sexta-feira, 15 de março de 2024

O campeão pelo Boavista que passou incógnito no Benfica e no FC Porto. Quem se lembra de Duda?

Duda representou o Boavista entre 2000 e 2004
Um dos heróis do inédito título do Boavista, conquistado em 2000-01. Com dez golos, Duda foi o segundo melhor marcador da equipa no campeonato, apenas atrás do pistoleiro Elpídio Silva, sendo que um desses remates certeiros deu a vitória caseira sobre o Benfica no jogo que marcou a estreia de José Mourinho como treinador principal.
 
Mas o antigo extremo não foi propriamente mais um brasileiro desconhecido que caiu no Bessa. Entrou no futebol português pela porta do Benfica, passou sem grande sucesso por Rio Ave e  FC Porto e redimiu-se no Alverca antes de vestir a camisola axadrezada.

quarta-feira, 13 de março de 2024

O pontapé-canhão que brilhou no Salgueiros e chegou a ser titular no Sporting. Quem se lembra de Pedrosa?

Pedrosa somou 100 jogos e dez golos pelo Salgueiros
Hoje vivemos num tempo em que muitos futebolistas malham no ginásio, mas curiosamente perdeu-se a figura do pontapé-canhão, que esteve tão em voga no futebol na década de 1990, com Roberto Carlos como expoente máximo. Por cá também tivemos jogadores com essa característica: Isaías, Barroso, Dinda e, entre outros, Pedrosa.
 
Após concluir a formação no FC Porto, este lateral esquerdo iniciou a carreira de futebolista profissional no Maia e um ano depois foi contratado pelo Salgueiros, no verão de 1991, tendo feito parte da única participação europeia do emblema de Vidal Pinheiro, na Taça UEFA em 1991-92 – foi, aliás, o único jogador salgueirista a ser expulso em provas internacionais.
 
Os bons desempenhos catapultaram-no para a seleção nacional de sub-21, pela qual jogou uma vez em abril de 1994, e para o Sporting, para onde se transferiu poucos meses depois no âmbito do negócio que também levou Ricardo Sá Pinto para Alvalade.

O pitbull holandês que jogava de óculos. Quem se lembra de Edgar Davids?

Edgar Davids foi eleito para a equipa ideal do Euro 2000
Permitam-me, neste artigo, uma nota pessoal. Comecei a ver futebol em meados de 2000, aos oito anos, à boleia da euforia de grande parte da minha turma com a eminência de o Sporting se sagrar campeão após 18 anos de jejum. Concluída a temporada de clubes, e de forma a consolidar essa paixão recente pelo desporto-rei, entrou em minha casa o Campeonato da Europa através da televisão. Na altura, ainda sem Florentino Pérez na presidência do Real Madrid nem magnatas a tomar conta dos principais clubes ingleses, o talento estava muito melhor distribuído do que está hoje. As seleções ainda eram o expoente máximo do futebol – hoje não, hoje são os clubes de topo que são verdadeiras seleções.
 
A forma como um miúdo de oito anos olha para o futebol é diferente de a de um adulto. Os que marcavam os golos, faziam defesas impossíveis e fintavam bem é que eram, aos meus olhos, os melhores. E também fixa mais certos pormenores extrafutebol: os beijos na careca de Barthez, o rabo de cavalo de Emmanuel Petit, a barba e o cabelo loiros a contrastar com a cor de pele de Abel Xavier, o penteado sempre impecável de Nuno Gomes, os vários “Van” da Holanda e, claro, aquele jogador holandês negro que usava óculos e tinha rastas, Edgar Davids.

terça-feira, 12 de março de 2024

Morreu António Pacheco. Quem se lembra de o ver jogar?

Pacheco representou o Benfica entre 1987 e 1993
Natural de Portimão, António Pacheco despontou no Torralta, uma grande academia na altura, tendo ainda passado um ano no Portimonense antes de representar o Benfica entre 1987 e 1993.
 
