domingo, 1 de novembro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Moreirense na I Liga

Dez figuras que ficaram na história ainda recente do Moreirense na I Liga
“Em 1938, em novembro dia 1/Nasceu o pequeno Moreirense/Que igual não há nenhum”. O hino não engana e o pequeno Moreirense Futebol Clube tem vindo a agigantar-se no século XXI, quando fez a estreia na I Liga, somando já onze presenças no primeiro escalão.

O clube de Moreira de Cónegos tem feito por colocar no mapa a freguesia do concelho de Guimarães, principalmente pela conquista da Taça da Liga em 2016-17 e pela obtenção de um histórico sexto lugar dois anos depois, numa campanha em que o emblema minhoto bateu o próprio recorde de pontos na I Liga: 52. Antes, em 1999-00, atingiu pela primeira e única vez as meias-finais da Taça de Portugal, numa época em que até militava na II Divisão B.

Fundado por Álvaro Almeida e António Pinheiro da Rocha, funcionários com cargos de alta responsabilidade na Indústria Têxtil Cuca, localizada na vila, o Moreirense passou as três primeiras décadas de existência no distritais da AF Braga. Em 1979 estreou-se na III Divisão Nacional e seis anos depois na II Divisão.

Durante os anos 1990 os cónegos chegaram às ligas profissionais, mas após cinco épocas de classificações modestas acabaram por cair novamente na II Divisão B. Porém, essa despromoção foi apenas um recuo para ganhar balanço, pois com Manuel Machado no comando técnico o popular Moreira somou duas promoções consecutivas, além do título de campeão da II Liga, e chegou à elite do futebol português pela primeira vez em 2002.

Em 11 participações na I Liga, 190 futebolistas representaram o Moreirense. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. Vítor Pereira (66 jogos)

Vítor Pereira
Médio formado no Sp. Braga e internacional português pelas seleções jovens, sagrou-se campeão europeu de sub-16 em 1995 ao lado de Caneira e Hugo Leal, mas não encontrou espaço na equipa principal dos bracarenses e teve de sair.
Depois de passar pelo Desp. Chaves e pelos espanhóis do Extremadura, mudou-se para o Moreirense na estreia do clube na I Liga, em 2002-03. Nessa época, talvez a melhor da carreira, disputou 28 jogos (24 a titular) e apontou sete golos, frente a Marítimo, Paços de Ferreira, Sp. Braga, Nacional, Belenenses, Vitória de Setúbal e Académica.
Na temporada seguinte atuou em 24 encontros (21 a titular) e apontou dois golos, diante de Beira-Mar e Marítimo, contribuindo uma vez mais para assegurar a permanência.
Em 2004-05 perdeu influência, não indo além de 14 partidas (sete a titular), não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para a União de Leiria e depois rumou aos angolanos do Petro de Luanda. Haveria de encerrar a carreira no Luxemburgo, onde ainda está radicado e trabalha como treinador.



9. Ricardo Fernandes (68 jogos)

Ricardo Fernandes
Defesa central natural da freguesia vimaranense de Azurém, foi formado no Vitória de Guimarães, mas não encontrou espaço na equipa principal e por isso foi ganhar rodagem para o Fafe, que o catapultou para o Salgueiros, então na I Liga.
No verão de 2003, já após a descida dos salgueiristas à II Liga, mudou-se para Moreira de Cónegos, onde rapidamente se assumiu como titular indiscutível. Na primeira época disputou 32 jogos (todos como titular) e ajudou a garantir a permanência. Na segunda atuou em 25 partidas (também todas no onze inicial), mas não evitou a despromoção.
Ainda assim, continuou no primeiro escalão ao serviço do Nacional. Depois passou pelos romenos do Rapid Bucareste e pelo Rio Ave antes de regressar ao Moreirense em 2011 para ajudar os cónegos a voltar à I Liga.
Em 2012-13 defendeu as cores dos minhotos em onze partidas (oito a titular), já na curva descendente da carreira, aos 35 anos, não tendo evitado a descida de divisão.
Após a despromoção regressou ao Fafe, então a militar no Campeonato de Portugal. Em 2017 pendurou as botas e tornou-se diretor desportivo dos justiceiros.



