Vitória de Setúbal e Barreirense competem no Campeonato de Portugal |
Vitória
de Setúbal e Barreirense
já não medem forças, em jogos oficiais, desde fevereiro de 1987, quando ambos
os emblemas militavam na antiga II Divisão Nacional, mas já coincidiram em 18
épocas na I
Divisão e até se defrontaram no extinto Campeonato de Portugal, nas décadas
de 1920 e 1930.
Jorge
Martins (guarda-redes)
Jorge Martins |
Guarda-redes natural de Alhos
Vedros, jogou nas camadas jovens do Real da Baixa da Banheira antes de
ingressar na formação do Barreirense
em 1970-71, tendo transitado para a equipa principal duas épocas depois.
Depois de ter feito a estreia
pelos alvirrubros
a 10 de junho de 1973, aos 18 anos, quando ainda tinha idade de júnior, haveria
de permanecer no Dom
Manuel de Mello até 1977, quando se mudou para o Vitória
de Setúbal.No Bonfim dividiu a titularidade com António Vaz em 1977-78, tendo atuado em 14 jogos e sofrido 15 golos na I Divisão.
Seguiram-se dois anos no Barreirense, tendo atuado em 30 jogos e sofrido 45 golos no primeiro escalão em 1978-79, não conseguindo impedir a despromoção à II Divisão. Por outro lado, os bons desempenhos conduziram-no à estreia pela seleção nacional de sub-21 em novembro de 1978.
Na temporada seguinte não conseguiu evitar a descida à III Divisão, mas a boa época no plano individual catapultou-o para o Benfica.
Após praticamente duas épocas sem jogar na Luz, Jorge Martins deu um passo atrás e rumou ao Farense, que competia na II Divisão. Não podia ter corrido melhor. Os algarvios foram promovidos e o guarda-redes valorizou-se, transferindo-se novamente para o Vitória de Setúbal no verão de 1983.
Em mais dois anos na baliza sadina amealhou 58 encontros e 68 golos sofridos, afirmando-se como titular ao ponto de ter sido convocado para o Euro 1984.
Depois de cinco temporadas fantásticas no Belenenses, que incluíram a conquista de uma Taça de Portugal e participação em jogos das competições europeias, regressou ao Vitória no verão de 1989 para somar mais 90 encontros oficiais e 106 golos sofridos ao longo de três anos, os últimos da carreira, não conseguindo impedir a despromoção à II Liga em 1990-91.
Jorge Ferreira (defesa central)
Jorge Ferreira |
Defesa central nascido em Angola,
mas desde tenra idade radicado na margem
sul do Tejo, passou pelas camadas jovens de Desportivo de Portugal e
Galitos antes de ingressar nos juvenis do Barreirense
em 1982-83.
Ainda antes de transitar para a
equipa principal somou cinco internacionalizações pela seleção portuguesa de
sub-18, tendo depois confirmado todo o seu potencial durante os quatro anos que
representou os seniores alvirrubros,
entre 1984 e 1988, sempre na II Divisão Nacional. Em junho de 1987 representou
a seleção
de sub-21 no Torneio de Toulon.Valorizado pelas boas campanhas no Dom Manuel de Mello, deu o salto para o Vitória de Setúbal no verão de 1988 e permaneceu no Bonfim ao longo de quatro temporadas, tendo amealhado cerca de 150 jogos e dois golos nesse período. Paralelamente, somou mais uma internacionalização pelos sub-21, em fevereiro de 1989, e enquanto jogador dos sadinos atuou por quatro vezes pela seleção nacional AA, entre agosto de 1989 e outubro de 1990.
Após encerrar a carreira de futebolista, foi treinador adjunto da equipa principal do Barreirense em 2009-10 e 2010-11.
Francisco Silva (defesa central)
Francisco Silva |
Defesa central setubalense e
internacional jovem português, representou a equipa principal do Vitória
de Setúbal em mais de 125 jogos entre 1977 e 1984, sempre na I
Divisão, naqueles que foram os seus primeiros anos de carreira.
