terça-feira, 21 de outubro de 2025

Onze ideal de jogadores que jogaram por Vitória FC e Palmelense

Vitória FC e Palmelense vão defrontar-se no domingo
Dois clubes de concelhos vizinhos, Vitória de Setúbal e Palmelense têm, em grande parte devido à proximidade geográfica, vários pontos de interceção. Foram, por exemplo, dois dos 13 fundadores da Associação de Futebol de Setúbal em 1927. E tem sido bastante comum encontrar dezenas e dezenas de jogadores tenham passado pelas camadas jovens de ambos os clubes.
 
Mas, tendo em conta que os sadinos somaram mais de 70 presenças na I Divisão e uma dezena de participações nas provas europeias e que o conjunto de Palmela esteve apenas 16 anos nos campeonatos nacionais (dois na II Divisão Nacional e 14 na III Divisão), foram muitos menos os futebolistas que representaram ambos os emblemas a nível sénior.
 
No próximo domingo, 26 de outubro, Vitória e Palmelense vão defrontar-se no Estádio do Bonfim, em partida a contar para a 4.ª jornada da I Divisão Distrital, pelo que vale a pena conferir o nosso onze ideal jogadores que atuaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 3x5x2.
 
 

Francisco Pardana (guarda-redes)

Francisco Pardana
Guarda-redes natural do Barreiro e formado no Barreirense, quebrou a ligação umbilical com os alvirrubros após dois anos de pouca utilização na equipa principal para reforçar o Palmelense no verão de 2017.
Bastante utilizado por Jaime Margarido na única temporada que passou em Palmela, somou 34 jogos e 51 golos sofridos entre campeonato e taça em 2017-18.
Valorizado, no final dessa época ingressou no Cova da Piedade, tendo atuado sobretudo pelos sub-23 na Liga Revelação.
Seguiram-se passagens por Sintra Football, Fabril, Pinhalnovense, Oriental, Villa Athletic Club e Oriental Dragon e o regresso ao Barreirense antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no verão de 2024. Desde então que se tem afirmado como o dono da baliza sadina, levando já 32 jogos e somente 14 golos sofridos, tendo conquistado o título de campeão distrital da II Divisão em 2024-25.
 
 

Carlos Correia (defesa central)

Carlos Correia
Defesa central que surgiu na equipa principal do Vitória de Setúbal em 1969-70, quando já tinha 25 anos, viveu quatro anos na sombra de vultos como Carlos Cardoso, José Mendes ou Conceição, esteios da defesa sadina naquele tempo.
Por esse motivo, não foi além de cerca de 30 jogos oficiais até 1973. Curiosamente, a época em que foi mais utilizado foi a de 1971-72, na qual os setubalenses alcançaram a melhor classificação da sua história na I Divisão, o 2.º lugar.
Após deixar o Bonfim desapareceu do mapa, reaparecendo no final da década de 1970 ao serviço de Comércio e Indústria, Grandolense e, por fim, em 1982-83 no Palmelense, nos distritais da AF Setúbal.
 
 

Fábio Delgado (defesa central)

Fábio Delgado
Defesa central que passou pelas camadas jovens de Sporting e Belenenses, concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Barreirense, de onde saiu para o Palmelense no verão de 2018.
Em Palmela, às ordens de Jaime Margarido, jogou com regularidade ao longo da temporada 2018-19 e a partir de então estabeleceu-se como um jogador para equipa de topo na I Divisão Distrital ou até mesmo de Campeonato de Portugal.
Após passagens por Oriental Dragon, Fabril, União de Santiago, Pinhalnovense, Charneca de Caparica, Barreirense e Comércio e Indústria, ingressou no Vitória em 2024-25 e ajudou os sadinos a sagrarem-se campeões da II Distrital.
 
 


Calú (defesa central)

Calú
Defesa central/médio defensivo nascido em Setúbal, ingressou nos infantis do Vitória em 1998-99, proveniente do Grupo Desportivo e Recreativo da Liberdade, e rapidamente se tornou numa das principais promessas da formação sadina, ao ponto de ter colecionado nove internacionalizações pelas seleções jovens entre 2001 e 2004, dos sub-16 aos sub-18.
A transição para sénior não foi, contudo, fácil. Estreou-se pela equipa principal ainda com idade de júnior, pela mão de José Rachão, na última jornada do campeonato de 2004-05, num empate a zero com o Belenenses no Restelo, e fez parte da comitiva que na semana seguinte ergueu a Taça de Portugal no Jamor, mas não voltou a jogar oficialmente pela primeira categoria.
Nas duas épocas que se seguiram atuou apenas na equipa B dos setubalenses, primeiro na II Divisão B e posteriormente na III Divisão, mas depois teve de procurar a sorte noutras paragens.
Representou Machico, Mineiro Aljustrelense, União de Montemor, Fabril, Comércio e Indústria, Alcacerense e FC Setúbal antes de se despedir dos relvados em 2021-22 com a camisola do Palmelense nos distritais da AF Setúbal.
 
