sábado, 8 de agosto de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Oriental na I Divisão

Dez futebolistas que estão na história do Clube Oriental de Lisboa
Fundado a 8 de agosto de 1946, o Clube Oriental de Lisboa nasceu da fusão de três clubes da zona oriental da capital, o Chelas Futebol Clube, Marvilense Futebol Clube e Grupo Desportivo "Os Fósforos", com o objetivo de formar um novo e mais pujante emblema lisboeta.

Desportivamente os guerreiros de Marvila viveram o período áureo da sua história na década de 1950, quando somou cinco das sete presenças que tem na I Divisão (1950-51 e 1951-52, 1953-54, 1956-57 e 1957-58). Logo na estreia, em 1950-51, os lisboetas obtiveram a melhor classificação da sua história, o quinto lugar, tendo terminado o campeonato apenas atrás de Sporting, FC Porto, Benfica e Atlético.


Após uma travessia de década e meia na II Divisão, o popular C.O.L. voltou à elite do futebol português na década de 1970, participando nos campeonatos de 1973-74 e 1974-75.

Desde então que os orientalistas têm estado afastado dos grandes palcos, embora tenham competido na II Liga entre 2014 e 2016.

Durante sete presenças na I Divisão, 108 futebolistas representaram o Oriental. Vale por isso a pena recordar os 10 que o fizeram por mais vezes.


10. Quim (55 jogos)

Quim
Chamavam-lhe o Cruyff de Marvila. Avançado já com alguma experiência na I Divisão adquirida ao serviço da CUF e da Académica, juntou-se ao Oriental em 1972-73, ajudando a formação lisboeta a subir ao primeiro escalão nessa temporada.
“Na altura, para onde o Oriental ia, ia muito gente atrás. Nesse dia, quando jogámos contra o União de Coimbra, o estádio estava completamente cheio, não cabia mais ninguém. No fim do jogo, tiraram-me a roupa toda a festejar. Fiquei só de cuecas. Não sei como não mas tiraram também”, contou ao Maisfutebol em abril de 2004.
Seguiram-se duas épocas em Marvila no patamar maior do futebol português, assumindo um papel de estrela da companhia. Na primeira disputou 28 jogos (26 a titular) e apontou três golos, frente a Vitória de Guimarães, Barreirense, Leixões (três), FC Porto, Olhanense, Belenenses e CUF.
Na segunda atuou em 27 partidas (todas a titular) e somou seis remates certeiros, marcados diante de União de Tomar, Vitória de Guimarães (dois), Atlético, Farense e CUF, não evitando a descida de divisão, o momento mais triste que viveu nos orientalistas: “Fomos a Aveiro jogar contra o Beira Mar a liguilha da descida. Perdemos lá e a viagem para Lisboa foi uma tristeza. Parecia que vínhamos de um funeral.”
Após a despromoção do Oriental continuou na I Divisão ao serviço do Estoril. “Passei por vários clubes, mas o Oriental é especial. Foi dos que mais me marcaram”, confessou.



9. Pina (56 jogos)

José Pina
Extremo esquerdo que surgiu na equipa principal do Oriental em 1948-49, depois de ter começado a jogar no “Os Fósforos” em véspera da fusão, foi um dos obreiros da primeira promoção à I Divisão, em 1950.
Seguiram-se duas temporadas pelos guerreiros de Marvila no primeiro escalão do futebol português. Em 1950-51 disputou 13 jogos e marcou quatro golos, diante de Belenenses, Estoril, Vitória de Guimarães e Olhanense. Na época seguinte até atuou em menos um encontro, mas somou mais três remates certeiros, apontados frente a Sp. Braga, Barreirense (três), Belenenses, Sporting e Estoril, embora não tivesse evitado a despromoção.
Em 1952-53 ajudou o C.O.L. a sagrar-se campeão nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu participou em 15 partidas e faturou por sete vezes no patamar maior do futebol português, tendo marcado a Belenenses (dois), Sp. Braga, Vitória de Setúbal e Académica (três), mas não evitando novamente a despromoção.
Entretanto mudou-se para o Torreense, mas voltou aos orientalistas em 1957-58, tendo disputado 16 jogos e dois golos no campeonato, frente a Sp. Braga e Salgueiros, voltando a estar associado a uma descida de divisão.
Depois continuou no clube por mais dois anos, na II Divisão.