8. Bilel (76 jogos)

Bilel Aouacheria
Extremo franco-argelino formado no Saint-Étienne, entrou no futebol português pela porta do Sp. Covilhã e passou ainda pelo Sporting B antes de reforçar o Moreirense nos últimos dias do mercado de verão de 2017.
Maioritariamente titular no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, atuou em 26 jogos (21 a titular) e apontou três golos, diante de Paços de Ferreira, Portimonense e Rio Ave, ajudando a assegurar a permanência.
Em 2018-19 perdeu algum espaço, mas ainda assim participou em 21 encontros (nove a titular) e marcou um golo ao Tondela numa campanha em que os cónegos alcançaram um histórico sexto lugar.
Na terceira e derradeira temporada no emblema minhoto recuperou algum protagonismo, tendo disputado 29 partidas (21 a titular) e faturado por uma vez, frente ao Gil Vicente.
Depois terminou contrato e deixou o clube. “Toda a história tem um início e um fim. Chegou a hora de fechar mais um ciclo na minha carreira. Despeço-me de um clube que acreditou em mim e que me abriu as portas da I Liga. Foram três anos de aprendizagens e de grandes experiências. Agradeço ao Moreirense por tudo o que me proporcionou, a todos os meus companheiros, ao staff e aos adeptos do clube, que me fizeram sentir em casa. O caminho agora continuará noutro sentido, mas fica a minha enorme gratidão”, escreveu nas redes sociais.



7. Neto (81 jogos)

Ângelo Neto
Médio brasileiro proveniente do São Caetano, reforçou o Moreirense no verão de 2016, aos 25 anos.
Quase sempre titular em Moreira de Cónegos, logo na primeira época contribuiu para a conquista de maior relevo da história do clube, a Taça da Liga, ainda que não tivesse sido utilizado na final four. Em termos de campeão disputou 23 jogos (22 a titular) e ajudou a assegurar a permanência.
Em 2017-18 ganhou ainda mais protagonismo no meio-campo minhoto, atuando em 29 partidas (26 a titular) e marcando um golo ao Boavista, revelando-se uma vez mais importante para garantir a manutenção.
Na terceira e última temporada manteve o estatuto, participando em 29 encontros (22 a titular) da campanha que culminou com a obtenção do histórico sexto lugar.
Depois mudou-se para os sauditas do Al-Fayha, onde reencontrou Arsénio e o treinador português Jorge Simão.



6. Sagna (83 jogos)

Pierre Sagna
Lateral direito franco-senegalês, que nada tem a ver com o também lateral direito franco-senegalês Bacary Sagna (ex-Arsenal e Manchester City), foi formado no Valenciennes, de onde se mudou para o Desportivo de Chaves em 2011.
Quatro anos depois mudou-se para o Moreirense e desde cedo que se estabeleceu como um titular indiscutível no Minho. Na primeira época atuou em 26 jogos (23 a titular) e marcou um golo ao Arouca, contribuindo para uma campanha sem sobressaltos.
Em 2016-17 foi um dos esteios da equipa que venceu a Taça da Liga, tendo jogado a final frente ao Sp. Braga, e que garantiu a permanência com uma vitória sobre o FC Porto na derradeira jornada, tendo participado em 30 partidas (29 a titular) no campeonato.
A temporada seguinte voltou a ser complicada, mas Sagna manteve a titularidade, disputando 27 encontros (todos a titular) na I Liga.
Após deixar os cónegos já passou por Belenenses SAD, pelos gregos do Panetolikos e pelo Santa Clara, mas tem sentido dificuldades para obter o mesmo protagonismo que tinha no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.



5. Sérgio Lomba (83 jogos)

Sérgio Lomba
Disputou 83 jogos tal como Sagna, mas amealhou mais 278 minutos em campo – 7380 contra 7102.
Defesa central nascido em Moçambique, mas radicado no Minho desde tenra idade, fez praticamente toda a carreira no norte de Portugal. Após concluir a formação no Vitória de Guimarães e ver fechada a porta da equipa principal, passou por Vila Real, Vianense e Freamunde até chegar às ligas profissionais para reforçar o Gil Vicente.
Embora fosse titular em Barcelos, mudou-se para o Moreirense na época de estreia dos cónegos na I Liga, na qual atuou em 23 partidas (22 a titular).
Em 2003-04 reforçou o estatuto, tendo disputado 30 jogos e apontado dois golos, frente a Estrela da Amadora e Académica, contribuindo para uma campanha bastante tranquila e que resultou em 46 pontos e na obtenção do nono lugar, melhor pontuação e classificação do clube no primeiro escalão até 2019.
Na temporada seguinte voltou a participar em 30 encontros (novamente todos a titular) e marcou um golo ao Vitória de Setúbal, mas não evitou a despromoção.
Após a despromoção prosseguiu a carreira na I Liga com a camisola do Penafiel, voltando a descer de divisão.



