quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Hoje faz anos o mítico guarda-redes que brilhou nas balizas de Varzim e Farense. Quem se lembra de Benge?

Benge notabilizou-se no Varzim ao longo de cinco temporadas
Mítico guarda-redes das décadas de 1960 e 1970, nasceu em Luanda e entrou no futebol português pela porta do Benfica, clube pelo qual chegou a sagrar-se campeão nacional em 1964-65, mas foi nas balizas de Varzim e Farense que mais se notabilizou.
 
Tapado por Costa Pereira e também com a concorrência de Rita, Nascimento e Barroca, deixou a Luz em 1965 para jogar com regularidade na I Divisão ao serviço de Varzim (de 1965 a 1967 e de 1968 a 1971) e Sanjoanense (1967-68). Paralelamente, perdeu o pai, morto no Tarrafal às mãos da PIDE.
 
Na Póvoa foi orientado por José Maria Pedroto e sobretudo Joaquim Meirim, seu acérrimo fã. Reza a história que em 1969-70, um guarda-redes espanhol chamado José Luís, frustrado por não jogar, foi pedir explicações ao treinador. Meirim disse que José Luís era “o melhor guarda-redes da Europa” e que a sua hora havia de chegar, mas o antigo guardião do Celta de Vigo retorquiu: “se sou o melhor da Europa, por que razão não jogo?”. “Porque o Benge é o melhor guarda-redes do mundo”, respondeu o técnico, que colocava Benge a defender remates imaginários. Num desses exercícios, o guarda-redes angolano não se mexeu e foi questionado por Meirim. “Oh! Mister, eu vi logo que essa ia ao lado”, ripostou.
 
Em 1971, após a despromoção do Varzim à II Divisão, deixou os poveiros depois de mais de 85 partidas e rumou a sul para defender a baliza do Farense, continuando assim no primeiro escalão.
 
Em cinco temporadas no São Luís afirmou-se como um dos melhores guardiões de sempre do emblema algarvio, tendo interrompido a ligação aos leões de Faro em 1976 após a descida de divisão ao fim de mais de 75 jogos.
 
 
“O Farense foi especial, mas, atenção, o clube onde me senti sempre em melhor forma e onde fiquei magoado por não ter ido à seleção [portuguesa] foi o Varzim. Fiz lá uma época incrível, era considerado o melhor em Portugal, mas existia o peso da hierarquia dos grandes”, afirmou ao jornal O Jogo, em jeito de balanço, em julho de 2024.
 
 
Em 1976-77 reencontrou Joaquim Meirim no Leixões, naquela que foi a sua última temporada na I Divisão, tendo voltado a estar associado a uma despromoção.
 
Depois prosseguiu a carreira nas divisões secundárias, nas balizas de Estrela de Portalegre, Sp. Lamego, Portimonense e Silves antes de pendurar as luvas em 1982, à beira do 40.º aniversário.
 
Na fase final da carreira de jogador iniciou simultaneamente a de treinador, tendo sido jogador-treinador nos portalegrenses e nos silvenses. Depois fixou-se definitivamente no Algarve, onde orientou Imortal, Santaluziense, Beira-Mar de Monte Gordo e Ginásio de Tavira e trabalhou como fiscal de obras na Câmara de Faro.
 
Os seus filhos, Marco e Túlio Benge, foram valiosos pontas de lança com longa carreira em clubes algarvios.






1 comentário:

  1. Foi meu adversário em 1967 Sanjoanense - Belenenses, Campeonato nacional.

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...