Ao serviço do clube da Luz ganhou dois campeonatos (1988-89 e 1990-91), uma Taça de Portugal (1992-93) e uma Supertaça (1989), tendo ainda participado em duas caminhadas até às finais da Taça dos Campeões Europeus de 1987-88 e 1989-90.
 
No verão de 1993, o famoso verão quente, o extremo rescindiu unilateralmente com o Benfica, alegando salários em atraso, e transferiu-se para o Sporting na companhia de Paulo Sousa. Contudo, não conseguiu manter o nível em Alvalade, tendo apenas conquistado uma Taça de Portugal (1994-95) ao longo de dois anos.

O goleador lituano que trocou o Benfica pelo FC Porto. Quem se lembra de Jankauskas?

Jankauskas marcou golos ao serviço de Benfica e FC Porto
O primeiro e mais marcante jogador proveniente de um país báltico a jogar na I Liga portuguesa, Edgaras Jankauskas teve um impacto significativo no campeonato português nos primeiros anos do século XXI.
 
Era uma autêntica viga de 1,93 m, um homem alvo, um pinheiro, uma referência ofensiva que tinha tamanho, mas que também marcava golos. Depois de despontar no FK Zalgiris, no campeonato da sua Lituânia, foi marcando golos ao serviço de CSKA Moscovo, Torpedo Moscovo, Club Brugge e Real Sociedad até ser emprestado pela equipa basca ao Benfica em janeiro de 2002.
 
Na altura, foi a solução encontrada para uma frente de ataque despida de alternativas a Pedro Mantorras, até porque João Tomás tinha saído no início da época para o Betis, Mawete Júnior não convencia e havia sido emprestado ao Sp. Braga, Pepa também não estava à altura do desafio e Tomo Sokota estava constantemente a contas com problemas físicos.

segunda-feira, 11 de março de 2024

O mexicano dos golos bonitos que não vingou no Sporting. Quem se lembra de Negrete?

Manuel Negrete representou o Sporting em 1986-87
Manuel Negrete era uma espécie de ilustre desconhecido dos adeptos europeus de futebol até ao dia 15 de junho de 1986. Ao serviço do seu México, num Campeonato do Mundo no qual a sua seleção era anfitriã, o médio recebeu um passe a meia altura à entrada da área e, perante o aperto dos defesas da Bulgária, resolve rematar dali, de forma acrobática, para o fundo das redes, marcando um dos mais espetaculares golos de sempre em Mundiais.
 
Embora não existissem redes sociais na altura, o golo tornou-se viral na medida do possível, despertando a cobiça de clubes europeus. E quem é que haveria de contratar o jogador que até então pertencia aos mexicanos do Pumas? O Sporting!

O dentista que lançou Ronaldo e deu a última dobradinha ao Sporting. Quem se lembra de Laszlo Bölöni?

Bölöni venceu a dobradinha pelo Sporting em 2001-02
Um homem tranquilo, sempre com o seu mítico bloco de notas na mão, óculos na cabeça e que comunicava em francês. Laszlo Bölöni foi o penúltimo treinador a fazer do Sporting campeão – e o último a ganhar a dobradinha –  e em Alvalade ganhou a fama de lançar jovens jogadores: Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma à cabeça, mas também Hugo Viana, Custódio, Lourenço, Gisvi e Paíto.
 
Um dos melhores jogadores romenos de sempre, um médio organizador de grande qualidade técnica e mais de 100 vezes internacional pela seleção do seu país, foi uma das figuras da equipa do Steaua Bucareste que conquistou a Taça dos Campeões Europeus e a Supertaça Europeia em 1986, dois anos depois de ter marcado presença no Euro 1984. Paralelamente tirou o curso de medicina dentária e chegou a exercer a atividade de dentista, com consultório montado, seguindo as pisadas do pai (que perdeu precocemente) e do irmão.

domingo, 10 de março de 2024

“Esses Big Ladens terão a sua hora”. As melhores pérolas de Octávio Machado

Octávio Machado orientou o Sporting em 1996 e 1997 
Palmelão de gema, Octávio Machado foi um médio marcante no futebol português nas décadas de 1970 e 1980, tendo brilhado com as camisolas de Vitória de Setúbal, FC Porto e seleção nacional, mas foi quando se tornou treinador e passou a ter mais vezes microfones por perto que revelou outra faceta, a da língua afiada.
 
