sexta-feira, 1 de julho de 2022

Os 11 jogadores com mais jogos pelo Campomaiorense na I Liga

Campomaiorense somou cinco presenças na I Liga
Fundado a 1 de julho de 1926 e intimamente ligado à família Nabeiro, fundadora e dona da Delta Cafés, o Sporting Clube Campomaiorense competiu na I Liga durante cinco temporadas (1995-96 e entre 1997-98 e 2000-01) e atingiu a final da Taça de Portugal em 1998-99.
 
Hoje já sem futebol sénior, o último clube alentejano a competir no primeiro escalão tornou-se um cliente habitual das provas nacionais a partir do final da década de 1940, mas só meio século depois atingiu a elite.
 
Além da participação no patamar maior do futebol português e da caminhada até ao Jamor, os galgos conquistaram o título nacional da II Divisão B em 1991-92 e sagraram-se campeões da II Liga em 1996-97.
 
Em 2002, um ano após a segunda descida à II Liga, a formação de Campo Maior extinguiu o futebol profissional. Em 2006-07 a equipa sénior foi reativada e cinco temporadas depois chegou mesmo a sagrar-se campeã distrital da AF Portalegre, mas não usufruíram do direito de subir à III Divisão Nacional. Pouco depois, em 2013, a equipa sénior voltou a ser desativada.
 
Vale por isso a pena recordar os onze futebolistas com mais jogos pelo Campomaiorense na I Liga.
 

11. Isaías (57 jogos)

Isaías
Avançado móvel, chegou ao Campomaiorense já na fase final da carreira, à beira de completar 37 anos, após uma passagem bastante bem-sucedida pelo Benfica, na qual conquistou dois campeonatos e uma Taça de Portugal, e depois de, ao serviço do Coventry City, se ter tornado no primeiro futebolista brasileiro a atuar na Premier League desde que o campeonato inglês ganhou essa designação, em 1992.
Apesar da veterania, o profeta brilhou na primeira época em Campo Maior, tendo apontado 14 golos em 26 jogos (23 a titular) no campeonato. O FC Porto foi uma das suas vítimas, num empate a dois golos no Estádio Capitão César Correia. Porém, também apontou um hat trick ao Sp. Braga e bisou ao Farense em jornadas consecutivas, o que ajudou o clube a obter a melhor classificação de sempre da sua história, o 11.º lugar.
Em 1998-99 perdeu um pouco de gás, tendo apenas apontado quatro golos em 31 encontros (26 a titular). Ainda assim, brilhou nas eliminatórias da Taça de Portugal, marcando quatro golos que ajudaram a colocar os alentejanos no Jamor.
“Tenho uma história que acho muito boa, de quando eu jogava no grande Campomaiorense. Fomos jogar a Braga e quando chegámos ao hotel, o motorista do autocarro teve de fazer uma manobra. Engatou a mudança para trás e ouviu-se um grito louco dentro do autocarro, que deixou toda a gente assustada. Era o mister João Alves, a gritar “pára, pára, pára! Que merda é essa? Para trás não!”. Aí tivemos de descer todos do autocarro para o motorista fazer a tal manobra. O mister era muito supersticioso…”, recordou, ao portal Relato.
Após a final o pé-canhão regressou ao Brasil, onde terminou a carreira.
 
 
 

10. Rogério Matias (57 jogos)

Rogério Matias
Disputou o mesmo número de jogos de Isaías, mas amealhou mais 373 minutos em campo – 417 contra 4344.
Lateral esquerdo formado no Benfica, passou por Amora, Académica, União de Coimbra e Maia antes de ingressar no Campomaiorense no verão de 1998.
Em duas épocas no Alto Alentejo amealhou 57 encontros (54 a titular) e marcou um golo (ao Sp. Braga, em setembro de 1999), ajudando os galgos a assegurar a permanência em ambas as ocasiões e a chegar à final da Taça de Portugal em 1998-99.
Valorizado pelas boas campanhas em Campo Maior, deu o salto para o Vitória de Guimarães no verão de 2000. Posteriormente, tornou-se internacional A.
 
 
 

9. Nuno Luís (57 jogos)

Nuno Luís
Disputou o mesmo número de jogos de Isaías e Rogério Matias, mas amealhou mais minutos em campo: 4719.
Lateral direito internacional jovem português e formado no Sporting ao lado de Beto, Nuno Valente, Silas e Porfírio, passou pela Académica antes de ingressar no Campomaiorense em 1994-95, época marcada pela subida à I Liga.
Na temporada que se seguiu atuou em 27 partidas (26 a titular) no primeiro escalão e marcou dois golos, diante de União de Leiria e Salgueiros, insuficientes para evitar a despromoção.
Em 1996-97 sagrou-se campeão da II Liga e na época seguinte participou em 30 jogos (27 a titular) e marcou um golo ao Marítimo no patamar maior do futebol português, ajudando os galgos a assegurar a permanência.
No verão de 1998 transferiu-se para o Salamanca, então na I Liga Espanhola.
 
