terça-feira, 21 de novembro de 2023

Onze ideal de jogadores que passaram por Vitória FC e Penafiel

Penafiel e Vitória vão defrontar-se este sábado para a Taça
Adversários na quarta eliminatória da Taça de Portugal (este sábado, às 17:00), Futebol Clube de Penafiel e Vitória Futebol Clube coincidiram na I Divisão em 12 épocas e na II Liga em quatro, mas hoje estão separados por duas divisões, com os durienses no segundo escalão e os sadinos no Campeonato de Portugal.
 
Embora distantes geograficamente, os penafidelenses tiveram nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido aos setubalenses e vice-versa.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 4x3x3.
 

Amaral (guarda-redes)

Jorge Amaral
Começamos por uma personalidade que hoje é mais conhecida por defender o FC Porto na CMTV, mas que foi um dos bons guarda-redes do futebol português entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1990.
Depois de concluir a formação no Benfica e de passar pelos seniores de Sintrense e Marítimo, ingressou no Vitória de Setúbal no verão de 1979. Inicialmente viveu na sombra de Silvino, mas depois agarrou a titularidade, tendo amealhado 60 jogos pelos sadinos ao longo de três temporadas.
Valorizado pelas boas campanhas em Setúbal, somou duas internacionalizações pela seleção principal em outubro de 1981, em partidas referentes à fase de qualificação para o Mundial 1982, e deu o salto para o FC Porto no verão seguinte.
Depois de cinco anos de ligação aos dragões, ainda que num deles tivesse estado cedido ao Farense, defendeu a baliza do Penafiel entre 1987 e 1989, tendo somado 49 jogos e 57 golos sofridos em todas as competições. Se na primeira época foi o guarda-redes titular dos durienses, tendo contribuído para a obtenção de um honroso 10.º lugar no campeonato e para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal, a segunda temporada foi vivida na sombra de Gustavo Cerqueira.
 
 
 

Nogueira (defesa central)

Nogueira
Polivalente defesa/médio de elevada estatura (1,90 m) que antes de iniciar a carreira de futebolista até foi guarda-redes de andebol, concluiu a formação no Belenenses e passou por vários clubes do distrito de Lisboa, como União de TiresOrientalSacavenense, estreou-se na I Divisão coma camisola do Académico de Viseu e passou ainda pelo Fafe antes de ingressar no Penafiel durante o verão de 1990.
Na única época que passou no emblema duriense atuou em 37 jogos e marcou dois golos, ajudando os penafidelenses a assegurar a permanência no primeiro escalão.
Valorizado, deu o salto para o Boavista, clube que o catapultou para a seleção nacional A.
Já trintão, representou o Vitória de Setúbal entre 1995 e 1997, período no qual amealhou 53 encontros e dois remates certeiros, ajudando os sadinos a subir à I Liga em 1995-96. Depois da passagem pelo Bonfim encerrou a carreira.
 
 

Amoreirinha (defesa central)

Amoreirinha
Polivalente defesa internacional jovem português capaz de atuar à direita e no eixo defensivo, despontou no Alverca, sagrou-se campeão nacional pelo Benfica e passou ainda por Estoril, Estrela da Amadora, Académica e pelos romenos do Cluj e do Arad antes de ingressar no Vitória de Setúbal no verão de 2011.
Na altura, o jogador vinha de uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, que o impedia de jogar desde dezembro de 2010 e o levado à sala de operações, e começou a aventura no Bonfim por reprovar nos testes médicos. No entanto, após ser submetido a nova intervenção cirúrgica, voltou aos relvados em fevereiro de 2012. Em duas épocas à beira-Sado veio a somar um total de 24 jogos e um golo.
Mais tarde, já trintão, representou o Penafiel na II Liga em 2015-16, época na qual atuou em 33 partidas e apontou um golo.
 
