quarta-feira, 3 de abril de 2024

“A culpa não é tua. A tua mãe é que nunca devia ter aberto as pernas”. As melhores pérolas de Bill Shankly

Bill Shankly orientou o Liverpool entre 1959 e 1974
Bill Shankly é uma figura ímpar no futebol inglês, que teve um impacto no Liverpool comparável, à escala portuguesa, ao que José Maria Pedroto teve no FC Porto. Quando chegou a Anfield, em 1959, os reds estavam na segunda divisão de Inglaterra, mas não só conseguiu a subida de divisão em 1961-62 como deu ao emblema de Merseyside o primeiro título nacional em 17 anos (1963-64), a primeira Taça de Inglaterra (1964-65) e o primeiro troféu internacional, a Taça UEFA (1972-73). Construiu ainda os alicerces de uma equipa que, nos anos a seguir à sua saída do cargo, em 1974, dominou o futebol inglês na década de 1970 e conquistou a Taça dos Campeões Europeus em 1976-77, 1977-78 e 1980-81 e a Taça UEFA em 1975-76.
 
A sua importância foi tanta para o Liverpool que foi ele que determinou a troca da cor dos calções, de branco para vermelho, depois de ter dito ao avançado da equipa para os vestir e de as coisas terem corrido bem em campo: “Meu Deus, Ronnie, assim todo de vermelho ficas incrível, imponente. Parece que tens cinco metros de altura. Os adversários até vão ter medo.”

De “o burro sou eu?” a “há 1500 anos atrás, quando os portugueses foram ao Brasil”. As melhores pérolas de Scolari

Scolari foi selecionador de Portugal entre 2003 e 2008
Bandeiras nas janelas, cordões humanos desde a Academia do Sporting aos estádios de Lisboa, Vítor Baía riscado e Nossa Senhora de Caravaggio. As memórias da passagem de Luiz Felipe Scolari pela seleção nacional de Portugal são imensas e intensas, e nem a conquista do Euro 2016 conseguiu apagar da memória o entusiasmo em torno da equipa das quinas e a simbiose que havia entre portugueses e seleção na era Felipão. Naquela altura, o clubismo ficava mesmo para atrás: todos festejavam de igual forma os golos do portista Maniche e do benfiquista Rui Costa e as defesas do sportinguista Ricardo.
 
O selecionador não era português, era brasileiro, mas soube, como poucos, tocar no coração dos portugueses, apesar de algumas escolhas polémicas, de uma ou outra zanga com os jornalistas e de, claro, algumas calinadas. Em outubro de 2004, deu um pontapé no idioma de Camões e equivocou-se ao sugerir que os portugueses tivessem ido ao Brasil, pelas suas contas, por volta do século VI: “A minha visão de Portugal e dos portugueses é a de que elas batalham, buscam, tropeçam, reconfortam-se, voltam a ter condições do que querem e isso não é de agora. Há mil e quinhentos anos atrás, quando foram ao Brasil, já era assim.”

terça-feira, 2 de abril de 2024

“Ele estava sempre na praia!” Quando Luís André Villas-Boas foi selecionador das Ilhas Virgens Britânicas

Villas-Boas viveu experiência exótica como treinador
Numa época em que o Championship Manager era um dos videojogos da moda, André Villas-Boas, então com 21 anos, resolveu viver uma aventura desafiante na vida real e candidatar-se por fax à Federação das Ilhas Virgens Britânicas em 1999, acabando por ser contratado, inicialmente para coordenador técnico.
 
“Fui às escuras, pensei que ia encontrar algo minimamente estruturado. Mas foi curioso, que eu chego e depois é que me vou adaptando à realidade do que era aquela vida”, contou à Tribuna Expresso em 2019, recordando, com saudade, “as praias excelentes” daquele que considera ser “um dos grandes paraísos do mundo”.

“Penálti, porra, pá. O árbitro está comprado. Você comprou o árbitro”. As melhores tiradas de Sousa Cintra

Sousa Cintra presidiu o Sporting entre 1989 e 1995
Excêntrico, divertido e bem-sucedido no mundo dos negócios, Sousa Cintra proporcionou algumas das tiradas mais engraçadas da história do futebol português. Além de ter partido o vidro do carro quando dava uma entrevista à TSF e confundido um pedido do ticket numa portagem com um pedido de título nacional, também baralhava jogadores com jogadores e jogadores com artistas.
 
