sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Hoje faz anos a vítima de racismo em Itália que jogou no Benfica e no Vitória FC. Quem se lembra de Marc Zoro?

Marc Zoro representou Benfica e Vitória de Setúbal em Portugal
Marc Zoro foi um internacional costa-marfinense (22 jogos/um golo), esteve num Mundial (2006) e em duas edições da Taça das Nações Africanas (2006 e 2008) e jogou em Portugal ao serviço de Benfica e Vitória de Setúbal, mas a primeira vez em que apareceu com algum protagonismo nos meios de comunicação social portugueses foi quando ainda jogava no Messina.
 
A 27 de novembro de 2005, quando defrontava o Inter de Milão em casa, eram entoados sons de âmbito racista na bancada dos adeptos adversários sempre que tocava na bola. A dada altura, já em lágrimas, pegou na bola e ameaçou sair de campo. O jogo foi interrompido até que um jogador negro dos nerazzurri, o avançado brasileiro Adriano, o demoveu. “Não aguentei mais. O que eles diziam entrava-me na cabeça, não conseguia concentrar-me no jogo”, explicou mais tarde.
 
 
Nascido em Anyama, na Costa do Marfim, chegou a Itália ainda adolescente, tendo iniciado o seu percurso no Salernitana em 1999 e rumado ao Messina em janeiro de 2003, ajudando o emblema siciliano a conseguir a promoção à Serie A em 2004.
 
Seguiram-se 73 jogos e três golos no primeiro escalão do futebol italiano ao longo de três épocas, tendo defrontado os grandes avançados do calcio naquela altura, como Filippo Inzaghi, Andriy Shevchenko, Adriano, Zlatan Ibrahimovic, David Trezeguet, Alessandro Del Piero, Francesco Totti ou Luca Toni.
 
 
No verão de 2007, após não conseguir evitar a despromoção do Messina, assinou a custo zero um contrato de quatro anos com o Benfica, numa altura em que também era assediado pelo FC Porto. Apesar da sua experiência num campeonato de topo, não vingou na Luz. Na única temporada em que realmente jogou de águia ao peito, 2007-08, não foi além de sete encontros e um golo (à União de Leiria) em todas as competições, numa época em que os encarnados não foram além de um quarto lugar na I Liga.
 
 
Depois de não jogar qualquer encontro pelo Benfica então orientado por Quique Flores durante a primeira metade de 2008-09, chegou a treinar à experiência nos ingleses do Blackburn Rovers, mas acabou emprestado ao Vitória de Setúbal, cedência essa que se haveria de estender até ao final da temporada 2009-10. No Bonfim teve mais protagonismo, ao somar 34 jogos e um golo em ano e meio, ajudando os sadinos a permanecer no patamar maior do futebol português. “Tenho boas memórias do Vitória de Setúbal, tenho lá bons amigos”, afirmou em agosto de 2011, citado pelo portal bloGolo.
 
 
Em 2010-11, no seu último ano de contrato com o Benfica, ainda integrou os trabalhos da equipa então orientada por Jorge Jesus até meio da época, mas depois de não ter disputado qualquer partida foi emprestado aos romenos do Universitatea Craiova.
 
Após terminar contrato com as águias assinou pelos franceses do Angers, então na Ligue 2, tendo ainda passado pelo futebol grego antes de pendurar as botas em 2017, aos 33 anos.







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