 

Beto (médio)

Beto
Centrocampista nascido em Angola, mas radicado na zona de Setúbal desde tenra idade, concluiu a formação no Vitória e transitou para a equipa principal em 1990-91.
Em três épocas nos seniores sadinos totalizou 13 encontros (nove a titular), tendo vivido uma despromoção à II Liga logo na época de estreia. Em 1992-93, numa temporada em que não jogou, é que os setubalenses asseguraram o regresso à I Liga.
Seguiram-se passagens por Desp. Chaves, Sp. EspinhoGil VicenteFelgueirasBelenensesDesp. Aves, Imortal e Amora, sempre nos patamares nacionais, antes de ingressar no Palmelense em 2003-04 para competir na I Divisão Distrital da AF Setúbal. Ficou apenas meio ano, tendo depois rumado ao Alcochetense.
Após um ano no Sesimbra, voltou a Palmela em 2005-06, novamente para competir nos distritais setubalenses, ajudando a equipa a alcançar um honroso terceiro lugar no campeonato.
 
 

Carlos Barão (médio centro)

Barão
Filho do atleta Aníbal Barão, que representou Sporting e Belenenses, perdeu o pai bastante jovem, aos 16 anos.
Após concluir a formação no Sporting e ter vencido um campeonato nacional (em 1965-66) pela equipa principal dos leões, ingressou no Vitória de Setúbal no verão de 1970, mas nunca se fixou como titular no Bonfim, não indo além de nove jogos oficiais em dois anos.
Após passagens por Peniche, União de Montemor, Sesimbra e Comércio e Indústria, representou o Palmelense entre 1985 e 1988, já na reta final da carreira, tendo contribuído para a conquista do título distrital da AF Setúbal em 1986-87.

 

Octávio Machado (médio centro)

Octávio Machado
Médio de baixa estatura natural de Palmela, começou a jogar no Palmelense, mas saltou para o Vitória em 1968, pela mão de “um tio todo vitoriano”, e chegou à equipa principal dois anos depois.
“Jogava no Palmelense, estava bem. E fomos diretos para o restaurante Reno, na Praça do Cais, onde se reuniam muitos ilustres do Vitória, como Sequeira Jorge e Francisco Nascimento. O Vitória esteve ali a discutir com o Palmelense. Às tantas, já farto das negociações, subi as escadas e disse de minha justiça: ‘acabem lá com esse jogo do estica, deixem-me sair para o Vitória’. O Palmelense recebeu 27 contos”, recordou ao Maisfutebol.
Em Setúbal apanhou Fernando Vaz como treinador. “Queria que eu crescesse mais uns centímetros e ganhasse mais uns quilos. Vai daí, pôs-me a saltar a corda em bicos de pés”, revelou Octávio, que acabou por subir à equipa principal pela mão de José Maria Pedroto.
Paulatinamente foi ganhando o seu espaço na equipa principal, fazendo parte de alguns dos maiores feitos da história do clube, como a obtenção do segundo lugar no campeonato em 1971-72 e as caminhadas até aos quartos de final da Taça UEFA nas duas épocas que se seguiram. Nesta fase também alcançou as primeiras nove de 19 internacionalizações que somou pela seleção nacional.
“Nós éramos uma equipa diferente. Era só nomes de seleção: Duda, Arcanjo, Jacinto João, Guerreiro, Arcanjo, Torres, José Maria, Vagner, Matine. Era um passeio, às vezes. Até na Europa. Chegámos duas vezes aos quartos de final da Taça UEFA. Um dia, eliminámos o Inter de Facchetti e Mazzola”, lembrou.
Entre 1970 e 1975 amealhou 146 jogos (140 a titular) e 16 golos na I Divisão. Depois chegou a assinar um pré-contrato com o Atlético Madrid que renderia 12 milhões de pesetas aos sadinos, mas acabou por se transferir para o FC Porto, tendo ajudado os dragões a colocarem um ponto final a um jejum de 19 anos sem conquistar o título nacional.
Em 1980, já com 31 anos, voltou ao Bonfim para os três derradeiros anos da carreira, numa fase em que o Vitória já tinha perdido algum fulgor. Neste período disputou mais 77 encontros (73 a titular) e marcou um golo no primeiro escalão ao serviço dos setubalenses.
 
 
 

Gamboa (extremo)

Gamboa
Extremo/avançado natural de Setúbal e formado no Vitória, era um jogador rapidíssimo que transitou para a equipa principal em 1977.
Contudo, após apenas três jogos em dois anos viu-se obrigado a procurar melhor sorte noutras paragens, tendo passado por Fafe, Montijo, Cova da Piedade, Esperança de Lagos, Barreirense e Imortal antes de ingressar no Palmelense já na reta final da carreira, em 1992.
Acabou por ficar quatro anos em Palmela, sempre a competir na III Divisão Nacional, tendo ficado bastante perto da subida à II Divisão B na temporada de despedida do clube e do percurso como futebolista, em 1995-96.
 
