segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Onze ideal de jogadores que jogaram por Vitória FC e Vasco da Gama de Sines

Vitória de Setúbal e Vasco da Gama vão abrir I Distrital da AF Setúbal
Dois clubes que nunca haviam coincidido no mesmo campeonato, Vitória Futebol Clube e Vasco da Gama de Sines vão defrontar-se já na jornada inaugural da I Divisão Distrital da AF Setúbal, em partida agendada para as 15 horas do próximo domingo, no Estádio do Bonfim.
 
Antes, sadinos e sineenses só haviam medido forças oficialmente por uma ocasião, para a Taça de Portugal, a 29 de setembro de 1992, com os setubalenses a golearem por 5-0 no Bonfim – marcaram Clint, Paulo Gomes (por três vezes) e Yekini.
 
Apesar de terem estado quase sempre em realidades muito distintas, houve vários jogadores que representaram ambos os clubes.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois emblemas, distribuídos em campo num 3x4x3.
 

Avelino (guarda-redes)

Avelino
Guarda-redes natural de Olhão, começou por atuar no Olhanense, clube pelo qual chegou a jogar na I Divisão em 1974-75.
No verão de 1976 cortou o cordão umbilical com o emblema da terra e assinou pelo Vasco da Gama de Sines, então na II Divisão Nacional, tendo feito parte da histórica equipa que em 1976-77 foi terceira classificada da Série Sul e ficou a escassos quatro pontos da subida à I Divisão.
Valorizado, reentrou na I Divisão pela porta do Portimonense em 1977-78, seguindo-se duas épocas no Vitória de Setúbal, nas quais pouco jogou porque à sua frente tinha Silvino e Amaral.
Depois aventurou-se nos Açores (Lusitânia) e na Madeira (Nacional) antes de regressar ao futebol algarvio.
 
 

Francisco Silva (defesa central)

Francisco Silva
Defesa central setubalense e internacional jovem português, representou a equipa principal do Vitória de Setúbal durante mais de 125 vezes entre 1977 e 1984, sempre na I Divisão, naqueles que foram os seus primeiros anos de carreira.
Entretanto passou por AcadémicaFafeBarreirense antes de representar o Vasco da Gama de Sines na III Divisão Nacional em 1989-90, numa temporada em que os sineenses concluíram o campeonato da Série F em 8.º lugar.
Depois mudou-se para o Torres Novas.
 
 

Daniel Wild (defesa central)

Daniel Wild
Defesa argentino que havia representado o Talleres no seu país, ingressou no Vitória de Setúbal em 1990-91, tendo sido utilizado em apenas um encontro, num jogo em que foi substituído logo aos 36 minutos, pelo treinador Quinito, quando os sadinos perdiam por 3-0. Nessa época, os setubalenses foram despromovidos à II Liga.
Depois disso, seguiram-se quatro briosas épocas no Vasco da Gama de Sines, as duas primeiras na II Divisão B e as duas últimas na III Divisão.
“Tudo começou quando estava no Vitória de Setúbal com mais um ano de contrato. A equipa da desceu de divisão e muitos dos jogadores desse plantel foram dispensados. O Vasco da Gama, recém-promovido à II Divisão B estava a buscar futebolistas para armar o plantel, e Vítor Madeira, conhecedor dos movimentos do clube sadino, convidou-me para fazer parte da equipa, por isso deslocou-se a Setúbal com António Nunes, o presidente naquela altura. Depois de uma conversa a três assinei por uma época com o Vasco”, contou em março de 2018 a uma página de Facebook afeta ao Vasco.
Em 1991-92 foi titular nos 33 jogos que disputou no campeonato e ajudou os sineenses a alcançar a permanência. “Foi uma temporada em que o clube começou a utilizou o novo campo relvado, uma maravilha. Fizemos um torneio razoável, joguei quase todos os jogos e no final do campeonato os diretores convidaram-me a ficar no clube por mais três épocas”, recordou o defesa, agora radicado na Argentina.
Em 1992-93 esteve no onze inicial em todas as 34 jornadas do campeonato, mas não evitou a despromoção. “No segundo ano na II Divisão B, não foi bom, sofremos muito e acabámos por descer de divisão. E voltámos aos campos pelados”, lembrou.
Ainda assim, continuou no clube a jogar na III Divisão até 1995, voltando depois ao seu país.
 
