro de 2002, numa fase em que Pena estava a marcar poucos golos, Hélder Postiga ainda estava verde e Benni McCarthy preparava-se para representar a África do Sul na Taça das Nações Africanas, o FC Porto foi ao mercado recorrer ao empréstimo de Kaviedes junto do Celta. Na altura, o treinador portista ainda era Octávio Machado, que certamente terá dado o aval para a contratação.

O “pantera” brasileiro que só durou cinco meses no Benfica. Quem se lembra de Donizete?

Donizete marcou nove golos em 22 jogos pelo Benfica
Mais uma viagem no tempo até ao “Vietname” do Benfica para recordar um jogador que chegou à Luz com muito estatuto e muito hype, mas que não rendeu o desejado. Recrutado no verão de 1996, numa altura em que era chamado frequentemente à seleção brasileira e quando Manuel Damásio era o presidente e Paulo Autuori o treinador das águias, chegou a fazer bons jogos ao lado de João Vieira Pinto no ataque, mas acabou por regressar ao Brasil nas primeiras semanas de 1997.
 
“Não deu certo porque o grupo estava muito desunido. Isso atrapalhava muito, não só a equipa, mas atrapalhava também os jogadores que se queriam projetar. O Benfica tinha um grande plantel, tinha grandes jogadores, tinha jogadores de seleções, o João Pinto, o Panduru, o Valdo, o Preud’homme, mas faltava união”, recordou ao Maisfutebol em novembro de 2015.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

“Bergkamp é tão simpático, vai custar-me muito bater-lhe”. Quem se lembra de Tony Adams?

Tony Adams totalizou 669 jogos pelo Arsenal entre 1983 e 2002
Tony Adams era daqueles defesas que batia. E orgulhava-se disso. Jogava no limite da legalidade e bebia muito, enfim, um inglês à moda antiga. Estreou-se pela equipa do Arsenal quando tinha apenas 17 anos, em novembro de 1983, e despediu-se dos relvados somente em 2002, sempre ao serviço dos gunners, tendo conquistado quatro campeonatos, três Taças de Inglaterra, três Community Shield (Supertaça de Inglaterra), duas Taças da Liga e uma Taça das Taças.
 
Não era um primor técnico nem particularmente rápido ou inteligente, mas era duro e fazia mesmo questão de tocar no adversário. Ainda assim, teve uma carreira de grande sucesso, tendo também marcado presença nos Europeus de 1988, 1996 e 2000 e no Mundial 1998.

O guardião titular da Polónia que “cagou-se” com a pressão no FC Porto. Quem se lembra de Wozniak?

Wozniak representou FC Porto e Sp. Braga em Portugal
Quando Vítor Baía se transferiu para o Barcelona, no verão de 1996, o FC Porto andou às aranhas para encontrar um digno sucessor do nº 99. A primeira tentativa foi com Andrzej Wozniak, o dono da baliza da seleção polaca, autor de exibições portentosas, por exemplo, diante de França na fase de qualificação para o Euro 1996.
 
A boa experiência com Jozef Mlynarczyk, que havia chegado às Antas cerca de uma década antes, levou os dragões a recorrer novamente ao mercado polaco, precisamente ao Widzew Lodz, um clube no qual o guarda-redes titular do FC Porto campeão europeu de 1986-87 havia jogado.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

O guardião que chegou a destronar Damas no Sporting e foi bicampeão no FC Porto. Quem se lembra de Rui Correia?

Rui Correia disputou um total de 264 jogos na I Divisão
A carreira de um futebolista é feita de altos e baixos e o guarda-redes Rui Correia que o diga. O mesmo que ainda muito jovem chegou a destronar Vítor Damas no Sporting e mais tarde foi convocado para o Euro 1996 quando defendia a baliza do Sp. Braga e conquistou dois títulos nacionais pelo FC Porto viveu três anos de quase completa inatividade no Vitória de Setúbal, dois sem um único minuto de competição quando ainda pertencia aos dragões e desceu de divisão pelo Salgueiros.
 
Guarda-redes de baixa estatura (1,79 m) natural de São João da Madeira, começou a jogar futebol nas camadas jovens da Sanjoanense, de onde saltou para os juniores do Sporting em 1984-85. Duas épocas depois foi integrado no plantel principal dos leões, mas só fez a estreia em 1987-88, temporada em que dividiu a titularidade com Vítor Damas – ambos disputaram 19 jogos, mas o mítico guardião leonino foi o dono da baliza nos últimos jogos, já com António Morais no comando técnico.

O central que nasceu em Messejana, cresceu em Faro e chegou ao Benfica. Quem se lembra de Jorge Soares?

Jorge Soares despontou no Farense e disputou 35 jogos pelo Benfica
A prova viva de que o local de nascimento não impede um futebolista de conseguir uma boa carreira. Jorge Soares é natural de Messejana, uma pacata vila alentejana do concelho de Aljustrel que, por altura da infância deste central, teria entre 1500 a 1800 habitantes – hoje tem cerca de 800.
 