No verão de 1992, numa altura em que a banda de rock britânica Dire Straits se preparava para atuar em Alvalade, os jornalistas perguntaram ao então presidente do Sporting o que achava do vocalista Mark Knopfler. “É bom jogador, mas o Sporting tem o plantel fechado”, respondeu.

Recorde as melhores pérolas do “Manuelmachadês”

Manuel Machado orientou o Moreirense entre 2000 e 2004 e em 2017-18
Manuel Machado tem no palmarés um título da II Liga, dois da II Divisão B e um do campeonato nacional de juniores, mas a mais conhecida distinção que lhe é conhecida é a de homem com vocabulário mais rico do futebol português. O antigo treinador de Moreirense, Vitória de Guimarães, Nacional, Sp. Braga e Académica, entre outros, pensa numa frase e profere-a com recurso aos sinónimos mais complexos disponíveis no dicionário português.
 
A sua riqueza de vocabulário é tanta que os Gato Fedorento dedicaram-lhe um episódio da rubrica “Tesourinhos Deprimentes” do programa Diz Que É Uma Espécie de Magazine, da RTP 1, a 9 de dezembro de 2007. Diziam os humoristas que era necessário um dicionário português-manuelmachadês para compreender o treinador, que, entretanto, explicou que é algo que lhe sai naturalmente ao fim de 20 anos de docência: “Muitas vezes chegam os pais de um aluno e não podemos dizer que o menino é burro… temos de encontrar um texto alternativo.”

segunda-feira, 1 de abril de 2024

O lateral que chegou a ser a contratação mais cara de sempre do FC Porto. Quem se lembra de Ibarra?

Hugo Ibarra disputou 35 jogos pelo FC Porto em 2001-02
A 4 de julho de 2001 o país futebolístico abriu a boca de espanto com o anúncio de que o FC Porto tinha acabado de pagar 8,8 milhões de euros e assim estabelecer a sua contratação recorde ao recrutar o lateral direito internacional argentino Hugo Ibarra. “Dizem que é o melhor lateral do mundo. Se é o melhor, o segundo ou o terceiro melhor, não me interessa: o que me interessa é que foi contratado porque tem qualidade”, adiantou Pinto da Costa na altura.
 
O defesa sul-americano, que tinha acabado de vencer a segunda Libertadores seguida ao serviço do Boca Juniors e que no ano anterior havia ajudado o conjunto do Buenos Aires a bater o Real Madrid para ganhar Taça Intercontinental ao lado de Riquelme e Martín Palermo, tinha despontado no Colón e marcado presença na Copa América 1999.

Quem se lembra de ver o Farense na Taça UEFA?

Farense defrontou o Lyon na 1.ª eliminatória em 95-96
1995 foi o ano em que Faro entrou no mapa das provas da UEFA, dez anos depois de Portimão ter introduzido o Algarve na Europa do futebol. O Farense de Paco Fortes, Hassan, Helcinho, King, Miguel Serôdio, Jorge Soares, Sérgio Duarte, Hajry, Paixão, Tozé e Hugo Santos, entre outros, concluiu o campeonato de 1994-95 em quinto lugar, a melhor classificação de sempre do clube e a última posição de acesso à Taça UEFA.
 
Nessa primeira e por enquanto única campanha europeia dos leões de Faro, o sorteio ditou os franceses do Lyon como adversário na primeira eliminatória. É verdade que não era o Lyon de Juninho Pernambucano e companhia que dominou o campeonato francês na década seguinte, mas era uma equipa que tinha acabado de se sagrar vice-campeã nacional e que já era nessa altura um dos emblemas com mais tradição em França.

sexta-feira, 29 de março de 2024

Do “vamos ser campeões” no FC Porto ao “sou especial” à chegada ao Chelsea. As tiradas mais arrogantes de Mourinho

Mourinho prometeu o título logo à chegada às Antas
Há quem diga que a falsa modesta também é arrogância, mas no caso de José Mourinho não há dúvidas: é mesmo arrogante. E também é prepotente, altivo, insolente, pretensioso e, sobretudo, vencedor.
 