 

Jorginho (defesa central)

Jorginho
Foi durante a esmagadora maioria da carreira um lateral esquerdo, mas porque também era capaz de cumprir a posição e por uma questão de conveniência, aparece neste onze ideal como defesa central.
Jogador natural de Sines e portador de elevada estatura (1,88 m), fez toda a formação no Vasco da Gama, clube que o revelou para o futebol sénior ainda com 18 anos, em 1996-97, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Em 2003-04 ajudou os sineenses a subir à II Divisão B e a meio da época seguinte transferiu-se para o Modena, então na Série B italiana.
No verão de 2005 reentrou em Portugal pela porta do Estoril Praia, de onde saltou para o Vitória de Setúbal, estreando-se na I Liga aos 29 anos, em 2007. Na única temporada que passou no Bonfim atuou em 23 partidas e conquistou a Taça da Liga.
 
 

Mota (lateral direito)

Joaquim Mota
Lateral direito campeão e vencedor de uma Taça de Portugal pelo Sporting, reforçou o Vitória de Setúbal no verão de 1981 após quatro anos de pouca utilização de leão ao peito.
Titularíssimo durante a meia dúzia de anos que passou no Bonfim, mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II Divisão em 1986, que interrompeu um ciclo de 24 épocas consecutivas dos sadinos na elite do futebol português. Contudo, no ano seguinte contribuiu para a subida à I Divisão, despedindo-se após essa promoção e mais de 160 jogos e três golos ao serviço do emblema setubalense.
Seguiram-se quatro anos na Académica antes de ingressar no Vasco da Gama de Sines no verão de 1991, numa fase em que tinha já 32 anos.
Na primeira época ao serviço dos sineenses na II Divisão B participou em 31 jogos (todos como titular) e apontou quatro golos, ajudando a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte foi titular nas 34 jornadas do campeonato e faturou por duas vezes, não evitando a despromoção. Além disso, acumulou as funções de jogador e treinador ao longo de onze partidas entre dezembro de 1992 e março de 1993, tendo contabilizado três vitórias, cinco empates e três derrotas.
Após a descida de divisão continuou em Sines por mais dois anos, na III Divisão, antes de encerrar a carreira ao serviço do Amora na II B em 1995-96.
 
 

Fidalgo (lateral esquerdo)

Fidalgo
Defesa esquerdo natural de Nisa, no Alto Alentejo, passou por Portalegrense e Estrela de Portalegre antes de dar o salto para o Vitória de Setúbal no verão de 1987, quando tinha apenas 23 anos.
Em dois anos no Bonfim disputou cerca de 20 encontros, tendo dado um pequeno contributo para a obtenção de um honroso quinto lugar na I Divisão em 1988-89.
À procura de uma maior utilização, voltou ao Alentejo pela porta de O Elvas, tendo posteriormente passado por Montijo, Mira Mar e Praiense antes de encerrar a carreira ao serviço do Vasco da Gama de Sines em 1995-96, na altura na III Divisão Nacional.
 
 

Roçadas (médio)

Roçadas
Médio dotado de um potente pé direito nascido em Leiria e que concluiu a formação no Torreense, representou o Vasco da Gama de Sines entre 1977 e 1981, tendo competido na primeira e na última época na II Divisão Nacional e nas duas do meio na III Divisão, despedindo-se com um honroso quinto lugar na Zona Sul da II Divisão em 1980-81.
Após entrar na I Divisão pela porta do Portimonense, ingressou pela primeira vez no Vitória de Setúbal em 1983 e teve impacto imediato na equipa, ao ponto de ter sido utilizado em cerca de 50 partidas e apontado mais do que dez golos no espaço de duas épocas.
Em 1985-86 representou o Marítimo, mas na temporada seguinte voltou ao Bonfim para contribuir com 13 golos para a subida dos sadinos à I Divisão – numa campanha que lhe valeu chamadas às seleções sub-21 e olímpica –, patamar em que disputou 68 encontros e marcou sete golos no primeiro escalão.
No verão de 1989 emigrou para Inglaterra, onde representou o Sheffield Wednesday. Foi dos primeiros jogadores portugueses a atuar no futebol britânico.
 