Seguiram-se três anos na Académica
e um no Fafe
antes de representar o Barreirense
na II Divisão Nacional em 1988-89.Após pendurar as botas regressou ao Vitória, tendo trabalhado quinze anos (1994 a 2009) como treinador das camadas jovens dos sadinos.
Paulo Filipe (lateral direito)
Paulo Filipe |
Jogador polivalente, capaz de
atuar como central, lateral direito e médio defensivo, entra nestas contas
enquanto dono do lado direito da linha defensiva.
Produto da formação
sadina e internacional sub-18 por Portugal, transitou para a equipa
principal em 1997-98, mas foi na época seguinte, que ficou marcada pelo
primeiro apuramento do Vitória para
as competições europeias em um quarto de século, que se conseguiu afirmar. Nas
duas temporadas que se seguiram perdeu algum espaço, mas entre 1997 e 2001
amealhou 71 jogos e dois golos com a camisola verde e branca, a maior parte
na I
Liga.Após passagens por Sp. Espinho, Torreense e Alverca, representou o Barreirense na primeira metade da temporada 2005-06, não indo além de sete jogos em todas as competições numa época em que os alvirrubros militavam na II Liga.
Após terminar a carreira trabalhou no Barreirense como treinador das camadas jovens e adjunto na equipa principal entre 2013 e 2018.
José Luís (lateral esquerdo)
José Luís |
Lateral/extremo nascido em Cabo
Verde, baixo (1,73 m), mas bastante potente e capaz de jogar nas duas alas,
entrou em Portugal como voluntário para a Marinha e começou a jogar futebol ao
serviço do União
de Montemor, tendo ainda passado pelo Juventude
de Évora antes de ingressar no Vitória
de Setúbal no verão de 1978.
Em duas temporadas no Bonfim,
nas quais atuou quase sempre como lateral esquerdo, amealhou mais de 50
encontros e um golo em todas as competições, valorizando-se ao ponto de dar o
salto para o FC
Porto.Porém, não vingou nas Antas, tendo representado Sanjoanense, Lusitano de Évora, Farense e novamente Juventude de Évora antes de se ter transferido para o Barreirense no verão de 1986, já com 35 anos, para vestir a camisola alvirrubra durante uma temporada na II Divisão Nacional.
Nunes (médio defensivo)
Nunes |
Médio defensivo natural de
Manteigas, mas radicado na margem
sul do Tejo desde tenra idade, jogou nos juvenis do Vinhense antes de
ingressar nos juniores do Barreirense
em 1978-79, tendo transitado para a equipa principal na época seguinte, marcada
pela despromoção à III Divisão Nacional. Porém, em 1980-81 contribuiu para a
subida à II Divisão.
No verão de 1982 transferiu-se
para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual amealhou 60 partidas e dois golos ao longo de
duas temporadas, período no qual também somou as primeiras internacionalizações
pelas seleções de sub-21,
olímpica e AA.Entretanto passou por Benfica e Marítimo antes de regressar ao Bonfim em 1990. Embora tivesse voltado à seleção nacional, desceu à II Liga na época em que voltou a Setúbal. Nesta segunda passagem pelos sadinos, entre 1990 e 1995, totalizou 103 encontros e seis remates certeiros, tendo contribuído para a promoção à I Divisão em 1992-93, enquanto na temporada de despedida, 1994-95, voltou a mostrar-se impotente para impedir a descida à II Liga.
Câmpora (médio centro)
Câmpora |
Médio uruguaio que no seu país
representou o Nacional
de Montevideu, passou pelos brasileiros do Sport Recife antes de ingressar
no Barreirense
no verão de 1970, estreando-se oficialmente logo com um golo no célebre jogo
frente ao Dínamo Zagreb no Dom
Manuel de Mello, a contar para a 1.ª eliminatória da Taça das Cidades com
Feira.
Ao longo da primeira passagem
pelo Barreiro,
de duas temporadas, amealhou 45 jogos e 14 golos em todas as competições. “O
Câmpora tinha um pontapé forte e ficou histórico o golo que marcou no jogo que
fizemos na UEFA”, recordou o antigo dirigente do Barreirense,
António Libório, em declarações ao Correio
da Manhã.Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal, clube que representou entre 1972 e 1975, período no qual totalizou 79 encontros e 13 golos em provas oficiais, tendo contribuído para a obtenção do 3.º lugar na I Divisão e para as caminhadas até aos quartos de final da Taça UEFA em 1972-73 e 1973-74, assim como para a campanha até à final da Taça de Portugal em 1972-73.