 

8. Torrão (61 jogos)

Torrão
Médio de características defensivas que passou pelas camadas jovens do Sporting e que chegou a jogar pela seleção nacional sub-21, iniciou a formação e o percurso como sénior no Vilafranquense e representou Lourinhanense, Salgueiros e União de Lamas antes de assinar pelo Campomaiorense no verão de 1999.
Nas duas temporadas que passou em Campo Maior totalizou 61 encontros (60 a titular) e um golo (ao Farense, em dezembro de 2020) na I Liga, não conseguindo evitar a despromoção ao segundo escalão em 2001.
Consumada a descida de divisão, transferiu-se para o Alverca.
 
 

7. Beke (64 jogos)

Beke
Defesa central sem grande currículo no Brasil, chegou pela primeira vez a Campo Maior em janeiro de 1998, efetuou três jogos (dois a titular) no espaço de um mês e não mais foi utilizado, tendo voltado ao Porto de Pernambuco.
Voltaria no verão de 1999, desta vez para se fixar de pedra e cal no eixo defensivo dos alentejanos, tendo disputado 29 encontros (todos a titular) e marcado três golos, frente a Marítimo, Sp. Braga e União de Leiria.
Na temporada seguinte até participou em mais encontros, 32 (sempre como titular), e marcou um golo ao Alverca na última jornada, mas insuficiente para evitar a derrota e a descida de divisão.
Haveria de continuar mais um ano em Campo Maior, na II Liga, mas depois da extinção do futebol profissional nos alentejanos continuou a jogar no segundo escalão com a camisola do Salgueiros. Entretanto também representou o Olivais e Moscavide e depois voltou ao Brasil.
 
 

6. Sousa (72 jogos)

Sousa
Médio angolano que concluiu a formação no Sporting ao lado de Rui Correia e José Lima, passou pelos seniores de Alverca e Vialonga antes de reforçar o Campomaiorense no verão de 1989, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Na primeira época no clube ajudou os galgos a subir à II Divisão B e na segunda esteve à beira da promoção à II Liga, algo que só veio a acontecer em 1992.
Como não há duas sem três, esteve em 1995 na promoção à I Liga, patamar em que em 1995-96 atuou em 22 jogos (20 a titular), não conseguindo evitar a descida de divisão.
E 1996-97 não só voltou a festejar uma subida ao primeiro escalão como se sagrou campeão da II Liga.
Entre 1997 e 2000 amealhou mais 50 partidas (40 a titular) e dois golos no patamar maior do futebol português, tendo contribuído para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1998-99.
Paralelamente, tornou-se internacional angolano, tendo participado no CAN 1998.
Em janeiro de 2001 mudou-se para o vizinho O Elvas, depois de meio ano sem jogar em Campo Maior.
 
 

5. Vítor Manuel (74 jogos)

Vítor Manuel

Médio que fez toda a formação e iniciou o seu percurso como sénior no Desp. Aves, passou dois anos no Belenenses antes de ingressar no Campomaiorense no verão de 1995, inicialmente por empréstimo dos azuis do Restelo.
Na primeira época ao serviço dos galgos atuou em 25 jogos (17 a titular) na I Liga e marcou um golo ao… Belenenses, insuficiente para evitar a despromoção.
Em 1996-97 ajudou o emblema alentejano a sagrar-se campeão na II Liga e nas duas temporadas que se seguiram somou 49 encontros (38 a titular) e seis golos no primeiro escalão, contribuindo ainda para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1998-99.
No verão de 1999 transferiu-se para o Farense.
 
 
 

4. Welington (77 jogos)

Wellington
Avançado móvel, capaz de atuar nas alas ou no eixo do ataque, reforçou o Campomaiorense no verão de 1997, proveniente do Ferroviário, do Ceará.
Em Campo Maior nunca foi propriamente um titular indiscutível, mas era quase sempre utilizado. Na época de estreia disputou 25 encontros (15 a titular) e marcou dois golos, a Desp. Chaves e Boavista, ajudando os alentejanos a obter a melhor classificação de sempre na I Liga, o 11.º lugar.
Em 1998-99 continuou a alternar entre a titularidade (10 vezes) e o papel de suplente utilizado (19), tendo apontado três golos - a AcadémicaRio Ave e Benfica – e participado na caminhada até à final da Taça de Portugal. Na época seguinte foi utilizado em 24 encontros (11 a titular), amealhando mais três remates certeiros, frente a Sp. BragaSanta Clara e Belenenses.
Em 2000-01 representou o Albacete, na II liga espanhola, mas temporada que se seguiu voltou ao Estádio Capitão César Correia para a última época dos galgos no futebol profissional.
Depois continuou em Portugal ao serviço de LeçaSalgueiros, OvarensePortimonense.
 
