Uma mão cheia de candidatos à estreia pela Seleção Nacional |
2020 é o ano em que pela
primeira vez a Seleção Nacional vai entrar na fase final de uma
grande competição na condição de campeã em título. O peso dessa
responsabilidade e a companhia de França e Alemanha no Grupo F do
Campeonato da Europa aparentam ser obstáculos complicados de
contornar para os homens de Fernando Santos, que vão preparar o
torneio com jogos particulares, frente a Eslovénia, Espanha
e Malta (já no estágio do Euro 2020) - foram adiados os compromissos diante de Croácia e Bélgica, agendados para o final de março.
Por ser ano de uma grande
competição, 2020 também poderá marcar o fim do ciclo de alguns
jogadores na equipa das quinas, nomeadamente os mais veteranos, como
Beto,
Pepe,
José Fonte ou... Cristiano Ronaldo, que poderão já não pertencer
ao grupo aquando do início da primeira fase da Liga das Nações,
agendado para setembro.
Além da necessidade de
renovar algumas posições, estão a surgir sérios candidatos a
intrometerem-se na luta por um lugar no lote dos convocados. Desde
que está no cargo, Fernando Santos já promoveu 41 estreias na
Seleção Nacional, um número que deverá certamente aumentar este
ano. Eis os principais candidatos a somarem a primeira
internacionalização.
José Sá |
Comecemos pela baliza.
Para as cinco datas FIFA de 2019 foi chamado o mesmo trio de
guarda-redes: Rui
Patrício, Beto
e José Sá. Porém, este último não chegou a estrear-se.
Convocado pela primeira vez por Fernando Santos em junho de 2017,
aquando da preparação da Taça das Confederações, nunca foi além
da condição de suplente não utilizado. Na altura, era suplente de
Iker
Casillas no FC Porto, mas hoje é a última barreira do
Olympiacos,
líder isolado do campeonato grego e ainda em prova na Liga
Europa. Na última época e meia somou mais de 70 encontros e
mais de 6.330 de competição ao serviço do clube
do Pireu, na fase de mais fulgor na carreira. Aos 27 anos, e
depois de 31 internacionalizações pelas seleções jovens, poderá
receber a primeira oportunidade, até porque Beto
está à beira de completar 38 anos e Rui
Patrício poderá descansar em alguns jogos particulares.
Rúben Semedo |
Continuemos no
Olympiacos,
desta vez com um defesa central, posição em que tem havido alguma
carência de jogadores a atuar ao mais alto nível. A última
convocatória de 2019 ficou marcada pela primeira chamada de Rúben
Semedo, que não chegou a estrear-se, 15 meses após o
jogador ter saído da prisão. Depois de se ter reabilitado com a
camisola do Rio Ave na segunda metade da temporada passada,
transferiu-se para o futebol grego e tem sido titular indiscutível
na formação orientada por Pedro Martins, pela qual já leva cinco
golos apontados nesta época. Atendendo o bom momento que atravessa,
o facto de ter sido chamado em novembro do ano passado e a
necessidade de juntar um quarto central ao trio habitual composto por
Pepe,
Rúben Dias e José Fonte, o
antigo defesa do Sporting surge como grande candidato não só a
ser incluído na lista de convocados para o Euro 2020. Aos 25 anos, seria o culminar de um
trajeto de 14 internacionalizações nas seleções jovens.
Ferro |
Porém, Rúben
Semedo não é o único central na calha para a estreia pela
Seleção Nacional. Tendo em conta a veterania de Pepe
(37 anos) e José Fonte (36 anos), a juntar aos problemas físicos do
luso-brasileiro. E neste âmbito, o nome do benfiquista
Ferro surge de forma natural. É verdade que atravessa talvez
a fase de menor fulgor desde que foi promovido há pouco mais de um
ano, o que também ajuda a explicar o período menos positivo da
organização defensiva da equipa de Bruno
Lage, mas verdade seja dita que uma das possíveis explicações
desse abaixamento de forma reside no facto de o central de 22 anos
estar a ser sujeito a um grande desgaste, levando já 36 jogos nesta
época. Seja como for, um titular do Benfica
é sempre um forte candidato a ser chamado à equipa das quinas. A
seu favor tem igualmente o histórico nas seleções jovens: 51
internacionalizações entre os sub-17 e os sub-21.
Sequeira |
Ainda pela defesa, outra
posição de deficitária é a de lateral esquerdo, embora essa
posição possa ser cobrida por jogadores que atuem no lado direito.
Nos últimos anos Raphael Guerreiro e Mário Rui têm sido as
escolhas habituais e Antunes e Kévin Rodrigues as principais
alternativas, mas não é de descartar a chamada do bracarense
Sequeira. Aos 29 anos, é titular indiscutível no Sp.
Braga pela segunda temporada consecutiva, exibindo grande
consistência a fazer o corredor e qualidade de cruzamento bem acima
da média às ordens dos diversos treinadores que têm passado pela
Pedreira, desde Abel Ferreira a Custódio. A confirmar-se, seria um
regresso às seleções nacionais 12 anos depois de ter representado
os sub-18, quando pertencia ao Leixões.
Paulinho |
Ainda no Sp.
Braga saltamos diretamente da defesa para o ataque, onde tem
brilhado Paulinho. Há dois anos, após a primeira época nos
bracarenses, esteve pré-convocado para o Campeonato do Mundo, mas
nessa altura havia um André Silva sempre muito inspirado na Seleção
Nacional e um Éder que não assim há tanto tempo tinha sido o herói
da final do Euro 2016. Agora, aos 27 anos, o avançado minhoto
atravessa a melhor fase da carreira: é titular indiscutível e leva
já 18 golos apontados nesta temporada, a terceira no clube. Se há
cerca de um ano Dyego Sousa foi a grande novidade na convocatória de
Fernando Santos, tudo aponta para que o emblema arsenalista
catapulte mais um ponta de lança para a equipa das quinas. Em termos
de seleções nacionais contabiliza apenas uma internacionalização
pelos sub-21, um
particular diante da Escócia em novembro de 2012.
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