 

Praia (extremo)

Praia
Extremo direito natural de Matosinhos e formado nas camadas jovens do Leixões, transitou para a equipa principal em 1966-67, mas foi na época seguinte que explodiu, ao ponto de logo a seguir se ter transferido para o Benfica.
Em maio de 1969 tornou-se internacional sub-21, mas foi sempre pouco utilizado na Luz, perante a concorrência dos consagrados José Augusto e Simões e dos jovens Nené e Raul Águas, pelo que se transferiu para o Vitória de Setúbal no verão de 1971, a pedido do treinador sadino José Maria Pedroto, no âmbito do negócio que levou Vítor Baptista para o Benfica.
Na época de estreia no Bonfim foi um dos esteios da equipa que conseguiu o histórico segundo lugar na I Divisão, a melhor classificação de sempre do clube, tendo atuado em 27 jogos. Porém, na temporada seguinte não foi além de dois encontros.
Seguiram-se passagens por Barreirense, Boavista, Varzim e Montijo antes de se despedir dos relvados em 1982-83 com a camisola do Palmelense, nos distritais da AF Setúbal.
 
 

Paulo Catarino (avançado)

Paulo Catarino
Ficou conhecido como  “Jardel do Viso”, pelas semelhanças com o antigo avançado de FC Porto e Sporting e por ter nascido naquele bairro setubalense.
Depois de se estrear como sénior no 1º de Maio da Varzinha, vestiu as camisolas de Quintajense, QuimigalComércio e IndústriaUnião de Santiago do CacémMontijoAlcanenenseNacional e Imortal.
Valorizado pelos bons desempenhos ao serviço dos albufeirenses na fantástica temporada de 1998-99, na qual somou 27 remates certeiros que contribuíram para a subida à II Liga, deu o salto para o clube da sua cidade, o Vitória de Setúbal, preferindo assinar pelos sadinos do que pelos espanhóis do Getafe, que lhe ofereciam o dobro do dinheiro. “Jogar na I Liga portuguesa e no clube da minha terra era algo que nunca poderia recusar”, confessou.
Embora considere a passagem pelo Bonfim “o ponto alto” da carreira, não foi propriamente muito feliz, uma vez que não foi além de onze jogos oficiais (todos como suplente utilizado) e um golo ao Vilafranquense, que valeu o apuramento numa eliminatória da Taça de Portugal. “O que correu mal foi que talvez não tenha tido a sorte de encontrar um treinador que apostasse em mim. Normalmente era utilizado quando a equipa estava a perder e entrava sempre nos piores momentos da equipa, era difícil mudar as coisas”, recordou.
Seguiram-se quase mais duas décadas a marcar golos nas divisões secundárias do futebol português, ao serviço de clubes como Leça, Olhanense, Atlético, Pinhalnovense, Torreense, Malveira e Fabril, assinou pelo Palmelense em janeiro de 2017, quando já tinha 44 anos. Na altura levava 292 golos na carreira e procurava atingir o 300.º ao serviço do 27.º clube, mas apenas faturou por duas vezes em três jogos. Ainda assim, contribuiu para a promoção à I Divisão Distrital.
Haveria de conseguir esse objetivo, mas com a camisola do vizinho Águas de Moura em outubro de 2019.
O seu filho, Pedro Catarino, faz parte do plantel do Vitória desde a época 2023-24.
 
 
 

Bruno Gonçalves (avançado)

Bruno Gonçalves
Ponta de lança de elevada estatura (1,90 m) natural de Setúbal e formado no Vitória, foi em tempos uma das grandes esperanças da formação sadina, ao ponto de ter sido internacional jovem português em 15 ocasiões entre 2002 e 2004, dos sub-18 aos sub-20.
Em 2003-04, quando ainda era júnior, foi lançado às feras na equipa principal pelo treinador Carlos Carvalhal, que o colocou em campo em sete jogos (um dos quais a titular) numa temporada marcada pela subida à I Liga. E Bruno Gonçalves correspondeu com um golo à Ovarense em Ovar, em fevereiro de 2004.
Na temporada seguinte permaneceu no plantel, mas não foi utilizado por José Couceiro nem por José Rachão.
Em 2005-06 integrou a recém-criada equipa B dos sadinos, tendo apontado dois golos em 22 jogos (oito a titular) na II Divisão B, sem conseguir impedir a despromoção à III Divisão Nacional.
Depois deixou o Bonfim, ao fim de dez anos de ligação ao Vitória, e prosseguiu a carreira nas divisões secundárias do futebol nacional ao serviço de clubes como Silves, Benfica Castelo Branco, Juventude de Évora, Lagoa, Pontassolense, Carregado, União de Montemor e Pinhalnovense. Após quatro anos no Comércio e Indústria e outros tantos afastado dos relvados, regressou brevemente à atividade em 2021-22 com a camisola do Palmelense, tendo atuado em cinco jogos na I Divisão Distrital da AF Setúbal.
Paralelamente, tem representado o Vitória na vertente de futebol de praia.
 










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