Começou a dar nas vistas, no que ao dom da oratória diz respeito, quando criticou publicamente Sabry, seu jogador no Benfica. “Isto não é o PAOK Salónica, é o Sport Lisboa e Benfica”, atirou na altura.
 
À chegada ao FC Porto, em janeiro de 2002, não fez a coisa por menos e prometeu o título na época seguinte: “Tenho a certeza que na próxima época vamos ser campeões.”

O mago búlgaro que encantou os sportinguistas. Quem se lembra de Balakov?

Balakov marcou 60 golos pelo Sporting entre 1991 e 1995
Um ídolo para todos os sportinguistas que hoje têm mais de 40 anos e um daqueles jogadores a que os pais muito bem falaram aos filhos que não o viram jogar. Krassimir Balakov marcou, juntamente com Luís Figo e eventualmente Stan Valckx, uma geração de adeptos leoninos. Infelizmente para o Sporting, nunca foram campeões pelos verde e brancos.
 
Já internacional A pela Bulgária, Balakov deixou o modesto Etar com o título búlgaro bem encaminhado quando se mudou para Alvalade em janeiro de 1991. “Saí do Etar porque fui desafiado por um empresário que se chamava Lucídio Ribeiro. Falou-me do Sporting e era impossível dizer não. Falámos na Bulgária, acertámos tudo e lá vim. O Sporting pagou bastante dinheiro por mim: 1,5 milhões de euros. Muito, muito dinheiro. Tinha 24 anos, adaptei-me muito depressa a Portugal. O Oceano e o Carlos Xavier ajudaram-me muito. Precisei de algum tempo até começar a jogar”, recordou ao Maisfutebol em março de 2019.

Quando Rui Costa marcou ao… Benfica: “Foi o pior golo da minha vida”

Rui Costa muito acarinhado no regresso à Luz
13 de agosto de 1996, Estádio da Luz, Benfica-Fiorentina, jogo de apresentação dos encarnados aos sócios. As águias eram comandadas por Paulo Autuori e tinham em campo jogadores como Preud’homme, Calado, Valdo, João Pinto e Donizete, ao passo que o conjunto de Florença contava, entre outros, com Francesco Toldo, Gabriel Batistuta e… Rui Costa, que pela primeira vez atuava no palco benfiquista na condição de adversário do clube do coração.
 
Bastante acarinhado no regresso a casa dois anos após partir para Itália, o maestro internacional português recebeu flores ainda antes do apito inicial. Mas o momento mais alto da noite ficou guardado para perto do apito final, numa altura em que os lisboetas venciam por 1-0 – golo de Valdo, obtido através de um livre direto ainda nos instantes iniciais. Rui Costa, que minutos antes já tinha ameaçado o empate, recebeu um passe de Batistuta, passou por entre Hélder e Dimas e, já à entrada da pequena área benfiquista, bateu Michel Preud’homme.

quinta-feira, 28 de março de 2024

De Picha a Venda das Raparigas. As localidades portuguesas com nomes mais insólitos

Picha (Pedrógão Grande)


Anais (Ponte de Lima)

O artilheiro da Taça das Taças 91-92 que só perdeu um em 28 jogos pelo FC Porto. Quem se lembra de Lipcsei?

Peter Lipcsei representou o FC Porto em 1995-96
A Hungria já foi uma potência do futebol mundial, finalista vencida dos Mundiais de 1938 e 1954 e semifinalista dos Europeus de 1964 e 1972. Porém, já não participa num Campeonato do Mundo desde 1986 e esteve entre 44 anos sem competir num Euro até regressar em 2016. E foi precisamente durante a fase menos conseguida da seleção magiar que o FC Porto se reforçou com um dos seus principais jogadores, o médio Peter Lipcsei, desde 1991 um habitual convocado e titular da equipa nacional húngara.
 
Embora fosse um médio características mais defensivas do que ofensivas, sagrou-se melhor marcador da Taça das Taças em 1991-92, numa campanha em que o seu Ferencváros nem foi além dos oitavos de final. Ao serviço do emblema de Budapeste conquistou ainda dois campeonatos, quatro taças e três supertaças da Hungria, tendo sido eleito futebolista húngaro do ano em 1991 e 1995.

quarta-feira, 27 de março de 2024

O ex-gangster que se catapultou para o estrelato em Campo Maior e no Bessa. Quem se lembra de Jimmy Floyd Hasselbaink?