 
 

Carvalho (médio)

Fernando Carvalho
Defesa central/médio defensivo setubalense que concluiu a formação no Vitória, transitou para a equipa principal em 1975-76.
Depois de pouco mais de uma dezena de jogos pela equipa principal dos sadinos em duas épocas, representou pela primeira vez o Vasco da Gama de Sines em 1977-78, na altura na II Divisão Nacional, não conseguindo impedir a despromoção à III Divisão.
Após passagens pelos dois principais clubes de Évora, Lusitano e Juventude, voltou a vestir a camisola dos sineenses entre 1981 e 1983, mais uma vez na II Divisão, tendo contribuído para a obtenção de um honroso quinto lugar na Zona Sul em 1981-82.
Seguiu-se um regresso a Setúbal para defender as cores do Comércio e Indústria.
 
 

José Luís (avançado)

José Luís
Lateral/extremo nascido em Cabo Verde, baixo (1,73 m), mas bastante potente e capaz de jogar nas duas alas, entrou em Portugal como voluntário para a Marinha e começou a jogar futebol ao serviço do União de Montemor, tendo ainda passado pelo Juventude de Évora antes de ingressar no Vitória de Setúbal no verão de 1978.
Em duas temporadas no Bonfim, nas quais atuou quase sempre como lateral esquerdo, amealhou mais de 50 encontros e um golo em todas as competições, valorizando-se ao ponto de dar o salto para o FC Porto.
Porém, não vingou nas Antas, tendo representado Sanjoanense, Lusitano Évora, Farense, novamente Juventude de Évora e Barreirense, entre outros, antes de ingressar no Vasco da Gama de Sines no verão de 1989, numa fase em que já tinha 36 anos.
Em 1990-91 ajudou os sineenses a sagrar-se campeões nacionais da III Divisão e na época que se seguiu, a última que passou no emblema do litoral alentejano, competiu na II Divisão B.
 
 

Vítor Madeira (avançado)

Vítor Madeira
Nascido em Beja em setembro de 1953, era o mais novo de cinco irmãos futebolistas – os outros eram Joaquim, João, Rui e Nói –, e começou a dar nas vistas no clube da terra, o Desportivo de Beja. No verão de 1973 mudou-se para o Vasco da Gama, de Sines, para onde foi pela mão de Vicente Lucas e onde criou raízes e deu nas vistas, tendo contribuído para a conquista do título da Série D da III Divisão Nacional em 1975-76 e consequente promoção à II Divisão.
Após quatro anos no Litoral Alentejano, deu o salto para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual mais se notabilizou. Com 12 golos na época de estreia (1977-78), foi o melhor marcador dos sadinos nessa e na temporada seguinte (com nove golos, tal como Vítor Baptista), numa altura em que os setubalenses já não viviam o seu período áureo. Pelo meio representou durante alguns meses o First Portuguese, do Canadá, e foi chamado em várias ocasiões aos trabalhos da seleção nacional, mas não chegou a estrear-se de quinas ao peito.
Haveria ainda de passar dois anos no Estoril e outros tantos no Marítimo, tendo ajudado os madeirenses a subir ao primeiro escalão em 1985.
Já na reta final da carreira regressou ao Bonfim para contribuir para a promoção à I Divisão em 1986-87 e para a obtenção de um honroso quinto lugar no patamar maior do futebol português em 1988-89. Nesta segunda passagem pelos sadinos ainda foi bastante utilizado, apesar da concorrência de peso de nomes como Manuel Fernandes, Rui Jordão, Aparício ou Jorge Cadete. “A equipa tinha descido de divisão e o [presidente] Fernando Oliveira convidou-me a regressar dado que o objetivo era tentar de novo a subida. E assim aconteceu. Nesta fase foram mais cinco épocas no Vitória de Setúbal, clube no qual ainda hoje sou uma referência e que me diz muito”, afirmou, citado pelo livro Glórias do Passado, de José Saúde.
Haveria de se despedir dos relvados ao ajudar o Vasco da Gama de Sines a sagrar-se campeão nacional da III Divisão em 1990-91.
 
 
 

Arnaldo Silva (avançado)

Arnaldo Silva
Avançado nascido na Guiné-Bissau formado no Vitória de Setúbal, representou a equipa principal dos sadinos entre 1969 e 1971 e posteriormente em 1974-75, com uma aventura no Benfica de Luanda pelo meio. Ao serviço dos setubalenses amealhou cerca de dezena e meia de jogos e um golo ao longo das duas passagens pelo clube, tendo sido sempre pouco utilizado.
Entretanto passou por clubes como Esperança de Lagos, MarítimoPortimonense, Académico Viseu, Belenenses, Beira-MarTorreense e Cova da Piedade antes de representar o Vasco da Gama de Sines em 1985-86, numa fase em que já tinha 35 anos, para competir na III Divisão Nacional.










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