 
 

Marco Ferreira (lateral direito)

Marco Ferreira
Extremo natural de Vimioso, no extremo nordeste de Portugal, surge neste onze como lateral direito por uma questão de conveniência, visto que chegou a desempenhar essa função em alguns jogos durante a carreira.
Depois de ter saltado do Tirsense para o Atlético Madrid e de uma aventura nos japoneses do Yokohama Marinos, regressou a Portugal pela porta do Paços de Ferreira em 1998-99, tendo rumado ao Vitória de Setúbal no final dessa época. “Tínhamos ido lá jogar para a Taça e eu tinha gostado muito de Setúbal. Era um ambiente como já tinha conhecido no Atlético de Madrid. Vivia-se um ambiente diferente, via-se muita gente. Era o Vitória do Chiquinho Conde, do Hélio”, afirmou à Tribuna Expresso em abril de 2018.
Ao serviço dos sadinos estreou-se na I Liga. “Foi onde comecei a ter protagonismo”, recordou em junho de 2017 ao Diário de Notícias aquele que, ainda hoje, é o penúltimo futebolista vitoriano a ter representado a seleção nacional – Gonçalo Paciência foi o último, em novembro de 2017, mas estava emprestado pelo FC Porto. “Quando fui chamado, falava-se que o Vitória não tinha alguém na seleção há muito tempo, e que o anterior jogador a ser chamado tinha sido o Hélio, que era meu colega. A partir daí, fui estando atento", confessou o antigo extremo, que em janeiro de 2003 se transferiu para o FC Porto depois de 96 jogos, 16 golos, uma descida à II Liga e uma subida à I Liga ao serviço dos setubalenses.
Após ter vencido uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões, dois campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira ao serviço dos dragões, foi emprestado ao Vitória de Guimarães antes de assinar pelo Penafiel no verão de 2005.
Depois de sete jogos e um golo ao serviço dos durienses na I Liga durante a primeira metade dessa época, transferiu-se para o Benfica em janeiro de 2006. “Já havia a possibilidade de eu ir para o Benfica, mesmo quando vou para o Penafiel já é com a possibilidade de ir para o Benfica. Tanto que no acordo que faço com o Penafiel, eu podia sair quando quisesse. Fui para Penafiel com esse intuito: de ir para o Benfica”, contou à Tribuna Expresso.
 
 
 
 

Artur Fonte (lateral esquerdo)

Artur Fonte
Lateral esquerdo internacional jovem português e formado no Sporting ao lado de Rui Águas, Ademar e Mário Jorge, passou pelo Vila Real antes de reforçar o Penafiel no verão de 1980, aquando da subida dos durienses à I Divisão.
Ao longo dessas duas épocas dessa primeira passagem pelos penafidelenses amealhou 57 partidas e um golo, mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão em 1981-82.
Após a despromoção mudou-se para o Vitória de Setúbal, mas não foi além de seis jogos pelos sadinos na temporada 1982-83.
Haveria de regressar ao Municipal 25 de abril na temporada seguinte, na qual disputou 32 jogos. Durante essa época, a 22 de dezembro de 1983, foi pai de um menino chamado… José Fonte, que viria a jogar pelas camadas jovens do Penafiel entre 1991 e 1994 e pela equipa principal do Vitória na primeira metade de 2005-06.
No verão de 1984 transferiu-se para o Belenenses, mas quatro anos depois voltou a Penafiel. Entre 1988 e 1992 disputou um total de 104 jogos oficiais, despedindo-se dos rubro negros com a despromoção à II Liga. Durante esta terceira passagem pelos durienses, a 23 de abril de 1990, foi pai de um menino chamado… Rui Fonte, que viria a representar a equipa principal do Vitória de Setúbal em 2009-10.
 
 

Bruno Amaro (médio defensivo)

Bruno Amaro
Centrocampista internacional português pelas seleções jovens, nasceu em Paço de Sousa, no concelho de Penafiel, e foi no Futebol Clube de Penafiel que fez grande parte da formação e os primeiros anos enquanto sénior, afirmando-se como um médio todo-o-terreno, capaz de desempenhar quase todas as funções no meio-campo, e dotado de um forte pontapé.
Entre 2001 e 2006 amealhou 80 jogos e quatro golos pela equipa principal dos durienses entre 2001 e 2006, tendo, ao longo desse período, somado internacionalizações pelas seleções de sub-19, sub-21 e B, tendo marcado presença no Campeonato da Europa de sub-21 em 2006.
Apesar da despromoção dos penafidelenses continuou na I Liga, mas com as camisolas de Nacional, Académica, Vitória de Setúbal e Arouca. Pelos sadinos totalizou 64 partidas e quatro golos entre 2011 e 2013. “Adorei os dois anos que passei em Setúbal. Desejo a maior sorte ao Vitória, clube a que estarei eternamente grato”, afirmou ao Record na hora da despedida.
 