Jimmy brilhou no Campomaiorense e no Boavista
Jimmy Floyd Hasselbaink foi um dos grandes avançados do seu tempo. Foi melhor marcador da Premier League em duas ocasiões (em 1998-99 pelo Leeds United e em 2000-01 pelo Chelsea), marcou presença no Mundial 1998, fartou-se de marcar golos no Atlético Madrid e ajudou o modesto Middlesbrough a chegar à final da Taça UEFA em 2005-06. Mas a fama e o prestígio internacional que ganhou teriam sido muito difíceis de obter caso o Campomaiorense não o tivesse trazido para o futebol português.

Nascido no Suriname a 27 de março de 1972, foi viver para os Países Baixos com a mãe e três irmãos e começou por ser guarda-redes nas camadas jovens do modesto Gestaagt Volharding Overwint (GVO).

O canhoto que se fez homem no FC Porto e afirmou no Sporting. Quem se lembra de Rui Jorge?

Rui Jorge somou 45 internacionalizações pela seleção nacional
Um dos melhores laterais esquerdos de sempre do futebol português, um jogador regular, raçudo, equilibrado, defensivamente competente e com personalidade forte, mas simultaneamente dotado de vocação ofensiva e de qualidade de execução, que se fez homem e internacional A no FC Porto, mas que se afirmou e viveu os momentos mais altos da carreira no Sporting.
 
Natural de Vila Nova de Gaia, fez toda a formação nos dragões, mas foi emprestado ao Rio Ave então orientado por Augusto Inácio, que já o havia treinado nos juniores portistas, na sua primeira época de sénior, em 1991-92. “Vi o Rui Jorge pela primeira vez nos juvenis do FC Porto. Deparei-me com um menino que atuava a extremo-esquerdo. Mais tarde, quando fui treinar os juniores portistas, entregaram-me uma lista da qual ele não constava. Estava dispensado. Lembrei-me dos jogos dos juvenis e disse que queria vê-lo antes da decisão. No primeiro ano de juniores o titular era o Álvaro Gregório. No ano seguinte, por ocasião de ida à Venezuela, agarrou o posto, jamais o largando. No Rio Ave, já como sénior, fez bela época, dando a imagem de que podia tornar-se grande jogador”, recordou Inácio ao jornal Record em março de 2004.

terça-feira, 26 de março de 2024

Do quadrado a três ao Real Madrid que jogou “poucachinho”. As melhores pérolas de Jorge Jesus

Jorge Jesus iniciou a carreira de treinador em 1989-90
Jorge Jesus é um dos melhores treinadores portugueses. Não da atualidade, mas de sempre. Ganhou três campeonatos em Portugal e um no Brasil, levou o Benfica a duas finais da Liga Europa e conquistou uma Taça Libertadores ao leme do Flamengo. Inversamente proporcional ao seu talento para o treino é a capacidade que tem em exprimir-se corretamente no idioma de Camões.
 
Mais engraçadas do que as calinadas rotineiras são aquelas que confundem conceitos. Quando orientava a União de Leiria, em 2005, e Ricardo Quaresma brilhava no FC Porto, o técnico referiu-se ao extremo como um “jogador virtual”, certamente quando quereria dizer “virtuoso”. Já no Benfica, mostrou camisolas para os jogadores “agrafarem”, em vez de “autografarem”.

O gigante jugoslavo que acumulou frangos na baliza do FC Porto. Quem se lembra de Kralj?

Kralj sofreu 15 golos em 12 jogos pelo FC Porto em 1998-99
Sempre ouvi dizer que Ivica Kralj foi uma desilusão na baliza do FC Porto. Para mim esse era ponto assente. Mas depois de ver vídeos dos golos de sofreu de dragão ao peito tenho de confessar que não esperava que fosse assim tão mau. Que frangueiro! Entre saídas em falso, bolas a passar-lhe por entre os dedos, falta de reação a remates aparentemente não indefensáveis, golos sofridos por mera má colocação entre os postes e um autogolo em Alverca, tenho a dizer que nunca vi algo parecido no futebol profissional. Sim, fez pior figura do que Roberto em Portugal.
 