Alto (1,86 m) e possante, começou a jogar futebol no Messejanense, tendo depois passado para o Mineiro Aljustrelense. Paralelamente, foi praticando atletismo, chegando a sagrar-se campeão nacional em provas de velocidade. Aos 15 anos, após dar nas vistas pela seleção de Beja no Torneio Interassociações, foi para Faro concluir a formação no Farense, clube pelo qual se estreou como futebolista sénior em 1989-90, ajudando os algarvios a subir à I Divisão. “O Fanã era o selecionador do Algarve, isso antes de ir para o Farense. Então, apareceu-me uma vez lá, no Alentejo. Para mim, era o máximo. Surgiu a oportunidade e ainda bem que os meus pais me deixaram ir”, recordou ao Maisfutebol em novembro de 2014.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O sucessor de Baía que se transferiu do Nacional para o Chelsea. Quem se lembra de Hilário?

Hilário disputou um total de 59 jogos pelo FC Porto entre 1996 e 2000
Guarda-redes natural de São Pedro da Cova, concelho de Gondomar, e com toda a formação feita no FC Porto, foi ganhar rodagem para a Naval na II Divisão B e para a Académica na II Liga quando transitou para sénior.
 
Em 1996-97, pouco depois de quase ter descido à II B nos estudantes e de ter sido suplente de Quim no Torneio de Toulon, ingressou na equipa principal dos dragões, então comandada por António Oliveira, e acabou por se tornar rapidamente no guarda-redes titular, destronando o polaco Andrzej Wozniak e ultrapassando o sueco Lars Eriksson na hierarquia, numa altura em que Vítor Baía tinha acabado de se transferir para o Barcelona.

O brasileiro que passeou classe na defesa do Sporting. Quem se lembra de Luisinho?

Luisinho representou o Sporting entre 1989 e 1992
Um nome que tem de estar presente quando o assunto é melhores defesas centrais de sempre do Sporting. “Classe” é a palavra mais vezes utilizada para descrever Luisinho, uma antítese do estereótipo da posição, porque até era relativamente baixo (1,79 m) e não era propriamente viril.  “Quem sabe jogar não precisa bater”, afirmou numa entrevista ao Maisfutebol em abril de 2016.
 
Natural de Nova Lima, no estado brasileiro de Minas Gerais, despontou no Vila Nova, mas foi no Atlético Mineiro que se notabilizou, entre 1978 e 1989. Nesse período conquistou 10 campeonatos mineiros e somou as 34 internacionalizações pelo escrete que tem no currículo, tendo inclusivamente feito parte da mítica seleção brasileira que participou no Mundial 1982, muitas das vezes mais recordada do que algumas das que venceram Campeonatos do Mundo.

O herói da decisiva vitória do Benfica nas Antas em 1991. Quem se lembra de César Brito?

César Brito entrou aos 80 minutos para bisar no reduto portista
Sempre que estamos em vésperas de um FC Porto-Benfica, há sempre pelo menos um jornal, uma estação de rádio ou um canal de televisão que vai à procura de declarações de um jogador muito específico. Quem? César Brito. Nunca falha! Afinal, estamos a falar de um avançado que saltou do banco aos 80 minutos para bisar na vitória encarnada nas Antas em 28 de abril de 1991 (0-2), um resultado decisivo na caminhada da equipa então orientada por Sven-Göran Eriksson rumo ao título nacional.
 
Com esse triunfo, as águias alargaram de um para três pontos a vantagem sobe os dragões, na altura comandados por Artur Jorge. Essa vitória teve outra nota de cariz histórico: foi a última do Benfica no Estádio das Antas, apesar de o reduto portista ter recebido clássicos até 2003-04. Curiosamente, as duas primeiras vitórias dos encarnados no Estádio do Dragão para o campeonato foram uma espécie de homenagem à façanha de César Brito, porque foram ambas por 2-0 e com avançados a bisar: Nuno Gomes em outubro de 2005 e Lima em dezembro de 2014.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O primo de Quim Barreiros que apitou num Mundial. Quem se lembra de Olegário Benquerença?

Olegário Benquerença esteve na primeira categoria entre 1997 e 2015
Lembra-se de quem apitou a final da Taça de Portugal de 2001-02 na qual o Sporting bateu o Leixões graças a um golo em fora de jogo de Mário Jardel? E do Benfica-FC Porto de outubro de 2004 no qual não terá sido validado um golo limpo aos encarnados depois de Vítor Baía ter defendido a bola dentro da baliza? Olegário Benquerença.
 
Apesar de os erros terem sido mais dos seus assistentes – melhor colocados para ajuizar os lances – do que propriamente dele, chegou a ser parodiado no Gato Fedorento com os famosos versos: “Abre os olhos Olegário, quando a bola passa a linha é golo no meu dicionário”. Por essa altura, o grupo humorístico divulgou no programa Diz que é uma espécie de Magazine uma participação do árbitro no programa Cuidado com as imitações, para o qual havia sido convidado para cantar e tocar acordeão devido ao facto de ser primo de Quim Barreiros.
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