Após esses três anos no Bonfim, voltou a representar o Barreirense entre 1975 e 1979, tendo contribuído para a promoção à I Divisão em 1977-78.
Haveria de continuar radicado no Barreiro, onde casou, foi pai e montou um negócio na área da construção civil. Viria a falecer em setembro de 2010, aos 65 anos, vítima de enfarte.
Zé Pedro (médio ofensivo)
Zé Pedro |
Médio ofensivo possante (1,86 m),
com visão de jogo apurada e refinada qualidade técnica natural do Montijo,
dividiu a formação entre Os
Pelezinhos, Benfica
e Montijo,
tendo dado os primeiros passos no futebol sénior ao serviço do emblema
montijense antes de ser recrutado pelo Barreirense
no verão de 1997.
Maioritariamente titular desde a
primeira época no Barreiro,
foi paulatinamente ganhando cada vez mais estatuto na equipa, até explodir
definitivamente em 2001-02, temporada em que apontou dez golos no campeonato.
Três anos antes fez parte da equipa que ficou a apenas um ponto de subir
à II
Liga. No total, em cinco anos com a camisola alvirrubra atuou
em 148 jogos e apontou 23 golos na II Divisão B.Valorizado pelas excelentes temporadas no Barreirense, nomeadamente a última, deu o salto para o Boavista no verão de 2002, numa altura em que os axadrezados eram vice-campeões nacionais.
Acabou por não vingar no Bessa, tendo passado meio ano na Ovarense antes de representar pela primeira vez pelo Vitória de Setúbal, na altura ainda por empréstimo dos boavisteiros, em 2003-04, época na qual somou 34 jogos e oito golos, tendo contribuído para a promoção à I Liga.
Depois de meia dúzia de temporadas no Belenenses, voltou a vestir a camisola dos sadinos entre 2010 e 2013, já trintão, tendo somado mais 52 encontros e três remates certeiros pelo emblema setubalense.
Após encerrar a carreira tornou-se treinador. Presentemente dirige precisamente a equipa principal do Vitória no Campeonato de Portugal.
Vitinha (avançado)
Vitinha |
Extremo direito natural de Lisboa
que concluiu a formação no Benfica,
despontou no Estoril
e tornou-se internacional sub-20 antes de ingressar no Vitória
de Setúbal no verão de 1983.
Ao longo de quatro temporadas no Bonfim
somou 100 jogos e onze golos. Se em 1983-84 contribuiu para o 5.º lugar na I
Divisão, duas épocas depois mostrou-se impotente para impedir a despromoção
à II Divisão, despedindo-se em 1986-87 com a subida ao primeiro
escalão.Após deixar os sadinos representou Farense, novamente Estoril e Amora antes de vestir a camisola do Barreirense em 1992-93, temporada marcada por um 3.º lugar na Zona Sul da II Divisão B.
Cardoso Pereira (avançado)
Cardoso Pereira |
Avançado natural de Setúbal que
tinha a alcunha de “Sarrabuga”, começou por jogar no futebol no São
Domingos, de Setúbal, na época 1934-35.
Apesar da muita cobiça de vários
clubes, foi o Barreirense
que o conseguiu contratar em 1939, afirmando-se ao longo de quatro temporadas
no emblema
alvirrubro ao ponto de a revista Stadium o ter chamado, em março de
1942, de “Peyroteo do outro
lado do Tejo”. Depois de uns impressionantes 19 golos em 22 jogos na I
Divisão em 1941-42, na época seguinte contribuiu para a conquista do título
nacional da II Divisão, brilhando na final diante da Sanjoanense
ao apontar seis golos (!) na vitória por 6-1.Em 1943 regressou à cidade do Sado para representar o Vitória durante sete temporadas, tendo contribuído para a conquista do Campeonato de Setúbal em 1943-44, 1944-45, 1945-46 e 1946-47 sempre com muitos golos.