 
 
 

Rui Manuel (médio centro)

Rui Manuel
Médio internacional sub-21 português natural de Sagres, concelho de Vila do Bispo, despontou no Torralta e vestiu as camisolas de Portimonense e FC Porto antes de ingressar no Penafiel no verão de 1989.
Em duas épocas no Municipal 25 de Abril disputou um total de 62 jogos oficiais, tendo apontado dois golos e ajudado os durienses a permanecerem na I Divisão.
Seguiram-se quatro anos no Sp. Espinho antes de representar o Vitória de Setúbal em 1995-96. Embora tivesse reencontrado Quinito, que havia sido seu treinador nos dragões e nos tigres da Costa Verde, não foi além de seis encontros oficiais numa campanha marcada pela promoção à I Liga.
 
 

Lourenço (médio centro)

Lourenço
Médio natural de Guimarães e com a maioria da formação feita no Vitória local, representou enquanto sénior Juventude de Ronfe, Serzedelo, Famalicão, Caçadores das Taipas, Vizela e Leixões antes de ingressar no Penafiel no verão de 2006.
Em duas épocas no Municipal 25 de Abril amealhou 70 jogos oficiais e um golo pelos durienses, não conseguindo impedir a despromoção à II Divisão B em 2007-08 apesar de nessa temporada ter ajudado os penafidelenses a atingir o quadrangular que antecedeu a final da primeira edição da Taça da Liga.
Após a descida de divisão rumou ao Beira-Mar, de onde saiu para o Vitória de Setúbal no verão de 2009. Nessa que foi a única época em que jogou na I Liga não foi além de dez encontros oficiais.
 
 

Guedes (avançado)

Guedes
Avançado nascido em Penafiel e formado no clube da terra, transitou para a equipa principal em 2005-06, quando ainda era júnior e os durienses estavam na I Liga.
Ao longo de dez anos na equipa principal dos penafidelenses totalizou 226 jogos e 37 golos em todas as competições, tendo vivido momentos como as despromoções à II Liga em 2005-06 e 2014-15 e à II Divisão B em 2007-08 e a subida à I Liga à 2013-14. Pelo meio, participou no Campeonato do Mundo de sub-20 em 2007 e tornou-se internacional sub-21 por Portugal.
Depois de uma década no Municipal 25 de abril, passou três boas épocas no Rio Ave e uma temporada para esquecer no Al Dhafra dos Emirados Árabes Unidos.
Haveria de regressar ao futebol português em 2019-20 pela porta do Vitória de Setúbal e até fez uma época razoável à beira-Sado, tendo apontado seis golos em 20 jogos.
 
  
 
 

César (avançado)

César
Avançado brasileiro que no seu país representou o Bahia, entre outros, entrou no futebol português pela porta do Recreio de Águeda em 1983-84, destacando-se na I Divisão apesar da despromoção.
Valorizado, transferiu-se para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual marcou 19 golos em 47 jogos entre 1984 e 1986, mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão em 1985-86 apesar do elevado número de remates certeiros.
Depois de uma passagem pelo Famalicão, vestiu a camisola do Penafiel em 1987-88, temporada na qual disputou 44 jogos e apontou 18 golos, contribuindo para a obtenção de um honroso 10.º lugar na I Divisão e para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
 
 
 
 

Amâncio (avançado)

Amâncio
Ponta de lança paraguaio de baixa estatura (1,67 m) mas com apurado faro para o golo, é o melhor marcador de sempre do Penafiel na I Divisão, com 26 golos – mais onze do que o César.
Recrutado no verão de 1986 aos uruguaios do Nacional de Montevideu, amealhou pelos menos 121 jogos e 41 golos pelos durienses entre 1986 e 1990, contribuindo para a promoção ao primeiro escalão em 1986-87 e para a obtenção de um honroso 10.º lugar na temporada seguinte. Porém, foi em 1988-89 que esteve em evidência na lista de melhores marcadores, ao terminar o campeonato como segundo principal goleador do campeonato, apenas atrás do benfiquista Vata.
Depois de quatro anos muito conseguidos no Municipal 25 de Abril, vestiu a camisola do Vitória de Setúbal entre 1990 e 1992, não indo além de 38 partidas e três remates certeiros, não conseguindo evitar a despromoção à II Liga em 1991-92.
 
