Hoje faz anos a vítima de racismo em Itália que jogou no Benfica e no Vitória FC. Quem se lembra de Marc Zoro?
Marc Zoro representou Benfica e Vitória de Setúbal em Portugal
Marc Zoro foi um internacional
costa-marfinense (22 jogos/um golo), esteve num Mundial (2006) e em duas
edições da Taça das Nações Africanas (2006 e 2008) e jogou em Portugal ao
serviço de Benfica
e Vitória
de Setúbal, mas a primeira vez em que apareceu com algum protagonismo nos
meios de comunicação social portugueses foi quando ainda jogava no Messina.
A 27 de novembro de 2005, quando
defrontava o Inter
de Milão em casa, eram entoados sons de âmbito racista na bancada dos
adeptos adversários sempre que tocava na bola. A dada altura, já em lágrimas, pegou
na bola e ameaçou sair de campo. O jogo foi interrompido até que um jogador
negro dos nerazzurri,
o avançado brasileiro Adriano, o demoveu. “Não aguentei mais. O que eles diziam
entrava-me na cabeça, não conseguia concentrar-me no jogo”, explicou mais tarde.
Nascido em Anyama, na Costa do
Marfim, chegou a Itália ainda adolescente, tendo iniciado o seu percurso no
Salernitana em 1999 e rumado ao Messina em janeiro de 2003, ajudando o emblema
siciliano a conseguir a promoção à Serie
A em 2004. Seguiram-se 73 jogos e três golos
no primeiro
escalão do futebol italiano ao longo de três épocas, tendo defrontado os grandes
avançados do calcio
naquela altura, como Filippo Inzaghi, Andriy Shevchenko, Adriano, Zlatan
Ibrahimovic, David Trezeguet, Alessandro Del Piero, Francesco
Totti ou Luca Toni.
No verão de 2007, após não
conseguir evitar a despromoção do Messina, assinou a custo zero um contrato de
quatro anos com o Benfica,
numa altura em que também era assediado pelo FC
Porto. Apesar da sua experiência num campeonato de topo, não vingou na Luz.
Na única temporada em que realmente jogou de águia
ao peito, 2007-08, não foi além de sete encontros e um golo (à União
de Leiria) em todas as competições, numa época em que os encarnados
não foram além de um quarto lugar na I
Liga.
Depois de não jogar qualquer
encontro pelo Benfica
então orientado por Quique Flores durante a primeira metade de 2008-09, chegou
a treinar à experiência nos ingleses do Blackburn
Rovers, mas acabou emprestado ao Vitória
de Setúbal, cedência essa que se haveria de estender até ao final da temporada
2009-10. No Bonfim
teve mais protagonismo, ao somar 34 jogos e um golo em ano e meio, ajudando os sadinos
a permanecer no patamar
maior do futebol português. “Tenho boas memórias do Vitória
de Setúbal, tenho lá bons amigos”, afirmou em agosto de 2011, citado pelo
portal bloGolo.
Em 2010-11, no seu último ano de
contrato com o Benfica,
ainda integrou os trabalhos da equipa então orientada por Jorge
Jesus até meio da época, mas depois de não ter disputado qualquer partida
foi emprestado aos romenos do Universitatea Craiova. Após terminar contrato com as águias
assinou pelos franceses do Angers, então na Ligue 2, tendo ainda passado pelo
futebol grego antes de pendurar as botas em 2017, aos 33 anos.
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