Edinho (avançado)
Edinho |
Simpatizante desde sempre do Vitória
de Setúbal por influência do pai, que representou os sadinos
na década de 1970, jogou pela primeira vez pelo emblema
vitoriano enquanto iniciado, em 1995-96. “O meu pai foi com 17 anos
para o clube, então cresci a ver o que era o Vitória”,
afirmou ao portal do Sindicato
de Jogadores.
No entanto, para chegar à equipa
principal do conjunto setubalense, teve de subir a pulso na carreira, desde os
distritais até à I
Liga. Depois de concluir a formação e iniciar o percurso como sénior no Almada,
teve uma passagem discreta pelo Barreirense
em 2002-03, não indo além de 18 jogos e dois golos.Seguiram-se passagens por Sp. Braga, Paços de Ferreira e Gil Vicente antes de ser emprestado pelo bracarenses ao Vitória na primeira metade da época 2007-08, tendo marcado nove golos em 23 jogos e contribuído para uma caminhada que haveria de culminar na conquista da Taça da Liga e no apuramento para a Taça UEFA antes de se mudar para os gregos do AEK Atenas durante mercado de inverno. “Fiquei magoado com o presidente [da comissão de gestão, Carlos Costa] porque não teve uma atitude correta comigo. Deixou passar a mensagem de que eu é que quis ir embora quando na verdade o que aconteceu foi uma boa oportunidade para o Vitória de Setúbal encaixar algum dinheiro no final da época. Os adeptos ficaram a pensar que eu fui ingrato e isso não é verdade. Fiquei magoado por isso, mas não guardo rancor nenhum”, lamentou.
Mais tarde tornou-se internacional português e representou clubes como Málaga, PAOK, Marítimo, Académica, novamente Sp. Braga e dois emblemas turcos antes de regressar ao Vitória de Setúbal em 2016-17. Nesta segunda passagem pelo Bonfim amealhou 71 jogos e 19 golos, ajudando os vitorianos a chegar à final da Taça da Liga em 2017-18.
Na hora da saída, revelou alguma mágoa. “A saudade estará presente todos dias, assim como o calor e o carinho de todos estes adeptos sadinos que me mostraram cada vez que orgulhosamente vesti esta camisola sagrada. Foi e será sempre um orgulho para mim este Enorme Vitória FC. Acho que merecia outro respeito por tudo que já dei ao Vitória, não me querendo bastava dizer ao invés de mandarem recados, 'se não assinaram é porque não querem ficar!' Eu entendi as entrelinhas e vi que não contavam comigo”, escreveu nas redes sociais.
No verão de 2023 pendurou as botas e regressou ao Vitória para assumir as funções de diretor técnico.
Manuel de Oliveira (treinador)
Manuel de Oliveira |
Histórico treinador do futebol
português que se estreou ao leme de uma equipa precisamente no clube no qual
encerou a carreira de futebolista, a CUF,
comandou Leixões, Belenenses e Sanjoanense antes
de assinar pelo Barreirense,
tendo contribuído para a promoção à I
Divisão em 1968-69 e para um brilhante quarto lugar no primeiro
escalão em 1969-70, a melhor classificação de sempre dos alvirrubros no patamar
maior do futebol português.
Depois de passagens por Farense, Olhanense, Lusitano
de Évora e Beira-Mar regressou
ao Barreirense em
1977-78 para contribuir para mais uma subida à I
Divisão. Contudo, na época seguinte não conseguiu livrar o conjunto
do Barreiro da
despromoção, naquela que foi a última participação do clube no patamar
maior do futebol português.Depois de comandar Marítimo, Portimonense e União de Leiria dirigiu o Vitória de Setúbal entre 1982 e 1986, já numa fase de menor fulgor dos sadinos. Em 1985-86 ficou mesmo associado à despromoção à II Divisão, que colocou um ponto final a um período de 24 anos consecutivos na I Divisão. A meio dessa temporada deixou os setubalenses e regressou uma última vez ao Barreirense, que na altura militava na II Divisão Nacional.
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