Hoje faz anos o marfinense do Sporting que Queiroz julgava ser o novo Eusébio. Quem se lembra de Ouattara?
Ouattara jogou de leão ao peito em 1995-96 e 1996-97
Ponta de lança muito poderoso fisicamente,
mas com algumas limitações técnicas, foi contratado pelo Sporting
no verão de 1995 por indicação de Carlos
Queiroz, que acreditava o costa-marfinense “podia ser o novo Eusébio”,
mas não foi além de seis golos em 27 jogos de leão ao peito em cerca de ano e
meio.
Ahmed Ouattara, nascido a 15 de
dezembro de 1969 em Abidjan, capital da Costa do Marfim, começou por se
notabilizar ao serviço do Africa Sports, clube pelo qual se sagrou campeão
nacional em 1989 e venceu a taça em 1989 e 1993, a Taça das Taças Africana em
1992 e a Supertaça Africana em 1992. Em 1993 foi ainda o melhor marcador do
campeonato nacional, com 13 golos. Em termos de seleção
nacional A, estreou-se numa derrota na Argélia
em agosto de 1989, somando aí a primeira de mais de duas dezenas de
internacionalizações até 1999, tendo marcado presença nas edições de 1994 e
1998 da Taça das Nações Africanas. Em 1994-95 entrou no futebol
europeu pela porta do Sion e terminou a época em grande, ao bisar na vitória
por 4-2 sobre o Grasshoppers que valeu a conquista da Taça da Suíça.
Impressionado, o treinador
leonino Carlos
Queiroz indicou a sua contratação ao presidente Pedro Santana Lopes, que o
apresentou como reforço ao lado de outro ex-Sion, o médio Roberto
Assis, irmão mais velho de Ronaldinho
Gaúcho. “O Ahmed Ouattara foi um dos jogadores pedidos pelo Carlos
Queiroz. Ele dizia-me que podia ser o novo Eusébio,
mas nunca foi”, recordou o antigo primeiro-ministro no podcast Maluco Beleza
em agosto de 2019. Embora tivesse direito a cântico
personalizado por parte dos adeptos – “Ú-Á-Ouattara” – e conseguido marcar dois
golos ao FC
Porto, nunca se conseguiu impor perante a concorrência de avançados como Iordanov,
Sá
Pinto ou Paulo
Alves. Em ano e meio de verde e branco, atuou em 27 jogos (14 a titular) e
apontou seis golos. Venceu a Supertaça
referente ao ano 1995, mas não esteve na vitória diante dos dragões
na finalíssima disputada em Paris. “Queiroz
foi como um pai para mim quando estive no Sporting.
(…) Amo muito Portugal, passei dois anos em Lisboa e fui muito feliz com a
minha família. Adorei a cidade e as pessoas. Lembro-me perfeitamente da música
que cantavam para mim: Ú-Á-Ouattara! Adorava ouvir aquilo. É uma grande
recordação, que fica para toda a vida”, resumiu, em declarações ao Maisfutebol,
em dezembro de 2009.
Dispensado quando Octávio
Machado sucedeu a Queiroz
no comando técnico, regressou ao Sion para conquistar a dobradinha em 1996-97. Seguiram-se passagens pelos
também helvéticos do Basileia,
pelos espanhóis do Extremadura e pelo Al Shabab dos Emirados Árabes Unidos
antes de voltar a Portugal na temporada 2000-01 para vestir a camisola do Salgueiros,
tendo apontado um golo em nove jogos.
Depois voltou à Costa do Marfim
para defender as cores do ASEC Mimosas, clube pelo qual venceu o título
nacional em 2002, ano em que encerrou a carreira, aos 33 anos. Após pendurar as botas assumiu as
funções de secretário-técnico da seleção
da Costa do Marfim.
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