“Vocês sabem do que eu estou a falar” foi a frase mais famosa que proferiu. E foi tão marcante que até serviu de título para o livro autobiográfico que escreveu. Porque toda a gente a associa a ele.
 
Com um discurso muitas vezes difícil indecifrável e carregado de insinuações, proporcionou momentos engraçados, embora não fosse propriamente de sorriso fácil.

sexta-feira, 8 de março de 2024

PPV Review - AEW Revolution 2024

 
Data: 3 de março de 2024
Arena: Greensboro Coliseum
Localidade: Greensboro, Carolina do Norte
 

Do único neurónio de Pacheco ao “voyeur” Wenger. As melhores tiradas de Mourinho contra rivais

Mourinho teve vários atritos contra colegas e profissão
Para José Mourinho, as conferências de imprensa não são um mero compromisso. São uma oportunidade para estimular os seus jogadores, condicionar adversários e árbitros, puxar dos galões e atacar inimigos.
 
Foquemo-nos nesta última. Já quando orientava o Chelsea, viu Jaime Pacheco criticar a forma cautelosa como os blues se apresentaram no Dragão num jogo da Liga dos Campeões e, no âmbito de um comentário à estreia de Jorge Costa no comando técnico do Sp. Braga, visou o então treinador do Boavista: “Em Portugal há muitos líricos, muitos que gostam de ver os portugueses fracassarem. Não me espanta que venha alguma crítica à postura do Jorge e do Braga em Parma. Se aparecem alguns inteligentes como o Jaime Pacheco, que só tem um neurónio e funciona mal, o Jorge sabe lidar com esses inteligentes de um neurónio só.”

O artista peruano que encantou as Antas. Quem se lembra de Cubillas?

Cubillas somou 66 golos em 110 jogos pelo FC Porto
Três anos e meio depois de ter feito um Mundial fantástico e de ter sido considerado o sucessor de Pelé pelo próprio brasileiro e um ano e meio após ter recebido o prémio atribuído ao melhor jogador da América do Sul e de ter sido o melhor marcador da Taça Libertadores, Teófilo Cubillas foi contratado pelo FC Porto ao Basileia em janeiro de 1974 por uma verba astronómica na altura: 5600 contos. O próprio salário, de 125 contos por mês, era considerado uma fortuna naquela época.
 
Os adeptos portistas já conheciam as suas façanhas e receberam-no em apoteose na Invicta. “As ruas encheram-se! O trajeto do aeroporto ao Estádio das Antas foi emocionante. Receberam-me como um herói. Os adeptos do FC Porto gritavam o meu nome, batiam no carro, estavam loucos! Nunca me tinha sentido assim e nunca mais me voltei a sentir”, recordou o antigo médio ofensivo/avançado internacional peruano ao Maisfutebol em março de 2010.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Um dos maiores flops de sempre do FC Porto. Quem se lembra de Esnáider?

Esnáider não foi além de seis jogos e um golo pelo FC Porto
Quando Juan Eduardo Esnáider reforçou o FC Porto no final de julho de 2001, tudo apontava para que o avançado argentino fosse um reforço de peso, ainda que apresentasse algum histórico de problemas fora dos relvados e de lesões no tendão de Aquiles. Afinal, era internacional pelo seu país, vinha de um bastante razoável registo de onze golos em 17 jogos em meia época no Saragoça, pertencia aos quadros da Juventus e tinha no currículo passagens por Real Madrid, Atlético Madrid e Espanyol.
 