Tudo começou com a saída de Vítor Baía para o Barcelona em 1996, que lançou uma maldição sobre a baliza portista que só haveria de ser resolvida com o regresso do n.º 99 às Antas – e mesmo o próprio Baía sofreu uma lesão grave que o afastou dos relvados entre agosto de 2000 e novembro de 2001. Enquanto o internacional português representou os catalães, o então treinador dos azuis e brancos, António Oliveira, experimentou Andrzej Wozniak, Lars Eriksson, Silvino, Hilário, Rui Correia e Costinha, mas nenhum convenceu.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Quando o Benfica jogou “com a tática do pirilau” mas “de uma forma bem ereta”

O onze com que o Benfica defrontou o Ruch Chorzow
Bem vistas as coisas, aquele Benfica da segunda metade da década de 1990 era de uma tremenda falta de... tesão: instabilidade diretiva, treinador atrás de treinadores, muitos jogadores de qualidade duvidosa e zero troféus desde a Taça de Portugal de 1995-96.
 
O brasileiro Paulo Autuori, que tinha feito bons trabalhos em Portugal ao comando de Nacional, Vitória de Guimarães e Marítimo e conquistado o campeonato brasileiro ao leme do Botafogo em 1995, foi um dos muitos técnicos que passaram pela Luz nesse período, tendo durado menos de meio ano no cargo.
 
Contratado no verão de 1996, até nem teve um mau arranque no campeonato, com seis vitórias e um empate nas primeiras sete jornadas, mas pelo meio esteve ligado a uma das maiores humilhações da história do Benfica, a goleada por 0-5 sofrida ante o FC Porto, em casa, na segunda-mão da Supertaça Cândido de Oliveira.

O herói esloveno que foi uma das primeiras apostas de Mourinho no FC Porto. Quem se lembra de Pavlin?

Miran Pavlin jogou pelo FC Porto entre 2000 e 2002
Miran Pavlin esteve dois anos no FC Porto e não foi além de 22 jogos. Foi um flop em toda a linha, não há dúvidas. Mas há muito por contar sobre o que levou os dragões a avançar para a sua contratação e sobre os momentos em que chegou a aparentar desviar-se do destino a que sempre pareceu estar traçado.
 
Nascido na cidade eslovena de Kranj em 8 de outubro de 1971, duas décadas antes de a Eslovénia se tornar independente da Jugoslávia, passou pelo modesto Triglav e pelo Olimpija do campeonato do seu país antes de emigrar para a Alemanha no verão de 1996, numa altura em que já era internacional A pela Eslovénia. Começou por representar o Dínamo Dresden na Regionalliga (terceiro escalão) e depois o Friburgo na II Liga e na Bundesliga. Mas foi perdendo espaço na equipa da segunda metade da tabela do campeonato alemão e em 1999-00 foi cedido ao Karlsruher, não conseguindo impedir a despromoção à Regionalliga. Um mês após essa descida à terceira divisão germânica, assinou pelo FC Porto.

O esloveno que se mostrou em Guimarães e ficou a amar FC Porto e Benfica. Quem se lembra de Zahovic?

Zahovic representou Benfica, FC Porto e Vitória SC em Portugal
Um dos melhores futebolistas do campeonato português na década de 1990 e no início do século XXI e, para muitos, o melhor jogador esloveno de sempre – é, ainda hoje, o melhor marcador da seleção da Eslovénia, com 35 golos, algo revelador tendo em conta que era um médio ofensivo. Mas um médio ofensivo com golo, último passe, visão de jogo, dinâmica e… um feitio nada fácil.
 
Nascido em Maribor a 1 de fevereiro de 1971, 20 anos antes de a Eslovénia se tornar independente da Jugoslávia, jogava no modesto Kovinar Maribor quando um jogador do Partizan a cumprir serviço militar na cidade eslovena, Milko Djurovski, reparou no talento do então jovem de 18 anos Zlatko Zahovic e recomendou-o ao emblema de Belgrado.

domingo, 24 de março de 2024

“Esta época as outras equipas vão ter de lutar pelo 2.º lugar”. Recorde as melhores pérolas de Joaquim Meirim

Joaquim Meirim orientou 16 equipas entre 1968 e 1997
Arrojado, polémico e inovador. Joaquim Meirim foi uma espécie de primeira versão, a preto e branco, de José Mourinho. E digo preto e branco porque não só surgiu quando ainda a televisão e as fotografias não eram a cores como não conseguiu colorir o currículo com títulos.

