Do único neurónio de Pacheco ao “voyeur” Wenger. As melhores tiradas de Mourinho contra rivais
Mourinho teve vários atritos contra colegas e profissão
Para José
Mourinho, as conferências de imprensa não são um mero compromisso. São uma
oportunidade para estimular os seus jogadores, condicionar adversários e árbitros,
puxar dos galões e atacar inimigos.
Foquemo-nos nesta última. Já
quando orientava o Chelsea,
viu Jaime Pacheco criticar a forma cautelosa como os bluesse apresentaram no Dragão
num jogo da Liga
dos Campeões e, no âmbito de um comentário à estreia de Jorge Costa no
comando técnico do Sp.
Braga, visou o então treinador do Boavista: “Em Portugal há
muitos líricos, muitos que gostam de ver os portugueses fracassarem. Não me
espanta que venha alguma crítica à postura do Jorge e do Braga
em Parma. Se aparecem alguns inteligentes como o Jaime Pacheco, que só tem um
neurónio e funciona mal, o Jorge sabe lidar com esses inteligentes de um
neurónio só.” Na sua segunda passagem pelo Chelsea,
e questionado sobre se conhecia Talisca, que estava a brilhar nos primeiros
tempos de Benfica,
Mourinho
respondeu afirmativamente e elogiou o brasileiro, afirmando que este só não
estava a jogar na Premier
League porque não tinha licença de trabalho. Quem não gostou foi o técnico
dos encarnados,
Jorge
Jesus, que duvidou. “Pelos jogos que o Talisca tinha feito no Brasil, para
mim eles conheciam tanto o Talisca como eu conhecia o D'Artagnan”, atirou. Mas
como sempre, o special
one gosta de ter a última palavra a dizer e rasgou JJ:
“Não gostei de um colega de profissão ter duvidado das minhas palavras, mas
fico contente por perceber que lê Alexandre Dumas, ao contrário de mim, que por
estar fora, leio a gramática portuguesa.” Lá fora, o treinador
setubalense também arranjou inimigos. Aquele com o qual mais atritos teve
foi Arsène
Wenger, histórico técnico do Arsenal,
que não ficou sem troco depois de ter falado sobre os maus resultados do Chelsea.
“Há pessoas que quando estão em casa têm uns grandes telescópios para ver o que
passa na casa das outras pessoas. Wenger
é uma dessas pessoas. É um voyeur.” Na sua segunda passagem pelo Chelsea,
numa altura em que o Arsenal
estava já há onze anos sem ser campeão – hoje já são 20 –, mandou uma bicada a Wenger,
referindo que o francês
não tinha pressão para obter resultados positivos. “Neste país só há um
treinador que não tem pressão. Há um treinador pode falar dos árbitros antes e
depois dos jogos, que pode puxar pessoas na linha, que pode chorar de manhã,
que pode não atingir os objetivos e continuar no cargo. E continuar a ser o rei”,
atirou.
Em Itália, quando orientava o Inter,
o treinador da rival Juventus
era Claudio Ranieri, curiosamente o antecessor do português
no Chelsea.
Na resposta ao técnico da vecchia
signora, que criticou o setubalense
por ter faltado a uma conferência de imprensa, Mourinho
teve uma entrada a pés juntos: “Eu estudei italiano cinco horas por dia durante
vários meses para poder comunicar com os jogadores, a imprensa e os adeptos.
Ranieri esteve cinco anos em Inglaterra
e ainda hoje luta com ele próprio para poder dizer ‘good morning’ ou ‘good
afternoon’.”
Outro ódio de estimação de Mourinho
era Rafael Benítez, que orientava o Liverpool
na altura em que o português
passou pela primeira vez pelo Chelsea.
Quando o português deixou o Inter,
imediatamente após a conquista da Liga
dos Campeões em 2009-10, o sucessor escolhido foi precisamente o espanhol,
que pegou na equipa e venceu o Mundial de Clubes. Após essa conquista, o setubalense
mostrou-se implacável: “Pensei que fosse agradecer-me pelo título que lhe
ofereci, mas não…”
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