E, mais do que os clubes por onde tinha passado, apresentava créditos firmados como goleador, tendo apontado 52 golos pelo Saragoça entre 1993 e 1995, 21 pelo Atlético Madrid em 1996-97 e 13 pelo Espanyol em 1997-98. Marcou inclusivamente um golo pelos aragoneses na vitória sobre o Arsenal na final da Taça das Taças em 1995. E, ao contrário do grande flop da época anterior, Pizzi, não era propriamente velho: tinha 28 anos.

O ministro português em Bérgamo. Quem se lembra de Costinha na Atalanta?

Costinha só disputou um jogo pela Atalanta entre 2007 e 2010
Costinha assinou pela Atalanta no verão de 2007 e esteve vinculado ao clube de Bérgamo até fevereiro de 2010, mas, entre lesões, acusações, desmentidos e pressões, só jogou uns míseros 64 minutos.
 
Numa altura em que já tinha 32 anos e não era convocado por Luiz Felipe Scolari para a seleção nacional há cerca de um ano, o trinco português trocou o Atlético Madrid, pelo qual tinha atuado em mais de 30 encontros em 2006-07, pelo emblema italiano, por insistência do treinador Luigi Delneri, que o havia orientado durante algumas semanas no FC Porto.
 
Com o estatuto de campeão europeu pelos dragões e vice-campeão europeu e semifinalista do Mundial por Portugal, Costinha até começou a aventura na Atalanta como titular, tendo atuado 64 minutos numa vitória caseira sobre o Parma em setembro de 2007, cumprindo assim o sonho de jogar na Série A. Porém, contraiu uma lesão grave e nunca mais jogou até formalizar a rescisão.

A promessa canarinha que chegou a fazer sobra a Rui Jorge no Sporting. Quem se lembra de Vinícius?

Vinícius somou 52 jogos e dois golos de leão ao peito
O final da década de 1990 foi muito difícil para o Sporting. Trocas sucessivas de treinadores, contratações de qualidade duvidosa e classificações abaixo dos serviços mínimos do terceiro lugar. Numa altura em que o montenegrino Budimir Vujacic estava de saída e Pedrosa era a única verdadeira opção para o lado esquerdo da defesa, os leões foram ao outro lado do Atlântico recrutar um internacional jovem brasileiro, Vinícius.
 
O jogador, que tinha acabado de competir no Campeonato do Mundo de sub-20, foi contratado ao Internacional de Porto Alegre, onde tinha jogado ao lado de Branco, Carlos Gamarra, Argel, César Prates e Leandro, entre outros.
 
Vinícius até começou a aventura de Alvalade como titular, em 1997-98, compondo, juntamente com Quim Berto, Beto e Marco Aurélio, o habitual quarteto defensivo à frente do guarda-redes belga Filip De Wilde. Nessa temporada atuou em 23 jogos em todas as competições (19 a titular) e marcou um golo, ao Vitória de Setúbal, de livre direto.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Jogou no Benfica mas o único título que ganhou na Luz foi pela Grécia. Quem se lembra de Karagounis?

Karagounis somou 67 jogos e três golos pelo Benfica
Médio grego de características ofensivas, representou o Benfica entre 2005 e 2007 e viveu o momento mais alto da carreira precisamente no Estádio da Luz, não de águia ao peito, mas ao serviço da seleção da Grécia, quando conquistou o Campeonato da Europa em 2004.
 
Formado no Panathinaikos, Giorgos Karagounis foi dando nas vistas na Liga dos Campeões ao serviço do emblema de Atenas, afirmando-se como um médio rotativo, com chegada à área e especialista em livres diretos. Em 2000-01 marcou mesmo um golo memorável de livre ao Manchester United em Old Trafford, como que dando a provar aos red devils do próprio veneno, uma vez que do outro lado estava só um dos melhores executantes de sempre nesse tipo de lances, David Beckham.