Nascido em Monção e filho de um professor primário que ficou proibido pelo regime de Salazar de exercer a profissão e que se radicou em Alcântara para trabalhar como sapateiro, praticou natação no Sport Algés e Dafundo e futebol no Atlético e correu mundo ao serviço da marinha mercante, tendo vivido em Buenos Aires e Havana, o que certamente o influenciou a filiar-se no Partido Comunista Português.
 
Em 1962 tirou o curso de treinador de futebol na Cruz Quebrada, com Fernando Vaz e José Maria Pedroto como preletores, e surgiu pela primeira vez no comando técnico de uma equipa em 1967-68, na CUF, quando tinha apenas 32 anos. Apanhou a equipa no fundo da tabela e guiou-a ao 9.º lugar.

sexta-feira, 22 de março de 2024

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória FC e Fabril

Sadinos foram derrotados no Lavradio em jogo particular
25 de agosto de 2010. Um final de tarde de verão quente, no qual o clube do qual era (e ainda sou!) associado e que acompanhava presencialmente há dez anos, o Fabril, se apresentava aos adeptos diante do primodivisionário Vitória de Setúbal, clube com que sempre simpatizei e do qual me haveria de tornar sócio em novembro de 2022.
 
Curiosamente, os sadinos eram orientados por uma antiga glória da CUF (anterior designação do Fabril), Manuel Fernandes, que nesse jogo de caráter particular optou por rodar a equipa. O Fabril, comandado por Lívio Semedo e que militava na III Divisão Nacional, aproveitou essa rotação para vencer por 2-1.
 
Se a memória não me atraiçoa, a glória benfiquista Toni esteve nas bancadas do Estádio Alfredo da Silva a assistir ao jogo, pois o filho – também conhecido por Toni – representava o Fabril. Por outro lado, jogou pelo Vitória o seu atual treinador, Zé Pedro.

O antigo goleador do Sporting a quem faltou disciplina. Quem se lembra de Leandro?

Leandro Machado somou 18 golos em 48 jogos pelo Sporting
Um daqueles casos de “falta de cabeça”, como em Portugal se designa um jogador talentoso, mas que revelou profissionalismo para ter uma carreira ao nível da qualidade que tem. Reconhecido como um avançado com faro para o golo, dinâmica e alguma classe, Leandro Machado apresentou uma boa média de golos e… problemas disciplinares em vários dos clubes que representou.
 
Formado no Avaí, começou a dar nas vistas no Brasil ao serviço do Internacional de Porto Alegre, clube pelo qual apontou 60 jogos em 125 jogos entre 1994 e 1996. Enquanto jogou no colorado representou as seleções jovens brasileiras que venceram o Torneio de Toulon em 1995 e o Torneio Pré-Olímpico em 1996 e foi chamado à seleção principal do escrete que participou na Gold Cup em 1996, tendo nesse torneio somado as duas internacionalizações que tem no currículo e apontado um golo ao Canadá.   

quinta-feira, 21 de março de 2024

O refugiado que brilhou no Benfica e jogou nas grandes ligas. Quem se lembra de Hélder?

Hélder somou 230 jogos e 16 golos pelo Benfica
Um dos bons valores do futebol português na década de 1990 e um exemplo de subida a pulso no desporto-rei, desde os juniores da União de Tires à seleção nacional e aos campeonatos de Espanha, Inglaterra e França.
 
Filho de pai funcionário ferroviário e com cargo importante na Unita e de mãe doméstica, Hélder Cristóvão nasceu em Angola, mais precisamente na capital Luanda, veio viver para Portugal aos quatro anos na condição de refugiado, inicialmente para uma estalagem na Ericeira, tendo depois passado pela Praia das Maçãs, em Sintra, antes de a família se radicar na Abóboda, no concelho de Cascais.
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