8. França (56 jogos)

Carlos França
Disputou 56 jogos tal como José Pina, mas amealhou mais 15 minutos em campo – 5040 contra 5025.
Mais um atacante, que juntamente com Almeida, Leitão, Vicente e Pina formou uma linha avançada inesquecível.
França começou a jogar futebol ainda antes da fundação do Oriental, tendo representado um dos clubes que lhe deu origem, "Os Fósforos", em 1945-46, já depois de ter passado pelo Sporting.
Após a fusão passou logo a fazer parte da equipa do Oriental, tendo contribuído para a promoção à I Divisão em 1950. Seguiram-se duas temporadas no primeiro escalão do futebol português. Em 1950-51 disputou 25 jogos e marcou nove golos, frente a Boavista (quatro), Vitória de Setúbal, Académica, Olhanense, Benfica e Atlético. Na época seguinte atuou em 21 partidas e somou sete remates certeiros, diante de Atlético (dois), Barreirense (três), Estoril e Vitória de Guimarães, insuficientes para evitar a despromoção.
Em 1952-53 ajudou o Oriental a conquistar o título nacional da II Divisão e na época seguinte despediu-se do futebol português, amealhando mais dez jogos e quatro golos, apontados frente a Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Barreirense e FC Porto, não evitando mais uma vez a despromoção.
Após a descida de divisão continuou no clube por mais duas temporadas, contribuindo para a conquista do título nacional da II Divisão em 1955-56, na última época antes de pendurar as botas.


6. Isidoro de Jesus (63 jogos)

Isidoro de Jesus
Médio tecnicista natural do bairro de Trás os Fósforos, um dos mais típicos da zona oriental de Lisboa, começou a jogar pelas reservas de “Os Fósforos” em 1936-37.
Em 1946, com a fusão e consequente nascimento do Oriental, herda a braçadeira e torna-se no primeiro capitão de equipa do clube, desempenhando um papel importante na promoção dos guerreiros de Marvila à I Divisão em 1950.
Em 1950-51 disputa 21 jogos no primeiro escalão e na época seguinte foi mais longe, tendo atuado em 24 partidas e marcado três golos, frente a Estoril, FC Porto e Sp. Covilhã, insuficientes para evitar a despromoção.
Em 1952-53 conquistou o título nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu participou em 18 encontros, descendo mais uma vez de divisão, antes de pendurar as botas.
Além de futebolista foi sócio fundador, intervindo sempre em assembleia geral, e treinador adjunto, tendo chegado a assumir interinamente o cargo de técnico principal em 1957, após a demissão de Janos Biri.


6. Mário Luz (63 jogos)

Mário Luz
Defesa central de posição, começou a jogar futebol nos juniores do Oriental e chegou à equipa principal em 1951-52, época em que disputou um jogo na I Divisão.
Na temporada seguinte contribuiu para a conquista do título nacional da II Divisão, seguindo-se um ano no primeiro escalão em que participou em 15 encontros, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Em 1956 voltou a sagrar-se campeão nacional da II Divisão e nos dois anos que se seguiram atuou num total de 47 partidas no patamar maior do futebol português, descendo novamente de divisão em 1958.
Haveria de continuar no clube até 1961, quando rumou ao Atlético. "O Oriental para mim foi sempre, e continua a ser um clube de elite. Não penso noutro clube. Podem falar-me do Sporting, Benfica ou FC Porto, mas eu não ligo a nada disso. Sempre segui os jogos do Oriental. Ainda hoje, compro o jornal à segunda-feira, ou ligo para a sede, para saber o resultado do Oriental", afirmou ao portal Com Sabor a Povo e a Romance.


5. Alfredo Abrantes (75 jogos)

Alfredo Abrantes
Natural da zona dos Olivais, começou a jogar no Desportivo das Lajes, dos Olivais, integrando a equipa de juniores do Oriental por influência do primo Leitão, ainda sem ter idade. Extremo direito convertido em defesa central, ganhou a alcunha de “três pés” pela forma rápida e subtil com que desarmava os adversários, tendo contribuído para a primeira promoção à I Divisão, em 1950.
Seguiram-se duas épocas no primeiro escalão do futebol português nas quais disputou um total de 51 jogos, não evitando a despromoção em 1952.
Em 1952-53 sagrou-se campeão nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu atuou em 24 partidas no patamar maior do futebol português, voltando a descer de divisão.
Ainda assim, valorizou-se e deu o salto para o Benfica, clube pelo qual venceu três campeonatos nacionais e outras tantas Taças de Portugal e que lhe possibilitou jogar pela seleção nacional em 1959.