O “guarda-redes suicida”. Quem se lembra de Américo?

Américo defendeu a baliza portista em 257 ocasiões
Se não fosse Vítor Baía, provavelmente seria considerado de forma consensual o melhor guarda-redes de sempre do FC Porto. A forma destemida como defendia a baliza valeu-lhe a alcunha de “guarda-redes suicida”.
 
Natural de Santa Maria de Lamas, concelho de Santa Maria da Feira, e portista desde sempre, Américo entrou no FC Porto pela porta da equipa de juniores em 1951-52 e cedo se destacou, tendo feito a estreia pela equipa principal em dezembro de 1952, curiosamente o ano de inauguração do Estádio das Antas.
 
Depois de duas épocas sem jogar, um longo empréstimo ao Boavista e o cumprimento do serviço militar, voltou ao FC Porto em 1958-59, sob o comando técnico de Bella Guttmann, para disputar um jogo na I Divisão, o que fez dele campeão nacional. E esse não foi um título qualquer, pois foi o do campeonato marcado pelo Caso Calabote na última jornada e também o último título dos portistas antes de um prolongado jejum de 19 anos, que só haveria de terminar em 1978. Curiosamente, Américo foi o último dos campeões nacionais dessa época a morrer, a 22 de setembro de 2023, aos 90 anos.

O homem que deu a Taça das Taças ao Sporting… de canto direto. Quem se lembra de João Morais?

João Morais somou 260 jogos e 69 golos de leão ao peito
O futebol português está habituado a viver os seus momentos áureos envoltos em nota artística. Eusébio sentenciou a vitória no Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus em 1961-62 de livre direto, Madjer deu o título europeu ao FC Porto em 1986-87 de calcanhar, Éder fez a seleção nacional ganhar o Euro 2016 através de um remate de fora da área e João Morais deu a Taça das Taças ao Sporting em 1963-64 na execução de um canto direto.
 
O feito, que ficou conhecido como “Cantinho do Morais”, daria ainda origem a uma canção, com o mesmo nome, popularizada pela cantora sportinguista Maria José Valério.
 
Mas a carreira de João Morais não se limitou a esse momento de génio. Nascido em Alcabideche, no concelho de Cascais, deu nas vistas ao serviço do Sporting… de Alcabideche, ao serviço do qual já jogava pela equipa principal aos 14 anos. De lá saltou para as camadas jovens do Estoril, onde confirmou que era um jogador talhado para os principais emblemas nacionais.

terça-feira, 5 de março de 2024

A “gazela de Ovar” que era assobiada nas Antas. Quem se lembra de Semedo?

Semedo jogou pelo FC Porto entre 1983 e 1996
Não era dos favoritos do Tribunal das Antas, numa altura em que abundavam craques por aqueles lados, mas foi durante 13 temporadas um médio competente, empenhado, rápido, habilidoso e inteligente com o qual os treinadores do FC Porto podiam contar.
 
Depois de dar os pontapés na bola no Esmoriz e de ter passado pelas camadas jovens do Feirense, foi cumprir os últimos anos de formação de dragão ao peito, tendo feito a estreia pela equipa principal em 1983-84, pela mão de José Maria Pedroto, tendo até marcado no primeiro jogo, uma goleada ao Ginásio de Alcobaça para a Taça de Portugal.
 
Foi o início de uma bonita história de 314 jogos, 37 golos, oito campeonatos nacionais, quatro Taças de Portugal, seis Supertaças Cândido de Oliveira e uma Supertaça Europeia. Infelizmente para Semedo, não foi utilizado na caminhada até à conquista do título europeu de 1986-87 – só esteve no banco na receção ao Dínamo Kiev, nas meias-finais – nem no jogo que valeu a Taça Intercontinental na época seguinte.

O sadino que defendeu a baliza do Benfica em duas finais europeias. Quem se lembra de Silvino?