4. Primo (86 jogos)

Primo
Internacional jovem português e formado no Vitória de Guimarães ao lado de Fernando Meira e Flávio Meireles, chegou a ser convocado para jogos da equipa principal por Bernardino Pedroto quando ainda tinha 17 anos.
Sem oportunidades nos vimaranenses, foi obrigado a sair, tendo passado por Sandinenses e Fafe, até reforçar o Moreirense no verão de 2000, quando os cónegos militavam na II Divisão B, reencontrando Manuel Machado, que já o tinha orientado nos justiceiros.
No Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas foi um dos esteios da equipa que alcançou duas promoções consecutivas e conseguiu a permanência nos dois primeiros anos na I Liga.
Titularíssimo no lado direito da defesa do conjunto de Moreira de Cónegos ao longo de três temporadas no primeiro escalão, atuou em 86 jogos (85 a titular) e marcou um golo ao Beira-Mar em 2003-04, não evitando a despromoção em 2005.
Após a descida de divisão mudou-se para o Paços de Ferreira, tendo ainda vestido a camisola do Beira-Mar antes de regressar a Fafe para passar os últimos anos da carreira e exercer as funções de adjunto e de… psicólogo.



3. Arsénio (90 jogos)

Arsénio
Extremo que jogou na formação do FC Porto ao lado de Fábio Faria, fez a estreia no futebol sénior ao serviço do Padroense, chegou a jogar pelo Marítimo, passou pelo Ribeirão e foi campeão da II Liga e estreou-se no primeiro escalão pelo Belenenses antes de se mudar para Moreira de Cónegos em janeiro de 2014.
Na primeira meia época no Moreirense contribuiu para a conquista do título de campeão da II Liga e consequente promoção à I Liga, patamar em que disputou 31 jogos (29 a titular) e marcou três golos, diante de Gil Vicente e Vitória de Setúbal, ajudando a assegurar a permanência.
Entretanto rumou ao futebol búlgaro, tendo passado por Litex Lovech e CSKA Sófia antes de regressar ao Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas para mais duas temporadas no patamar maior do futebol português.
Em 2017-18 atuou em 29 encontros (24 a titular) e apontou dois golos no campeonato, frente a Vitória de Guimarães e Desp. Aves, voltando a contribuir para assegurar a permanência. Na temporada seguinte participou em 30 encontros (27 a titular), marcou a Marítimo (dois), Boavista e Feirense e foi por isso um dos esteios da equipa que alcançou um brilhante sexto lugar.
Valorizado pelas boas épocas no Minho, rumou ao futebol da Arábia Saudita para assinar o contrato da sua vida, à beira de comemorar o 30.º aniversário.



2. Armando (93 jogos)

Armando
Ponta de lança formado no Vitória de Guimarães, estreou-se na I Liga precisamente ao serviço dos vimaranenses em 1996, tendo inclusivamente marcado um golo numa vitória sobre o Sporting em Alvalade. Depois passou por Desp. Aves e Fafe antes de reforçar o Moreirense no verão de 2000.
Na primeira época em Moreira de Cónegos contribuiu com 18 golos para a promoção à II Liga, valorizou-se, e saiu para o Salgueiros, então a militar no primeiro escalão.
Porém, não foi feliz em Paranhos e acabou por regressar Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas a meio da temporada para ajudar a conquistar o título de campeão da II Liga e a assegurar a consequente subida ao patamar maior do futebol nacional.
Seguiram-se três anos na I Liga, nos quais disputou 93 jogos (60 a titular) e marcou dez golos, afirmando-se como um elemento importante para prolongar a primeira estadia dos cónegos entre os grandes. Benfica, União de Leiria, Nacional, Vitória de Setúbal, Santa Clara e Sporting em 2002-03, Vitória de Guimarães e Alverca na época seguinte e Beira-Mar e Benfica em 2004-05 foram as vítimas dos remates certeiros de Armando.
Após a descida à II Liga continuou mais um ano no clube, regressando depois ao Fafe.



1. Jorge Duarte (97 jogos)

Jorge Duarte
Médio defensivo natural de Fafe, filho do magriço Manuel Duarte e formado e revelado pelo clube da terra, passou por Tirsense e jogou na I Liga ao serviço de Desp. Aves e Vitória de Guimarães antes de se mudar para Moreira de Cónegos no verão de 2002.
Titularíssimo no Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas durante os primeiros três anos do Moreirense na I Liga, disputou um total de 97 jogos (96 a titular) em 102 possíveis e marcou um golo ao Boavista em 2002-03, ajudando a assegurar a permanência nas duas primeiras épocas antes de não conseguir evitar a despromoção na terceira.
Após a descida de divisão rumou ao Leixões, clube em que o pai se notabilizou, antes de encerrar a carreira no Desp. Aves.
















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