4. Almeida (103 jogos)

Almeida
Avançado que iniciou a carreira no Estoril, reforçou o Oriental na época de estreia do clube na I Divisão, em 1950-51, notabilizando-se como parte da famosa linha ofensiva que também incluía Leitão, França, Vicente e Pina.
Na primeira temporada em Marvila começou a construir o recorde de jogador com mais golos pela formação grená no primeiro escalão (25), ao somar quatro remates certeiros em 14 jogos – Vitória de Guimarães, Atlético (dois) e Vitória de Setúbal foram as vítimas de Leitão.
Na época seguinte atuou em 15 partidas e apontou 11 golos, apontados frente a FC Porto (três), Benfica, Vitória de Guimarães, Atlético (dois), Belenenses, Estoril e Boavista (dois), não evitando a despromoção.
Em 1952-53 contribuiu para a conquista do título nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu participou em 20 encontros e faturou por cinco vezes, diante de Barreirense, FC Porto, Sporting (dois) e Lusitano Évora, voltando a descer de divisão.
Ainda assim, continuou no clube e em 1955-56 voltou a sagrar-se campeão nacional da II Divisão. Seguiram-se mais dois anos entre a elite do futebol português, nos quais disputou um total de 29 jogos e marcou cinco golos – ao Vitória de Setúbal e 1956-57 e a Académica (dois) e CUF (dois) em 1957-58.
Haveria de encerrar a carreira após a despromoção em 1958.


3. Capelo (82 jogos)

Capelo
Defesa esquerdo que começou a jogar nas camadas jovens de “Os Fósforos”, passou para o Oriental após a fusão e vestiu a camisola grená durante uma década, ainda que não tenha disputado qualquer jogo na época de estreia dos marvilenses na I Divisão, em 1950-51.
Porém, na época seguinte foi utilizado em 21 encontros no primeiro escalão, não evitando a descida de divisão.
Em 1952-53 sagrou-se campeão nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu atuou em 26 partidas, voltando a mostrar-se impotente para evitar a despromoção.
Em 1955-56 venceu novamente o título nacional da II Divisão e nas duas épocas seguintes participou num total de 35 jogos no patamar maior do futebol português, voltando a estar associado a uma descida de divisão em 1958.


2. Leitão (95 jogos)

Leitão
Mais um jogador no Bairro de Trás os Fósforos, curiosamente na rua Capitão Leitão, logo ele que haveria de se tornar o segundo capitão da história do Oriental após a retirada de Isidoro de Jesus.
Interior direito de posição, iniciou a carreira no Colégio Clube, agremiação do Páteo Colégio, bem perto do Poço do Bispo, começando a jogar pelos seniores de “Os Fósforos” ainda com idade de júnior, em 1944.
Após a fusão integrou o plantel do Oriental, tendo estado nas cinco presenças da formação de Marvila na I Divisão durante a década de 1950, além de ter participado na promoção de 1950 e na conquista dos títulos nacionais da II Divisão em 1952-53 e 1955-56.
Nesse período disputou 95 jogos e marcou 22 golos na I Divisão. Boavista (dois), Olhanense e FC Porto em 1950-51, Barreirense, Belenenses, Vitória de Guimarães (dois), Estoril e Boavista em 1951-52, Vitória de Setúbal, Sporting e Lusitano Évora (dois) em 1953-54, Lusitano Évora (dois), Vitória de Setúbal, Benfica, Sp. Covilhã e Caldas em 1956-57 e Barreirense e Lusitano Évora em 1957-58 foram as vítimas de António Correia Leitão, sócio desde o dia da fusão.


1. Morais (116 jogos)

Morais
Emblemático defesa direito, jogou no Marvilense antes da fusão e depois passou para o Oriental, ajudando a formação grená a ascender à I Divisão em 1950.
Nas duas primeiras épocas entre a elite do futebol português disputou um total de 50 jogos e marcou um golo ao Boavista em 1950-51, não evitando a despromoção em 1952.
Em 1952-53 sagrou-se campeão nacional da II Divisão e na temporada seguinte atuou em 23 encontros e marcou um golo ao Lusitano Évora, voltando a estar associado a uma descida de divisão.
No regresso ao segundo escalão, conquistou o titulo nacional da II Divisão em 1955-56, voltando a participar no primeiro escalão entre 1956 e 1958, tendo somado um total de 43 partidas a pontado um golo à Académica em 1956-57.
Haveria de continuar no clube até 1961, quando pendurou as botas.




















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