Silvino disputou 258 jogos com a camisola do Benfica
Antes de se tornar num dos melhores treinadores de guarda-redes do seu tempo, Silvino Louro foi um guardião marcante no futebol português ao longo de cerca de duas décadas, desde que se estreou na baliza do clube da sua cidade-natal, o Vitória de Setúbal, em 1978, até ter pendurado as luvas, no Salgueiros, em 2000.
 
Pelo meio uma carreira carregada de êxitos, na qual se contabilizam 23 internacionalizações, seis campeonatos, duas Supertaças e três Taças de Portugal. Esteve também em duas finais da Taça dos Campeões Europeus.
 
Nascido à beira-Sado, aproveitou as saídas de António Vaz e Jorge Martins para se tornar no titular do Vitória, quando tinha apenas 19 anos. Rapidamente também chegou à seleção nacional de sub-21, mas não se julgue que a partir daí foi sempre a subir. Entre 1980 e 1982 esteve tapado por Amaral e teve de procurar espaço noutras paragens, tendo-o encontrado noutro Vitória, o de Guimarães.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Engenheiro no setor automóvel com brinco, cabelo comprido e 10 nas costas. Assim era o jogador Roger Schmidt

Roger Schmidt jogava no meio-campo
Antes de se tornar treinador e muito antes de proferir a frase “Quem ama o futebol, ama o Benfica” e guiar os encarnados à conquista do título nacional em 2022-23, Roger Schmidt foi um modesto futebolista semiprofissional nas divisões secundárias na Alemanha. Tinha pinta de futebolista, conforme se pode ver na fotografia que ilustra este trabalho: cabelo comprido e brinco na orelha. E, não mostra a imagem, atuava como médio e tinha o número 10 nas costas.
 
Na altura jogava no modesto SC Verl (1995 a 2002), clube da região alemã de onde é natural, a Renânia do Norte-Vestfália. Também nessa zona estão situados os outros seis clubes que representou enquanto futebolista: RW Lüdenscheid (1986-87), TuS Plettenberg (1988 a 1990) TuS Paderborn-Neuhaus (1990 a 1995), SC Paderborn 07 (2002-03), SV Lippstadt 08 (2003-04) e Delbrücker SC (2004-05).
 
Embora nunca tivesse competido acima da terceira divisão, teve alguns momentos altos na carreira, como quando ajudou o Verl, então na Regionalliga (terceiro escalão), a eliminar o primodivisionário Borussia Mönchengladbach na Taça da Alemanha em 1999-00. Na altura tinha como companheiro de equipa o lateral direito Arne Friedrich, que se haveria de tornar internacional germânico.

O treinador que punha “a carne toda no assador”. Quem se lembra de Quinito?

Quinito afastou-se do futebol após a morte do filho
O futebol português tem algumas frases marcantes que praticamente viraram ditados populares e uma boa parte delas foram inventadas por Quinito, o treinador das barbas fartas, de sorriso fácil e de tiradas engraçadas, um romântico que se afastou do futebol após a morte do filho.
 
Um dia, na tentativa de obter um melhor resultado, começou a lançar em campo jogadores de características ofensivas, e após o jogo explicou as substituições através de uma metáfora que se tornou histórica: “Pus a carne toda no assador.”
 
Nascido em Setúbal, fez uma carreira razoável enquanto futebolista ao serviço de Académica, Belenenses, Sp. Braga e dos espanhóis do Racing Santander. Como treinador passou por mais de uma dezena de clubes, entre os quais Sp. Braga, Rio Ave, Sp. Espinho, FC Porto, Marítimo, Portimonense, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Belenenses e Estrela da Amadora. Sempre mostrou primazia pelo talento e pelo futebol espetáculo, conforme mostrou pela forma como elogiou um dos seus jogadores no Vitória minhoto em 1994-95: “Se tivesse dinheiro, comprava o Pedro Barbosa e punha-o a jogar no meu quintal, só para mim.”
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