 
 

Manuel Fernandes (treinador)

Manuel Fernandes
Avançado marcante no futebol português nas décadas de 1970 e 1980, encerrou a carreira de futebolista e iniciou a de treinador no Vitória de Setúbal em 1987-88. “Aquilo foi assim: quando estava aleijado, o Fernando Oliveira, que era meu amigo, convidou-me para ir ver um jogador a Vigo e eu fui com ele. O Vitória de Setúbal estava a jogar com o Salgueiros em casa, e quando vínhamos de regresso ele perguntou na fronteira, enquanto mostrávamos os passaportes, quem é que tinha ganho o jogo. O homem disse que o Vitória tinha perdido 2-0. Ele vira-se para mim. ‘Amanhã vais ser treinador do Vitória de Setúbal’. ‘Eu não pá, tu não faças isso’. Ainda por cima o treinador era o homem que eu mais gostava, o Malcolm Allison. E disse-lhe: ‘Ó Fernando tem calma pá’. ‘Não queres tu, vou buscar outro’. ‘Eh pá isso também não, se eu quero ser treinador um dia, se tu estás a pôr isso dessa maneira, vamos conversar’. Ele tomou logo a decisão de que ia mandar o homem embora e eu fiquei lá mais três, quatro jogos como treinador/jogador, mas já não joguei porque tinha lá jogadores para jogar no meu lugar, fiquei de fora e só no último jogo de despedida é que joguei. Foi o meu último jogo, foi com o Farense”, contou à Tribuna Expresso em dezembro de 2020.
Na temporada seguinte, já com técnico a tempo inteiro, guiou os sadinos a um honroso 5.º lugar no campeonato.
Em 1989-90 também começou a temporada no Bonfim, mas já na reta final da época foi substituído por Conhé.
Depois de passagens por Estrela da Amadora, Ovarense, Sporting (enquanto adjunto), Campomaiorense e Tirsense, regressou a Setúbal em março de 1997, tendo ficado oito meses no cargo, despedindo-se com os setubalenses ligeiramente acima da zona de despromoção após a 9.ª jornada do campeonato de 1997-98.
Entretanto contribuiu por duas vezes para subidas do Santa Clara à I Liga e conquistou uma Supertaça no comando técnico do seu Sporting antes de ingressar no Penafiel em fevereiro de 2003, numa altura em que o presidente dos durienses era o seu antigo companheiro de equipa no Sporting e na seleção nacional, António Oliveira. Na altura apanhou a equipa em 5.º lugar na II Liga, mas depois de oito vitórias e quatro empates em 13 jornadas conseguiu promover os penafidelenses à I Liga.
No entanto, na temporada seguinte ficou apenas duas jornadas no comando técnico, tendo abandonado o cargo após duas derrotas pesadas.
Depois de passagens por Angola e pela União de Leiria, clube pelo qual somou mais uma subida à I Liga, abdicou de 300 mil euros que teria a receber pelos leirienses e de uma posição mais cómoda na tabela classificativa para voltar a dirigir o Vitória entre outubro de 2009 e fevereiro de 2011, tendo salvado a equipa da despromoção em 2009-10.
“O último ano que treinei o Vitória de Setúbal foi o meu último ano de treinador. Disse: ‘já não treino mais ninguém, acabou o futebol para mim’. Safei o Vitória de Setúbal de descer com a pior equipa da história do Vitória de Setúbal. Eu quando subi a União de Leiria e fui jogar a Setúbal com a União de Leiria na I Divisão, ganhei lá 4-0 com uma facilidade dos diabos. E depois fui treinar aquela equipa e aquela equipa safou-se de descer, mas no ano seguinte já foi muito complicado e há coisas que... já se passaram tantos anos, nem vale a pena falar”, recordou.
 




 







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