 

3. Jorginho (90 jogos)

Jorginho

Extremo nascido em Setúbal e formado no Vitória local, passou pelo Desp. Beja antes de ingressar no Campomaiorense em 1996-97, época marcada pela conquista do título de campeão da II Liga e consequente promoção ao primeiro escalão.
Entre 1997 e 2001 amealhou 90 encontros (66 a titular) e 14 remates certeiros na I Liga, ajudando os galgos a chegar à final da Taça de Portugal em 1998-99. Porém, duas épocas depois mostrou-se impotente para evitar a descida de divisão.
Após a despromoção à II Liga permaneceu mais um ano no clube, tendo rumado à Académica quando o emblema alentejano extinguiu o futebol profissional.
Porém, após passagens por Académico de Viseu, Imortal e Maia, voltou a representar a formação de Campo Maior entre 2008 e 2013, tendo conquistado o título distrital da AF Portalegre em 2011-12.
 
 
 

2. Paulo Sérgio (105 jogos)

Paulo Sérgio
Guarda-redes natural do Barreiro e que iniciou a carreira no Vitória de Setúbal, ingressou no Campomaiorense em 1995-96.
Na primeira época em Campo Maior viveu na sombra de Álvaro, tendo apenas participado em dez jogos na I Liga e sofrido 21 golos, mostrando-se impotente para evitar a descida à II Liga.
Em 1996-97 reconquistou espaço, tendo nessa temporada festejado o título de campeão do segundo escalão e o consequente regresso ao primeiro.
Entre 1997 e 2001 somou mais 95 partidas e 149 golos sofridos no patamar maior do futebol português. Se em 1998-99 participou na caminhada até à final da Taça de Portugal, em 2000-01 não conseguiu evitar mais uma despromoção.
Após nova descida de divisão permaneceu mais um ano no clube, tendo rumado ao Beira-Mar quando o emblema alentejano extinguiu o futebol profissional.
“Em Campo Maior fui encontrar uma realidade diferente. O clube tinha acabado de subir de divisão, não tinha o estatuto de um Vitória de Setúbal, mas acabei por encontrar o que sempre me deu mais estabilidade: boas pessoas, uma vila do "outro mundo", recheada de humildade, e acabei por ficar durante sete épocas, cinco na I Liga e duas na II Liga. Passei belos momentos no Campomaiorense, vi o clube crescer, participei ativamente nesse crescimento, conseguimos levá-lo a uma final da Taça de Portugal, fomos campeões da II Liga, enfim, muitas alegrias passadas no Alentejo. Não é de admirar que uma pessoa com 31 anos, e com o estatuto que tinha, com o compromisso que tinha, voltasse a cara a uma instituição e a pessoas que me deram muito, e abandonasse o projeto. Foi o que fiz quando o clube caiu na II Liga, em que mesmo tendo convites dos melhores clubes portugueses, optei, juntamente com o clube, por assinar por mais quatro anos. Infelizmente, somente um foi cumprido, com o fim do clube nas competições profissionais”, contou ao portal Prémio Carreira em outubro de 2016.
 
 
 

1. Laelson (126 jogos)

Laelson
Extremo rápido e de baixa estatura (1,62 m), foi uma das principais figuras dos tempos áureos do Campomaiorense. Ao longo de quatro temporadas consecutivas, entre 1997 e 2001, foi quase sempre titular indiscutível e apontou um total 21 golos no campeonato. E, com 126 partidas disputadas, foi o jogador dos galgos com mais jogos na I Liga.
Proveniente do Porto de Pernambuco tal como Beke, logo na época de estreia somou quatro remates certeiros em 31 jogos (24 a titular), ajudando os alentejanos a obterem a melhor classificação de sempre do clube, o 11.º lugar.
Na temporada seguinte melhorou os registos, tendo disputado 32 jogos (28 a titular) e marcado seis golos no campeonato. Paralelamente contribuiu com três golos na caminhada até à final da Taça de Portugal, incluindo os que garantiram as vitórias sobre Sp. Braga e Penafiel nas primeiras eliminatórias.
Em 1999-00 mostrou-se mais uma vez ao seu nível, disputando 30 partidas (29 a titular) e apontando cinco golos, entre os quais um que valeu a vitória sobre o FC Porto em Campo Maior, no célebre jogo da marcação serrada de José Soares a Mário Jardel.
Na quarta e última época no Estádio Capitão César Correia voltou a faturar por cinco vezes, novamente com o FC Porto entre as vítimas, e participou em 33 encontros (31 a titular), mas foi impotente para evitar a despromoção.
Embora o Campomaiorense tivesse descido, Laelson manteve-se na I Liga com a camisola do Vitória de Guimarães. Em Portugal passaria ainda por Moreirense, Varzim, Atlético e Oliveira do Hospital antes de encerrar a carreira no futebol brasileiro.
 








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